Membros / Amigos

Conheça mais de nossas Postagens

Research - Digite uma palavra ou assunto e Pesquise aqui no Blog

Mostrando postagens com marcador Judaísmo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Judaísmo. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Os primeiros Discípulos

“E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” Mt 4.19


“Discípulo era um termo comum no século I para uma pessoa que era um seguidor compromissado de um líder religioso, filosófico ou político. No mundo judaico, o termo era particularmente usado para os estudantes de um rabi, o mestre religioso. Nos Evangelhos, João Batista e os fariseus tinham grupos de discípulos (Mc 2.18; Mt 22.15,16). Esses discípulos, com frequência, eram os alunos mais promissores que passaram pelo sistema de educação judaica — os que já tinham memorizado as Escrituras hebraicas e demonstraram o potencial para aprender os ensinamentos específicos dos rabis sobre a Lei e os profetas a fim de que pudesse ensinar isso a outros. Portanto, era uma grande honra e responsabilidade ser chamado por um rabi para ser seu discípulo. Os discípulos aprenderam os ensinamentos de seu rabi vivendo com ele e seguindo-o aonde quer que vá. Uma frase daquele tempo descrevia os discípulos como aqueles que ‘ficavam cobertos pela poeira do rabi’, porque, literalmente, seguiam de muito perto seus mestres” (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013, p.69).

O chamado de Jesus e a afirmação de que a seara é grande e os ceifeiros são poucos continuam atuais.

Texto Bíblico: Mateus 4.18-25

INTRODUÇÃO

Ninguém pode fazer a obra de Deus sozinho, por isso Jesus, o Filho de Deus, chamou alguns discípulos para estar mais próximos e ajudarem em seu ministério. O Mestre investiu tempo para preparar estes primeiros discípulos, a fim de que eles dessem continuidade à sua missão depois da sua partida.

Jesus comissionou os primeiros discípulos e começou o seu ministério de evangelização na região da Galileia, logo que soube que João estava preso. O início da pregação na região da Galileia e a preparação dos discípulos foram fundamentais para a expansão do Evangelho.

I. CHAMADOS PARA SEREM PESCADORES DE HOMENS

1. O discípulo recebia formação aos pés do seu mestre.
A escolha do discípulo era de grande responsabilidade, pois ele seria o sucessor do mestre para discipular as futuras gerações. No judaísmo, o discípulo era alguém formado aos pés de um rabi, o mestre religioso, portanto era algo honroso, mas acompanhado de grande responsabilidade. João Batista e os fariseus também tinham grupos de discípulos (Mt 22.15,16; Mc 2.18).

Para ser convocado pelo mestre, o discípulo deveria apresentar algumas qualificações, como por exemplo, ter memorizado a Torá, além de possuir potencial para se tornar um mestre no futuro. Ele também precisava ser próximo de seu mestre, pois a partir da escolha deveriam ter uma vida em comum por um longo período. A princípio pode parecer que Jesus não teve o devido cuidado na escolha dos primeiros discípulos. O texto descreve a escolha a partir de um encontro casual e repentino, durante uma caminhada junto ao mar. Por isso, a necessidade de analisar esta narrativa de Mateus em conjunto com os demais Evangelhos, pois as informações se complementam. Cada um dos evangelistas teve o seu objetivo na hora de escrever os Evangelhos, com destinatários específicos e informações que seguiam também as necessidades específicas.

2. A escolha dos discípulos.
Quando o chamado dos primeiros discípulos é analisado em conjunto com outros Evangelhos é possível perceber que Jesus os conhecia antes de chamá-los e os preparou depois da chamada. Diferente do que aparenta a leitura isolada de Mateus, João nos dá mais detalhes a este respeito (Jo 1.35-56). André, o primeiro discípulo a ser chamado já havia abandonado o negócio de pescaria da família para ser discípulo de João Batista e deve ter visto Jesus pela primeira vez quando este foi batizado por João. Quando ouve João dizer que Jesus era o Cordeiro de Deus, ele segue a Jesus até sua casa e passa o dia com o Mestre. No dia seguinte André encontra seu irmão Simão e o leva para conhecer Jesus (Jo 1.41,42). No outro dia Jesus também chama Filipe, que, também traz mais um discípulo, Natanael. Os novos amigos e discípulos de Jesus permanecem juntos durante vários dias (Jo 2.12).

O lugar onde ocorreu o chamado dos primeiros discípulos é motivo de controvérsia entre alguns estudiosos dos Evangelhos. Pois, a narrativa dos Evangelhos pode dar impressões diferentes. Segundo João parece que eles foram chamados na Judeia, onde João pregava. Mas de acordo com Mateus o local definido é a Galileia. Os comentaristas geralmente falam de duas chamadas, a primeira na Judeia e a segunda e definitiva, pouco depois, na Galileia quando Jesus iniciou o seu ministério, após saber da prisão de João Batista.

3. Ser discípulo exige fazer algumas renúncias.
O que caracteriza um verdadeiro discípulo de Jesus? É a sua disposição para segui-lo, independente das circunstâncias. A chamada dos discípulos e a resposta imediata deles mostram como se dá a verdadeira conversão. O chamado de Jesus falou mais forte do que os projetos pessoais e familiares daquele grupo de homens.

Mateus mostra que os discípulos abandonaram suas profissões para seguir a Jesus, porém eles não abandonaram seus familiares por completo (Mt 8.14,15; 20.20). Mas, uma coisa é certa, todas as pessoas que se propõe a seguir Jesus terão que fazer algum tipo de renúncia e mudar o estilo de vida.

O chamado para o exercício do ministério é para pessoas ocupadas e que estejam dispostas a seguir Jesus, independente das circunstâncias.

II. O DISCIPULADO COMO ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO

1. O início do ministério de Jesus e a preparação dos discípulos.
Jesus deu início ao seu ministério terreno assim que soube da morte de João. Ele retorna para a Galileia, mas não se estabelece em sua cidade natal, Nazaré, onde foi rejeitado (Lc 4.29). Jesus se muda para Cafarnaum, uma cidade marítima na região de Zebulom e Naftali. Mateus faz questão de enfatizar que Ele não fez isso por acaso, mas para que se cumprissem as Escrituras. Por isso, ele cita Isaías 9.1,2. Uma predição de que os habitantes de Zebulom e Naftali, que estavam em trevas, veriam uma grande luz. Mateus relê o texto de Isaías, apresentando Jesus como essa grande luz que traria a salvação para esse povo. A chamada Galileia dos gentios estava em trevas, distante de Deus e era um campo fértil para conversões.

Jesus não foi para os grandes centros da Judeia e nem comissionou os principais rabinos e mestres de Jerusalém para iniciar o seu ministério. Ele escolhe discípulos da própria região, sem qualificações de liderança. Mas investiu na preparação deles.

A comitiva de Jesus saiu por toda a Galileia pregando, ensinando e realizando diversos milagres. Assim, os discípulos vão sendo preparados “aos pés de Jesus”.

2. A difusão das Boas Novas pelos discípulos.
A estratégia de Jesus deu grande resultado, pois as pessoas que se convertiam se transformavam em novos discípulos para anunciar as Boas Novas. Jesus, como homem, não poderia estar em vários lugares ao mesmo tempo, mas poderia ser representado pelos discípulos.

O envolvimento daqueles que eram alcançados pela mensagem das Boas Novas era tão grande que Mateus registra que as pessoas da região da Galileia, da Judeia, de Jerusalém, dalém do Jordão, inclusive de Decápolis e da Síria, foram alcançadas pelo Evangelho. A mensagem de salvação ultrapassou as fronteiras. E isso se deve ao envolvimento e testemunho dos novos convertidos.

Os discípulos foram aprendizes e testemunhas dos milagres de Jesus, foram propagadores de sua mensagem e instrumentos de Deus para cura dos enfermos. A expansão do Reino de Deus se deu com pessoas simples, porém testemunhas do poder de Deus na vida de Jesus. Eles propagavam com eficácia a mensagem e os feitos de Jesus nas ruas, casas e comércio, de tal forma que milhares de pessoas se convertiam e a cada dia aumentava o grupo de discípulos.

3. A estratégia de discipulado de Jesus continua atualizada.
Ainda hoje, algumas pessoas pensam que a responsabilidade pela propagação do evangelho é somente dos líderes e pregadores. Muitos estão acomodados com a rotina de atividades dentro dos templos. A evangelização deixou de ser prioridade para alguns.

Jesus disse que veio para os doentes e não para os sãos. A Igreja deve atuar como um hospital, um local para acolher os enfermos, mas para isso, precisa de pessoas capacitadas e preparadas para receber e tratá-los adequadamente.

A conversão é uma obra espiritual realizada pelo Espírito Santo, mas fazer discípulos é responsabilidade de cada cristão. Essa era a estratégia de Jesus. As pessoas que ouviam e testemunhavam do poder de Deus eram estimuladas a propagar as Boas-Novas em todos os lugares, de forma simples e objetiva. Com isso as conversões cresciam a cada dia por meio do discipulado. A tarefa da Igreja somente estará completa quando o novo crente for integrado à vida da Igreja e for capacitado para fazer novos discípulos (2Tm 2.2).

Desde o início da Igreja o discipulado tem sido a melhor estratégia de crescimento, pois desenvolve tanto o discipulando como o discipulador.

III. A EFICÁCIA DO ENSINO DO MESTRE (Mt 7.24-29)

1. A didática do Mestre.
A eficácia do ensino de Jesus era surpreendente, pois Ele conseguia falar para um público grande e diversificado e mantê-los atentos por horas. Ele fez uso de várias ilustrações em seus sermões, pois elas conduziam os seus ouvintes a imaginarem a cena citada de tal forma que os discípulos se sentiam participantes ativos.

2. Histórias utilizadas pelo Mestre.
Ao longo do Sermão do Monte, Jesus se utiliza da parábola dos dois alicerces para ressaltar a diferença entre aqueles que ouvem a sua palavra e a pratica; e os que somente a ouvem. Jesus mostra que a primeira casa foi muito bem construída, pois o seu construtor a estabeleceu sobre um fundamento seguro, a rocha. Jesus compara o construtor prudente à pessoa que ouve os seus ensinos e os coloca em prática. O Mestre ensina que a nossa vida (nossa casa) é construída mediante as nossas escolhas e que estas vão interferir em nosso futuro. Na segunda casa, o construtor utiliza a areia como fundamento e tal ilustração chama a atenção para as práticas dos escribas, fariseus e os líderes religiosos que viviam uma espiritualidade superficial e hipócrita. Jesus mostra que a primeira casa se manterá de pé, mesmo diante das intempéries da vida, mas a segunda será destruída. Sobre qual fundamento você tem construído sua casa?

3. O ensino de Jesus era único e causava admiração (Mt 7.28,29).
Apesar de tudo que já foi escrito a respeito do Mestre, o estudo de sua vida e obra continua edificando, exortando, consolando seus discípulos e lhes causando admiração. Por isso, não é de se estranhar o entusiasmo das multidões ao ouvir seus sermões (v.28).

Os métodos utilizados por Jesus em seu ensino não eram novos; a grande maioria era conhecida, principalmente pelos mestres judeus. No entanto, a maestria com que Ele os utilizava fazia uma grande diferença no aprendizado dos seus ouvintes e os deixavam maravilhados. Porém, isso não era o que mais impressionava e causava admiração nos seus discípulos e naqueles que o ouviam. O que chamava a atenção do povo era a coerência entre o que Jesus ensinava e o seu modo de vida. Enquanto os escribas, fariseus e demais líderes viviam de aparência e falsas ostentações, o discurso de Jesus era coerente com sua prática. Os anos passam, mas seus ensinos continuam admiráveis, inigualáveis e capazes de transformar o mais vil pecador em filho de Deus, tornando-o “um pescador de homens” (Mt 4.19).

Jesus, com a sua metodologia de ensino e com a sua autoridade, fazia com que multidões o ouvissem voluntariamente por horas.


CONCLUSÃO

Nesta lição, aprendemos que Jesus escolheu os discípulos e investiu tempo para capacitá-los a fim de que se tornassem discipuladores. Isso exigiu deles renúncias pessoais, profissionais e até mesmo familiares. Aprendemos também que o modelo de discipulado de Jesus continua atual e eficiente para o crescimento da Igreja na atualidade.



Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 1º Trimestre de 2018 - Título: Seu Reino não terá fim — Vida e obra de Jesus segundo o Evangelho de Mateus - Comentarista: Natalino das Neves

Aqui eu Aprendi!

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Arqueologia - "Anfiteatro perdido" embaixo do Muro das Lamentações

Arqueólogos descobrem “anfiteatro perdido” embaixo do Muro das Lamentações

“Uma após a outra, as descobertas arqueológicas mostram a herança judaica do nosso povo”, comemora rabino.

Uma grande descoberta foi anunciada por arqueólogos israelenses esta semana. Trata-se de um anfiteatro romano com mais de 1800 anos de idade, localizado oito metros abaixo do Muro das Lamentações, no centro da Cidade Velha de Jerusalém.

Eles também revelaram mais um pedaço do Muro que estava soterrado havia pelo menos 1700 anos, provavelmente após um terremoto.

O Muro das Lamentações é considerado o local mais sagrado para o judaísmo, estando no centro de uma disputa com os muçulmanos que negam ter havido um Templo no local.

Após as decisões da UNESCO dando vitória aos islâmicos, aumentaram as pressões sobre uma decisão sobre quem tem mais direito ao local.

O Muro, visitado por cerca de três milhões de pessoas por ano, é na verdade a contenção da estrutura construída pelo rei Herodes, que governou a Judeia entre 37 a.C. até 4 d.C. Ele é tudo o que restou da estrutura do Segundo Templo, que foi destruído pelos romanos no ano 70 d.C.

Existem oito “níveis” do Muro das Lamentações desenterrados pelos arqueólogos ao longo dos anos. Algumas partes continuam bastante preservadas, apesar de terem ficado enterradas por milênios. O trecho agora revelado fica abaixo do chamado “Arco de Wilson”, uma das passagens onde, na época de Jesus Cristo, os judeus usavam para subir até o Monte do Templo. Originalmente, ele tinha 13 metros de altura.

O anfiteatro romano mostrado ao público agora tinha 200 assentos e confirma os relatos dos historiadores Flávio Josefo sobre essa construção junto à muralha original. Centenas de peças foram desencavadas, incluindo vasos de cerâmica e moedas que confirmam a datação.

Em 1864, o arqueólogo britânico Charles William Wilson fez escavações no local e descobriu o arco que leva seu nome. Contudo, ele não conseguiu achar o anfiteatro descrito nos livros de Flávio Josefo e outras fontes históricas sobre o período.

O arqueólogo Joe Uziel, da Autoridade de Antiguidades de Israel, explica: “Na perspectiva dos pesquisadores, está é uma descoberta sensacional, uma verdadeira surpresa. Nosso objetivo era datar o Arco de Wilson, não imaginávamos que acabaríamos solucionando um dos maiores mistérios de Jerusalém: o anfiteatro perdido.”

A arqueóloga Tehila Lieberman, que também participa das escavações, afirma que não há previsão de quando o anfiteatro poderá ser aberto para a visitação do público, mas acredita que isso deve ocorrem “em breve”. Ela destaca que o anfiteatro, também chamado de Odeon, era um importante local de laser durante o período em que a cidade estava totalmente sobre o governo romano, sendo rebatizada como Aelia Capitolina.

Autoridades de escavação da Autoridade de Antiguidades de Israel
Dr. Joe Uziel e Tehila Lieberman no local de escavação na Cidade Velha de Jerusalém. 
(Yaniv Berman, cortesia da Autoridade de Antiguidades de Israel)
Palestinos não apoiam escavações no local

As novas escavações na Cidade Velha de Jerusalém foram criticadas por líderes palestinos, pois elas acabam por revelar a verdade sobre o local. A narrativa islâmica é que toda a parte Oriental de Jerusalém pertence ao Estado palestino.

A descoberta tem um valor ainda maior por que os judeus comemoram os 50 anos da unificação de Jerusalém, como resultado da Guerra dos Seis Dias, em 1967. Contudo, o monte do Templo foi usado no acordo de paz e continuou sob o governo da Jordânia, que dominava a porção oriental da cidade.

O rabino do Muro das Lamentações, Shmuel Rabinowitz, comemorou a descoberta: “Uma após a outra, as descobertas arqueológicas permitem que nossa geração realmente toque na história antiga e herança judaica do nosso povo, mostrando sua conexão profunda com Jerusalém”.

Os palestinos dizem que as escavações no Monte do Templo é parte de um plano judaico para “enfraquecer” os alicerces das duas mesquitas que existem hoje no local, visando a construção do Terceiro Templo.

A disputa pela capital Jerusalém é um dos pontos de maior conflito entre israelenses e palestinos.

Contudo, o diretor da Autoridade de Antiguidades de Israel, Israel Hasson, acredita que as descobertas no local são muito mais importante que as questões políticas: “Espero que esses achados ajudem-nos a avançar, para que todos possamos nos impressionar com o passado glorioso de Jerusalém”.

com informações Times of Israel 

Fonte: GOSPELPRIME
Aqui eu Aprendi!

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Apoiamos Israel - "Porque a Bíblia manda"

Cristãos se reúnem em Jerusalém e declaram apoio a Israel: “Porque a Bíblia manda”

"Os judeus são a nação escolhida por Deus e, quer dizer, você não quer ir contra Deus.”, afirma participante da celebração

Num momento em que o aumento do antissemitismo é perceptível em quase todo o mundo, milhares de cristãos foram até Jerusalém para celebrar a Festa bíblica dos Tabernáculos e defenderem Israel.

Eles vieram de mais de 100 nações diferentes para a celebração de seis dias, patrocinada pela Embaixada Cristã Internacional de Jerusalém (ICEJ). “É o convite de Zacarias, o profeta. No capítulo 14, versículo 16 do livro de Zacarias, ele prevê uma época em que todas as nações virão celebrar a Festa dos Tabernáculos em Jerusalém, adorando ao Senhor aqui. Nós somos como precursores. É um ensaio geral”, afirmou o vice-presidente do ICEJ, David Parsons.

Esse encontro ocorre há quase 40 anos na capital de Israel. A organização começou em 1980, depois que 13 países mudaram suas embaixadas de Jerusalém para Tel Aviv, em um movimento político que a negava como sua capital eterna.

Parsons destaca que a celebração este ano é especial. “É o ano do jubileu para Jerusalém. Estamos comemorando 50 anos desde que a cidade de Jerusalém foi retomada e vive sob a soberania judaica”, destacou.

Diferentes testemunhos

O pastor Paul Lynch, que veio das pequenas Ilhas Cook no Pacífico, diz que é a primeira vez que seu país participa. “Está na Bíblia, é bastante claro. Aqueles que abençoam Israel serão abençoados. Eles são o povo escolhido por Deus e nosso governo está se comprometendo a apoiar Israel”, afirmou.

“No início deste ano, Deus me pediu para representar a nação da Samoa”, disse Cruise Westerland. “Então eu trouxe uma equipe de 20 pessoas. Então estamos aqui felizes, saindo dos confins da terra”, destacou. Questionado por que se preocupar com Israel, um país tão distante de sua terra natal, ele foi enfático: “Porque a Bíblia manda”.

“É a maior prova de que Deus está vivo”, disse um jovem chamado Bjorgfinnur, das Ilhas Faroé. “Vocês vê os judeus voltando e essa terra desértica florescendo”.

“Acho que Israel é um país central na visão da Bíblia. Então, acho que todo cristão no planeta deve apoiar Israel”, disse Veronica, uma jovem vinda da Finlândia.

O Dr. Rotimi Olokodana, da Nigéria, complementa: “Israel inspirou muitas nações. Foi uma benção para muitas nações de todo o mundo e é hora de retribuir”.

A norte-americana Alina, enfatizou: “Os judeus são a nação escolhida por Deus e, quer dizer, você não quer ir contra Deus. Isso é tudo o que posso dizer”.

Com informações de Charisma News

Para ouvir o áudio vá ao topo da pagina e dê pausa na radio gospel


Fonte: GOSPELPRIME
Aqui eu Aprendi!

sábado, 7 de outubro de 2017

A salvação na Páscoa Judaica

[...] Eu sou o Senhor, e vos tirarei de debaixo das cargas dos egípcios, vos livrarei da sua servidão e vos resgatarei com braço estendido e com juízos grandes” Êx 6.6

A Salvação na Páscoa Judaica

Na lição sobre a Páscoa é importante que o (a) prezado (a) professor (a) destaque pelo menos três pontos: o conceito da Páscoa; o significado da Páscoa para os judeus; o significado da Páscoa para os cristãos.

Conceito
Do hebraico pesah, que significa “passagem”, e de acordo com Êxodo 12.13,23,27, o termo hebraico significa que o Senhor “passou por cima”, isto é, “pulou as casas israelitas” marcadas com sangue quando o Senhor feriu os egípcios. A palavra hebraica aplicada no Êxodo traz a ideia de “proteção”, “libertação” e “salvação”. Assim, o significado literário da Páscoa remonta à festa com que os israelitas comemoraram a saída do Egito e a passagem da escravidão à libertação; da separação à comunhão com o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó (Êx 12). Para os judeus, é o acontecimento mais importante do Antigo Testamento. E para os cristãos, é a história que culmina gloriosamente em o Novo Testamento.

Significado da Páscoa para os Judeus
A primeira ocorrência da Páscoa na Bíblia está registrada em Êxodo 12. O texto remonta o legislador Moisés aspergindo o sangue do cordeiro para que os primogênitos israelitas não fossem atingidos pelo juízo de Deus reservado a Faraó por meio da morte dos primogênitos do Egito. Foi um acontecimento tão assombroso e maravilhoso que os israelitas tinham um compromisso firmado em Lei para que tal ocorrência fosse passada de geração a geração (Dt 6.20-23). A fatídica noite para os egípcios foi o dia de libertação para os judeus; foi quando o povo de Israel viu o grande livramento do Senhor; foi a noite que Deus demonstrou tamanho amor sem medida pela nação escolhida.

Significado da Páscoa para os Cristãos
A revelação progressiva de Deus no Antigo Testamento mostra que o livramento de Israel do Egito era o preâmbulo histórico-divino para a execução do seu plano salvífico.
O sentido da Páscoa atingiu seu significado pleno na crucificação, morte e ressurreição de Jesus Cristo, o verdadeiro Cordeiro pascal. Esse foi dia do grande livramento da humanidade condenada para viver a ira de Deus. Foi a extraordinária ação do amor de Deus, por intermédio do seu filho unigênito, provendo livramento para os seres humanos. Para nós, os cristãos, a Páscoa representa a liberdade, o recomeço, o perdão, a segunda chance, a nova vida, a alegria, a paz, a comunhão, a vida com Deus, a vida com o próximo. Revista Ensinador Cristão nº72

A libertação do povo israelita vislumbrava um plano divino maior: libertar e salvar a humanidade.

TEXTO BÍBLICO - Êxodo 12.21-24,29

“Lembremo-nos de nossa longa lista de transgressões e consideremos-lhe sofrendo sob o peso de nossa culpa. Aqui se lança um fundamento firme sobre o qual o pecador temeroso pode descansar a sua alma. Nós somos a aquisição de seu sangue, e as obras de valor de sua graça; por isso Ele intercede continuamente, e prevalece destruindo as obras do Diabo”. Comentário Bíblico, de Matthew Henry, CPAD, pp.599-600.



As grandes festas anuais do povo de Israel eram a Festa dos Pães Ázimos, a Festa das Semanas, dos Tabernáculos (ou Cabanas) e a Festa da Páscoa. A Páscoa era celebrada todos os anos na primavera em 14 de Nisã (originariamente Abib). Nela, os israelitas relembram o modo milagroso pelo qual Deus operou a salvação do seu povo, livrando-os da opressão, do sofrimento, da angústia e da escravidão promovida pelos egípcios. Era a lembrança da fidelidade de Deus à sua promessa, do seu amor libertador e do seu cuidado em favor do seu povo. Neste capítulo, estudaremos os aspectos chaves e simbólicos da páscoa judaica e o novo significado que ela assumiu com a morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo.

A escravidão do povo de Deus no Egito começou depois da morte de José, filho de Jacó, e da morte do Faraó que conhecia os motivos de o povo ter ido morar em Gósen. O novo Faraó, com medo de que os israelitas tornassem-se uma grande nação e tentassem subjugar os egípcios, obrigou-os a fazerem trabalhos forçados. Não se sabe ao certo quando isso começou, mas, ao todo, os israelitas permaneceram 430 anos morando no Egito até que finalmente tiveram permissão para peregrinar para a Terra Prometida.

1.  A INSTITUIÇÃO DA PÁSCOA

Diante do clamor do povo escravizado, a reação de Deus foi libertar seu povo e conduzi-lo a uma nova terra, dando independência política, identidade nacional e liberdade para servirem ao verdadeiro e único Deus. Em seu grandioso poder, o Senhor ouviu “o gemido dos filhos de Israel, aos quais os egípcios escravizavam” (Êx 6.5) e lembrou-se da sua aliança com eles. O clamor do povo diante do sofrimento da escravidão chegou até Deus, e Ele enviou livramento a Israel. O Senhor libertou seu povo dos dois sentidos da escravidão: (1) a escravidão humana diante de outro povo e (2) a escravidão espiritual, que faz o ser humano adorar falsos deuses que dominam e cegam o entendimento das pessoas.

O povo israelita experimentou a dominação, escravidão e humilhação por um período aproximado de 430 anos (Êx 12.40). Ser escravo no Antigo Oriente era ser dependente política, econômica e socialmente de outro povo. A religião que o povo escravo professava era a religião dos seus senhores; portanto, não existia uma dignidade nacional para o povo que era escravo. Em Cristo Jesus, somos igualmente livres da escravidão de servirmos falsos deuses e de associarmo-nos a ídolos e espíritos opressores das trevas (1 Co 10.20).

O nome hebraico para referir-se à Páscoa é Pesah, que pode significar pular, passar por cima, saltar por cima ou também passar de largo, no sentido de poupar a vida, pois o anjo destruidor passou de largo e poupou os primogênitos das casas onde fora aplicado o sangue nas ombreiras e na verga das portas (Êx 12.7). Essa determinação havia sido dada por Deus diante da teimosia de Faraó, para que o povo de Israel não fosse atingido pela última praga lançada sobre o Egito, que era a praga da morte dos primogênitos de homens e animais. Portanto, a mortandade não sobreviria à casa dos israelitas onde um cordeiro fosse sacrificado e seu sangue fosse aspergido nos locais indicados. Assim sendo, trata-se do misericordioso cuidado de Deus em preservar os filhos de Israel quando um poder destruidor “passou por cima” deles sem causar-lhes dano.

A morte dos primogênitos e a Páscoa representam a vitória do Deus verdadeiro sobre todas as divindades egípcias, algumas delas representadas nas pragas anteriores, pois tinham semelhanças na sua feição com esses animais e agora estavam religiosamente em desvantagem diante da soberania de Deus. Como os primogênitos de todos os animais morreram, também morreram os primogênitos dos touros (o deus touro egípcio chamava-se Ápis), que eram sagrados, e a morte dos primogênitos dos touros também foi um duro golpe no deus Osíris (representado pelo sol), o principal deus do panteão egípcio. O próprio Faraó era venerado como filho de Rá (outro nome para o sol). Assim, a morte do primogênito do próprio Faraó mostraria a impotência dos deuses egípcios, bem como a impotência de Faraó.

Na véspera da última praga sobre os egípcios, Deus mandou o povo preparar um cordeiro para ser sacrificado em cada família (Êx 12.3-6). Quando o Senhor passasse para ferir os primogênitos dos egípcios, o sangue sobre as portas seria o sinal de que lá estaria algum israelita e ninguém morreria naquela casa (Êx 12.13). Essa orientação protegeu os primogênitos israelitas da morte. Foi dessa forma que o sangue do cordeiro pascal tornou-se símbolo de proteção diante da morte. Igualmente, o sangue de Jesus como o verdadeiro cordeiro protege-nos da morte eterna, da maldição originada pelo pecado e da escravidão que o pecado gera na vida humana (1 Jo 1.7).

Além de os primogênitos dos israelitas não morrerem na noite deste sacrifício, a Páscoa também significa o livramento da escravidão do Egito, pois, diante da mortandade, o Faraó ordenou que o povo saísse do Egito, temendo maiores consequências. A Páscoa tornou-se o primeiro dia do ano religioso dos hebreus e também o começo de sua vida nacional. Ela ocorreu dia 14 do mês de Abibe (chamado de Nisã na história posterior de Israel), que pode corresponder aos nossos meses de março e abril.

A salvação dos primogênitos de Israel através do sangue de um animal e a morte dos primogênitos do Egito demonstra um paralelo do alcance da expiação de Cristo, que “é ilimitada, mas é limitada àqueles que creem verdadeiramente”; que “Ele é o salvador em potencial de todos os homens, mas efetivamente só dos crentes”.19

Além do cordeiro da Páscoa de um ano, os elementos centrais dessa festa também eram o pão sem fermento, chamado de pão asmo — que representava a saída rápida, pois não havia tempo de deixar a massa crescer — e as ervas amargas que simbolizavam o tempo de amargura, sofrimento, opressão e dor da escravidão durante os 430 anos. Essa refeição deveria ser feita apressadamente, com as pessoas em pé, com vestimentas e sandálias nos pés, prontas para saírem e com um bordão (cajado) na mão, simbolizando a pressa com que saíram do Egito. Essa festa deveria ser celebrada continuamente para relembrar que Deus os havia libertado do Egito.20

Mais tarde, a festa passou a ser celebrada de maneira mais alegre e, na primeira noite do Seder (ordem ou liturgia), a família israelita festejava a liberdade que Deus dera ao povo. Trata-se de uma festa parecida com o Natal, com a diferença de que o Seder tem uma longa e antiga liturgia acompanhada por vários rituais simbólicos importantes.21

No final, entoavam-se cânticos de alegria. O cântico final era alegre (Sl 136), uma alegria que expressava gratidão a Deus pelos seus feitos. Assim, somos desafiados a celebrar a nossa salvação em Cristo Jesus todos os dias com muita alegria, com cânticos de louvor e gratidão, tal como os judeus celebravam durante a sua páscoa. Jesus, na última Ceia com os discípulos, repartiu o pão e o vinho, o cálice da nova aliança e, depois de ter realizado a Ceia, cantou um hino (Mt 26.30).

Com a Páscoa, Deus dava início ao cumprimento da promessa da terra e da constituição de uma nação feita a Abraão (Gn 12.3). Israel estava sendo liberto do domínio de um povo e estava sendo levado em direção à sua própria terra para construir sua identidade.

A Páscoa era o símbolo de que, agora, os israelitas não eram mais escravos condenados a viverem sem uma terra. Dessa vez, eles estavam sendo convocados por Deus a seguirem seu próprio caminho, serem uma verdadeira nação e servirem seu Deus e não mais correrem riscos de adorarem os deuses egípcios. De igual forma, a salvação em Cristo Jesus conduziu o ser humano a uma nova identidade e conduz a Igreja em direção a uma nova terra (a nova Jerusalém) onde veremos a plena glória de Deus. O Novo Testamento afirma que, mediante a salvação de Jesus, ganhamos uma nova identidade — a de sermos filhos de Deus (Gl 3.26; 1 Jo 3.2); temos uma nova vida — pois não somos nós que vivemos, mas é Cristo que vive em nós (Gl 2.20), e, igualmente, ganhamos a liberdade de servirmos ao verdadeiro Deus e anunciarmos as suas virtudes ao mundo (1 Pe 2.9-10).

A Páscoa representa a verdadeira libertação que uma nação pode experimentar: a liberdade espiritual para servir ao Criador (Êx 12.1—13.16). O último juízo sobre o Egito e a provisão do sacrifício pascal possibilitaram o livramento da escravidão e a peregrinação do povo para a Terra Prometida. Os israelitas passavam oito dias comendo pães sem fermento semelhantes ao matzá, isto é, fatias achatadas e crocantes de pães asmos insossos. Tudo em memória da grande fuga do Egito, tão rápida que não houve tempo para deixar o pão caseiro crescer (Êx 12.39-40). A Páscoa judaica aponta e encontra seu propósito principal e seu fim (de finalidade e término) na vida, na morte e na ressurreição de Cristo. Assim, tanto a Páscoa quanto a Ceia do Senhor apontam para o mesmo simbolismo: o sacrifício de Cristo. Ambos apontam o antes e o depois do maior evento da história: a obra de Cristo.

2. O CORDEIRO DA PÁSCOA

O cordeiro oferecido como sacrifício era exigido em quatro circunstâncias no judaísmo: na comemoração da Páscoa (Êx 12.5; Lv 23.12); na oferta pelo pecado (Lv 4.32); em algumas cerimônias de purificação (Lv 12.6; 14.10; Nm 6.12) e nos sacrifícios matutinos e vespertinos. No judaísmo, o cordeiro era amplamente usado como sacrifício para perdão de pecados; essa, porém, não era a única finalidade. A Bíblia apresenta-nos ainda outras passagens em que o cordeiro era usado para outros fins, como é o caso de Abel (Gn 4.3-5), que tirou das primícias do seu rebanho e ofereceu ao Senhor como expressão de gratidão; Abraão (Gn 22.13), que ofereceu o cordeiro como prova da sua fidelidade e obediência a Deus; e das mulheres que, após o parto, deveriam levar ao sacerdote um cordeiro de um ano para sua purificação (Lv 12.6). Na travessia dos israelitas no deserto em direção à Canaã, o cordeiro passou a ser oferecido como símbolo de santificação e purificação do povo duas vezes por dia (ao amanhecer e ao anoitecer). Esse sacrifício era feito na entrada do Tabernáculo, onde Deus encontrava-se com o povo (Êx 29.38-46). Era o meio de consagração do povo e do lugar onde eles estavam para que a presença de Deus fosse manifesta no meio deles.

O cordeiro Pascal não tinha muita relação com pecados em si. Sua relação era com o livramento da escravidão, como visto acima. Mas é lógico que, fundamentalmente, o anjo da morte passou de largo na casa dos israelitas porque um sacrifício havia sido feito ali, e sacrifícios sempre apontavam para a expiação pelo pecado. Portanto, subjetivamente, o cordeiro havia sido morto porque havia pecado removido pela morte do animal naquela casa. Esse animal, além de ter apenas um ano, não poderia ter qualquer defeito ou mancha e não poderia ter tido nenhum osso quebrado.

O cordeiro da Páscoa deveria ser morto e comido à noite em família. Se uma família fosse muito pequena, poderia juntar-se à outra e, assim, estabelecer uma comunhão mais ampla. Portanto, essa Páscoa é a que serve de base para a Páscoa cristã. Jesus é o Cordeiro que tira o pecado da humanidade, o nosso meio de consagração a Deus e o meio pelo qual Deus manifestou-se a nós. Por isso, Ele é o verdadeiro Cordeiro, o verdadeiro Salvador, e é nEle que está a verdadeira remissão de pecados (Jo 1.29-30).

Jesus deu um novo significado à Páscoa, demonstrando que agora o simbolismo recai sobre Ele e, secundariamente, sobre a libertação dos israelitas do Egito.22  No lugar do cordeiro morto, Ele está vivo e presente na celebração, simbolicamente demonstrado pelo pão que representa seu corpo e pelo vinho que representa seu sangue. Esses elementos tem sentido duplo: a morte de Cristo em seu corpo (1Co 11.24) partido (ferido) e seu sangue que verteu; mas também tem o simbolismo de sua presença atualizada simbolicamente no pão e no vinho em união espiritual com Ele.

Apesar de sua tamanha grandeza, Deus esvaziou-se e, na pessoa do seu filho, assumiu a forma humana; como cordeiro imaculado, foi até à morte e morte de cruz (Fp 2.5-8). O verdadeiro cordeiro ofereceu-se como sacrifício definitivo e perfeito para expiação dos pecados da humanidade (Hb 9.12,26,28; 10.12). Na sua morte, a lei do sacrifício de animais, sacrifício imperfeito, tornou-se obsoleta, pois o verdadeiro cordeiro purificou e purifica a todos oferecendo perdão dos pecados mediante o reconhecimento da natureza pecaminosa e das falhas humanas através da confissão de pecados (Rm 10.9).

Comparativamente a Cristo, havia algumas exigências que deveriam ser observadas quando se oferecia um cordeiro: o cordeiro deveria ser completamente limpo, sem manchas e sem defeitos; exigia-se um cordeiro imaculado, plenamente saudável (Lv 4.32; Nm 6.14); esse simbolismo aponta para Jesus, o verdadeiro e perfeito Cordeiro pascal e o sacrifício completo. Após a morte de Jesus, a Igreja Primitiva entendeu, a partir de uma das ordenanças dEle (1Co 11.23), que a Ceia doSenhor poderia substituir a Páscoa. Isso não significa que abolimos a comemoração da Páscoa; significa apenas que a morte de Cristo é rememorada também na Ceia do Senhor (1Co 10.16-17).

O principal sentido da Ceia do Senhor é alimentar e sustentar a comunhão com Cristo, sendo Ele o anfitrião,23 salientando que a comunhão com o corpo de Cristo dá-se na relação comunitária com os irmãos que compõe esse corpo. Além disso, a Ceia aponta para a tensão escatológica entre o “já agora” e o “ainda não”; portanto, aponta para trás, para aquilo que Cristo fez; para o presente, naquilo que Ele nos torna; e para frente, para aquilo que está por vir, o outro lado da vida para respirar o ar do nosso lar eterno e ver a face daquEle que nos resgatou (1Co 11.26). Dessa forma, na Ceia do Senhor, está poderosamente compactado o evangelho e sua proclamação (“anunciais”) e oferece, “até que Ele venha”, sustento na caminhada entre o “já agora” e o “ainda não”.24

A Páscoa cristã é o memorial de como Deus substituiu os sacrifícios temporários pelo sacrifício definitivo. O cordeiro do Antigo Testamento era sombra do verdadeiro cordeiro. Ao comemorarmos a Páscoa e a Ceia do Senhor, devemos entender que Cristo é o fundamento e a essência da nossa salvação da condenação da morte. Se não atentarmos para Cristo, nossa Páscoa torna-se vazia do verdadeiro sentido. Somos chamados a celebrar com alegria e gratidão porque o verdadeiro Cordeiro anulou nossa culpa de forma definitiva e purificou-nos, tornando-nos dignos de achegarmo-nos à presença de Deus. Agora, somos santificados, justificados e continuamente perdoados em Cristo (Rm 5.1-2).

Os paralelos bíblicos entre a Páscoa judaica e a morte de Jesus são muitos; dentre eles, destacamos: Cristo foi o Cordeiro pascal; sem a morte do animal sacrificado, não haveria remissão de pecados; o tempo da morte de Jesus coincidiu com a morte dos cordeiros da festa judaica; o sangue, como elemento central, era oferecido no altar da mesma forma que Jesus ofereceu seu sangue no altar celestial; as famílias judaicas comiam o cordeiro em volta da mesa na noite da Páscoa; assim, também, participamos da comunhão da Ceia à mesa do Senhor com os elementos que representam o corpo e o sangue do Cordeiro (1Co 11.24-25) na comunhão dos santos. Mas há diferenças básicas também: o sacrifício de Cristo foi eterno e perfeito, enquanto o pascoal judaico era efêmero e temporal; e, gloriosamente, Cristo ressuscitou!

Além dessas semelhanças acima expostas, vários outros eventos da Páscoa prefiguram o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo:25

a. Deus manifestou sua graça ao tirar os israelitas do Egito por causa da aliança que fizera com Abraão. Assim também, nossa salvação é uma obra da graça de Deus que nos vem através de Cristo (Ef 2.8-10).

b. O sangue aplicado à verga da porta salvaria da morte o filho primogênito das famílias, apontando para a morte de Cristo, o primogênito de Deus, que nos salva da sua ira contra o pecado. Assim, o substituto primogênito de Deus ocupou o nosso lugar (1Co 5.7).

c. O cordeiro tinha que ser perfeito apontando para a perfeição de Cristo (Jo 8.46; Hb 4.15).

d. Criava-se uma identidade com o cordeiro ao comer de sua carne, pois ele salvou-os da morte física. Assim, os salvos são identificados com Cristo na comunhão à mesa da Ceia do Senhor (1Co 11.24).

e. A fé foi um elemento fundamental porque levou a obediência em sacrificar e comer o cordeiro (Hb 11.28); da mesma forma, a salvação é obtida através da fé em obediência a Cristo (Rm 1.5; 16.26).

f. Devia-se comer o cordeiro com os pães asmos, sem fermento. Na Bíblia, o fermento muitas vezes simboliza o pecado e a corrupção; da mesma forma como devemos manter-nos afastados dessas realidades. Semelhantemente, o povo de Deus deve separar-se do mundo pecaminoso e dedicar-se exclusivamente a Deus.

O grande valor e abrangência da morte de Cristo como Cordeiro de Deus foi celebrado por Pedro nesta magnífica passagem: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, o qual, na verdade, em outro tempo, foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado, nestes últimos tempos, por amor de vós; e por ele credes em Deus, que o ressuscitou dos mortos e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus” (1Pe 1.18-21).

Apontando para o futuro, o apóstolo João profetizou quanto ao nosso estado eterno com Cristo: “E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada” (Ap 21.23).


3. O SANGUE DO CORDEIRO

A primeira vez que a Bíblia fala de sacrifícios é no livro de Gênesis após a Queda de Adão e Eva (Gn 3.21; 4.1-7). O sacrifício era uma forma de lidar com os problemas criados pelo pecado, que destrói a paz que deveria existir entre Deus e a humanidade. Os sacrifícios eram oferecidos para fazer expiação, ou seja, os pecados eram perdoados e, mediante esse perdão, sua relação com Deus era restabelecida. Um dos símbolos principais do sacrifício é o sangue do animal que é sacrificado. O sangue era o principal elemento da expiação, pois representava a vida. Era a vida do animal, “derramada” na morte, que restabelecia a paz entre Deus e as pessoas (Lv 17.11).

O sangue cerimonial no Antigo Testamento representava o oferecimento da vida entregue como rendição e dedicação a Deus. Por isso, oferecer o sangue de um animal é elemento central para o perdão de pecados. Quem pecasse deveria saber que seu destino seria a morte, mas o animal ocuparia o seu lugar, e o sangue desse animal aspergido seria o sinal visível de que seu pecado foi perdoado. Portanto, o substituto seria um inocente animal, cuja figura aponta para Cristo como o sacrifício inocente pela humanidade. A cruz oferece-nos um sinal do perdão dos pecados quando olhamos para ela e lembramos de que, ali, o sangue de um inocente foi vertido — o que nos serve de alento e libertação da culpa diante dos pecados cometidos. Assim, somos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, e a sua vida ressurreta é a garantia de que somos salvos e que, um dia, também experimentaremos a ressurreição.

O cordeiro imolado e o seu sangue aspergido ocupavam o lugar do ofertante pecador. A lógica era que a vida do animal substituía simbolicamente a vida do pecador. Essa substituição era simbolizada pela apresentação do sangue do animal no altar como resgate pela vida do pecador. Outras vezes, era visto como o pagamento de uma dívida ou a oferta pela culpa (cf. Lv 7.2). Assim, o sangue era visto como uma forma de purificar tanto as pessoas quanto os lugares e objetos, possibilitando que o Deus totalmente puro e santo se fizesse presente entre o povo. No Novo Testamento, Jesus Cristo derramou seu sangue para purificar a raça humana e tornar nosso corpo um lugar santo e legítimo de receber a presença de seu Espírito Santo (1Co 3.16-18).

O sangue de Cristo expiou nossa culpa. No hebraico, “expiação” significa, literalmente, “cobrir”. Inclui a ideia de cobrir o pecado, como também o pecador (Lv 4.20; 5.18). Dessa forma, o pecado é ocultado da vista de Deus, de modo que o pecador já não provoca a ira de Deus.26  Sendo assim, como bem observa Pearlman, a necessidade da expiação é consequência de dois fatos: a santidade de Deus e o pecado do ser humano. A reação da santidade de Deus contra o pecado é conhecida como sua ira, que pode ser evitada mediante a expiação.27  Ora, mas foi exatamente isso que Jesus realizou na cruz! Os evangelhos ensinam que o Jesus inocente assumiu para si a culpa de toda a humanidade e sofreu a punição que caberia ao ser humano. Ele padeceu e morreu no lugar do pecador (sofrimento vicário). Por meio dEle, Deus reconcilia-se com a humanidade, e a comunhão do ser humano com Deus é restabelecida.28

A vida abundante de Deus (Jo 10.10) nos é comunicada mediante o sangue de Cristo vertido na cruz. O sangue do verdadeiro Cordeiro, Jesus, não nos livra apenas da morte eterna; Ele também nos dá acesso à verdadeira vida. O sangue de Cristo restaurou a aliança com o Pai e, agora, mediante esse sangue, já não somos pecadores distantes, quer gentios, ou europeus, ou asiáticos, ou africanos, ou latino-americanos; já não somos pobres, ou ricos, ou indígenas, ou brancos, ou negros; somos, antes de tudo, chamados Filhos de Deus (1Jo 3.1).

O livro de Hebreus afirma que Jesus tornou-se o Sacerdote da sublime aliança, pois Ele recebeu um ministério ainda mais excelente que o dos sacerdotes, assim como também a aliança da qual Ele é o mediador; aliança muito superior à antiga, pois é fundamentada em promessas excelsas (Hb 8.68).

No Novo Testamento, Jesus, ao celebrar a Páscoa na última ceia, afirmou que seu sangue era o símbolo da nova aliança (Lc 22.14-20). Assim, Ele tornava-se o verdadeiro Cordeiro e, ao mesmo tempo, o verdadeiro Sacerdote. Ele foi o sacrifício e o oficiante do sacrifício. Por essa razão, o livro de Hebreus afirma que Ele é o mediador da nova aliança mediante o seu sangue, que redime a humanidade efetiva e definitivamente (Hb 12.24). O sangue da nova aliança deu acesso direto ao trono da graça (Hb 4.16) e também autoridade exclusiva a Jesus como o único e verdadeiro mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5), fazendo da Igreja um povo de verdadeiros sacerdotes (1Pe 2.9), com autoridade e legitimidade para partilhar da intimidade com o Deus de toda a criação e anunciar as Boas Novas dessa aliança.

A Páscoa não celebra um rito judaico — isso ficou para trás como sombra que apontava para Cristo (Cl 2.17) — mas anuncia, sim, um dos maiores eventos da história humana, que é a ressurreição de Cristo, a qual também atesta para o fato de que todos nós seremos ressuscitados com Ele.



A Páscoa para os judeus é a memória da ação salvadora de Deus. Para nós, os cristãos, é a recordação da ação redentora de Jesus em favor da humanidade. Cristo é a nossa verdadeira Páscoa, o Cordeiro único e o Sumo Sacerdote por excelência. Seu sacrifício foi definitivo e completo. Por isso, ao lermos sobre a Páscoa, devemos celebrar a Nova Aliança manifesta em Cristo Jesus. Hoje somos filhos de Deus mediante a nova e perfeita aliança no sangue do Cordeiro que tira o pecado do mundo.

Fonte: Livro de Apoio - 4º Trim/17 – A Obra da Salvação - Claiton Ivan Pommerening
Lições Bíblicas Adultos 4º trimestre/17 - A Obra da Salvação — Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida – Comentarista: Claiton Ivan Pommerening

Aqui eu Aprendi!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...