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sábado, 26 de setembro de 2015

A manifestação da Graça da Salvação

Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” Tt 2.11
Um dia, estávamos mortos em nossos delitos e pecados; separados de Deus, em completa iniquidade, aguardando o justo julgamento de juízo de Deus para nós (Ef 2.2,3). Andávamos segundo o curso deste mundo, um mundo sem Deus, onde os seus valores e pensamentos opõem-se frontalmente aos valores e os pensamentos de Deus. Éramos filhos da desobediência, esta, por sua vez, operava em nós as obras da carne, segundo as astúcias do príncipe das potestades do ar.

Quem guiava a nossa mente e coração não era o Espírito de Deus, mas os desejos da nossa carne. Fazíamos o que bem entendêssemos. Buscávamos somente preencher as pulsões da carne, o vazio da alma e o desejo do coração com as coisas materiais e ilusórias. Éramos integralmente hedonistas! Para nós, a felicidade resumia-se na saciedade do prazer.


Éramos, por natureza, filhos da ira, igualmente como tantos outros o são hoje. “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus” (Ef 2.4-7).


Hoje, a nossa situação mudou radicalmente. O Deus rico em misericórdia e de um infinito amor por nós, os pecadores deliberados, mortos em ofensas, graciosamente nos “vivificou”, fez-nos reviver para a vida: tudo isso foi pela graça. Não foi por mérito nosso, pois se fosse por mérito, pelo mérito merecíamos o inferno. Mas pela graça Ele mudou o quadro da nossa situação. Graça não tem o porquê?! Graça é aceitar livremente e espontaneamente a bondade, a misericórdia e a infinitude do amor de Deus, “porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.10).


Deus, o nosso Pai, por intermédio de Jesus Cristo, o seu Filho, é o autor da salvação. Por isso, a graça da Salvação é obra somente de Deus. É Graça de Deus! Ser humano nenhum, que se intitule representante de Deus, tem o direito de dizer quem vai e quem não vai para o inferno. Ele não tem esse poder. Só quem conhece o coração do homem é Deus e sua própria consciência. Sejamos livres na plena Graça de Deus! A nós, é o que basta! Revista Ensinador Cristão


A graça de Deus emanou do seu coração amoroso para salvar o homem perdido, por meio do sacrifício vicário de Cristo Jesus.

A salvação, concedida ao homem perdido, é fruto da graça de Deus, por intermédio de Cristo Jesus, que veio ao mundo, como Deus que se fez homem, para redimir o homem. A graça de Deus é a mais extraordinária manifestação do seu amor para com o pecador. Mas ele só pode usufruir os benefícios desse recurso divino se reconhecer o seu estado miserável, em termos espirituais, e converter-se mediante a aceitação de Cristo como seu Salvador. Embora haja vários significados para a palavra graça, a mais comum é ser considerada “favor imerecido de Deus”, visando à salvação do homem.

Essa graça de que fala o texto em apreço, que estende o favor divino ao pecador, é a “graça salvadora”, segundo a qual, Deus, o Soberano do universo, concede ao homem a oportunidade de reconciliar-se com Ele, mediante o sacrifício de Cristo, no Calvário. Essa graça salvífica é a origem desse favor divino, motivada pelo grande amor de Deus. Diz Paulo: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8).


Em João 5. 24 Jesus disse: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida”. Para ser salvo, o homem precisa dar ouvidos à Palavra de Deus. Não é apenas escutar, ou “ouvir dizer”; é necessário abrir o coração para a mensagem do evangelho. E indispensável que creia em Deus, “naquele que me enviou”, conforme ressaltou Jesus. Só assim pode ter a vida eterna. Esse é o evangelho de Jesus, segundo escreveu João. Somente satisfazendo essas condições de ouvir e crer, e, mais ainda, obedecer, é que a pessoa pode ser beneficiada pela graça de Deus, pela graça salvadora, que só há em Cristo Jesus.


Na carta a Tito, Paulo declara, de modo enfático e solene: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11). Isso não quer dizer que a salvação a todos os homens é automática e incondicional. De forma alguma. Mas que a salvação foi trazida, por intermédio de Cristo, como manifestação da graça de Deus, à disposição de todos os homens. Mas ela só pode ser efetiva e eficaz para aqueles homens que derem ouvidos à Palavra de Deus, arrependerem-se de seus pecados e ser converterem a Deus. Jesus iniciou seu ministério dizendo: “O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15). Sem arrependimento e fé, a graça de Deus não pode agir no coração do homem.


I - A MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA DE DEUS

1. A Graça Comum
A Palavra de Deus nos mostra que há diversas manifestações da graça divina. É importante saber o sentido da palavra “graça”. Vem da palavra hebraica hessed, e do termo grego charis, cujo sentido mais comum é o de favor imerecido que Deus concede ao homem, por seu amor, bondade e misericórdia; a partir dessa conceituação, podemos ver a “graça comum”, pela qual Deus “dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas” (At 17.25b). Mas a graça comum não opera a salvação do homem. E expressão da bondade divina sobre toda a criação de Deus.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
O conceito de "graça comum": trata-se de uma abordagem eminentemente da teologia reformada. É uma tentativa de se responder uma questão angustiante observada na existência dos santos, bem como observou o salmista Asafe (Sl 73). Se o salário do pecado é a morte, por que as pessoas que pecam não morrem imediatamente e não vão definitivamente para o inferno, mas desfrutam de bênçãos incontáveis na terra? Ainda, como pode Deus dispensar bênçãos a pecadores que merecem apenas, e somente, a morte, mesmo as pessoas que serão condenadas para sempre ao inferno? Neste contexto é que a doutrina da "graça comum" traz uma resposta bíblica acerca da questão. É uma graça pela qual Deus dá aos seres humanos bênçãos ou dádivas inumeráveis que não fazem parte da salvação. Ou seja, não significa que quem as recebe já é salvo. A base bíblica para esse entendimento é a graça manifestada por Deus na esfera física da vida (Gn 3.18; Mt 5.44,45; At 14.16,17); na esfera intelectual (Jo 1.9; Rm 1.21; At 17.22,23); na esfera da criatividade (Gn 4.17,22); na esfera da sociedade (Gn 4.17,19,26; Rm 13.3,4); na esfera religiosa (1Tm 2.2; Mt 7.22; Lc 6.35,36). Ou seja, não é porque o mal reinante no ser humano é fruto do pecado original que ele fará somente obras más. Não, a Graça de Deus opera em todos os homens e faz com que eles façam coisas boas também.

2. A Graça Salvadora

“Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11). Ela ultrapassa o conceito e o sentido da “graça comum”, que é disponível para “todos os homens”, independentemente de crerem em Deus ou não. A “graça comum” é manifestada pela “revelação natural”, pela natureza (SI 19.1ss). A graça salvadora também está à disposição de “todos os homens”, mas só é alcançada ou eficaz por aqueles que creem em Deus, e aceitam a Cristo Jesus como seu único e suficiente Salvador pessoal. E também chamada de “graça especial”, conhecida por meio da “revelação especial” de Deus, que é a sua santa Palavra.

Na carta a Tito, Paulo ressalta o valor da “graça de Deus”, no seu mais elevado e nobre aspecto, entendido como “graça salvadora”. Ela é de tamanha significação, que se pode desdobrar, para efeito de compreensão, em outros aspectos relativos à obra salvífica de Cristo Jesus, na redenção do homem.


1) Graça justificadora
A graça salvadora opera a justificação do pecador, diante da justiça de Deus. Para Myer Pearlman, “Justificação é um termo judicial, que nos faz lembrar um tribunal. O homem, culpado e condenado, perante Deus, é absolvido e declarado justo — isto é, justificado. [...] Deus é o juiz, e Cristo é o Advogado; o pecado é a transgressão da lei; a expiação é a satisfação dessa lei; o arrependimento é convicção; a aceitação traz perdão ou remissão dos pecados; o Espírito Santo testifica o perdão; a vida cristã é obediência e sua perfeição é o cumprimento da lei da justiça”.1

2) Graça regeneradora

Myer Pearlman2 considera a regeneração como uma “experiência subjetiva”, da qual resulta a adoção, que é um “privilégio objetivo”. Segundo esse teólogo, “a alma, morta em transgressões e ofensas, precisa duma nova vida, sendo a mesma concedida por um ato divino de regeneração”. Uma vez nascida de novo, a pessoa passa a fazer parte da família de Deus: “Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus” (Ef 2.19). Passa a ser “nova criatura”: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17).
Pela regeneração, o homem é feito “nova criatura” (2Co 5.17), e sua história passa a ser contada diante de Deus a partir de sua decisão de se tornar “filho de Deus”. Bergstén afirma que a regeneração, ou o novo nascimento, “significa o ato sobrenatural em que o homem é gerado por Deus, 1Jo 5.18, para ser filho de Deus, Jo 1.12, e participante da natureza divina, 2Pe 1.4”.3 Horton4 diz que “A regeneração é a ação decisiva e instantânea do Espírito Santo, mediante a qual Ele cria de novo a natureza interior [...] O Novo Testamento apresenta a figura do ser criado de novo (2Co 5.17) e da renovação (Tt 3.5), porém a mais comum é a de ‘nascer’ (gr. Gennaõ), ‘gerar’ ou ‘dar à luz’ (cf. Jo 3.3; 1Pe 1.3)”. Essa gloriosa bênção é fruto da graça de Deus.

3) Graça santificadora

A santificação é indispensável à salvação (Hb 12.14). A graça de Deus só pode ser eficaz, na vida do convertido, se ele se dispuser a negar-se a si mesmo, para ter uma vida de santidade. A santificação é um processo espiritual, que tem início na conversão, e deve prosseguir por toda a vida do crente, até a morte, ou o seu encontro com Cristo, em sua vinda. É o estado vivencial daquele que é santo, que vive em santidade. A falta de santificação anula os efeitos da regeneração e da justificação. Diz a Bíblia: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).

3. Condições para Ser Salvo

“[...] ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.12,13). Essa palavra de Paulo está em perfeita harmonia com o ensino precioso de Cristo Jesus, em seus sermões: “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (Lc 9.23). É necessário o crente demonstrar arrependimento sincero, o que significa mudança radical em sua natureza, pensamentos, atitudes e práticas.
Para ser salvo, o crente precisa ter duas atitudes, opostas uma à outra. A primeira, é no sentido da negação ou da renúncia do próprio eu: “renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas” (Tt 2.12b; Lc 9.23); a segunda, é no sentido positivo, segundo o qual o salvo deve viver “neste presente século sóbria, justa e piamente” (Tt 2.12c). Viver sobriamente é viver com a “simplicidade que há em Cristo” (2Co 11.3). A vida de luxo e ostentação não combina com essa condição exemplificada por Jesus. A sobriedade deve fazer parte do cotidiano da vida do crente (1Pe 1.13; 4.7; 5.8). Viver justamente é ter uma vida pautada pela prática da justiça fundamentada em Cristo Jesus. Não é a justiça do homem, que é falha e discriminatória.
A uns, a justiça humana é aplicada de uma forma; a outros, de outra forma, mesmo que as circunstâncias das transgressões sejam idênticas. Mas a justiça de Cristo, no crente, faz com que ele viva de maneira justa, em consonância com a Lei de Deus (SI 23.3; Pv 12.28). Viver piamente significa viver de acordo com a piedade (gr. eusebeia) cristã, é viver em santidade e respeito à Palavra de Deus, em santificação. Todo esse cuidado com o comportamento cristão não é sem finalidade, mas tem um propósito muito elevado, face à vinda de Cristo: “aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo”.
Paulo doutrinou aos coríntios, acerca da salvação, demonstrando de forma consistente que, para ser salvo, é necessário permanecer no “caminho estreito” (Mt 7.14), em obediência à vontade de Deus. “Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado, o qual também recebestes e no qual também permaneceis; pelo qual também sois salvos, se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado, se não é que crestes em vão” (1Co 15.1,2). De propósito, destacamos o “se”, que indica condição indispensável para a salvação. Sem essa permanência e retenção dos ensinos de Cristo, a fé do crente é vã e morta (Tg 2.17). Somente valorizando a “graça salvadora” é que o crente pode fazer parte do povo de Deus. Paulo diz a Tito que Jesus “se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniquidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras” (Tt 2.14; 1Pe 2.9). E ordena que esse ensino, de caráter devocional e prático, deve ser repassado com muito cuidado e zelo à igreja local: “Fala disto, e exorta, e repreende com toda a autoridade. Ninguém te despreze” (Tt 2.15). Nos dias presentes, há muita pregação, muita prédica ou preleção, mas há pouca exortação com doutrina (2Tm 4.2).

*Graça
"O conceito de graça é multiforme e sujeito a desdobramentos nas Escrituras. No AT, "hen", 'favor', é o favor imerecido de um superior a um subalterno. No caso de Deus e do homem, hen é demonstrado por meio de bênçãos temporais, embora também o seja por meio de bênçãos espirituais e livramentos, tanto no sentido físico quanto no espiritual (Jr 31.2; Êx 33.19). Hesed, 'benevolência', é a firme benevolência expressada entre as pessoas que estão relacionadas, e particularmente em alianças nas quais Deus entrou com seu povo e nas quais sua hesed foi firmemente garantida (2Sm 7.15; Êx 20.6)." Para conhecer mais leia Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, p.  876.


II - A CONDUTA DO SALVO EM JESUS
1. Sujeição às Autoridades Legítimas
“Admoesta os a que se sujeitem aos principados e potestades, que lhes obedeçam e estejam preparados para toda boa obra” (Tt 3.1). Paulo tinha uma consciência muito viva quanto aos deveres cívicos e sociais a que os cristãos deveriam (e devem) submeter-se, desde que tal submissão não implique desobedecer à Lei de Deus. Nesta parte da carta a Tito, ele exorta a que ensine aos crentes que se sujeitem “aos principados e potestades”. E uma linguagem muito antiga ou arcaica, que pode ser mais bem expressada em termos mais recentes, na linguística da tradução bíblica. O cristão sincero deve obedecer aos governantes e autoridades que cuidam da vida administrativa, social e política das nações. Ressalvando que essa obediência cívica não deve suplantar a obediência à cidadania cristã, ou à cidadania dos céus. Jesus mandou dar “a César o que é de César” e “a Deus o que é de Deus” (Mt 22.17- 21). O texto em apreço termina com a observação: “que lhes obedeçam e estejam preparados para toda boa obra” (Tt 3.1 b). Ou seja: que devemos obedecer às autoridades, no que concerne à prática de “toda boa obra”, e não de qualquer obra.

2. O Relacionamento Cristão
Após doutrinar sobre deveres sociais e cívicos, perante as autoridades, Paulo diz a Tito que ensine aos crentes a saberem comportar-se no relacionamento humano: “[...] que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas modestos, mostrando toda mansidão para com todos os homens” (3.2). Vejamos abaixo alguns comportamentos exigidos dos cristãos.

1) Não infamem a ninguém
Infâmia é “crime contra a honra”, capitulado no Código Penal do Brasil e de países civilizados. E sinônimo de calúnia. No original grego, eqüivale a “blasfêmia”. E pecado muito grave infamar alguém, na igreja ou fora dela. E passível de sanção judicial ou condenação na justiça humana. Muito mais, na Lei de Deus. Normalmente, a infâmia é ditada com intenção maligna de prejudicar alguém. O cristão deve cultivar o fruto do Espírito da “benignidade”, que é a qualidade de quem só faz o bem (G1 5.22).

2) Não sejam contenciosos
Escrevendo a Timóteo, Paulo diz: “E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor” (2Tm 2.24). Contendas, nas igrejas, geralmente têm resultados muito prejudiciais. Isso não agrada a Deus.

3) Mostrem “mansidão para com todos os homens”
Em um mundo em que os prepotentes, autoritários e violentos são os que dominam, é difícil ser manso, sem sofrer consequências morais ou emocionais. Mas deve ser característica marcante do servo de Deus ser “manso e humilde de coração”, como Jesus ensinou (Mt 11.29). Além de não ser interessante a contenda, no meio cristão, o crente precisa ser “manso para com todos, apto para ensinar, sofredor” (2Tm 2.24b).

3. A Lavagem e a Renovação do Espírito Santo

“Porque também nós éramos, noutro tempo, insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros” (Tt 3.3). Neste parágrafo da carta, Paulo traz à lembrança o que “nós éramos”, não apenas ele, Tito e os demais cristãos. E enumera várias qualidades ou adjetivos, e situações que eram próprias da velha vida de pecado, longe de Deus; ou do “velho homem”, que foi crucificado com Cristo (Rm 6.6); que era corrompido “pelas concupiscências do engano” (Ef 4-22; Cl 3.9); esse “velho homem”, ou velha criatura, possuía qualificações dissonantes com o “novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.24). São seis características discriminadas por Paulo que caracterizam o homem no pecado:
1) insensatez
Refere-se à velha vida, plena de loucura, imprudência, leviandade e incoerência, que leva muitos à perdição eterna. Trata-se de condição de quem não é prudente para buscar a Deus, esperando a vinda de Jesus. Ele também falou sobre o homem “insensato”, que edifica sua casa sobre a areia (Mt 7.26). E desastre espiritual inevitável.

2) Desobediência
Refere-se à desobediência a Deus e à sua Palavra. O velho homem, dominado pelo pecado, vive em aberta rebelião ou insubordinação contra Deus. E a desobediência é o pecado mais comum, a “mãe” de todos os pecados, cometidos pelo homem, em todos os tempos (Rm 11.30), que são “filhos da desobediência” (Ef 2.2; 5.6; Cl 3.6ss).

3) Extravio
Sem Deus, sem a salvação em Cristo, o homem é um extraviado, como ovelha sem pastor (Mt 9.36). E uma situação difícil e por vezes desesperadora. Mas é feliz quem faz como o “filho pródigo”, que tomou a decisão sábia de retornar humilhado à casa do pai, onde foi recebido com amor e misericórdia (Lc 15.18-24).

4) Servindo a “várias concupiscências e deleites”
Outra tradução fala de “paixões e prazeres”, que dominam a vida do homem sem Deus. Os deleites da carne impedem que o homem se converta a Deus de verdade, sufocado pelos “espinhos” da vida (Lc 8.14). As concupiscências da vida, ou os desejos exacerbados da carne, são impedimento para uma vida de santidade e fidelidade a Jesus (1Pe 4.3; Jd 16). De modo geral, esse tipo de prática está relacionado aos pecados sexuais.

5) “Vivendo em malícia e inveja”
Malícia é sinônimo de maldade, perversidade, malignidade. Um cristão, nascido de novo, não pode andar com esse tipo de sentimento ou de prática em sua vinda íntima nem no relacionamento com os outros. A malícia não deve fazer parte da vida cristã (Ef 4.31; Cl 3.8). A inveja é outro sentimento indigno para um cristão sincero; é sentimento carnal, ou de influência diabólica, que faz com que uma pessoa sinta-se mal com o sucesso do outro. E sentimento destruidor não só da paz interior, mas que é devastador para a saúde física. É “a podridão dos ossos” (Pv 14.30).

6) Odiosos, odiando “uns aos outros”
Completando o quadro memorativo do que era o “velho homem”, Paulo lembra a Tito que, no trato passado, “nós” éramos “odiosos” e odiávamos “uns aos outros”. Ódio é sinônimo de rancor, de raiva, interiorizado no coração ou na mente da pessoa. Quem odeia faz muito mais mal a si mesmo do que à pessoa ou ao objeto odiado. O ódio ou o rancor, internalizado e guardado no coração é devastador também da saúde mental e física. Além disso, perante Deus, aquele que odeia ou aborrece seu irmão não entra no céu, e é considerado criminoso (1Jo 3.15).

Toda essa lista negra de qualidades ruins foi mudada, na vida do salvo, quando teve o encontro com Cristo e experimentou a “lavagem da regeneração do Espírito Santo” (Tt 3.4-7).

SUBSÍDIO DIDÁTICO
A Natureza da Política
"A essência da política é a luta por poder e influência. Todos os grupos e instituições sociais precisam de métodos para tomar decisões para seus membros. A política nos ajuda a fazer isso. A palavra grega da qual política é derivada é polis, que significa 'cidade'. Política no sentido clássico envolve a arte de fazer uma cidade funcionar bem. Também ajuda a administrar nossas organizações e governos. Quando nosso sistema político é saudável, mantemos a ordem, provemos a segurança e obtemos a capacidade de fazer coisas como comunidade que não poderíamos fazer bem individualmente. Votamos as leis, fazemos a polícia impô-las, arrecadamos impostos para estradas, sistemas de esgoto, escolas públicas e apoio nas pesquisas de câncer. Em nossas organizações particulares, um sistema político sadio nos ajuda a adotar orçamentos, avaliar pessoal, estabelecer e cumprir políticas e regras e escolher líderes. No melhor dos casos, a política melhora a vida de um grupo ou comunidade. A política toma uma variedade de formas, como eleições, debates, subornos, contribuições de campanha, revoltas ou telefonemas para legisladores. Como vê, alistei maneiras nobres e ignóbeis de influenciar as decisões de um sistema político. Algumas delas são formais, como as eleições, ao passo que outras são informais, como telefonar para vereadores, deputados e senadores e pressioná-los a votar do nosso modo" (PALMER, Michael D. Panorama do Pensamento Cristão. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p.447).

III - AS BOAS OBRAS E O TRATO COM OS HEREGES
1. A Prática das Boas Obras
“Fiel é a palavra, e isto quero que deveras afirmes, para que os que creem em Deus procurem aplicar-se às boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos homens” (Tt 3.8). Mais uma vez, Paulo ressalta o valor das boas obras na vida do crente em Jesus. O cristão deve cultivar e demonstrar o fruto do Espírito em sua vida. As boas obras são sinal evidente de uma vida frutífera e produtiva na presença de Deus. “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda” (Jo 15.16). Esse “fruto” é concretizado por meio do testemunho eloquente de uma nova vida em Cristo. Materializa-se na prática de boas obras, na demonstração de atitudes e práticas que concorrem para a glória de Deus: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31).

2. Como Tratar com os Hereges
Os hereges ou os falsos mestres tinham oportunidade, tanto em Éfeso como em Creta e em outros lugares onde o cristianismo chegava com sua mensagem salvadora. Satanás logo procurava induzir pessoas que se convertiam ao erro, por intermédio de homens de má índole, que procuravam perturbar a estabilidade das igrejas que iam sendo abertas em todos os lugares. Assim, da mesma forma que advertira quanto aos falsos ensinos na igreja de Éfeso (2Tm 2.23), Paulo chamou a atenção de Tito para o mesmo tipo de discussão estéril e prejudicial à fé genuína dos cretenses: “Mas não entres em questões loucas, genealogias e contendas e nos debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs” (Tt 3.9).
Em uma exortação de apenas duas linhas de sua carta a Tito, Paulo resumiu a maneira como se deve tratar o herege, ou seja, aquele que, rejeitando a verdadeira fé, julga-se mais sábio e conhecedor do que os demais cristãos. Esses são arrogantes, presunçosos, e se acham “donos da verdade”. O apóstolo demonstra que é perda de tempo ficar discutindo ou argumentando com quem apóstata da fé e se afasta da sã doutrina de Cristo. Ele é incisivo e direto quanto ao trato com o herege: “Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido e peca, estando já em si mesmo condenado” (Tt 3.10,11).
Basta admoestar uma ou duas vezes, e, depois, apenas orar para que Deus se apiede de sua arrogância doutrinária.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"A segunda proibição que Paulo faz é contra os facciosos, aqueles que causam divisões por meio de discordâncias. 'Depois de uma e outra admoestação, evita-o', ou seja, tente ajudá-lo corrigindo o seu erro através de advertências ou aconselhamento. Tais inimigos só devem ter duas chances e então devem ser evitados.
'A razão pela qual o 'herege' deve ser rejeitado é justamente esta; em sua divisão, 'tal' homem demonstra que 'está pervertido e peca, estando já em si mesmo condenado'. Ao persistir em seu comportamento divisor, o 'falso mestre' tornou-se pervertido ou 'continua em seu pecado', deste modo 'se autocondenando'. Isto é, por sua própria persistência no comportamento pecaminoso, condenou a si mesmo, colocando-se de fora, sendo consequentemente rejeitado por Tito e pela igreja" (Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 1.ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.1515).

CONCLUSÃO
A graça de Deus, manifestada por meio de Cristo, é a mais alta expressão do seu amor, misericórdia e bondade para com o homem pecador. Depois da Queda, rompeu-se a ligação direta entre o homem e Deus. Mas, por intermédio de Cristo, foi reconstituída essa ligação, tornando-se Ele o mediador entre o ser criado e o seu Criador. Essa graça que é salvadora, santificadora e redentora está à disposição de todos os homens, pois “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” (SI 24.1). Todos os seres humanos pertencem a Deus por direito de criação. Mas para serem salvos, precisam tornar-se filhos de Deus, crendo nEle como seu Salvador (Jo 1.12).

Notas
1 Myer PEARLMAN, Conhecendo as doutrinas da Bíblia, p. 218, 219.
2 Ibid., p. 218.
3 Eurico BERGSTÉN. Teologia sistemática, p. 129.
4 Stanley M. HORTON. Teologia sistemática, p. 371.

Fonte:
A Igreja e o seu Testemunho - As ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais
As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais - Elinaldo Renovato de Lima (livro de Apoio)
Revista Ensinador Cristão - CPAD - nº63
Dicionário Bíblico Wycliffe CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia Defesa da Fé



PARA REFLETIR
A respeito das Cartas Pastorais:
O que é graça?
É o favor imerecido que Deus concede ao homem, por seu amor, bondade e misericórdia.
Como podemos alcançar a graça salvadora?
Crendo em Deus e aceitando Jesus como o nosso único e suficiente Salvador.
Qual é a fonte da justificação do homem?
A graça de Deus.
Quem é considerado homicida no evangelho da graça?
Qualquer que aborrece o seu irmão.
De acordo com a lição, como devemos tratar os hereges?
Devemos evitá-los, não nos envolvendo em discussões tolas. 


Sugestão de leitura:
Aqui eu Aprendi!

sábado, 19 de setembro de 2015

Exortações gerais - A Igreja e o seu testemunho

Em tudo, te dá por exemplo de boas obras; na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade” Tt 2.7

Nesta lição os temas a serem tratados são de natureza prática. O capítulo apreciado por nós é o 2 da epístola de Paulo a Tito. Nele, o apóstolo emite uma série de conselhos práticos ao jovem pastor dentre os quais podem ser destacados os seguintes: o respeito às pessoas idosas; o cuidado que as mulheres jovens devem ter (isto é, por intermédio dos conselhos das mulheres idôneas); exortação aos jovens à moderação; ao próprio Tito para ser exemplo em toda boa obra; admoestação aos servos para honrarem os seus senhores.
Uma série de conselhos práticos foi repassada a Tito para que as igrejas de Creta fossem educadas e desenvolvessem assim uma ética cristã segundo os preceitos de Cristo Jesus, o nosso Senhor.

Antes de aconselhar qualquer pessoa, o líder cristão é quem deve dar o primeiro exemplo em tudo. Assim, alguns cuidados e zelos esse líder deve demonstrar para com a Igreja de Deus: “fala o que convém a sã doutrina”; saber falar e ouvir; integridade no falar.

O líder cristão deve ter o compromisso de expor as Escrituras Sagradas com fidelidade, pois a isto é o que se refere a expressão “fala o que convém a sã doutrina”. É não abrir mão de proclamar todos os desígnios de Deus contidos nas Escrituras. É expor a verdade de Deus com autoridade, dignidade e integridade. Entretanto, isso não significa que o líder cristão só deva falar. Muito pelo contrário, o ministro vocacionado por Deus deve ter a paciência de ouvir a demanda do rebanho do Senhor. Muitas ovelhas procuram os seus pastores para receberem aconselhamentos para as suas vidas. O pastor não pode se furtar de cumprir esse mandato do Senhor, pois eles velam pelas almas das ovelhas (Hb 13.17).

Além de falar o que convém a “sã doutrina” saber falar e ouvir o rebanho, o líder cristão deve ter uma integridade em seu falar. Muitos problemas seriam evitados se muitos líderes tivessem maior sabedoria para falar com os jovens, com os mais velhos, com as mulheres e tantas outras pessoas que gostam de respeito e diálogo. Um líder cristão não pode furtar-se do diálogo, da boa conversa. Mas tudo com integridade e dignidade de alma e de mente.

As últimas exortações do apóstolo ao jovem pastor de Creta visam relembrá-lo da importância do trabalho de um verdadeiro pastor. Um verdadeiro pastor não vive para si mesmo, mas para o outro. Por isso que o chamado pastoral é para poucos, ainda que, infelizmente, muitos se aventurem nessa vocação não aberta ao grande público. Ensinador Cristão nº63

As cartas pastorais — escritas por Paulo e enviadas às igrejas de Éfeso e de Creta por mãos de Timóteo e de Tito, respectivamente — são verdadeiros manuais de Administração Eclesiástica. Elas contêm doutrina, ensino, exortações, quanto a assuntos práticos, mas, também, diretrizes gerais sobre liderança, designação de obreiros, suas qualificações, as responsabilidades espirituais e morais do ministério, o relacionamento com Deus, com os líderes e as relações interpessoais. São riquíssimas fontes de ensino precioso para edificação das igrejas locais, nos tempos presentes.

A Palavra de Deus tem Exortações de grande valor para todos os crentes, em todos os lugares.

O Apostolo Paulo exortou a Tito como tratar as pessoas em suas diversas faixas etárias.

EXORTAÇÕES QUE SERVEM DE REFERENCIA CRISTÃ

O texto que vamos estudar neste capítulo revela quanto o apóstolo Paulo era cuidadoso com a igreja local. Ele não apenas se preocupava com a doutrina, com o ensino, com as exortações de caráter espiritual propriamente dito. Muito diferente de alguns obreiros ou líderes, que não têm sensibilidade para valorizar o lado humano da igreja ou das pessoas. Paulo, mais uma vez, em uma carta, tece considerações e ensinos sobre diversas faixas etárias de crentes em Jesus. Já fizera recomendações semelhantes em sua primeira carta a Timóteo 5.1,2. (ver Conselhos gerais - A Igreja e seu testemunho)

Novamente, ao escrever a Tito, seu fiel “companheiro” e “cooperador” (2Co 8.23) e “verdadeiro filho” (Tt 1.4), Paulo exorta acerca do tratamento humano e fraternal que deve ser dado a diversas classes de pessoas, não só como cristãs, membros de uma igreja local, mas como pessoas, com suas carências e necessidades emocionais e físicas. A visão de Paulo era ampla, abrangente, holística. Há pessoas que, na liderança da igreja, voltam-se mais para os adultos e se esquecem dos jovens, dos adolescentes e das crianças. Outros valorizam sobremaneira os idosos, os velhos, os anciãos, mas não dão muita atenção aos de mais idade. Todavia, Paulo sabia que as ovelhas do rebanho de Jesus precisam ser bem assistidas, independentemente de sua faixa etária, sexo ou condição social.

Os conselhos de Paulo tinham como alvo os crentes das igrejas de Creta. Mas o porta-voz deveria ser o jovem obreiro Tito. Depois de doutrinar sobre a organização da igreja local quanto aos requisitos para a consagração de obreiros, e como tratar os “contradizentes” e falsos crentes, Paulo torna-se mais enfático e voltado para o dia a dia das pessoas, ao longo de sua vida humana. Chama-nos a atenção o fato de Paulo escrever tanto sobre jovens e adultos, mas parece que se esqueceu das crianças, de como a igreja local deveria tratá-los, pois não apresenta ensinos específicos, senão para “filhos” em geral (Ef 6.1,4; 1 Ts 2.7,11). Provavelmente, Paulo teria sido casado, pois era membro do Sinédrio (cf. At 22.5; 26.10), ou viúvo, com base em 1 Coríntios 7.7a, e pelo fato de ter profundo conhecimento sobre o matrimônio e suas implicações para a vida cristã.

Nesta seção da carta a Tito, Paulo não se esqueceu de exortar sobre o exemplo que o obreiro deve dar para com todas as pessoas, tanto da igreja como de fora. A Timóteo, ele já houvera dado semelhante conselho: “Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza” (1Tm 4.12).
As cartas pastorais são uma fonte bíblica e confiável sobre doutrina, prática e ensinamentos importantes para o melhor desempenho das funções ministeriais, notadamente para os líderes cristãos, que, nos dias presentes, carecem de fundamentos para suas decisões, providências e medidas, necessárias à sua administração eclesiástica.



I - O QUE O OBREIRO DEVE FALAR
Após as advertências contra os que não se comportam à altura da condição de servo de Deus, Paulo adverte a Timóteo sobre o que ele deve dizer ou falar diante da igreja e dos homens em geral. “Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina” (Tt 2.1). Sem dúvida, é uma grande lição para os obreiros cristãos, em todos os lugares, em todo o tempo. Esses precisam saber expressar-se, transmitindo mensagens, ensinamentos, exortações e sermões, nos momentos mais diversos. Saber falar é uma arte, uma virtude. E o apóstolo orienta que o parâmetro sobre o que falar é o que “convém à sã doutrina”, ou seja, o que é conveniente, diante dos princípios da Palavra de Deus. Tiago, apóstolo de Jesus, deixou precioso ensino sobre o saber falar: “Sabeis isto, meus amados irmãos; mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tg 1.19).

Há pessoas, nas igrejas, que falam demais. E dizem o que não deveriam dizer, causando problemas de relacionamento. Ser “tardio para falar” e “pronto para ouvir” é sinal de sabedoria. O falar do crente em Jesus, e mais ainda do obreiro, deve ser sério e de acordo com os ditames da Palavra de Deus.

O púlpito é lugar de grande responsabilidade para quem dele faz uso. A mensagem deve glorificar a Deus e ser motivo de glorificação no ministério pastoral. Escrevendo aos romanos, Paulo declarou: “Porque convosco falo, gentios, que, enquanto for apóstolo dos gentios, (exalto)glorificarei o meu ministério” (Rm 11.13). Ele sabia da grande missão de ser apóstolo ou “doutor dos gentios”. Seu conhecimento, adquirido ao longo da sua vida, desde sua juventude, deveria ser colocado à disposição da igreja do Senhor Jesus, especialmente, na proclamação do evangelho aos gentios. O servo de Deus precisa ter cuidado para não falar coisas inconvenientes. “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem” (Ef 4.29). O obreiro deve ter “linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós” (Tt 2.8).

II - EXORTAÇÕES AOS IDOSOS, AOS JOVENS E SERVOS
1. Como os Velhos Devem Portar-se
“Os velhos que sejam sóbrios, graves, prudentes, sãos na fé, na caridade e na paciência” (Tt 2.2). A vivência com diversas igrejas, o contato com vários grupos de pessoas, fez com que Paulo tivesse experiência suficiente para exortar aos anciãos, às pessoas que, hoje, fazem parte da “Terceira Idade”, ou da “Melhor Idade”. Em nosso país, pessoa idosa é quem está com mais de 60 anos. Idade em que as experiências já se acumularam, ao longo da jornada. Mas há muitos que tiveram uma formação familiar e espiritual deficiente, e causam transtornos em casa e na igreja.

Uma das coisas mais constrangedoras é ver uma pessoa idosa agindo de modo ridículo ou inconveniente. Os velhos crentes, conforme esse ensino, devem ser “sóbrios”, isto é, simples, modestos, sem exageros. Alguns, por causa de sua formação deficiente, comportam-se de modo contrário à sã doutrina. Mas os idosos devem ser “graves”, ou seja, respeitosos, sérios e decentes. Isso não quer dizer que o idoso crente deve ser uma pessoa de “cara fechada”, ranzinza, intolerante.
Mas devem saber relacionar-se com todos, especialmente com os de menos idade. Os velhos crentes devem ser “prudentes”, sinônimo de cautelosos; devem ser “sãos na fé”, o que significa que devem ter segurança na sua maneira de crer e de ver as verdades e práticas cristãs. Devem, ainda, ser “sãos” “na caridade e na paciência”. Por vezes, a velhice torna-se inconveniente para algumas pessoas. Falta-lhes a paciência no relacionamento com os outros.
As doenças, os distúrbios próprios da idade avançada provocam alterações psicológicas ou emocionais, que tornam os velhos intolerantes, grosseiros ou até agressivos. Mas é preciso saber administrar esse importante estado da vida humana. As pessoas mais novas, na igreja ou na família, precisam saber tratar com os idosos, que têm problemas emocionais ou físicos. Acerca dos velhos crentes, disse o salmista: “Os que estão plantados na Casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e florescentes, para anunciarem que o Senhor é reto; ele é a minha rocha, e nele não há injustiça” (SI 92.13-15).

2. O Comportamento das Mulheres Idosas e dos Jovens
1) As mulheres idosas
No parágrafo anterior, vimos que os homens idosos devem ser exemplo em seu comportamento. Nesta seção, Paulo dá ensinamento sobre as mulheres de mais idade: “As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias no seu viver, como convém a santas, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras no bem” (Tt 2.3). Mulheres idosas, com mais de 60 anos, são pessoas que têm vivência e experiências de grande valor para serem exemplo para as gerações mais novas. A santidade que se requer de todos os crentes impõe que sejam “sérias no viver”.

Devem ser mulheres santas, que não andem com atitudes e maus exemplos, na igreja ou fora dela. Não devem ser caluniadoras (gr. diabolos), “não dadas a muito vinho”, o que indica que, na época de Paulo, o tomar vinho não era condenável, desde que fosse de forma moderada, “social”, como se diz atualmente. Mas é melhor evitar o uso de vinho alcoolizado. Um bom suco de uva integral, puro, tem o mesmo efeito sobre a saúde, e evita inconvenientes de ultrapassar o limite da sobriedade.

2) As mulheres mais novas
O que mais chama a atenção quanto ao comportamento a ser vivido pelas mulheres cristãs idosas é que devem ser “mestras do bem”. Sim, elas devem ser “mestras” para as mulheres mais novas. Estas devem ter comportamento exemplar, à altura de quem é nova criatura, e vive em conformidade com os princípios cristãos. “[...] para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos, a serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seu marido, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada” (Tt 2.4,5). Nesses versículos, vemos qualidades elevadas a serem cultivadas pelas mulheres cristãs.

As mulheres devem ser moderadas — uma mulher exagerada, exibida, excêntrica, que “gosta de aparecer”, não condiz com a modéstia cristã (1Tm 2.9); castas, ou seja, puras, que demonstrem comportamento cristão sério, e não carnal ou impuro; boas donas de casa — qualidade de grande valor para uma esposa cristã, que deve saber administrar bem o seu lar (Pv 14.1). Também devem ser sujeitas a seus maridos, exortação semelhante à que Paulo faz em Efésios 5.21-23 e Colossenses 3.18. As mulheres cristãs devem ter essas qualidades, “a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada”.

3) Os jovens cristãos
“Exorta semelhantemente os jovens a que sejam moderados” (Tt 2.6). Certamente, à época de Paulo, não havia diferenciação entre jovens e adolescentes. Todos os solteiros, em geral, eram considerados “jovens”. Nessa carta, a Tito, Paulo chama a atenção para o comportamento juvenil, exortando os jovens a serem “moderados”, ou comedidos, prudentes, sem exageros em seu comportamento. No contexto do Antigo Testamento, sob a Lei de Moisés, e depois, nos tempos do Novo Testamento, os jovens e adolescentes não eram tratados com o excesso de liberdades que lhes é concedido nos tempos atuais. De forma alguma, a disciplina, o respeito às normas e a obediência eram ensinados de forma zelosa, no próprio lar (Dt 11.18,19). O apóstolo João, escrevendo sobre os jovens cristãos, mostra o perfil de um jovem salvo, que decide ser fiel a Deus: “[...] Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno” (1 Jo 2.14). Com esse perfil, o jovem ou a jovem cristã demonstra moderação, no comportamento pessoal, no namoro, no noivado e no relacionamento com as pessoas em geral.

3. O Comportamento dos Servos Cristãos
Nesta parte da carta a Tito, Paulo passa dos ensinamentos, levando em conta sexo e idade, para a condição social dos servos cristãos. Aquela época, havia a escravidão. Como não podia eliminar tal tipo de relação entre patrão e empregados, Paulo procura disciplinar essa relação de trabalho e de condição social. A Tito, ele refere-se apenas ao comportamento dos servos perante seus senhores (Tt 2.9,10).

É preciso pontuar o assunto, e questionar com sabedoria. Se um patrão quer que uma serva cristã aceite adulterar ou prostituir-se com ele, ela deve aceitar? De forma alguma; o apóstolo ensina que os servos não devem contradizer ou defraudar seus senhores. Aqui, há dois aspectos. Se for necessário, e em defesa de sua fé, um servo ou serva cristã pode contradizer exigências descabidas de qualquer patrão; não deve contradizer ou se contrapor às exigências normais e legais da relação trabalhista; no aspecto da não defraudação, ele está plenamente correto, pois “defraudar” é sinônimo de “roubar”, “surrupiar” o que é alheio. E, segundo Paulo, os servos crentes devem comportar-se nesse padrão, “para que, em tudo, sejam ornamento da doutrina de Deus, nosso Salvador”.

Nos dias atuais, os pastores devem orientar os servos, empregados ou funcionários, na igreja, a saberem conduzir-se perante patrões, empresários, diretores ou presidentes, nas empresas, entidades ou órgãos públicos — sempre levando em conta sua condição de “filhos de Deus”, e servos do “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Ap 19.16).


SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Tito 2 - Os versos 2-10 são uma proteção espiritual — um medicamento ou um remédio que evita as enfermidades.
Paulo primeiramente ordena que ‘os velhos’ tenham quatro virtudes. A palavra grega para ‘velhos’ (presbytes) — e para ‘mulheres idosas’ (presbytis) em 2.3; cf. também presbytera (‘mulheres idosas’) em 1 Timóteo 5.2 — está relacionada à palavra grega empregada em Tito 1.5 para ‘presbíteros’ (presbyteros). Todas estas são derivadas da raiz léxica presby, ‘velho’. ‘Nos círculos judaicos e cristãos é frequentemente difícil distinguir entre a designação da idade e o título do ofício’ (Bromiley, 1985, 931). Todas as palavras acima também podem ser traduzidas como ‘presbítero [podendo ser aplicadas tanto a homens como a mulheres]’.
As instruções específicas de Paulo consistem em que os homens mais velhos sejam: (1) ‘temperantes’ ou ‘sóbrios’ (cf. 1Tm 3.2,11); (2) ‘graves’, ‘merecedores de respeito’ ou de bom caráter (cf. 1Tm 3.8); (3) ‘prudentes’ (cf. 1Tm 3.2; Tt 1.8; 2.5,6); (4) ‘sãos’ ou saudáveis nas três virtudes fundamentais: ‘na fé, na caridade e na paciência até o fim’. Ainda que nada disso seja explicitamente dito a respeito dos grupos mencionados a seguir, podemos assumir que isto seja esperado por parte de todos” (Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1511).


III - O BOM EXEMPLO EM TUDO
Concluindo essa seção da carta a Tito, Paulo dá um conselho pastoral bem pessoal, dirigido ao obreiro. “Em tudo, te dá, por exemplo, de boas obras; na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade, linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós” (Tt 2.7,8). E discrimina sete atitudes que servem de exemplo para os obreiros em todos os tempos.



"Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade, Linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós." Tito 2:7,8

1. Bom Exemplo
“Em tudo, te dá por exemplo de boas obras.” Ser exemplo é uma responsabilidade enorme para um cristão, especialmente para um obreiro. E ser exemplo “em tudo” é mais difícil ainda. As limitações humanas, as falhas próprias de cada um são fatores que dificultam essa condição especial. Mas Paulo como que desafiava Tito a ser esse padrão de comportamento, na prática de “boas obras”. Estas não são a fonte da salvação, mas são indispensáveis para demonstrar que o crente é de fato um salvo em Cristo Jesus. A salvação é pela graça (Ef 2.8,9), mas as boas obras fazem parte da vida cristã: “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10 - grifo nosso).

O crente é salvo, independentemente das obras da lei, como diz Paulo (Rm 3.20), perante Deus, mas a fé sem as obras, ou seja, sem testemunho, não tem valor perante os homens. Paulo aconselha Tito a ser “em tudo”, “exemplo de boas obras”.

2. Incorrupção na Doutrina
Assim como em Éfeso, em Creta, havia os falsos mestres, ensinadores de doutrinas corrompidas, eivadas de mistura com o gnosticismo e outras heresias dos primeiros tempos da igreja cristã. E Paulo advertiu quanto ao comportamento de Tito. Ele deveria ter muito cuidado com a doutrina, para que sua pregação e ensino fosse de modo correto, com fundamento na Palavra de Deus, na “doutrina dos apóstolos” (At 2.42).
Se ao apóstolo Paulo fosse dado o direito de ressuscitar, hoje, no século XXI, ele ficaria estarrecido com tanta corrupção doutrinária tomando conta de púlpitos, escolas, seminários, ditos cristãos; em programas através da mídia falada, escrita ou televisada. Ele veria a corrupção doutrinária no mercantilismo que invadiu muitas igrejas ditas neopentecostais, que “vendem” bênçãos por dinheiro; que utilizam manipulação psicológica para arrecadar mais recursos das pessoas em troca de elementos místicos ou “mágicos”, supostamente oriundos do “Rio Jordão”, do “Monte Sinai”, do “Monte Carmelo”, água “ungida”, lenço “ungido” e tantos outros ensinos e práticas que não têm fundamento na Palavra de Deus. Nunca na Bíblia as curas, ou milagres, sinais e maravilhas foram operadas, por Jesus ou por seus apóstolos, em troca de dinheiro. Isso é “simonia”, reprovada na mensagem dos apóstolos (At 8.20,21).

  • Simonia é a venda de favores divinos, bençãos, cargos eclesiásticos, prosperidade material, bens espirituais, coisas sagradas, perdões, objetos ungidos, etc. em troca de dinheiro. É o ato de pagar por sacramentos (como indulgências) e consequentemente por cargos eclesiásticos ou posições na hierarquia da igreja. A etimologia da palavra provém de Simão Mago, personagem referido nos Atos dos Apóstolos (8, 18-19), que procurou comprar de Pedro o poder de transmitir pela imposição das mãos o Espírito Santo ou de efetuar milagres.

3. Gravidade e Sinceridade
São atitudes que equivalem a seriedade. Um obreiro deve ser sério, honesto, com postura que honre a Deus e ao seu ministério. Muitos escândalos têm perturbado a Igreja do Senhor Jesus, ao longo da história, por causa de comportamento irresponsável, frívolo e vulgar de alguns obreiros. Completando a lista de recomendações, Paulo diz que Tito deve ter “linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós”. E conduta exemplar, exigida de todos os que querem ser obreiros, dedicados à obra do Senhor.

Precisamos compreender o chamado cristão para a Família Cristã cultivar bons exemplos de vida.
No texto de Paulo a Tito, todos os homens, mulheres, idosos e jovens da igreja são desafiados a cultivarem virtudes como "autodomínio", "perseverança" e "amor". Por isso, a afirmação de Paulo "para que a palavra de Deus não seja blasfemada". Só é possível isso acontecer quando a família cristã persevera no modelo dado por Deus, por intermédio do Evangelho, e vive em família como Jesus viveu: sua mensagem, seu anúncio, seus princípios e valores. 

CONCLUSÃO
Uma igreja local é a materialização da igreja visível. Nela, podem-se observar os diversos tipos de pessoas que aceitam a Cristo, de verdade ou não. Os que são crentes verdadeiros demonstram ser novas criaturas pelo seu porte, testemunho e por suas obras. Os que são falsos crentes também se revelam por seu caráter, expresso em sua conduta. A Palavra de Deus é o referencial para todo comportamento cristão, em todas as faixas etárias da vida.

Fonte:
A Igreja e o seu Testemunho - As ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais
As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais - Elinaldo Renovato de Lima (livro de Apoio)
Revista Ensinador Cristão - CPAD - nº63
Dicionário Bíblico Wycliffe CPAD 
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia Defesa da Fé

sábado, 12 de setembro de 2015

A organização de uma Igreja local - A Igreja e o seu testemunho

Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei” Tito 1.5

A organização de uma igreja local
Segundo os estudiosos, a epístola do apóstolo Paulo a Tito foi escrita aproximadamente no ano de 64 d.C., e provavelmente, foi redigida na Macedônia, uma província que fazia fronteira com a Grécia. Por certo, a carta foi escrita no tempo em que Paulo estava sob a custódia dos soldados romanos.

Nesta epístola, podemos dizer que há pelo menos quatro assuntos principais ensinado pelo apóstolo Paulo:
(1) O ensino sobre o caráter e as qualificações espirituais necessárias a todos os que são separados para o ministério na igreja — isto é, “homens piedosos”, “de caráter cristão comprovado” e “bem sucedidos na direção da sua família” (1.5-9);
(2) estímulo a Tito para ensinar a “sã doutrina”, repreender e silenciar os falsos mestres (1.10—2.1);
(3) descrição de Paulo para Tito do devido papel dos anciões (2.1,2), das mulheres idosas (2.3,4), das mulheres jovens (2.4,5), dos homens jovens (2.6-8) e dos servos (2.9,10) na comunidade cristã em Creta;
(4) por último, o apóstolo enfatiza que as boas obras e uma vida de santidade a Deus são o devido fruto da fé genuína (1.16; 2.7,14).

Mediante essa lista de requisitos, notamos o quanto é importante que, em primeiro lugar, quem se sente vocacionado para um chamado ministerial, acima de tudo, seja reconhecido pela Igreja de Cristo. O ministério na vida de uma pessoa não é algo oculto, ou de conhecimento apenas para quem o deseja, mas é manifesto, reconhecido pela comunidade local a quem ele serve. O ministério de Deus na vida de um vocacionado também não é confirmado por uma só pessoa, mas confirmado e aprovado pela Igreja de Cristo reunida naquela comunidade local. O ministério vocacional de um escolhido por Deus, que ama o Senhor acima de todas as coisas, tem de ser reconhecido pelo Corpo de Cristo, a igreja local.
Mas é preciso a igreja local saber discernir "quem é" de "quem não é" vocacionado para o ministério. Para isso, o nosso Deus manifestou a sua vontade nas Escrituras por intermédio do apóstolo Paulo sobre as características de como deve ser uma pessoa vocacionada para o santo ministério. A Igreja de Cristo não pode se furtar dessa responsabilidade, pois segundo a herança da tradição da Reforma Protestante: não há um sacerdote como representante de Deus para o povo; muito pelo contrário, em Cristo, todos somos sacerdotes, a nação santa e o povo adquirido para propagar o Evangelho. Revista Ensinador Cristão

A igreja local deve subordinar-se à orientação de Deus, através de sua Palavra, que é o “Manual de Administração Eclesiástica” por excelência.

“Tito, como 1 e 2 Timóteo, é uma carta pessoal de Paulo a um dos seus auxiliares mais jovens. É chamada de ‘epístola pastoral’ porque trata de assuntos relacionados com ordem e o ministério na igreja. Tito, um gentio convertido (Gl 2.3), tornou-se íntimo companheiro de Paulo no ministério apostólico. Embora não mencionado nominalmente em Atos (por ser, talvez, irmão de Lucas), o grande relacionamento entre Tito e o apóstolo Paulo vê-se:
(1) nas treze referências a Tito nas epístolas de Paulo,
(2) no fato de ele ser um dos convertidos e fruto do ministério de Paulo (Tito 1.4; como Timóteo), e um cooperador de confiança (2Co 8.23),
(3) pela sua missão de representante de Paulo em pelo menos uma missão importante a Corinto durante a terceira viagem missionária do apóstolo (2Co 2.12,13; 7.6-15; 8.6,16-24), e
(4) pelo seu trabalho como cooperador de Paulo em Creta (1.5)”
(Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, 1995, pp.1886-87).

A epístola de Paulo a Tito demonstra com vigor as qualificações honestas para quem se pretende pastor.

Vamos estudar sobre a terceira carta pastoral de Paulo, destinada a Tito. Se Timóteo foi encarregado de transmitir ensinamentos, exortações e mensagens a uma igreja que sofria os ataques dos falsos mestres, Tito teve missão semelhante, porém com uma incumbência a mais, que foi a de estabelecer presbíteros, “em cada cidade”, pondo “em ordem” coisas que deveriam ser bem organizadas e estabelecidas. Paulo demonstra, na carta a Tito, que não era apenas pregador, ensinador e “doutor dos gentios”, mas, também, um administrador eclesiástico de larga visão ministerial.

Ele sabia avaliar as necessidades da obra do Senhor. E orientou Tito para que selecionasse obreiros cristãos, que podiam ser separados ou consagrados a presbíteros, como líderes que ficariam encarregados da direção de novas igrejas, “de cidade em cidade” (Tt 1.5). Dessa designação é que as igrejas em geral entendem que o cargo ou função de presbítero deve ser local, sendo suscetível de reconhecimento ministerial por parte de outras igrejas. Chama a atenção, mais uma vez, nas cartas pastorais, o cuidado de Paulo quanto às qualificações a serem exigidas para o exercício das funções ministeriais, em especial, no caso dos presbíteros.

São funções ministeriais idênticas às que constam de 1 Timóteo 3.1-7, em que Paulo fala a Timóteo para que observe tais requisitos, na administração eclesiástica da igreja em Éfeso. Esse detalhe mostra que as três epístolas pastorais formam de fato uma unidade de pensamento e de finalidade, pois têm a mesma autoria. Nessas cartas, as orientações são aplicáveis à administração eclesiástica, nas igrejas locais, em todos os tempos e lugares. Por não serem observadas, nos dias presentes, em muitos ministérios é que têm ocorrido sérios problemas organizacionais e de relacionamento entre obreiros.

A lista de qualificações, constantes de Tito 1.6-8, corrobora o extraordinário discernimento que Paulo teve, como nenhum outro apóstolo, com relação aos requisitos para ser um presbítero, um bispo ou um pastor. A organização eclesiástica deve começar com a organização ministerial. E esta se faz com obreiros primeiramente chamados por Deus de forma convincente (2Tm 2.15). A observância das qualificações bíblicas para o ministério evita a “consagração” de obreiros oportunistas ou aventureiros, que se servem da igreja em lugar de servirem à igreja. Em segundo lugar, com o preparo desses obreiros para assumir as grandes responsabilidades da Igreja, através das igrejas locais. O século XXI apresenta desafios muito maiores para o exercício pastoral do que em qualquer outra época da História.

Na introdução da carta a Tito, vemos que, a exemplo do que disse acerca de Timóteo, Paulo também teceu comentário sincero e reconhecedor do valor do destinatário, como obreiro fiel, fruto do seu abnegado ministério de evangelização e missões: “a Tito, meu verdadeiro filho, segundo a fé comum: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador” (Tt 1.4). Tito era amigo de longa data. De origem grega, foi companheiro de Paulo, ao lado de Barnabé, desde que começou de fato seu trabalho, após ter o apoio dos líderes da Igreja, em Jerusalém (G1 2.1-9).

I - ORGANIZAÇÃO DA IGREJA E ESCOLHA DOS OBREIROS
1. Resultado de uma Viagem Missionária
“Em sua carta a Tito, Paulo mostra que é um verdadeiro pastor e líder, chamado por Deus (1Co 1.1; G11.1), e tem cuidado das igrejas que fundou em suas viagens missionárias. E diz para seu discípulo: ‘Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei’ (Tt 1.5). De acordo com o entendimento da época, a igreja local deveria ter à frente um obreiro experiente e de mais idade. Que fosse um ancião, Um jovem obreiro pode ter muito conhecimento bíblico e até muita unção de Deus. Mas a experiência só se consegue com o tempo, com o passar dos anos (Jó 32.7)”.1 O texto indica que Paulo estivera em Creta, em uma de suas viagens missionárias, em companhia de Tito, cumprindo a sua tarefa de pastor e bispo, ou supervisor da obra de evangelização, em ocasião diferente da viagem em que sofreu terrível naufrágio e foi salvo pela bondade de Deus (ver At 27.8).

Em sua visita à famosa ilha, Paulo percebeu a necessidade de deixar ali, como obreiro supervisor, o seu discípulo amado, Tito, que sempre lhe fora fiel e disponível para ajudar na obra. Sabedor de que um pastor ou missionário não pode fazer tudo nem atender a todas as igrejas por ele fundadas, Paulo escolheu Tito para prosseguir o trabalho por ele iniciado. Ao que tudo indica, a viagem a Creta deve ter ocorrido após a sua saída da prisão, no primeiro encarceramento, que durou dois anos (At 28.30), e sua última prisão, que resultou em sua morte. A carta a Tito, portanto, deve ter sido escrita antes de 1 Timóteo.

Com a incumbência confiada por Paulo, Tito tornou-se uma espécie de supervisor missionário, com autoridade delegada para visitar, acompanhar e avaliar todos os trabalhos abertos, nas diversas cidades da ilha. Uma providência ministerial de grande valor, pois muitos trabalhos missionários são abertos, em lugares diversos no mundo, e não são avaliados por uma supervisão efetiva.

2. Colocando em Ordem as Atividades na Igreja
As necessidades de organização das igrejas, na época de Paulo e de Tito, eram bem prementes. A obra do Senhor estava crescendo, e certamente distorções, dificuldades e transtornos eram observados pelos supervisores da obra. Mas aquelas atividades eram idênticas às que são observadas hoje nas igrejas locais. Estas podem ser resumidas, pela ordem de importância e prioridade, nas seguintes ações:

1) Evangelização e discipulado
Essas atividades não são “modernas”, mas sempre foram desenvolvidas, desde os primórdios das igrejas locais. Por meio da mensagem do evangelho, as pessoas aceitavam a Cristo como seu Salvador, mas precisavam de ensino apropriado à sua condição de novos convertidos para se tornarem discípulos de Jesus. Paulo dava muito valor ao discipulado. Ele ficou um ano e meio em Corinto, “ensinando entre eles a palavra de Deus” (At 18.11). Em outra viagem, passou “sucessivamente pela província da Galácia e da Frigia, confirmando a todos os discípulos” (At 18.23). Tito tinha a missão de reforçar as atividades de evangelização, discipulado e integração dos irmãos nas igrejas por onde ele passava, com autoridade delegada pelo apóstolo supervisor.

2) Adoração a Deus
Depois da conversão, vem a adoração. Logo em seus primeiros passos, o novo discípulo precisa ser ensinado e levado à adoração sincera a Deus. Naturalmente, na época de Paulo, não havia hinários cristãos à disposição dos crentes. Eles louvavam a Deus, certamente, utilizando o saltério, ou os cânticos dos salmos que, em sua maioria, são adequados para louvar a Deus, em todos os tempos, e em todos os lugares, pelo mundo afora. Mas Paulo era um adorador por excelência. E incentivava o cântico e o louvor nas igrejas por onde passava ou para quem enviava suas epístolas: “falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração” (Ef 5.19). Na organização e funcionamento das igrejas, em Creta, não poderia ser diferente. Tito teria que lembrar aos irmãos o valor da adoração a Deus.

3) Ensino e educação cristã
Estabelecer igrejas significa não apenas inaugurar um edifício, ou mesmo dar início a uma comunidade cristã, num determinado local. Significa reunir pessoas que se tornam cristãs, congregá-las num local, ainda que sem melhores estruturas físicas, para ministrar-lhes o ensino da Palavra de Deus. Paulo enviou Tito a Creta para ensinar as igrejas locais e os líderes que haveria de estabelecer, dando destaque ao ensino da Palavra de Deus. Sem ensino fundamentado na Palavra de Deus, nenhuma igreja pode sustentar-se firme na Rocha dos Séculos.

4) Integração entre os irmãos
Uma das características da igreja em seus primórdios era a união e a comunhão entre os crentes. “Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum” (At 2.44). Não havia apenas reunião entre os primeiros cristãos, mas havia união e comunhão, em torno dos que se integravam uns com os outros. Certamente, Tito deve ter ensinado aos irmãos de Creta a importância da comunhão com Deus, com Cristo, com o Espírito Santo e com os irmãos.

5) Assistência social ou ajuda mútua
Os cristãos, em seus primórdios, levavam a comunhão (koinonia) tão a sério que chegaram a tomar atitudes radicais em relação às necessidades. “Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos” (At 4.34). Tito, representando Paulo, deve ter orientado os crentes de Creta a respeito desse importante objetivo da igreja local.

6) Organização e administração patrimonial
Nos primeiros séculos do cristianismo, a Igreja nasceu de forma bem simples e desprovida de estrutura física para a acolhida dos irmãos. A princípio, reuniam-se no cenáculo (At 1.13); depois, no alpendre de Salomão (At 5.12); com o passar dos anos, os cristãos reuniam-se no Templo e nas casas de suas famílias (At 5.42; 20.20). Em Creta, provavelmente, a organização das igrejas teve início nas casas, nos lares cristãos.

3. Qualificações dos Bispos ou Presbíteros
Em sua carta a Tito, Paulo indica as qualificações para o presbitério (ou episcopado) idênticas às que constam em 1 Timóteo 3.1-7. Em seguida, mostra que “o bispo”, o mesmo que presbítero no texto (Tt 1.5) deve ser pessoa íntegra, irrepreensível, “como despenseiro da casa de Deus” (Tt 1.7a). Outras qualidades morais são requeridas para quem deseja o presbitério ou o episcopado (1Tm 3.1), como humildade, “não soberbo”; mansidão, “não iracundo”; sobriedade em relação ao uso do vinho, evitando exceder-se nesse aspecto, para que não perca seu equilíbrio e cause escândalo à igreja do Senhor. Exige-se, também, que o presbítero, ou bispo, seja pessoa educada, equilibrada emocionalmente e não seja “espancador” de ninguém (Tt 1.7).
No mesmo trecho da carta, Paulo determina que o presbítero ou bispo não seja “nem cobiçoso de torpe ganância”. Ou seja: não seja amante e cobiçoso de dinheiro.

Completando a lista virtuosa de qualificações ministeriais, Paulo diz que o presbítero, bispo ou pastor deve ser obreiro “dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante” (Tt 1.8). Para ter essas qualificações, é necessário que o líder seja acolhedor, não irascível, não neurastênico, não mal educado, que não sabe receber ou tratar as pessoas. Deve ser benigno, possuidor de equilíbrio emocional (moderado), tenha uma vida justa, seja santo em toda a maneira de viver (1Pe 1.15), viva em santificação (Hb 12.14) e demonstre equilíbrio em tudo, na prática do fruto da temperança. Leia também O Ministério Pastoral

II - O OBREIRO DEVE PROTEGER O POVO DE DEUS
1. Crentes Problemáticos
Após discriminar as qualificações necessárias ao presbítero, Paulo ressalta o respeito que deve ter à doutrina e a capacidade e autoridade ministerial para argumentar contra os contradizentes (Tt 1.9,10).
Na igreja de Creta, uma ilha tão pequena,2 de apenas 250 quilômetros de extensão por 11 a 56 de largura, a comunidade cristã não deveria ter mais que algumas dezenas ou poucas centenas de cristãos. Mas, no meio deles, surgiram os “complicados” e “contradizentes”, “faladores”. Tipos não raros em igrejas nos tempos presentes. Mas o apóstolo indicou a maneira de tratá-los.

2. Como Tratar os Desordenados
Aos contradizentes e desordenados, desobedientes ao ensino da Palavra de Deus, Paulo demonstra não ter nenhuma contemplação com os mesmos, pois são perigosos, não só para a igreja local, mas para as famílias cristãs, e devem ser detidos, tapando lhes a boca, ou seja, com argumentação, admoestação e repreensão à altura: “aos quais convém tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras, ensinando o que não convém, por torpe ganância” (Tt 1.11). O fato de tais falsos crentes terem espaço para transtornar “casas inteiras” se devia à realidade das igrejas cristãs em seus primórdios. Elas funcionavam, em grande parte, nas residências dos convertidos (Rm 16.5; 1 Co 16.19; Cl 4.15).

Além de faladores ou murmuradores, os falsos crentes ensinavam coisas inconvenientes, visando obter algum proveito pessoal; eram gananciosos. Os obreiros que lideram, presbíteros, bispos ou pastores, precisam ter autoridade espiritual, moral e pastoral para afastar os fiéis em Cristo do assédio dessa gente a serviço do Diabo. Além de desordenados, eles são “faladores” ou murmuradores. Certo pastor chamava esse tipo de crente de “línguas de gravata”.3

Há quem queira fazer-se de “bonzinho” e “cheio de amor” no trato com os contradizentes e inimigos da liderança. Mas a Bíblia, manual da Igreja por excelência, mostra que, mesmo com amor, deve haver firmeza e determinação, no trato com os desordeiros. Paulo manda que se deve tapar a boca dos tais; devem ser admoestados, ou advertidos, censurados, repreendidos. Completando a exortação acerca dos desordeiros, Paulo recorre à palavra de um profeta cretense a respeito deles e diz que os tais devem ser repreendidos “severamente”: “Um deles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos. Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé” (Tt 1.12,13).

3. Não Dar Ouvidos a Ensinos Falsos
Não era fácil a missão de Tito. Ele, na condição de “missionário supervisor”, estabelecendo igrejas “de cidade em cidade”, ainda tinha que ministrar a palavra de edificação e advertência contra os falsos cristãos; deveria repreendê-los de modo veemente, “não dando ouvidos às fábulas judaicas, nem aos mandamentos de homens que se desviam da verdade” (Tt 1.14). Isso mostra que os falsos mestres e os falsos cristãos eram homens que queriam manter os novos convertidos sujeitos ao judaísmo e comportavam-se como se fossem formuladores de doutrinas com seus mandamentos espúrios.

III - A PERCEPÇÃO DA PUREZA PARA OS PUROS E PARA OS IMPUROS
1. Tudo É Puro para os Puros
Nesta seção da carta a Tito, Paulo faz declaração que tem sido mal entendida por muitos que leem a epístola. Ele diz que “todas as coisas são puras para os puros” (Tt 1.15a). Separamos o versículo para melhor entendimento. Já ouvimos alguém, de má fé e péssima intenção, querer interpretar esse versículo ensinando que, se a pessoa é pura, pode fazer o que bem quiser, pois “tudo é puro” para ela. Mas a Bíblia explica a si mesma. Para o puro, ou santo, todas as coisas são puras, porque são “santos em toda a maneira de viver” (1Pe 1.5); buscam “a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14); são santificados em tudo e todo “espírito, alma e corpo” são “conservados plenamente irrepreensíveis para a vinda do Senhor” (1Ts 5.23).

2. Nada É Puro para os Contaminados
“[...] mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes, o seu entendimento e consciência estão contaminados” (Tt 1.15). No contexto da carta e no fundo histórico de sua época, decerto Paulo tinha em mente os ensinos falsos dos gnósticos, que apregoavam muitos ensinos sobre alimentos, vida íntima, sexualidade e outros temas, os quais consideravam coisas impuras. Para eles, tudo o que fosse material era reprovável, “impuro”. De fato, para os “contaminados e infiéis”, que viviam cheios de malícia, maldade e torpeza, em seus corações corrompidos, tudo o que eles pensavam e praticavam eram de má natureza.
Eles apregoavam que para o crente ser puro deveria abster-se de relações sexuais. Tal generalização contrariava a Palavra de Deus, no que respeita ao sexo conjugal, pois é mandamento de Deus que, através do sexo, o esposo se faça “uma só carne” com sua esposa (Gn 2.24; Mt 19.6). Muitos defendiam o vegetarianismo pleno, como os “veganos”, ou “frugívoros”, que não se apropriam de nada de origem animal, para não se contaminarem. Tais dietas podem ser saudáveis, mas não podem ser exigidas como mandamento bíblico de forma alguma (ver Lv 11). Mas o motivo pelo qual “nada é puro para os contaminados” é porque “confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda boa obra” (Tt 1.16). Ou seja: são hipócritas e maliciosos. Dizem uma coisa e fazem outra.


CONCLUSÃO
Uma igreja local, pequena, média ou grande, é um universo humano, pleno de grande variedade de circunstâncias e realidades que envolvem os mais diferentes tipos de pessoas. Nela, há o “joio”, ou falsos crentes, e “o trigo”, os crentes fiéis, sinceros e santos, cujos nomes estão inscritos no “livro da vida do Cordeiro”. E na igreja local que se desenvolvem ministérios, dons e talentos, a serviço do Reino de Deus, ou contrários a ele. E na igreja local que a Igreja Universal, “coluna e firmeza da verdade” (1Tm 3.15), se torna visível. Sua administração requer a observância de preceitos e diretrizes, emanadas da Palavra de Deus, o maior e melhor “Manual de Administração Eclesiástica”. Por isso, Paulo escreveu três cartas pastorais, visando ao estabelecimento, à organização e ao crescimento sadio da Igreja do Senhor Jesus.

Notas
1 Elinaldo Renovato DE LIMA. Dons espirituais e ministeriais, p. 130.
2 Russel Norman CHAMPLIN. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. Vol.5, p. 417.
3 Eles não precisavam usar gravatas. A língua seria tão grande que cumpria esse papel.

Fonte:
A Igreja e o seu Testemunho - As ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais
As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais - Elinaldo Renovato de Lima (livro de Apoio)
Revista Ensinador Cristão - CPAD - nº63
Dicionário Bíblico Wycliffe CPAD 
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia Defesa da Fé
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