“Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar e não proibais falar línguas” 1Co 14.39
“Os dons espirituais, que são pela graça,
mediante a fé, encontra-se na palavra grega mais usada para descrevê-los: charismata,
‘dons livre e graciosamente concedidos’, palavra esta que se deriva de charis,
graça, o imerecido favor divino. Os carismas são dons que merecemos sem os
merecermos. Dão testemunho da bondade de Deus, e não da virtude de quem os
receberam.
Uma das falácias que frequentemente engana as
pessoas é a ideia de como Deus abençoa ou usa alguém; isso significa que Ele aprova
tudo o que a pessoa faz ou ensina. Mesmo quando parece haver uma ‘unção’, não
há garantia disso. Quando Apolo chegou a Éfeso pela primeira vez, não somente
era eloquente em sua pregação; era também ‘fervoroso de espírito’. Tinha o
fogo. Mas Priscila e Áquila perceberam que faltava algo. Logo, o levaram
(provavelmente, para casa, a fim de participar de uma refeição), e lhe
explicaram com mais exatidão o caminho de Deus (At 18.25,26). Era, pois o
caminho de Deus a respeito dos dons espirituais, que Paulo, como um pai,
desejava explicar com mais exatidão aos coríntios. A esses dons ele dá o nome
de ‘espirituais’ em 1 Coríntios 12.1 (a palavra dom não se encontra no grego).
A palavra, por si mesma, inclui algo dirigido pelo Espírito Santo e expresso
através de crentes cheios do poder. Nesta passagem, porém, Paulo limita a
palavra no sentido dos dons gratuitos, ou carismas, que passam a ser
mencionados repetidas vezes (12.4,9,28,30,31)” (HORTON, Stanley M. A
Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12ª Edição. RJ,
CPAD, 2012, p.225).
“A primeira relação dos dons com a repetição
do fato que cada um é dado pelo Espírito (1Co 12.8-10) leva ao clímax no
versículo 11, que diz: ‘Mas um só e o mesmo Espírito opera todas as coisas,
repartindo particularmente [individualmente] como quer’. Aqui temos um paralelo
com Hebreus 2.4, que fala dos apóstolos que primeiramente ouviram o Senhor e
depois transmitiram a mensagem: ‘Testificando também Deus com eles, por sinais
[sobrenaturais], e milagres, e várias maravilhas [tipos de obras de grande
poder] e dons [distribuições separadas] do Espírito Santo, distribuídos por sua
vontade’. É evidente, à luz destes trechos, que o Espírito Santo é soberano ao
outorgar os dons. São distribuídos segundo a sua vontade. Buscamos os melhores
dons, mas Ele é o único que sabe o que é realmente melhor em qualquer situação.
Fica evidente, também, que os dons permanecem debaixo de sua autoridade. Nunca
são nossos no sentido de não precisarmos do Espírito Santo, pela fé, para cada
expressão desses dons. Nunca se tornam parte da nossa própria natureza, ao
ponto de não perdê-los, de serem tirados de nós. A Bíblia diz que os dons e a
vocação de Deus são permanentes (Deus não muda de opinião a respeito deles),
mas aqui há referência a Israel (Rm 11.28,29). A princípio, parece, no entanto,
que os dons e as vocações, uma vez dados, permanecem à nossa disposição”
(HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo
Testamento. 12ª Edição. RJ, CPAD, 2012, p.230).
Os dons espirituais são presentes dados por Deus à sua Igreja para edificação do Corpo de Cristo.
Os dons não foram somente para a Igreja
Primitiva e não cessaram, pois enquanto a Igreja permanecer neste mundo, ela
precisa destas concessões divinas para sua expansão, edificação, exortação e
consolo. Os dons são ferramentas divina que contribuem para que a Igreja cumpra
com a sua missão de proclamar o Evangelho.
Os dons não são concedidos por nossos méritos
(1Co 12.7). Eles são fruto da graça e da misericórdia divina.
Os dons não são sinais de espiritualidade e
que não devem ser utilizados para o nosso próprio deleite, mas para o
fortalecimento da Igreja de Cristo até que Ele volte (1Co 12.7).
Vejamos, abaixo, algumas das características dos Dons Espirituais. Perceba que os dons não são habilidades e aptidões
inatas. Também são diferentes dos dons ministeriais relacionados em Romanos 12.7,8.
• Não
são resultado da nossa espiritualidade;
• Não
leva tempo para se desenvolverem;
• Vão
cessar somente quando a Igreja estiver com Cristo;
• São
diversos;
• São
para todos aqueles que creem e os buscam;
• São
para o nosso tempo.
TEXTO BÍBLICO: 1 Coríntios 12.1-11
1 - Acerca dos dons espirituais, não
quero, irmãos, que sejais ignorantes.
2 - Vós bem sabeis que éreis gentios,
levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados.
3 - Portanto, vos quero fazer
compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema! E
ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo.
4 - Ora, há diversidade de dons, mas o
Espírito é o mesmo.
5 - E há diversidade de ministérios, mas
o Senhor é o mesmo.
6 - E há diversidade de operações, mas é
o mesmo Deus que opera tudo em todos.
7 - Mas a manifestação do Espírito é
dada a cada um para o que for útil.
8 - Porque a um, pelo Espírito, é dada a
palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;
9 - e a outro, pelo mesmo Espírito, a
fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar;
10 - e a outro, a operação de
maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos;
e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas.
11 - Mas um só e o mesmo Espírito opera
todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.
INTRODUÇÃO
Neste domingo estudaremos os dons espirituais.
Esse assunto tem sido alvo de debates nos últimos 100 anos, por ocasião do
surgimento do Movimento Pentecostal.
O que a Bíblia diz a respeito dos dons? Será que são válidos para os nossos dias?
1. O que são os dons espirituais.
Dons espirituais são poderes ou capacitações
sobrenaturais, dadas pelo Espírito Santo, à pessoas em sua Igreja. Não são
talentos naturais, aprendidos ou aperfeiçoados pelo uso de técnicas humanas.
Essas dotações são divididas entre o povo de Deus pela escolha do Espírito
Santo, que age “repartindo particularmente a cada um como quer” (1Co 12.11).
2. Não são um sinal de superioridade
espiritual.
Como os dons espirituais são presentes de
Deus, não podem ser um designativo de superioridade ou de santidade pessoal. Os
dons dados por Deus não se baseiam em um grau de santidade adquirido por um
crente, e sim na própria vontade de Deus em fazer daquela pessoa alguém que vai
ser usada para determinada atuação dentro do Corpo de Cristo, na igreja local.
Um profeta não pode se achar mais santo que outra pessoa por ter recebido o dom
de profecia, pois o dom é dado pelo Espírito.
3. Devem ser utilizados para edificar a
Igreja.
Paulo deixa claro que os dons são dados por
Deus para que a igreja seja edificada, fortalecida. Não são para a vaidade
pessoal, ou para se dar destaque a uma personalidade na igreja local.
Entendemos que pessoas que recebem tais capacitações por parte do Espírito
Santo podem até ser vistas de forma distinta. Mas estes jamais podem perder o
senso de que os dons do Espírito não são para promoverem a si próprios, e sim o
Reino e a glória de Deus.
Os dons
espirituais são para os nossos dias, e não possuem o caráter distintivo de
santidade na vida de um cristão.
1. Dons de saber.
Os dons da Sabedoria, da Palavra da Ciência e
de Discernimento de espíritos são nomeados como dons de saber, tendo em vista
que de forma sobrenatural, Deus revela conhecimento a respeito de pessoas e
circunstâncias.
A Palavra da Sabedoria, segundo a Bíblia de Estudo
Pentecostal, “trata de uma mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação
sobrenatural do Espírito Santo”.
A Palavra da Ciência manifesta ao que a recebe
o saber de alguma situação, circunstância ou detalhes sobre determinadas
pessoas.
O dom de Discernimento de espíritos nos faz identificar falsos
ensinos, profecias, mensagens e manifestações espirituais.
2. Dons de elocução.
Os dons de elocução são os dons manifestos
por palavras, a saber, o de profecia, a variedade de línguas e a interpretação
das línguas.
O ato de profetizar implica a manifestação de uma previsão
sobrenatural, divina a respeito de alguém ou situação. Mas não há maior profecia
do que a Palavra de Deus. Qualquer outro tipo de previsão ou de advertência
para os nossos dias deve se sujeitar à Palavra de Deus.
3. Dons de poder.
Os dons de poder são os de Fé, Curas e
Manifestações de Maravilhas, também, chamado de Operação de Milagres. Tais dons
interferem na área física, trazendo curas e agindo de forma sobrenatural em
situações em que só o poder de Deus poderia intervir.
Leia também:
1. Os dons são para os nossos dias.
Os dons espirituais, para alguns grupos
cristãos, não são para os nossos dias. Eles não se baseiam na Palavra de Deus
para respaldar essa opinião, e sim em entendimentos teológicos que consideram
que o Livro de Atos não tem caráter prescritivo, e sim descritivo. Com base
nesse argumento, entendem que com a morte do último apóstolo, os dons
espirituais cessaram.
Se crermos que o Espírito Santo fala através
das Escrituras, devemos ver se Ele deixou nas Escrituras algum texto que diga
que os dons espirituais cessaram com a morte do último apóstolo. Em nenhum
verso na Palavra de Deus há essa informação. Além disso, cremos — e temos visto
— que Deus não deixou de curar pessoas, batizar com seu Espírito Santo, e isso
o próprio Jesus disse que aqueles que criam nEle fariam, como curar enfermos e
falar novas línguas (Mc 16.16-18). E Jesus disse que estaria conosco até a
consumação dos séculos (Mt 28.20). Como a consumação dos séculos não aconteceu
e Jesus não revogou sua presença com a igreja, Ele continua operando por meio
de seu Espírito e pelos dons espirituais na igreja.
2. E quanto às revelações?
Como pentecostais, cremos na Palavra de Deus
como nossa regra de fé e prática. Cremos que Deus pode falar com seus servos,
dando-lhes orientações e advertências. Entretanto, qualquer palavra profética
advinda do dom de profecia não pode ter o mesmo peso da Palavra revelada de
Deus. Aqueles que possuem esse dom devem sujeitar seus vaticínios ao escrutínio
das Escrituras. Se uma revelação trazida por um profeta é contrária à Palavra
de Deus, tal revelação deve ser rejeitada. Nenhuma visão ou sonho podem ser
superiores à Palavra revelada de Deus.
3. O que dizer da igreja de Corinto.
Muitos estudiosos dizem que a Igreja em
Corinto era pentecostal, bagunçada e dividida, dando a entender que
pentecostais são da mesma forma. Ocorre que, por um erro de interpretação,
esses estudiosos se esquecem de que o problema daquela igreja não eram os dons
espirituais, e sim o comportamento daqueles crentes. Dizer que a igreja em
Corinto era problemática por causa dos dons espirituais é atribuir a Deus o
envio de dons que ao invés de edificar a Igreja, estava na verdade,
prejudicando-a. Deus é bom o tempo todo, e o que Ele nos concede também é bom.
4. Satanás pode imitar a manifestações dos
dons?
Entendemos que o Inimigo intentará o possível
no sentido de fazer com que da obra de Deus sofra revezes, e isso pode ocorrer
quando ele faz com que haja imitações dos dons espirituais, a saber, o falar em
línguas, a profecia e os dons de curar e milagres. Entretanto, devemos pensar
que, primeiramente, toda imitação se baseia em algo original e legítimo.
Um
objeto falso pode ser a imitação do original, e nem por isso o original é que
perde o seu valor! Só porque o Inimigo consegue em alguns casos fazer imitações
desses dons, as verdadeiras manifestações é que devem ser desprezadas e
condenadas?
Em segundo lugar, devemos ter bastante cautela para não atribuir ao
Diabo algo que Deus efetivamente está realizando. Mateus relata que Jesus
libertou um jovem que estava possesso de espíritos malignos, e os fariseus
atribuíram aquela libertação a uma atuação de Satanás (Mt 12.24). Jesus então
responde que aquilo que eles fizeram, entender que a atuação divina estava
sendo na verdade realizada por Satanás, era um pecado contra o Espírito Santo
de Deus, e para tal coisa não haveria perdão (Mt 12.32). Devemos, portanto, ter
muito cuidado para não atribuir ao Diabo algo que Deus efetivamente está
fazendo.
Leia também:
CONCLUSÃO
Os dons espirituais continuam a ser
ministrados pelo Espírito Santo à sua Igreja em nossos dias. Seu uso correto
traz edificação, glorifica a Deus e faz com que a igreja seja edificada. Mesmo
sendo vários dons, são ministrados pelo mesmo Espírito, e não podem trazer
confusão para a igreja.
Leia também:
Fonte:
Lições Bíblicas - 1º trim.2017 - A Igreja de Jesus Cristo - Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno - Comentarista: Alexandre Coelho - CPAD
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