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quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Milagres no nosso tempo

Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente” Hb 13.8

“[...] Quando ouvimos sobre um evento que parece contrário às operações comuns das leis da natureza, naturalmente levantamos a nossa guarda. Não queremos ser ludibriados e aplicamos corretamente rígidos padrões de avaliação antes de acreditar em um relato de qualquer coisa diferente da maneira como a natureza opera — de acordo com padrões definidos e previsíveis.

A nossa primeira tarefa é definir exatamente o que é um milagre, o Dr. Richard Purtill, professor de filosofia na Universidade Western Washington define um milagre como ‘um evento em que Deus temporariamente faz uma exceção à ordem natural das coisas, para mostrar que Ele está agindo’. Observe que, pela sua definição, um milagre verdadeiro deve ter cinco qualificações:

Em primeiro lugar, a exceção à ordem natural é temporária.

Em segundo lugar, o evento é uma exceção ao curso natural dos eventos.

Em terceiro lugar, para que haja um evento milagroso, é necessário conservar uma crença na ordem natural das coisas.

Em quarto lugar, um milagre deve ser o resultado do poder de Deus.

Em quinto lugar, os milagres são sinais da ação de Deus, momentaneamente sobrepujando as operações normais da natureza”  (McDOWELL, Josh; McDOWELL, Sean. Evidências da Ressurreição. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.134,135).

Os milagres são eventos naturais para Deus, mas sobrenaturais para os homens.

Texto Bíblico:  Lucas 1.26,27,29-31,34,35,37,38

INTRODUÇÃO

O verdadeiro Cristianismo acredita nos milagres de Deus, pois há provas abundantes de que o Senhor intervém sobrenaturalmente na natureza. O materialismo, porém, defende que a natureza é a única realidade existente (Engels), sendo ela própria sua causa primeira (e não Deus), a qual funcionaria com base em leis naturais fundamentais, porém não responde qual a origem dessas leis, como elas foram estabelecidas, ou mesmo quem escolheu o modelo de funcionamento da Natureza. Por tudo isso, Einstein dizia que “o mais incompreensível do mundo é que ele seja compreensível”.


I. MILAGRE: A INVASÃO DO SOBRENATURAL

1. Possibilidade universal.
A possibilidade universal (a ideia de que tudo é possível) é um dos pressupostos da ciência. Para analisar a ocorrência de um milagre, o cientista deve despir-se de qualquer preconceito quanto ao resultado de sua pesquisa, fato extremamente raro nos dias atuais. O primeiro passo é não distinguir entre fato natural e sobrenatural, porque para Deus é tudo a mesma coisa, pois Ele é a causa de tudo e, portanto, tudo lhe é normal.

2. Evidência histórica dos milagres.
Quando os céticos criticam os milagres bíblicos, comentam sobre as superstições dos escritores, do comprometimento das testemunhas, das aparentes contradições dos relatos, mas a Bíblia, por si só, é suficiente para apresentar provas cabais sobre a veracidade dos milagres escriturísticos. Observe-se a história sobre Jesus: Todos os apóstolos, à exceção de João, foram martirizados e nenhum deles ficou rico! Antes, foram considerados escória do mundo. Aqueles homens, especificamente, não morreriam por uma mentira. Isso é uma evidência fabulosa.

Outro ponto importante, é que as narrativas dos Evangelhos são complementares e nunca contraditórias, sempre mostrando a mesma história, contada a partir de vários olhares, o que fortalece ainda mais a narrativa. Por fim, nos Evangelhos, são mencionados episódios de traição, covardia, dúvida, fraqueza, desunião, inveja, envolvendo as pessoas que formavam o ciclo de amizades de Jesus — os apóstolos. Ora, se fosse uma mentira, os escritores caprichariam nas realizações altruísticas deles mesmos. O que eles escreveram sobre si próprios é pífio e vergonhoso. Ou seja, somente valeria a pena dizer as fraquezas, os próprios erros, como o fizeram, se fosse para falar a verdade.

3. Definição — a invasão.
O milagre não quebra nem suspende as leis da natureza, mas simplesmente a invade. Logo em seguida, as leis naturais absorvem o fato miraculoso, harmonizando-o com os demais acontecimentos. Lázaro, a filha de Jairo ou o filho da viúva de Naim experimentaram uma invasão do sobrenatural, mas logo depois seus corpos estavam novamente normais, sujeitos à morte, como sempre. O que aconteceu foi uma intervenção, uma invasão, que logo foi absorvida pela vida natural. Seus resultados seguem de acordo com a lei natural.
Essa invasão de um poder de fora da natureza é intolerável para os materialistas e até para certos cristãos, como os deístas, que acham que Deus é um relojoeiro, que fez o mundo e deixou-o entregue à própria sorte.

Na ótica humana é possível distinguir entre natural e sobrenatural, mas para o Senhor todos os fenômenos são naturais, por isso tudo é possível para Ele (Lc 1.37).

II. CRISTIANISMO: A HISTÓRIA DE UM GRANDE MILAGRE

1. O fenômeno milagroso na fé cristã.
Diferentemente do hinduísmo, budismo e islamismo, dentre outras, como C. S. Lewis afirmava, “o Cristianismo é a história de um grande Milagre”. Sem dúvida, toda a narrativa bíblica é envolta em milagres, a partir de Gn 1.2, quando Deus invadiu decisivamente a “natureza”. No princípio (Gn 1.1), Deus criou a natureza e depois a invadiu frequentemente, a partir das suas palavras de ordem nos versículos seguintes e por toda a antiga aliança. Esse padrão se manifestou com a mesma intensidade, ou mais até, com a vinda do Messias. Por isso, a teologia pode ser considerada um efeito residual dos milagres, pois eles sustentam quase tudo que se conhece sobre o caráter do Altíssimo.

2. Encarnação — o principal milagre.
A Encarnação de Cristo foi o principal milagre que ocorreu, sobretudo pelo que ele representa: a total desconstrução da razão humana. Este milagre fez entrar em vigor um princípio até então desconhecido: a capacidade do Todo-Poderoso apequenar-se, do Eterno tornar-se temporal, do Transcendente vir a ser imanente, da Suprema Vida sujeitar-se à morte, a fim de harmonizar-se com uma humanidade decaída, escravizada pelo pecado. A Encarnação, portanto, é, em grande medida, uma morte. Isso faz lembrar que a Deus pertence o poder... e a misericórdia.

Nunca se tinha imaginado que o Altíssimo tomaria para si o exemplo vegetal, em que um ser perfeito, adulto, lança toda a sua essência em uma semente que, para cumprir sua missão, precisa primeiramente morrer. Essa pobre analogia da natureza jamais demonstrará o extremo rebaixamento e consequente ascensão dessa invasão de Deus no fundamento milenar da Criação, servindo apenas como tênue sombra do maior Milagre do nosso tempo.

3. Milagres que escravizam.
Dostóievski escreveu que Jesus, dias antes da crucificação, não fez milagres, porque não queria escravizar os homens. Isso não aconteceu somente na semana da crucificação, mas em toda a sua vida terrena, pois Jesus nunca quis conquistar discípulos pelos milagres.

Há igrejas modernas que fazem o milagre ser importante em si mesmo, por isso passam as celebrações divulgando-o também pela mídia. Não entendem o simbolismo do milagre, como um referencial no relacionamento com Deus.

A feitiçaria entende perfeitamente esse simbolismo, por isso procura imitar os feitos miraculosos de Deus para escravizar o homem, como aconteceu com os magos egípcios, ao transformarem suas varas em serpentes diante de Faraó e Moisés. Eles queriam a manutenção da escravidão física e espiritual de todos.

Grandes milagres acontecem o tempo todo, o problema é que alguns formadores de opinião tentam esconder “as montanhas” de Deus apenas fechando os olhos.

III. MILAGRE: O SIMBOLISMO DO PODER DE DEUS

1. Definição.
A palavra milagre, do latim miraculum, significa “maravilhar-se”, que é o sentimento que deve envolver quem o presencia. Quando acontece um milagre há um benefício prático imediato (a cura, o livramento, etc), porém o mais importante é que a invasão de Deus na natureza seja encarada, sobretudo, simbolicamente, porque seu objetivo maior é trazer uma conexão mais relevante do que ele mesmo — o maravilhamento em Deus! Por isso, a coisa mais maravilhosa em qualquer milagre é a ação, em amor, do Todo-Poderoso na vida de um mortal.

Moisés compreendeu essa circunstância ao observar um arbusto queimar e não se consumir (Êx 3), Eliseu vislumbrou tal sentido ao presenciar Elias subir ao céu (2Rs 2), Pedro entendeu isso na pesca maravilhosa (Lc 5), Paulo captou isso na visão de Damasco (At 9) e João deduziu esse maravilhamento ao ter a visão de Jesus em Patmos e cair como morto aos seus pés (Ap 1). Observe-se que, em todos esses fatos, o simbolismo do milagre, o que ele significou, superou em muito o milagre em si.

Por esse mesmo motivo, Jesus fez milagres que no mundo não caberiam os livros escritos (Jo 21.25), mas os evangelistas repetem frequentemente alguns, trazendo nuances distintas. Por quê? Por causa daquilo que eles simbolizam. Como eles são conexões, então é preciso entendê-los bem e assim o objetivo de conhecer a Onipotência se tornará menos distante.

2. O Céu tocando a Terra.
O ponto de intersecção entre a natureza e o milagre é a causa primária de ambos: Deus. O Senhor criou as leis fixas, regulares da vida material e, por isso, sem prévia licença, pode invadi-la a qualquer momento, sem alterá-las. Em sua sublime perfeição, o Senhor deixou espaço para tratar com o homem por meio dos milagres, como aconteceu ao chegar à casa de Lázaro somente no quarto dia, para dissipar qualquer dúvida sobre sua identidade. Aliás, Ele falou disso explicitamente aos discípulos.

Lucas, em Atos, narra uma pequena quantidade de milagres de Pedro e Paulo, não obstante, às vezes, ele diga que realizaram muitos milagres, mas não os especifica. Por quê? Porque não era importante a quantidade, mas o simbolismo deles.

3. O milagre nosso de cada dia.
A vida de cada cristão é permeada por pequenos milagres, diariamente. Livramentos, provisões, curas etc., afinal “o justo viverá da fé”. Via de regra, os milagres acontecem inesperadamente, inovadoramente e de maneira perfeita.
Eles surgem subitamente e sempre representam uma novidade em relação aos anteriores. Jesus nunca repetiu um milagre em sua forma.

O milagre deve ser observado, sobretudo, simbolicamente, porque seu objetivo maior é trazer uma conexão mais importante que ele mesmo — o maravilhamento!


CONCLUSÃO

O milagre cria certas revelações que só acontecem através dele, daí a sua essencialidade na vida cristã. Observe-se o caso da transfiguração: não há palavras que produzam os efeitos de um fato miraculoso daquela estirpe, tanto para os que o viram como para os outros que têm conhecimento dele, pois ele abre a possibilidade de se pensar em outra realidade existencial. Eles funcionam como uma ponte.



Fonte: Lições Bíblicas 3º Trimestre de 2017 Título: Tempo para todas as coisas — Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá - Comentarista: Reynaldo Odilo


"Tu és o Deus que fazes maravilhas; tu fizeste notória a tua força entre os povos."  Salmos 77:14

Aqui eu Aprendi!

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Crenças Religiosas

Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens, como o lavar dos jarros e dos copos, e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas” Mc 7.8

TEXTO BÍBLICO: Gálatas 1.6-12

6 — Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho,
7 — o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo.
8 — Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.
9 — Assim como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo: se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.
10 — Porque persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.
11 — Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens,
12 — porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.

INTRODUÇÃO

Hoje, depois de dois mil anos, o conceito original de Cristianismo foi sociologicamente perdido, pois tudo que se faz sob o “símbolo da cruz”, chama-se de Cristianismo, não sendo feita nenhuma depuração, mas no início não foi assim. Ser cristão significava viver como Cristo e jamais o negar, ainda que para isso tivessem de morrer! Não se contaminariam com a cultura do mundo. Eles sempre estavam juntos, vivendo integralmente a contracultura do evangelho. Esse foi o segredo da Igreja Primitiva: produziu uma revolução cultural, pois quando a pessoa é transformada por Cristo, o mundo ao seu redor é mudado. O evangelicalismo deste tempo pós-moderno precisa voltar ao Cristianismo puro e simples.

Muitas das crenças religiosas ditas evangélicas do nosso tempo não mais reproduzem a cosmovisão do Reino de Deus, por se conformarem com o sistema deste mundo.

I. CRESCIMENTO EVANGÉLICO E CRENÇAS RELIGIOSAS

1. Século I.
O crescimento vertiginoso do Cristianismo, no Século I, trouxe a necessidade de se fazer alguns ajustes, para acomodar todas as vertentes étnicas e culturais emergentes. Diante disso, os apóstolos se reuniram em assembleia, na Cidade de Jerusalém, para resolver esse impasse, e ali estabeleceram os comportamentos que deveriam ser praticados por todos (At 15.20-22).

As recomendações apostólicas eram um extrato de amor, santidade e comunhão entre os cristãos do mundo, um ponto de convergência comportamental. Os cristãos primitivos construíram a unidade sem negociar a verdade, pois queriam seguir juntos, com uma cosmovisão sólida e coerente, para que crescessem consistentemente, delineando a identidade cultural cristã. Eles conciliaram o que era aparentemente inconciliável, porque o Espírito Santo alinhou os entendimentos.

2. Séculos XX e XXI.
O Brasil experimentou, ao longo das últimas décadas, um vertiginoso crescimento numérico da igreja evangélica. De acordo com o IBGE, em 1980 algo em torno de 6,6% dos brasileiros eram evangélicos; em 1991, o percentual passou a 9,0%; no ano 2000, subiu para 15,4% da população e no último censo, em 2010, o índice saltou para 22,2%, um aumento de cerca de 16 milhões de pessoas (de 26,2 milhões para 42,3 milhões). Talvez hoje os evangélicos brasileiros já totalizem mais de 50 milhões de pessoas!

No Século I, a igreja cristã cumpriu a Grande Comissão e a comissão cultural, levando o evangelho da salvação e transformando a cultura do mundo antigo. Hoje, entretanto, não se visualiza a existência de uma contracultura produzida uniformemente pelas igrejas evangélicas. Prova disso é que, não obstante esse impressionante crescimento numérico, os índices de criminalidade, prostituição infantil, trabalho escravo, corrupção, dentre outras mazelas sociais, não têm diminuído. Numa análise matemática, o crescimento evangélico não está fazendo diferença na cultura nacional. Algo, então, precisa ser mudado, pois esse não é o efeito prático do Cristianismo puro e simples.

3. Sincretismo evangélico.
Algumas crenças religiosas evangélicas pós-modernas são eminentemente sincréticas, ou seja, misturadas com elementos cultuais da sociedade, notadamente dos elementos cultuais místicos dos católicos, espíritas, dos cultos afros e até das religiões indígenas. Uma miscelânea de ideias e conceitos antagônicos, que buscam o resultado a qualquer custo. Daí advém a realização de novenas, o uso do sal grosso, rosa ungida, a deificação de líderes (cujo suor pode curar), a formulação de poções feitas com dezenas de ingredientes “mágicos”, dentre inúmeras outras práticas, que indicam que os “convertidos” permanecem prisioneiros do misticismo, embora tenham alterado o rótulo religioso.

Com a chegada do Cristianismo verdadeiro há, sempre, uma revolução cultural, pois quando uma pessoa é transformada por Cristo, o mundo ao seu redor é mudado.

II. OS MALES DO SINCRETISMO CULTURAL E RELIGIOSO

1. Pregação da cultura do mundo.
A pregação cristã deve se basear exclusivamente nas Escrituras (Sola Scriptura), mas quando o sincretismo religioso surge, elementos culturais e doutrinários são incorporados gerando apostasia. Exemplo disso são pregações que ensinam e estimulam o amor ao dinheiro e às riquezas.
Isso caracteriza a igreja utilitarista, ou seja, se os resultados numéricos (e financeiros) forem positivos, então o método e a doutrinação podem (e devem) continuar.

Nessa esteira, muito tem proliferado a famigerada teologia da prosperidade, a qual coloca os bens materiais em posição de destaque na vida, estimulando a busca deles. Inclusive, é bom lembrar que não foi Jesus quem disse: “Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares”, mas o próprio Diabo (Mt 4.9). Todo cuidado é pouco.

2. Humanismo secular.
Consequência indissociável do sincretismo de certas crenças ditas evangélicas é o aparecimento do humanismo secular, — o homem se torna o centro de todas as coisas.

O humanismo tira a primazia de Deus e faz o homem assentar-se soberano; então, assim, a obra de Deus se transforma em “ministério” desta ou daquela celebridade, o púlpito da congregação se transforma em palco e o culto, em show. Como se não bastasse, são outorgados títulos ufanistas aos líderes, tais como apóstolo, patriarca, sumo-sacerdote, e até rei, dentre outros, de maneira a identificá-lo acima dos demais líderes cristãos. Isso é humanismo secular e trata-se de uma apostasia à fé cristã.

3. Uma longa história.
A história do sincretismo do fenômeno religioso é bastante antiga. Quando Moisés demorou a descer do monte, os israelitas fizeram um bezerro de ouro “egípcio” e disseram que aquele era o Senhor. Jeroboão I, ao criar os altares em Dã e Betel, iguais ao de Damasco, convenceu o povo que aqueles lugares seriam os substitutos do Templo em Jerusalém. As consequências em ambos os casos foram terríveis.

Paulo, quando escreveu aos Gálatas repreendeu-os severamente pelo sincretismo daquela igreja. Eles estavam colocando as experiências religiosas acima das Escrituras. Então o apóstolo dos gentios recomendou que não aceitassem outro evangelho, nem que fosse pregado por um anjo (Gl 1.6-8). Qualquer “revelação” que contrariasse a “cosmovisão judaico-cristã” deveria ser considerada uma maldição.

Paulo advertiu sobre o perigo do sincretismo religioso, alertando que qualquer “revelação” que contrariasse o Evangelho deveria ser considerada uma maldição

III. O PERIGO DO ADULTÉRIO ESPIRITUAL

1. Tempos trabalhosos.
Uma vez consolidada a corrupção de uma prática cristã, seja ela cultural, seja doutrinária, aos olhos do Senhor surge um adultério espiritual, o que Deus não tolera. Abundantes são os casos, na Bíblia, em que homens cometeram adultério espiritual e foram severamente punidos. Podem-se citar os acontecimentos envolvendo Nadabe e Abiú, os filhos de Eli, Uzá, Uzias, dentre outros.

Episódio igualmente impressionante foi o de Ananias e Safira (At 5.1-7). Eles mentiram para o apóstolo Pedro, em um ambiente de culto, o que ocasionou suas mortes imediatamente, porque não havia apenas avareza, mas também um sentimento de zombaria, de desprezo pelas coisas do Senhor, um adultério espiritual. Isso acendeu o zelo de Deus. O juízo foi rápido, em cumprimento ao que está escrito: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7).

2. Subcultura.
O sincretismo evangélico tende a produzir apenas uma subcultura do mundo, e não uma contracultura do Reino, ou seja, as pessoas passam a viver com particularidades culturais cristãs, sem, todavia, desprenderem-se do modo de vida dominante no mundo. Há uma conformação aos moldes sociais (Rm 12.2), uma aceitação tácita da cultura secular. Tal fato pode ser observado em algumas crenças religiosas do tempo atual que, por exemplo, não enxergam pecado na prática do sexo antes do casamento, aceitam a realização do aborto e do casamento homossexual, admitem toda forma de sensualidade e desejo da carne.

3. Cristianismo puro e simples.
O resultado prático de se viver o cristianismo na sua forma original é o estabelecimento de uma contracultura capaz de responder efetivamente a qualquer questionamento de ordem emocional, espiritual ou social. Está escrito que os crentes primitivos “perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão [...] E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” (At 2.42,47).

As denominações evangélicas não devem, em nome da liberdade cristã, dar ocasião ao pecado, pois sem a santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).


CONCLUSÃO

A revolução do Cristianismo continua em ação, porém tem-se observado a ausência de identidade com Cristo de algumas crenças religiosas “cristãs”, o que é dramático. Em qualquer tempo, o indivíduo que se entregar ao Senhor, como fizeram os primeiros cristãos, experimentará algo extraordinário, inigualável, e receberá uma nova vida em Cristo (2Co 5.17), criando ao redor de si uma contracultura transformadora.


SUBSÍDIO I
“O verdadeiro Cristo e a verdadeira fé bíblica estão sendo rapidamente substituídos por alternativas doentias, oferecidas por um grupo de mestres que pertencem ao denominado ‘Movimento da Fé’.

Este câncer vem sendo alimentado por uma constante dieta que poderia ser chamada de ‘cristianismo das refeições rápidas’ — belas na aparência, mas fracas em substância. Os provedores dessa dieta cancerígena têm utilizado o poder das ondas de rádio e televisão, bem como uma pletora de livros e fitas criteriosa e agradavelmente embalados, a fim de atrair suas presas para o jantar. E os desavisados têm sido chamados a amar não o Mestre, mas aquele que está na mesa do Mestre.

Durante anos venho pregando sobre este assunto com uma urgência dramática. Em adição, lembro-me das incontáveis horas passadas com o Dr. Walter Martin (fundador do Instituto Cristão de Pesquisas — EUA), antes de sua morte, discutindo tal catástrofe e suas implicações para a fé cristã histórica.

Para evitar esta crise, precisamos mudar nossa percepção de Deus como um meio para se chegar a um fim, reconhecendo que Ele é um fim em si mesmo. Precisamos mudar duma teologia baseada em perspectivas temporais para uma teologia alicerçada sobre verdades eternas” (HANEGRAAFF, Hank. Cristianismo em Crise. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, pp.14,15).

SUBSÍDIO II
“O perigo é que a cultura popular cristã por imitar os costumes da cultura dominante em estilo, mudando somente o conteúdo. O mercado de música está transbordando com Rock, Rap, Blue, Jazz, Heavy Metal cristãos. As prateleiras das livrarias estão cheias com ‘ficção cristã’, desde histórias de aventuras infantis até romances quase picantes. Parque temáticos cristãos oferecem uma alternativa à Disney e vídeos cristãos para crianças e para pessoas que praticam exercícios são muito vendidos. Em alguns aspectos, esse é um desenvolvimento saudável, mas temos sempre de perguntar: Estamos criando uma genuína cultura cristã, ou estamos apenas criando uma cultura paralela com aparência cristã?  Estamos impondo um conteúdo cristão para uma forma já existente? Pois a forma e o estilo sempre enviam uma mensagem própria.

Quando criamos uma cultura popular cristã, temos que ter cuidado para não simplesmente inserir o conteúdo cristão em qualquer estilo corrente no mercado. Ao invés disso, deveríamos cultivar alguma coisa distintamente cristã tanto no conteúdo quanto na forma. Temos de aprender a identificar as cosmovisões expressadas em várias formas para podermos criticá-las e produzir uma alternativa que seja realmente bíblica” (COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. E Agora, como Viveremos? 2ª Edição. RJ: CPAD, 2000, pp.549,550).

Fonte: Lições Bíblicas 3º Trimestre de 2017 Título: Tempo para todas as coisas — Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá - Comentarista: Reynaldo Odilo 

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

O Perigo do Materialismo

Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” 1Co 15.19


“Outro problema tem atingido frontalmente as famílias, acirrando ainda mais a crise contemporânea: o materialismo. Ele incute a ideia de que os bens materiais são mais importantes que as riquezas espirituais. Ele cega, tira a esperança e desconsidera as coisas da fé.
Recentemente li uma reportagem muito triste de um inglês chamado Tom Attwater, de 32 anos, que tinha um tumor no cérebro, e faleceu dia 29/9/2015 após arrecadar cerca de R$ 3 milhões (£ 500 mil) para garantir o futuro de sua enteada Kelli, de seis anos, que já tinha tido um sério problema de saúde.
Sabendo de sua morte iminente, ele escreveu uma carta de despedida para Kelli, na qual aborda diversos assuntos. Ele disse lamentar que não pudesse vê-la crescer e arremata: ‘Por favor, não culpe as pessoas ou o mundo por isso’. (Não mencionou sequer Deus!) Ele continuou a aconselhando sobre assuntos como a escola, meninos, casamento, família, amigos, carreira profissional, além de pedir para que ela aprendesse a dirigir e que fosse feliz em primeiro lugar.
A história poderia ser bonita e não triste, se Tom Attwater não fosse um materialista. Ele nada disse a Kelli acerca de Deus. Quanta pobreza existencial!” (SOARES, Reynaldo Odilo Martins. Eu e Minha Casa. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2016, p.149).

A cosmovisão materialista busca entender o Universo somente levando em conta o mundo físico.

TEXTO BÍBLICO - Romanos 1.20-22, Lucas 12.15-21

Romanos 1
20 — Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;
21 — porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
22 — Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.

Lucas 12
15 — E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.
16 — E propôs-lhes uma parábola, dizendo: a herdade de um homem rico tinha produzido com abundância.
17 — E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos.
18 — E disse: Farei isto: derribarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens;
19 — e direi à minha alma: alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga.
20 — Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será?
21 — Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus.

INTRODUÇÃO

O materialismo é um pensamento filosófico que apresenta um grande perigo para a sociedade deste tempo, porque defende a ideia de que a matéria é a única realidade da vida, sendo, portanto, o centro de todas as coisas, e a base para toda a existência. Assim, qualquer tema espiritual não apresenta relevância para o materialismo, seja a existência de Deus, da alma, céu ou inferno.

Nesta lição, veremos um paralelo entre a cosmovisão materialista e a maneira de ver o mundo do Cristianismo, a denominada cosmovisão judaico-cristã, que se traduz como a resposta mais contundente de Deus para um mundo materialista decaído, o qual precisa desesperadamente de razões para viver.

I. CONHECENDO O MATERIALISMO

1. O que é o materialismo.
Materialismo é uma cosmovisão, uma maneira de ver o mundo, uma filosofia da matéria, que não admite a existência do sobrenatural, nem de verdades absolutas, mas acredita que todos os fenômenos do universo são explicados exclusivamente pelas condições concretas materiais.
Assim, para uma pessoa materialista, só há seres materiais e tudo que existe está consolidado materialmente. Isso apenas desnuda a extrema pobreza do referido sistema filosófico ao tentar, com uma verdade parcial, explicar a verdade total, por olhar para a complexidade da vida sem a dimensão da eternidade.

O preconceito abrigado na mente dos materialistas atenta, inclusive, contra as regras de investigação científica, pois descarta previamente a possibilidade da existência de coisas espirituais nas suas análises. Está escrito: “Por causa do seu orgulho, o ímpio não investiga; todas as suas cogitações são: Não há Deus” (Sl 10.4). Assim, vê-se que o pensamento materialista carece de respaldo científico para existir, pois suas cogitações ateístas impedem de enxergar a verdadeira realidade, a qual não depende de condições temporais para existir, mas é desde a eternidade: o mundo espiritual.

2. As origens do materialismo.
O materialismo, enquanto pensamento filosófico esquematizado, teve sua origem no século V a.C, com a teoria atomista de Demócrito, o qual defendia que o Universo e tudo que nele há é constituído apenas por átomos (partículas invisíveis de matéria) que se movem no vazio, definindo assim toda a realidade, inclusive os pensamentos.

Ao longo dos séculos, a ideia atomista foi corroborada por alguns, como Epicuro e os estoicos, mas isso proliferou, sobretudo, a partir do Iluminismo. No Século XIX, foi elaborada a tese do materialismo dialético, por Karl Marx e Friedrich Engels, que motivou inúmeras revoluções socialistas em vários lugares do mundo (Rússia, China, Cuba, etc.), onde milhões de pessoas foram mortas por motivação ideológica.

3. As consequências do materialismo.
Contemporaneamente, os materialistas valorizam bastante sua vertente biologista, capitaneada por Richard Dawkins, escritor dos livros “O gene egoísta” e “Deus, um delírio”, dentre outros, porém cada vez mais o mundo continua destituído de propósito e sem rumo. Retrato disso pode ser observado em Ernest Hemingway, um célebre romancista ateu, o qual dizia que a vida era “uma viagem de um dia curto do nada para o nada”, e que decidiu viver intensamente seu materialismo e hedonismo. Afirmava que tinha tudo para ser feliz sem Deus, mas chegou ao fundo do poço de seu desespero existencial em julho de 1961, quando deu cabo à sua vida. O materialismo outorga aparente autonomia ao homem para viver a seu bel prazer, mas lhe tolhe a possibilidade de encontrar a verdadeira felicidade e paz.

O maior problema dos materialistas será quando forem prestar contas diante de Deus, pois nesta vida eles podem até ter alegria no coração, pela imensa graça de Deus, porque está escrito que Deus deixou os povos andarem “em seus próprios caminhos”, e mesmo assim mandou “chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14.16,17). Que grande amor! O Senhor, ainda que o homem se desvie, continua o amando e outorgando-lhe bênçãos. Mas no dia da prestação de contas, diante do Justo Juiz, se não se arrependerem dos seus pecados, ainda em vida, e se converterem a Jesus, o fim dos materialistas não será o dos melhores.

Algumas Coisas que não vemos são fundamentais para provar as que vemos!

II. ANALISANDO O MATERIALISMO

1. A futilidade do materialismo.
A característica de ser fútil, insignificante, sem valor, cai bem ao materialismo. Está escrito que não se deve atentar para as coisas materiais, pois elas desaparecerão, haja vista que o verdadeiro valor encontra-se naquilo que dura para sempre, como a Palavra de Deus, o amor, o Reino de Deus.

O materialismo apequena a vida, pois destrona dela tudo o que é duradouro e significativo, deixando somente aquilo que é passageiro, pequeno e vão.

Benjamim Disraeli, escritor e político inglês do Século XIX, dizia que “a vida é muito curta para ser pequena”. Não se deve aceitar a míope e fútil cosmovisão materialista para resolver todos os dilemas da existência, notadamente porque existe em cada pessoa uma partícula imaterial, perene, a fagulha de Deus, que necessita ter intimidade com o Criador, sob pena de perder os melhores sentimentos da vida.

2. A loucura do materialismo.
Além de ser fútil, o materialismo é desarrazoado, uma loucura. Aliás, é a própria Bíblia que chama o materialista de louco. Jesus contou a parábola de um homem rico o qual, ensandecido, pensou que tinha o controle sobre o tempo futuro. Ele projetou tudo e, como era materialista, em vez de falar com Deus, falou consigo mesmo. Observe-se o que está escrito: “E direi à minha alma: alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será?” (Lc 12.19,20).
Assim, a empreitada materialista não tem futuro, como não tinha futuro as condutas do homem aparentemente rico da parábola.

3. A pobreza do materialismo.
Jesus contou a história sobre um homem rico, judeu (porque é chamado de filho) o qual, ao morrer, foi para o inferno (Lc 16.25,26,31) e, naquele lugar de tormento, o materialista tentou resolver seu grande problema, mas a resposta de Deus foi que ele se lembrasse de que tinha recebido os seus bens durante a vida, e obviamente não tinha ajuntado tesouro no Céu.

Ora, é certo que possuir bens não é pecado, porém o fato relevante da história é que a mente daquele homem focava exclusivamente nas coisas materiais e não atentava para o que era sobrenatural, por isso o Senhor lhe falou daquela forma. O homem da história era um pobre rico e Lázaro a única pessoa que possuía muitos bens, pois o seu tesouro estava no Céu.

O materialismo apequena o sentido da vida, pois destrona dela tudo o que é duradouro e significativo, deixando somente aquilo que é passageiro, pequeno e vão.

III. CONTRAPONDO O MATERIALISMO

1. A cosmovisão judaico-cristã.
A cosmovisão judaico-cristã, como forma de ver e compreender o mundo, surgiu ao longo dos séculos, quando Deus tratava com seus servos, ensinando-lhes como viver sobre a terra. Esses ensinamentos foram sendo contados nas Sagradas Escrituras e, com o advento dos textos do Novo Testamento, aconteceu o aperfeiçoamento, transformando-se na única ideologia que oferece uma resposta eficiente aos anseios mais profundos do homem e da sociedade, sendo, assim, um contraponto em relação ao materialismo.

2. A contracultura do Reino.
A cosmovisão do Cristianismo produz uma forma de viver diferente, o que pode ser chamado de contracultura, já que os cristãos não devem viver em conformidade com a cultura do mundo (Rm 12.2); como também não podem produzir uma subcultura, através da qual se vive algo parecido com o materialismo, submetendo a igreja a condutas não bíblicas... Deus chamou a igreja para realizar um movimento revolucionário, de guerra contra o pecado, sabendo que “nossa luta não é contra a carne e o sangue...” (Ef 6.12).

3. A comissão cultural da Igreja.
Quando Jesus mandou que a Igreja ensinasse às nações a cosmovisão cristã, — o Evangelho — buscava que o poder transformador de Deus alcançasse o homem individualmente, outorgando-lhe a redenção, mas também influenciasse a comunidade na qual está inserida. A isso se denomina comissão cultural.

A cosmovisão do Cristianismo produz um jeito de viver diferente, uma contracultura, já que os cristãos não devem viver em conformidade com cultura do mundo (Rm 12.2).


CONCLUSÃO

O materialismo destrói a fé e tira a visão da realidade espiritual, enxergando só o que é tangível, mensurável, transitório... uma loucura, na medida em que Deus é real e tudo o que é material vai perecer. Diante disso, a Igreja, cumprindo a Grande Comissão (Mt 28.19,20) e a comissão cultural, deve ensinar a cosmovisão judaico-cristã desde Jerusalém... até os confins da terra (At 1.8).


SUBSÍDIO
“Provas científicas, com base na observação por repetição, mostram que alguma coisa é um fato com a repetição do evento na presença da pessoa que questiona o caso. Estabelece-se um ambiente controlado, o experimento é realizado, são feitas observações, são obtidos os dados e hipóteses são empiricamente verificadas ou falsificadas.

Uma vez que a eficácia da ciência depende de coletar dados a partir da observação contínua dos testes de hipótese, o método cientifico moderno, embora altamente eficaz em determinada esfera, é gravemente limitado. Ele é aplicável apenas a eventos ou fatos passíveis de repetição. É lamentável que o respeito moderno pela ciência tenha levado as pessoas a supor, equivocadamente, que o método científico pode ser usado para determinar toda a verdade. Ele não pode, e nunca pôde. Os eventos históricos, pela sua própria natureza, ocorrem apenas uma vez no tempo, e não são passíveis de repetição. Não podemos provar cientificamente que Aníbal cruzou os Alpes. Mas isso não nos dá motivos para considerar a disciplina histórica como uma ciência ‘fraca’.

A impossibilidade de repetir o evento em um ambiente controlado não impossibilita a sua realidade. O método científico é inválido, como ferramenta, para todos os tipos de provas” (McDOWELL, Josh. McDOWELL, Sean. Evidências da Ressurreição. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.141,142).

Fonte: Lições Bíblicas 3º Trimestre de 2017 Título: Tempo para todas as coisas — Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá - Comentarista: Reynaldo Odilo 

Aqui eu Aprendi!

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Hedonismo, um perigo do nosso tempo

Disse eu no meu coração: Ora, vem, eu te provarei com a alegria; portanto, goza o prazer; mas eis que também isso era vaidade” Ec 2.1

“O termo ‘visão de mundo’ (cosmovisão) pode parecer abstrato ou filosófico. Mas, na verdade, a visão de mundo de uma pessoa é intensamente prática. Ela é a soma total das nossas crenças sobre o mundo, o ‘quadro geral’ que dirige as nossas decisões e ações diárias, e assim, entender as visões de mundo é extremamente importante para a maneira como vivemos — saber como avaliar todas as coisas.

A base da visão de mundo cristã, naturalmente, é a revelação de Deus nas Escrituras. O cristianismo genuíno é mais do que o relacionamento com Jesus que é expressado através da devoção pessoal, da presença na igreja, do estudo bíblico e das obras de caridade. É mais que um discipulado, mais que crer em um sistema de doutrinas a respeito de Deus. O cristianismo genuíno é uma maneira de ver e de compreender toda a realidade. É uma visão de mundo. Entender o cristianismo como um completo sistema de vida é absolutamente essencial, por duas razões. Primeiro, isto permite que o mundo em que vivemos faça sentido para nós e, portanto, ordenemos a nossa vida mais racionalmente. Segundo, isto permite que entendamos as forças hostis à nossa fé, nos preparando para evangelizar e defender a verdade cristã como instrumentos de Deus para transformar a cultura” (COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. O Cristão na Cultura de Hoje. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2006, pp.7,8).

TEXTO BÍBLICO

2 Timóteo 3.1-5
1 — Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos;
2 — porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
3 — sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
4 — traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,
5 — tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.

INTRODUÇÃO

Uma das sete maravilhas do mundo antigo era o templo da deusa Diana, em Éfeso, lugar para onde afluíam muitas pessoas para participar das famosas orgias da festa da “deusa da volúpia”. A adoração acontecia através de relações sexuais com as prostitutas cultuais. Foi para essa cidade que Paulo foi enviado como missionário (At 19). A certa altura, os comerciantes (que vendiam souvenirs da deusa) revoltaram-se, motivados pela diminuição dos seus lucros, decorrentes da redução das práticas religiosas mundanas, posto que Paulo estava revolucionando a cidade, ao levar muitas pessoas a Cristo (At 19.26).

Esse tipo de conflito sempre existirá quando a cosmovisão judaico-cristã for anunciada, posto que traz em seu bojo um forte confronto aos valores sociais, impondo um novo padrão comportamental. Em qualquer ambiente, cristianismo e hedonismo nunca conviverão pacificamente, como também não há paz entre o espírito e a carne (Gl 5.17).

A cultura da busca incessante pelo prazer (hedonismo) retrata, precisamente, a situação da sociedade contemporânea.

I. A CULTURA DO PRAZER

1. O que é o Hedonismo.
O hedonismo traduz-se como o jeito de ver a vida em que se prioriza, acima de tudo, sem limites, a satisfação pessoal, buscando, ao mesmo tempo, evitar a dor e o sofrimento. Ele defende o prazer como um fim em si mesmo... o bem supremo. A Bíblia, porém, desmonta essa armadilha ao afirmar que “necessidade padecerá quem ama os prazeres [...]” (Pv 21.17). Assim, quem ama o prazer terá falta de prazer, isto é, necessidade.

O grande problema do hedonismo circunscreve-se em divinizar o prazer, transformando-o em um deus ou, quem sabe, em um demônio, que fará de tudo para conseguir seu objetivo. A vida, porém, sabe-se, é cheia de sofrimentos, muitos deles necessários. Somos criaturas caídas, precisamos muitas vezes sofrer para nos separar de nossos hábitos errados, das nossas noções erradas e dos ídolos para os quais vivemos, para que nossos corações sejam livres para amar a Deus.

2. As origens do Hedonismo.
A busca incontrolável pelo prazer, como o objetivo maior da própria vida, que demonstra o caráter vão do homem sem Deus, existe desde os primórdios da humanidade, como se observa nos casos da bigamia de Lameque e Esaú (Gn 4.23; 26.34), da orgia dos idólatras (Êx 32.6), da fornicação coletiva dos judeus (Nm 25.1-3), da insaciabilidade de Salomão (Ec 2.10), etc. Como consequência, o fim de cada um deles não foi bom, pois está escrito que “o homem vão cava o mal” (Pv 16.27).

Como pensamento filosófico, entretanto, o hedonismo foi organizado na Grécia, e seu maior arauto foi Aristipo de Cirene (435-335 a.C.). Com o passar do tempo, a teoria hedonista foi absorvida, total ou parcialmente, por outros pensamentos filosóficos, com destaque especial ao epicurismo e ao utilitarismo.

Importante dizer, porém, que Deus nunca chancelou a tese que coloca o prazer ou a felicidade como prioridade, motivo pelo qual é possível afirmar que todo hedonista é idólatra, pois elege o prazer como o bem supremo da vida — a mesma coisa que faz o avarento, em relação ao dinheiro —, lugar esse que deve pertencer ao Senhor.

3. As consequências do Hedonismo.
A vida do hedonista é vazia de significado. Salomão, depois de prometer a si mesmo “gozar o prazer” (Ec 2.1), satisfazer a concupiscência dos olhos e realizar seus desejos mais secretos (Ec 2.10); olhou para as obras de suas mãos e “eis que tudo era vaidade e aflição de espírito e que proveito nenhum havia debaixo do sol” (Ec 2.11). Se for verdade que tudo que ocupa o lugar de Deus é um ídolo, então é certo que Salomão idolatrou o prazer, por algum tempo. Que grande desilusão! Ademais, não fosse suficiente o sofrimento decorrente dessa crise existencial, o sábio Salomão arrematou tristemente que “por tudo o dinheiro responde” (Ec 10.19) e, por fim, abandonando a sabedoria,tornou-se idólatra de deuses estranhos pela influência de mulheres que supostamente lhe davam prazer (1Rs 11.1-8). O suprassumo da vida é começar bem e, com Deus, terminar melhor, sem nunca se voltar aos paradigmas que regem o sistema corrompido deste mundo.

O hedonismo, bem presente em nossos dias, diviniza o prazer, transformando-o em um deus ou, quem sabe, em um demônio, que fará de tudo para conseguir seu objetivo.

II. HEDONISMO E AS OBRAS DA CARNE

1. A ideologia de gênero.
O hedonismo está na base da ideologia de gênero, a qual traduz reivindicações políticas que chancelam obras da carne como a “prostituição, impureza e lascívia” (Gl 5.19). O fundamento dessa nova ideologia, portanto, são as paixões sensuais que atentam contra o denominado “instinto de preservação da espécie”, e agridem a santidade de Deus.

Os seres humanos têm a identificação do gênero a partir da definição do código DNA que Deus determina para cada pessoa. Assim, eventuais alterações anatômicas, no curso da vida, proporcionadas por cirurgias de mudança de sexo e uso de hormônios, jamais transformarão homens em mulheres, ou mulheres em homens.

A Bíblia diz que os que viverem segundo a carne morrerão, mas os que, pelo Espírito, mortificarem as obras do corpo, viverão (Rm 8.13). O bem supremo da vida não é o prazer, seja ele qual forma tiver, mas desfrutar de íntima comunhão com Deus, o que produz uma satisfação total, tanto nesta vida quanto na vindoura.

2. O aborto.
O aborto, aos olhos de Deus, é uma obra da carne chamada homicídio (Gl 5.21). Há abundantes e irrefutáveis estudos médicos e bioéticos que demonstram que a vida começa com a fecundação. A partir daí, qualquer agressão à vida que se desenvolve no ventre materno atentará contra o mandamento de Deus (Êx 20.13), violará a cláusula pétrea (que não pode ser mudada) da Constituição Federal do Brasil de 1988, que diz ser inviolável o direito à vida (art. 5º, caput), e transgredirá o art. 2º do Código Civil Brasileiro, o qual anui que a lei “...põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”.

Foi o Senhor quem trouxe à existência o ser humano, por isso Ele é chamado de o “Autor da vida” (At 3.15 — ARA). Deus zela pela vida do homem desde o início da formação do feto. Está escrito: “Os teus olhos viram meu corpo ainda informe.[...]” (Sl 139.16). Somente Deus é capaz de dimensionar o amor que Ele sente por cada pessoa que nasce, obra-prima de Suas mãos, imagem e semelhança dEle. Por isso, nenhum ser humano pode tirar a vida de ninguém.

3. A descriminalização das drogas.
A obra da carne denominada “bebedices” (Gl 5.21) também tem sua motivação no hedonismo. É a busca pelo prazer que faz uma pessoa “gastar o seu dinheiro naquilo que não é pão” (Is 55.2). Está escrito: “Não estejas entre os beberrões de vinho... porque o beberrão...” cairá “em pobreza” (Pv 23.20,21). A ingestão de bebida embriagante tira da pessoa o bom senso, incutindo-lhe a impressão de que possui um novo “status” de poder, por provocar-lhe estranhas experiências sensoriais. Esse é o mesmo processo das drogas ilícitas modernas: maconha, crack, cocaína, LSD, êxtase, etc. Consumi-las, portanto, é uma obra da carne e, por isso, devem severamente ser combatidas.

Ocorre, porém, que em diversos países do mundo, há uma onda de liberação da maconha, inclusive no Brasil, mas isso se apresenta muito perigoso. Os jovens, desprovidos de esperança e sem Deus no mundo, em busca de novas sensações, experimentarão cada vez mais substâncias psicotrópicas proibidas que poderão aprisioná-los para sempre e depois humilhá-los até à morte.

“Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis” (Rm 8.13).

III. A COSMOVISÃO JUDAICO-CRISTÃ

1. O corpo como sacrifício vivo (Rm 12.1).
Enquanto o hedonismo segue transtornando o mundo, ao levar mais jovens à sensualidade, prostituição, drogas, à libertinagem e a todo o tipo de vícios, Deus oferece um jeito diferente de enxergar os valores da vida. A isso os apologistas chamam de cosmovisão (um jeito de ver o mundo) judaico-cristã, que é a síntese de tudo aquilo que foi ensinado por Deus ao longo de milênios e, benevolentemente, deixado escrito na Bíblia.

O discípulo não leva a cruz sem propósito, pois sabe o que está fazendo. Ele usa a razão! É bem verdade que alegrias e delícias desta vida alcançarão os fiéis (Dt 28.1-13), mas elas não se constituem nas coisas mais importantes, apenas representam timidamente parte das alegrias e delícias que serão desfrutadas na eternidade.

2. A mente transformada (Rm 12.2).
Outro aspecto da cosmovisão judaico-cristã (que são as lentes através das quais se vê o mundo) é a necessidade de ter uma “mudança de mente”, do grego metanoia (Rm 12.2). Novos pensamentos que visem a glória de Deus, para que se compreenda toda a sua vontade.

3. A contracultura do Reino.
Aderindo aos ensinamentos da cosmovisão do evangelho de Cristo, produzir-se-á uma contracultura aos valores infundidos pelas heresias perniciosas no seio social. A cultura do prazer (hedonismo), nisto incluída toda sorte de mazelas egoístas da sociedade contemporânea, dará lugar ao serviço sacrificial em prol dos menos favorecidos, a quem a Bíblia chama de “próximo”, à união familiar duradoura, ao desapego (e não cobiça) das coisas materiais, dentre inúmeros outros benefícios.

Não é possível separar a busca hedonista pelos deleites e o pecado. As verdadeiras alegrias e delícias somente são achadas à mão direita de Deus.

CONCLUSÃO

As pessoas que são ávidas pelo prazer não pensam, muitas vezes, nas consequências das suas escolhas. No princípio, a experiência parece agradável, mas, no fim, exalará o cheiro da morte. Diante disso, por amor, a igreja do Senhor não deve ficar calada, mas cumprir com ousadia o mandato cultural recebido de Deus de transformar o mundo em que se vive, porquanto “feliz é a nação cujo Deus é o Senhor”.


SUBSÍDIO
“Deus está nos treinando para nos tornarmos cada vez mais como Jesus, em personalidade e propósito. Deus deseja nos usar em seus campos de colheita, pedindo todos os nossos esforços para apresentá-lo a aqueles que não o conhecem. Ele nos quer para fazer isto com a mesma metodologia e o mesmo caráter de seu Filho. A batalha pela pureza sexual deve ser combatida e vencida para que estejamos prontos para servir a Deus na luta pelas almas dos homens, mulheres e crianças. Quando o povo de Deus não vive de maneira santa, ele se torna inútil a Deus e se perverte.

O pecado sexual de um cristão é um ato de se afundar na batalha pelas almas dos homens, tornando-nos inúteis ao santo Deus. Um navio é designado para flutuar na água, mas a água dentro do navio é mortal.

Vivemos em um mundo repleto e saturado de sexo. Em contraste, Deus fixou padrões para uma vida santa e correta levando em consideração a conduta e o pensamento sexual. Violar esses padrões irá afundar nossa fé. O inimigo vence outra batalha sempre que afunda um cristão antes mesmo de ele entrar na luta. Não podemos esperar que falemos com eficácia e verdade sobre nosso Senhor, se não estamos obedecendo a Ele no que se relaciona às nossas vidas sexuais” (DANIELS, Robert. Pureza Sexual. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2001, pp.51,52).

Fonte: Lições Bíblicas 3º Trimestre de 2017 Título: Tempo para todas as coisas — Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá - Comentarista: Reynaldo Odilo 


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