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sábado, 5 de agosto de 2017

A Pecaminosidade humana e a sua Restauração a Deus

Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” Rm 3.23

A pecaminosidade humana e sua restauração a Deus

O problema do pecado
Um “senhor” que domina a vida de uma pessoa. É assim que a Bíblia nos apresenta o pecado (Rm 6.12-14). Ele não pode ser vencido apenas pela atitude humana.
A questão não é o que o ser humano pode fazer para se livrar do pecado, mas o que foi feito para que o pecado fosse removido do ser humano. Ora, se não houver a experiência de conhecer a Cristo mediante a fé pela graça de Deus (Ef 2.8), o ser humano continuará escravo do “senhorio” do Pecado. Logo, esse poder só é quebrado, e essa opressão só é desfeita, quando a salvação pela graça for operada na vida do pecador.
O pecado é algo sério e grave. Infelizmente, muitos não têm a real dimensão desse problema. Quando se diz que o ser humano não pode fazer nada em relação a sua situação de pecado, o que está se afirmando é que não resta mais esperança nenhuma para a situação dessa pessoa. Por isso, o tema é incômodo. Ele revela a consciência dos erros que muitos tendem a esconder, pois sem a graça de Deus eles não têm a possibilidade de enfrentá-los. O pecado incomoda porque não há como fugir dele, não tem como escapar. Por isso, só a salvação operada pela graça de Deus é capaz de nos constranger a tomarmos o caminho da humildade, reconhecendo os nossos erros, confessando com os lábios: “sou um pecador”. A coragem para enfrentar isso e a tristeza que tal afirmação acarreta à alma humana só pode acontecer pela ação de convencimento do Espírito Santo. É a graça de Deus se revelando ao coração humano, pois depois de um momento desassombro, dor, vergonha e confissão, um alívio como nunca dantes experimentado passa a raiar na alma. É a graça de Deus que chegou e atingiu o coração humano.

Amando o pecador
Como Igreja do Senhor, jamais o nosso papel pode ser o de lançar em rosto os pecados alheios. A Palavra de Deus afirma que dos nossos pecados o Senhor não lembrará mais: “jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades” (Hb 10.17). Ora, onde há remissão de pecados, tudo está feito (Hb 10.18; cf. Jo 19.30). O nosso trabalho agora é o de acolher as pessoas que se arrependeram de seus muitos pecados. Sem humilhar ninguém, o nosso caminho é o de demonstrar o amor de Deus como Jesus fez em seu ministério terreno (Lc 4.18,19). Essa é uma ótima oportunidade de fazer uma reflexão com a classe à luz do assunto apresentado na lição e a maturidade dos salvos em Cristo em lidar com a questão do acolhimento do pecador. Revista Ensinador Cristão nº71

Reconhecemos a pecaminosidade de todos os seres humanos, que os destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo podem restaurá-los a Deus.

Leitura Bíblica: Romanos 5.12-21

No livro de Gênesis encontramos um dos relatos mais tristes da história da humanidade, a Queda. Mas, Deus não foi pego de surpresa com o pecado de Adão e Eva, pois as Escrituras Sagradas afirmam que desde a fundação do mundo a morte redentora de Jesus, pela salvação da humanidade, já havia sido determinada (Ap 13.8). O homem pecou de modo deliberado contra Deus, mas o Criador não o deixou entregue a sua própria sorte. O Senhor providenciou a sua redenção.

Vivemos em uma sociedade relativista, onde muitos não acreditam mais que haja certo e errado. O erro, o pecado, segundo os relativistas, vai depender do ponto de vista de cada um. Mas, cremos na Verdade absoluta e que a única solução para o pecado está na fé no sacrifício de Jesus Cristo.

A Doutrina do Pecado é conhecida nos tratados de teologia como Hamartiologia, da palavra grega hamartia. O estudo se reveste de suma importância porque se trata do problema básico de todos os seres humanos. Todos os conflitos no mundo e as confusões existentes na humanidade são manifestações do pecado. Ninguém pode se livrar dele, mas o Senhor Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores da condenação eterna. O enfoque da presente lição é definir e explicar o pecado, bem como apresentar o meio divino para a solução humana.

Harmatologia: é uma palavra usada no campo teológico para designar ‘a doutrina do pecado’, incluindo seus aspectos sombrios e sua natureza destruidora, tanto aplicada no campo físico como no campo espiritual, mostrando em cada detalhe suas disposições hostis contra Deus, os seres e qualquer entidade no mundo da existência. Em sentido etimológico — a palavra ‘pecado’ conforme se encontra em nossas versões, vem da palavra hebraica ‘hatta’th’, do qual origina-se a raiz hebraica ‘hata’ traduzido na Septuaginta da palavra ‘hamartia’. Existem algumas palavras que relatam significados semelhantes à palavra hebraica hatta’th’, como também a palavra grega ‘hamartia’. Estes termos são aplicados no tempo e no espaço para descrever e dar sentido a tudo aquilo que o pecado é e suas formas de expressão. Os eruditos teológicos usam várias palavras deste gênero para descrever a natureza sombria do pecado, mostrando seus aspectos e suas disposições torcidas, maléficas em sua natureza daninha e perniciosa” (PEDRO, Severino. A Doutrina do Pecado. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.13,14).

Os termos hebraicos awon e peshá. Há na Bíblia um repertório amplo que revela o pecado nos seus vários aspectos, mas este espaço não nos permite uma apresentação exaustiva. O termo hebraico avon, “iniquidade, perversão”, vem de uma raiz que significa “entortar, torcer”, daí a ideia de perverter a lei de Deus. Essa palavra aparece traduzida em nossas versões como “injustiça” (Gn 15.16), “maldade” (Êx 20.5) e “iniquidade” (Lv 26.40). Já o verbo avah, de mesma raiz, descreve a natureza do coração da pessoa não regenerada (Jó 15.5). Isso revela a “vida torta” do pecador. O outro termo de importância na Hamartiologia do Antigo Testamento é o verbo pashá “transgredir” ou o substantivo peshá, “transgressão, delito” (Gn 31.36; 50.17). O ser humano forçou e foi além dos limites que Deus estabeleceu, e isso faz toda a humanidade, homens e mulheres, errar o alvo da vida.

Pecado“Do hebraico hattah; do grego hamartios; do latim peccatum. Transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por Deus. Errar o alvo estabelecido pelo Criador ao homem: O pecado mortal é a deliberação consciente e intencional de se resistir a vontade de Deus. Não se trata de um simples pecado ou de uma transgressão ordinária; é uma rebeldia movida pelo orgulho e pelo não reconhecimento da soberania divina”. Dicionário Teológico, CPAD, pp.235,236.

Há uma lista extensa de palavras na Bíblia para designar o pecado: erro, iniquidade, transgressão, maldade, impiedade, engano, sedução, rebelião, violência, perversão, orgulho, malícia, concupiscência, prostituição, injustiça etc., além dos verbos e adjetivos cognatos.

Muitos desses termos, e outros similares, estão na sombria lista apresentada pelo apóstolo Paulo (Rm 1.29-32; Gl 5.19-21).


COMO A BÍBLIA DESCREVE O PECADO

O pecado é descrito de diversas maneiras e existem dezenas de termos hebraicos e gregos na Bíblia para descrever suas causas, às vezes, sua natureza e até mesmo suas consequências. Os termos mais comuns para o pecado são o hebraico hāttā’â e o seu equivalente grego na Septuaginta e no Novo Testamento, hamartia. O verbo hātā’ significa literalmente “errar o alvo” (Jz 20.16; Pv 19.2). Essa palavra é usada também no campo secular na quebra de uma lei civil (Gn 41.9; Ec 10.4), mas seu uso comum diz respeito ao pecado contra Deus (Sl 103.10; Dn 9.16). O ser humano erra o alvo e desvia-se do objetivo da vida estabelecido pelo Criador por causa de uma disposição inata que há em todas as criaturas humanas.

O pecado é a transgressão da lei de Deus: “porque o pecado é a transgressão da lei” (1 Jo 3.4 – ARA). O substantivo “transgressão” ou o verbo “transgredir” é de uso comum desde o Antigo Testamento. O verbo hebraico ‘avār, literalmente “atravessar, passar”, não tem conotação moral: “E passou Abrão por aquela terra” (Gn 12.6). Mas é comum o seu uso no sentido de ir além de um limite estabelecido e é isso o que significa “transgredir um mandamento” ou “traspassar o mandado do SENHOR” (Nm 22.18; 24.13); “seus moradores, porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos e quebram a aliança eterna” (Is 24.5); “eles traspassaram o concerto, como Adão” (Os 6.7); “porque traspassaram o meu concerto e se rebelaram contra a minha lei” (Os 8.1). A Septuaginta traduz ‘avār em todas essas passagens pelo verbo grego parabaino, “transgredir, desviar-se”. O substantivo é parábasis, “transgressão, violação de uma lei”. É nesse sentido que esses termos aparecem no Novo Testamento: “Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos quando comem pão. Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Por que transgredis vós também o mandamento de Deus pela vossa tradição?” (Mt 15.2, 3). Foi exatamente esse o pecado de Adão: o primeiro casal foi além do limite que Deus estabeleceu, não comer do fruto proibido (Gn 2.17). O profeta Oseias chama essa atitude de Adão e Eva de transgressão (Os 6.7). O apóstolo Paulo emprega o substantivo parábasis para identificar o pecado de Adão e Eva: “até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão” (Rm 5.14); E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão” (1 Tm 2.14).

O termo grego para “transgressão” em 1 João 3.4 é anomía, que literalmente quer dizer “falta de lei, quebra da lei”; o ánomos é alguém para o qual não existe uma lei. A versão Almeida Atualizada e a Tradução Brasileira traduzem essa palavra por “iniquidade”.

A Septuaginta emprega com frequência o termo anomía para traduzir a palavra hebraica ‘awôn, “iniquidade, perversão” (Êx 34.7), além de mais de 20 termos alusivos ao pecado. ‘Awôn é sinônimo de pecado: “Nós pecamos como os nossos pais; cometemos iniquidade, andamos perversamente” (Sl 106.6).

Outro termo hebraico usado como “transgressão” é pāsha‘: “Qual é a minha transgressão? Qual é o meu pecado, que tão furiosamente me tens perseguido?” (Gn 31.36). Há ainda diversos termos para designar o pecado, como impiedade: “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça” (Rm 1.18); maldade: “como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia e à maldade para a maldade” (Rm 6.19); perversidade: “a vossa língua pronuncia perversidade” (Is 59.3); engano: “Ó filho do diabo, cheio de todo o engano” (At 13.10); sedução: “Seduziu-o com a multidão das suas palavras” (Pv 7.21); “a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera” (Mt 13.22); injustiça: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” 1 Jo 1.9) e incredulidade: “porque o fiz ignorantemente, na incredulidade” (1 Tm 1.13); “E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade” (Hb 3.19).

O pecado não se originou no Éden; surgiu primeiro na esfera angelical, quando o querubim ungido (Ez 28.12-15) se rebelou contra Deus e dessa forma foi expulso do céu juntamente com os anjos rebeldes (Is 14.12-14; Ap 12.7-9). Mas parece que muitos teólogos preferem pular essa parte. De qualquer maneira, o que aconteceu no Éden foi outra queda. Adão e Eva foram criados em total inocência e não conheciam o mal antes de desobedecerem a Deus (Gn 3.5). Não havia nenhum tipo de malícia na sua natureza ou no ambiente onde eles foram inseridos. Eles “não se envergonhavam” (Gn 2.25) e ainda não conheciam o “bem e o mal” (Gn 3.5). Em suma, além de não conhecerem nenhum tipo de culpa por nenhum tipo de pecado, também eram inocentes com relação ao pecado. A ordem de Deus foi clara: “E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.16, 17). Aqui está claro que Deus dotou o ser humano de livre-arbítrio.

A serpente perguntou primeiro se o fruto de todas as árvores do jardim estava liberado (Gn 3.1). Ao ouvir a resposta da mulher, apresentou um discurso contrário do que Deus havia dito: “Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal” (Gn 3.4, 5). Com essas astúcias, a serpente levou a mulher a desobedecer a Deus, pois despertou a curiosidade de Eva que chamou a sua atenção para o fruto proibido: “E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela” (Gn 3.6). O pecado não é causado por Deus: “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta” (Tg 1.13). A tentação vem dos próprios desejos ilícitos (Tg 1.14, 15). “Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo” (1 Jo 2.16). A tentação envolve, além da indução externa, os desejos carnais pelas coisas proibidas. A serpente seduziu Eva com três elementos. Adão e Eva tinham total capacidade de rejeitar a proposta da serpente, pois Deus criou o ser humano com livre-arbítrio e liberdade de escolher entre o bem e o mal (Gn 2.16, 17). A sutileza é uma maneira refinada e sutil de mostrar algo de maneira disfarçada, quase imperceptível, que exige agudeza de espírito para ser    detectada. Essa é uma das especialidades de Satanás e foi com sutileza que Satanás levou o primeiro casal à ruína e, com ele, toda a humanidade (Rm5.12).

A morte de Adão quando desobedeceu a Deus foi instantânea. Morte significa separação. Deus advertiu a Adão dizendo: “No dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). Foi o que aconteceu. A comunhão com Deus foi interrompida imediatamente, pois seus olhos foram abertos e eles logo perceberam que estavam nus, conheceram pessoalmente o mal e procuraram se esconder da presença de Deus porque sentiram medo (Gn 3.7, 8, 10). O senso de culpa foi imediato. Eles morreram espiritualmente no mesmo instante em que comeram o fruto proibido; era a ruptura da comunhão: “Porque o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).

CONSEQUÊNCIAS DO PECADO

A Queda do Éden arruinou a humanidade de maneira tão profunda que transmitiu a todos os seres humanos a tendência ou inclinação para o pecado. A depravação total do gênero humano não significa ser um pecador ao extremo em último grau, totalmente insensível quanto à consciência no que diz respeito ao certo e o errado (Rm 2.15). Todo o gênero humano se corrompeu, mas a imagem de Deus no ser humano não foi perdida (Gn 9.6; Tg 3.9); ela ficou desfigurada, e a restauração só é possível em Cristo (Ef 2.10). A depravação total significa que nada há no ser humano que não tenha sido contaminado pelo pecado, da cabeça à planta do pé (Is 1.5, 6); significa natureza mental e moral corrupta (Gn 6.5, 12), coração enganoso e perverso (Jr 17.9), morto em ofensas e pecados (Ef 2.1), inimigo de Deus (Rm 8.7), escravo do pecado (Rm 6.17; 7.5). A Bíblia afirma categoricamente que “não há um justo sequer” (Rm 3.10); que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). Até um bebê recém-nascido (Sl 51.5), antes mesmo de cometer o seu primeiro pecado, já é pecador (Sl 58.3). Por causa do pecado de Adão, todas as pessoas recebem uma natureza corrompida e culpada aos olhos de Deus.

Todos os seres humanos são pecadores: “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só... Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.1-12, 23). Já nascemos pecadores: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51.5) e “Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, proferindo mentiras” (Sl 58.3). A queda do Éden trouxe a corrupção geral do gênero humano, a natureza moral se corrompeu (Gn 6.5, 12). Essa corrupção afetou a pessoa na tua totalidade, com todas as suas faculdades – a alma, o corpo e o espírito: “Toda a cabeça está enferma, e todo o coração, fraco. Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres, não espremidas, nem ligadas, nem nenhuma delas amolecida com óleo” (Is 1.5, 6), como disse o teólogo Millard J. Erickson: “Não somos pecadores apenas porque pecamos; nós pecamos porque somos pecadores” (ERICKSON, 2015, p. 559).

O apóstolo Paulo apresenta uma breve amostra da situação espiritual dos gentios (Rm 1.21-32), mas em seguida explica que a situação dos judeus não é diferente da humanidade (Rm 1.17-23) e depois coloca no mesmo bojo judeus e gentios: “Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma! Pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado” (Rm 3.9) e “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). A Bíblia mostra que “o pecado de Adão nos afetou muito mais que a ele próprio” (HORTON, 1996, p. 269). Isso se baseia nas epístolas paulinas (Rm 5.12-21; 1 Co 15.21, 22). É a isso que chamamos pecado original. Mas a declaração mais surpreendente é quando o apóstolo afirma: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). Essa doutrina do pecado original não é inovação paulina; ela consta da tradição judaica, no Talmude (Berakoth, 61a; Nedarim, 32b). O ensino paulino veio da revelação de Jesus Cristo, das Escrituras do Antigo Testamento e da tradição judaica. O apóstolo Paulo desenvolveu essa doutrina. A morte é universal e nisto está a evidência incontestável da universalidade do pecado. Depois, o apóstolo mostra que, da mesma maneira que o pecado de Adão contaminou toda a humanidade, assim também a justiça de Cristo a graça veio para todas as pessoas: “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida” (Rm 5.18).

Não existe uma teoria detalhada nas Escrituras sobre o pecado original, mas os dados da revelação nos dão base para uma dedução da Bíblia. O ser humano é concebido em pecado: “em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51.5) e “Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, proferindo mentiras” (Sl 58.3). Isso mostra por que o apóstolo Paulo afirma: “Andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também” (Ef 2.3). Por dedução, é razoável que um ser humano corrompido produza filhos igualmente corrompidos: “Quem da imundícia poderá tirar coisa pura? Ninguém!” (Jó 14.4); “Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons” (Mt 7.18) e “Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto” (Lc 6.43). Os bebês recém-nascidos e as crianças, apesar de nascerem com natureza pecaminosa (Sl 58.3), ainda não conhecem experimentalmente o pecado. Elas não são responsabilizadas por seus atos antes de terem condições morais e intelectuais para discernir entre o bem e o mal, o certo e o errado (Rm 9.11). O sacrifício de Jesus proveu salvação a todas as pessoas, até mesmo às crianças que falecerem na fase da inocência.

AS TEORIAS

Muitas teorias foram apresentadas ao longo da história na tentativa de explicar o processo de transmissão do pecado original. As três principais são o pelagianismo, o calvinismo e o arminianismo. Essas teorias apresentadas a seguir são gerais, pois em todas elas existem as tendências radicais e moderadas e cujos detalhes não são discutidos aqui por absoluta falta de espaço.

O pelagianismo é a mais antiga dessas teorias. Pelágio foi um britânico (360-420), contemporâneo de Agostinho de Hipona, que se transferiu para Roma e, depois em 409, seguiu com seu discípulo Celéstio, para Cartago, no norte da África. Segundo Pelágio, o pecado de Adão não foi transmitido a toda a humanidade, nem a morte física é resultado do pecado de Adão. Na sua teoria, cada alma é criada imediatamente por Deus, no nascimento de cada pessoa, portanto ela não pode vir ao mundo maculada pelo pecado de Adão. O pecado de Adão diz respeito só a ele e não pode ser imputado sobre o destino de sua posteridade. Pelágio enfatizava também a ideia do total livre-arbítrio. Segundo ele, os seres humanos possuem a graça, capacidade de optar livremente por Deus. Por se tratar de criaturas feitas à imagem de Deus, as pessoas têm condições morais e espirituais de fazerem o bem e evitarem o mal, salvando-se com suas próprias forças. Pelágio dizia ainda “que não existe necessidade da graça para a salvação, pois ela pode ser alcançada por meio da nossa livre-escolha, independente de auxílio externo” (GEISLER, vol. 2, 2010, p. 122). Pelágio acreditava que o pecado de Adão era apenas um mal exemplo para os seus descentes, assim como a morte de Jesus não passava do mais eminente exemplo da vida cristã.

A princípio, a sua doutrina teve acolhida popular e não era considerada herética porque parecia um assunto ético e não teológico. A controvérsia não foi desencadeada com o próprio Pelágio, mas com Celéstio. Agostinho foi o primeiro a constatar o perigo dessa doutrina pelagiana. O bispo de Hipona via nisso uma doutrina de autorredenção disfarçada e completamente contrária ao pensamento soteriológico e cristológico. Isso porque, se as pessoas chegam à salvação se baseando simplesmente na sua natureza criada e na decisão de sua livre vontade, significa que Jesus morreu em vão.

O arminianismo ensina o contrário do pelagianismo. Jacó Armínio foi um teólogo holandês de origem reformada (1560-1609) que modificou consideravelmente a linha teológica em que havia sido criado. João Wesley, teólogo e pregador britânico (1703-1791), fez mudanças no pensamento arminiano. O pecado de Adão corrompeu a natureza humana na sua totalidade, e iniciamos a vida sem nenhuma retidão. O ser humano é incapaz de fazer a vontade de Deus e cumprir os seus mandamentos no tocante às coisas espirituais de Deus. A imagem de Deus no ser humano não foi aniquilada, mas desfigurada, por isso necessita da graça de Deus para superar isso em direção a ele. Essa graça não é irresistível; ela opera de forma suficiente “sobre todos, aguardando a sua livre-cooperação antes de se tornar salvificamente efetiva” (GEISLER, vol. 2, 2010, p. 123).

O calvinismo defende os cinco pontos aprovados no Sínodo de Dort em 1619-1620, cerca de 60 anos depois da morte de João Calvino, e muitos duvidam de que ele aprovaria todos esses pontos. São eles: 1) depravação total, 2) eleição incondicional, 3) expiação limitada, 4) graça irresistível e 5) perseverança dos santos. Os arminianos concordam em parte com o primeiro ponto e discordam dos demais. Ninguém é coagido a ser salvo, Jesus morreu por todos os pecadores, o pecador pode resistir à graça e é possível o crente decair da graça.

Adão é apresentado como figura de Cristo: “o qual é a figura daquele que havia de vir” (Rm 5.14). Existe só um ponto em comum entre Adão e Cristo, um é o cabeça da humanidade caída, representante da morte; o outro, o cabeça da nova eternidade, representante da vida. Fora isso, a comparação paulina é uma antítese que nos enche de gozo.

A morte expiatória de Jesus Cristo foi e é a solução para o pecado.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Lendo o Antigo Testamento e considerando séria e literalmente a sua mensagem, facilmente concluiremos que a salvação é um dos temas dominantes, e Deus, o protagonista. O tema da salvação já aparece em Gênesis 3.15, na promessa de que o Descendente — ou ‘semente’ — da mulher esmagará a cabeça da serpente. ‘Este é o protoevangelium, o primeiro vislumbre da salvação que virá através daquEle que restaurará o homem à vida’. Javé salvava o seu povo através de juízes (Jz 2.16,18) e outros líderes, como Samuel (1Sm 7.8) e Davi (1Sm 19.5). Javé livrou até mesmo a Síria, inimiga de Israel, por meio de Naamã (2Rs 5.1). Não há salvador à parte do Senhor (Is 43.11)”. (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.97).


Jesus Cristo, “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”


CONCLUSÃO

A única esperança é o Senhor Jesus, o único que pode nos restaurar a Deus. Restaurar é restituir, e isso se aplica tanto a possessões e bens (Êx 22.14; Is 58.12; Lc 19.8) como também a pessoas (Jr 30.17). O plano de Deus é restaurar todas as coisas (At 3.21), mas Ele começou com os seres humanos. Nós estávamos perdidos, como o filho pródigo, e fomos restaurados a Deus pelo arrependimento (At 3.19; 2Co 7.10) e pela fé em Jesus (Rm 5.1).

Fonte: Lições Bíblicas CPAD Adultos - 3º Trimestre de 2017 - Título: A razão da nossa fé — Assim cremos, assim vivemos - Livro de Apoio - Comentarista: Esequias Soares
Revista Adultos 3ºTrim.2017 - A razão da nossa fé — Assim cremos, assim vivemos - Comentarista: Esequias Soares
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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Pecado de Comissão, Pecado de Omissão


"Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz comete pecado." Tiago 4.17 

A realidade do pecado. As Escrituras declaram, a observação descobre e a experiência humana comprova que o pecado é um fato inconteste. O pecado é um vírus que atingiu toda a raça humana. É uma chaga universal. E um tormento coletivo. Somente Jesus pode libertar o homem de seus funestos efeitos. O pecado é uma realidade que leva o homem à prática do mal e como consequência gera a opressão, a luta, a guerra, o sofrimento e por fim a morte.

Negar a existência do pecado é negar por extensão a veracidade da Escritura. Ela, no seu escopo geral, afirma do princípio ao fim que o pecado existe. O pecado é qualquer transgressão contra a vontade revelada de Deus. Para quem tem olhos para ver, o pecado está manifesto por toda parte. Realmente deve estar com visão enfraquecida quem não vê as operações arruinantes, maléficas, torcidas, brutais e bestiais do pecado, no mundo em geral e na vida humana. E além disso, após pecar contra Deus, o homem tornou-se sensível ao pecado. Quando o homem peca por qualquer razão ou motivo, ele sente o remorso da consciência, devido ao mal praticado e, em alguns casos, sofre as consequências da ação praticada contra Deus ou contra a sociedade. O homem é dotado de uma consciência sensível. O animal não possui esta consciência com sensibilidade de culpa. O homem quando comete um crime (peca), sua tendência é fugir do local e ocultar qualquer prova de seu delito. O animal não. Ele comete um ato errado, mas permanece no local como se nada tivesse acontecido (1Rs 13.24,28). A besta não tem traço algum de consciência de Deus; não tem, portanto, natureza religiosa. Para ela não há sensibilidade do pecado nem o peso da consciência. Quando o homem peca, através de sua consciência, ele sente em sua alma ou em seu sistema psicossomático o peso do pecado (Nm 32.23). Se o pecado não fosse uma realidade, jamais isso seria possível de acontecer. Também presenciamos a realidade de morte, que entrou no mundo por causa do pecado. ”Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens; por isso que todos pecaram” (Rm 5.12).

O pecado de comissão (Gn 3.17-19).
Que é o pecado?
Pecado é transgredir a lei de Deus. A Bíblia diz em 1 João 3.4 “Todo aquele que pratica o pecado transgride a Lei; de fato, o pecado é a transgressão da Lei” (NVI). A Bíblia diz em 1 João 5.17 “Toda a iniquidade é pecado”.

O que é a lei de Deus? São os ensinos de Sua Palavra registrados na Bíblia, a fim de nos levar a uma vida sem pecado.

O pecado de comissão começa dentro de nós. A Bíblia diz em Marcos 7.20-23 “Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci: apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade”.
O pecado de comissão é um ato, palavra ou desejo contrário à lei eterna. Isto significa que o pecado de comissão é um ato humano, já que requer o concurso da liberdade, e se expressa em atos externos, palavras ou atos internos. Além do mais, este ato humano é mau, isto é, opõe-se à lei eterna de Deus, que é a primeira e suprema regra moral, fundamento das demais. De modo mais geral, pode-se dizer que o pecado é qualquer ato humano oposto à norma moral, isto é, à reta razão iluminada pela fé. Trata-se, portanto, de uma tomada de posição negativa com respeito a Deus e, em contraste, um amor desordenado a nós mesmos. Esse foi o grande motivo da queda de nossos primeiros pais.

Antes de sermos salvos não sentíamos o prejuízo desse pecado. Tudo o que sentíamos era o pequeno remorso dos muitos pecados. Mesmo depois que nos tornamos cristãos, o que nos entristecia eram os nossos muitos pecados, não o pecado em si. Apesar de salvos agora, ainda podemos cair no pecado de comissão como mentir ou perder a calma, ter ciúmes e ser orgulhosos, ou sermos inadvertidamente relaxados com os pertences alheios. Portanto, esses pecados individuais nos aborrecem. Que devemos fazer? Chegar diante de Deus e pedir perdão por esses itens um a um. Podemos dizer: “Ó Deus, eu agi mal hoje. Pequei novamente. Por favor, perdoe-me” e Ele a pronto a nos perdoar.

PECADO DE COMISSÃO - Realizar aquilo que é expressamente condenado por Deus. Adão e Eva, foram proibidos de comer do fruto da árvore do bem e do mal. Entretanto, ainda assim dela comeram. Realizar conscientemente o que Deus de antemão condenou é um atentado a Sua Santidade e Justiça (Sl 106.6).

O pecado de omissão (Tg 4.17).
As Escrituras Sagradas revelam em alguns textos o pecado de omissão:
1) Lucas 10.30-37: Na parábola do bom Samaritano, o sacerdote e o Levita pecaram não fazendo o que eles sabiam ser bom e direito. Eles pecaram não amando o próximo deles.

2) Mateus 25.24-30: O homem que recebeu um talento do seu Senhor sabia de sua responsabilidade. Entretanto, escolheu enterrar o talento, em vez de trabalhar. Assim, ele pecou contra o seu Senhor e foi castigado por isso.

3) Mateus 25.41-46: Jesus adverte muitos serão lançados no fogo eterno porque não fizeram o que era correto com seus irmãos.

Isto nos leva a uma reflexão a respeito daquilo que fazemos e deixamos de fazer, pois a partir do instante que chegamos a essa conclusão, muitas das coisas que não estamos fazendo e a respeito das quais achávamos estar tomando a atitude correta, está nos levando a ser tão pecadores quanto as pessoas que cometem seus erros, pois conhecimento implica em responsabilidade. As pessoas conhecem a vontade de Deus, mas deliberadamente a desobedecem. Nosso pecado torna-se mais grave, mais hipócrita e mais danoso do que o pecado de um incrédulo ou ateu. Mais grave porque pecamos contra um maior conhecimento. Mais hipócrita porque declaramos que cremos, mas desobedecemos. Mais danoso porque os nossos pecados são mestres do pecado dos outros. O apóstolo Pedro diz: “Porque melhor lhes fora não terem conhecido o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado” (2Pe 2.21).

Por que as pessoas que conhecem a vontade de Deus, deliberadamente a desobedecem? Em primeiro lugar, por orgulho. O homem gosta de considerar-se o dono do seu próprio destino, o capitão da sua própria alma. Em segundo lugar, pela ignorância da natureza da vontade de Deus. Muitas pessoas têm medo da vontade de Deus. Pensam que Deus vai fazê-las miseráveis e infelizes. Mas a infelicidade reina quando o homem está fora da vontade de Deus. O lugar mais seguro para uma pessoa estar é no centro da vontade de Deus.

O que acontece àqueles que deliberadamente desobedecem a vontade de Deus? Eles são disciplinados por Deus até se submeterem (Hb 12.5-11). Eles perdem recompensas espirituais (1Co 9.24-27). Finalmente, eles sofrerão consequências sérias na vinda do Senhor (Cl 3.22-25).

PECADO DE OMISSÃO - Sabe fazer o bem e não o faz.
Quando omitimo-nos de fazer o bem, pecamos contra Deus e a sua justiça (Lc 10.25-37; Jo 15.22,24). Omissão, nada mais é do que nos silenciar diante de determinadas coisas, ficarmos mudos diante de fatos onde deveríamos nos posicionar, deixar de lado aquilo que não poderia ser deixado.

Um dia o homem resolveu voluntariamente desobedecer a Deus (Gn 3.1-24). O pecado, então, tornou-se uma realidade fatal. A partir dessa atitude rebelde, todas as relações dos seres humanos entre si, com o Criador e com a criação, foram distorcidas (Rm 1.18-32). Assim, a humanidade e a criação sofrem e gemem como vítimas da vaidade humana (Rm 8.19-22). Não somos capazes de, por nós mesmos, vencermos o pecado! Contudo, em Jesus toda essa grave realidade pode ser superada, pois o Pai enviou o seu Filho para que morresse por nós e, assim, resgatasse-nos da miséria do pecado (Rm 8.3; Hb 10.1-39).

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna."  João 3:16

Só em Jesus temos a Benção!

...Em Jesus a graça é infinita, Em Jesus, oh! bênção inaudita; Em Jesus, minh'a!ma é bendita; Em Jesus eu tenho salvação!

Fonte: 
Lições Bíblicas CPAD - 3º trimestre2014 - Fé e Obras - Ensinos de Tiago para uma vida cristã autentica
Ensinos complementares do 3º trimestre2014 - Escriba Digital 
Harpa Cristã - trecho louvor 400  
 Aqui eu Aprendi!
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