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quarta-feira, 16 de julho de 2014

O valor dos bons conselhos - Provérbios e Eclesiastes

O temor do Senhor é o princípio da ciência; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução" (Pv 1.7).

Em mais este Momento do Pregador, estudaremos parte da literatura sapiencial judaica, isto é, os livros de sabedoria dos judeus que tratam dos conselhos divinos para a vida humana. Veremos o quanto eles são atuais e relevantes em seus ensinamentos.

O objetivo é fazer um resumo a respeito dos elementos literários presentes nos livros dos Provérbios e do Eclesiastes. Sabendo-se, quando estes livros foram compilados nos tempos bíblicos, a cultura, a língua e o estilo literário eram opostos aos da literatura moderna.Compreender o estilo literário usado pelo compilador antigo é essencial para entendermos o sentido real do texto e evitarmos interpretações mirabolantes.


Introdução
Quando falamos em conselhos logo nos vem a mente alguns ditados populares: "Águas passadas não movem moinhos"; "Água mole em pedra dura tanto bate até que fura"; "Quem espera sempre alcança"; "Mais vale uma andorinha na mão do que duas voando"; "Um homem prevenido vale por dez"; e muitos outros. Essas pequenas expressões contêm conselhos de uma cultura popular impregnada de valores éticos, morais e sociais, que acabam por dirigir as regras da vida em sociedade.

A Bíblia como um livro cultural também é rica em provérbios, parábolas, enigmas e máximas. São pérolas usadas pelos autores bíblicos visando facilitar a transmissão cultural de uma verdade. Vale a pena destacar que esse recurso bíblico-literário não possui apenas seu valor cultural, mas também traz consigo a revelação da sabedoria divina. Muitos livros bíblicos são ricos nessas metáforas, mas o livro de Provérbios e Eclesiastes se sobressaem no uso desse recurso.


  • JOIAS DA LITERATURA SAPIENCIAL

O livro de Provérbios.
A Bíblia diz que Salomão compôs “três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco” (1 Rs 4.32). O texto sagra do identifica Salomão como o principal autor do livro de Provérbios (Pv 1.1), mas não o único. O próprio Salomão exorta a que se ouça “as palavras dos sábios” (Pv 22.17), e declara fazer uso de alguns dos provérbios desses sábios anônimos (Pv 24.23).
O livro revela que havia alguns provérbios de Salomão que circulavam nos dias do rei Ezequias, e que posteriormente foram compilados pelos homens deste piedoso rei (Pv 25.1).
Por último, o livro de Provérbios revela que Agur, filho de Jaque, de Massá, é o autor do capítulo 30. Já o capítulo 31 é atribuído ao rei Lemuel de Massá. O livro pertence ao gênero literário hebreu conhecido como sapiencial, isto é, literatura da sabedoria.

O livro de Eclesiastes.
Eclesiastes, juntamente com Cantares, Jó, Salmos e Provérbios, também faz parte do gênero literário conhecido como “Literatura Sapiencial”.
Sua autoria é atribuída a Salomão (Ec 1.1) (ver também capitulo 2, além disso, tanto a tradição judaica quanto a cristã conferem a autoria do livro a Salomão). Embora escrito pelo filho de Davi e pertença ao mesmo gênero literário, o livro de Eclesiastes possui um estilo diferente de Provérbios. Ele se apresenta como um discurso usado em assembleias ou templos. Alguns intérpretes acreditam que se trata de uma coletânea utilizada por Salomão em seus discursos.
Ao contrário do que muitos pensam, o livro de Eclesiastes não expõe uma espécie de ceticismo ou desencanto existencial. Salomão faz um balanço da vida do ponto de vista de alguém que teve o privilégio de vivê-la com intensidade, mas que descobre ser ela totalmente vazia se não vivida em Deus. A própria sabedoria, tão celebrada nos Provérbios, quando posta a serviço de interesses pessoais e objetivos mesquinhos é tida como tola.

O nome deste livro em hebraico é Cohélet, (reunião ou ajuntamento de pessoas).
O nome Eclesiastes é uma derivação fonética do termo grego Ekklesiastes, que aparece como titulo do livro na versão grega do Antigo Testamento, denominada Septuaginta.

Provérbios e Eclesiastes são livros de sabedoria judaica que revelam 
os desígnios eternos para a vida.

  • A SABEDORIA DOS ANTIGOS
A inteligência dos sábios. Já observamos que pelo menos duas referências do livro de Provérbios fazem citação das “Palavras dos Sábios” (Pv 22.1 7; 24.23). Mas quem são esses sábios? O texto não os identifica. Todavia, o Primeiro Livro dos Reis fala acerca de outros sábios, igualmente famosos, e como Salomão os sobrepujou em sabedoria (1 Rs 4.29-31).

A sabedoria de Salomão. O escritor americano Eugene Peterson mostra a singularidade da sabedoria salomônica em diferentes áreas da vida. Mais especificamente nos Provérbios, há uma amostra de como honrar os pais, criar os filhos, lidar com o dinheiro, conduzir a sexualidade, trabalhar e exercitar liderança, usar bem as palavras, tratar os amigos com gentileza, comer e beber saudavelmente, bem como cultivar emoções e atitudes em relação aos outros de modo pacífico. Peterson ainda mostra que o princípio da sabedoria salomônica destaca que o nosso modo de pensar e corresponder-nos com Deus reflete a prática cotidiana de nossa existência. Isto significa que nada, em nossa vida, precede a Deus. Sem Ele nada podemos fazer.


  • AS FONTES DA SABEDORIA
A sabedoria popular. Os livros poéticos mostram, entre outras coisas como louvores e orações, muito da sabedoria do povo de Israel. Ciente dessa verdade, Salomão apresenta máximas populares para compor os seus Provérbios (Pv 22.17; 24.23). Podemos entender que Deus dá inteligência aos homens para que estes possam analisar as situações da vida e tirar delas conclusões que servirão para si mesmos e para outras pessoas, em forma de conselhos e advertências, como ocorre no livro de Provérbios.

A sabedoria divina. O texto bíblico destaca que Salomão “falou das árvores, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que nasce na parede; também falou dos animais, e das aves, e dos répteis, e dos peixes. E vinham de todos os povos a ouvir a sabedoria de Salomão e de todos os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria” (1 Rs 4.33,34). De onde vinha tanta sabedoria? O texto bíblico revela que Salomão orou pedindo a Deus sabedoria (1 Rs 3.9), e que o Senhor respondeu-lhe integralmente (1 Rs 3.1 0-1 2). Esta é a fonte da sabedoria de Salomão e explica o porquê de ninguém conseguir superá-la.

A fonte de toda sabedoria do rei Salomão era o Senhor nosso Deus.


  • O PROPÓSITO DA SABEDORIA
Valores éticos e morais. Na introdução do livro de Provérbios, encontramos um conjunto de valores éticos e morais que revelam o propósito desses conselhos. Ali, consta todo o objetivo proposto pelo livro: (1) Conhecer a sabedoria e a instrução; (2) Entender as palavras da prudência; (3) receber a instrução do entendimento, a justiça, o juízo e a equidade; (4) dar aos simples prudência e aos jovens conhecimento e sensatez; (5) ouvir e crescer em sabedoria; (6) adquirir sábios conselhos; (7) compreender provérbios e sua interpretação, bem como também as palavras dos sábios e suas metáforas (Pv 1.1 -6).

Valores espirituais. Além de apontar valores éticos e morais, ao afirmar que o “temor do Senhor é o princípio da ciência; [e que somente] os loucos desprezam a sabedoria e a instrução” (Pv 1.7), o cronista sacro abaliza os valores espirituais que sobressaem nas palavras de Provérbios. Da mesma forma, o livro de Eclesiastes aponta para Deus como a razão de toda a existência humana. Fora dele não há base segura para uma moral social. Os livros de Provérbios e Eclesiastes formam uma tessitura milenar no contexto religioso judaico que, adaptado à nossa realidade, apresentam conselhos práticos para a vida cotidiana de todos os homens.

O propósito da sabedoria nos livros de Provérbios e Eclesiastes é 
constituir um conjunto de valores éticos, morais e espirituais para a vida.


CONCLUSÃO
A literatura sapiencial, representada nesta abordagem pelos livros de Provérbios e Eclesiastes, revela que o temor do Senhor é o fundamento de todo o saber. Ninguém pode ser considerado sábio se os seus conselhos não revelarem princípios do saber divino. Segundo a Bíblia, um sábio não se caracteriza apenas por ter muita informação ou inteligência, mas é alguém que aprendeu o temor do Senhor como a base de toda sua vida e, por isso, sabe viver e conviver (Tg 3.13-18).

Os provérbios têm a sua origem nos ditos populares. Todavia, os provérbios bíblicos são breves declarações que expressam os conselhos divinos para nós. Podemos afirmar que cada provérbio é uma parábola resumida e o livro todo é a Palavra de Deus. É Deus falando por intermédio das circunstâncias da vida.

Eclesiastes é um livro biográfico e durante a sua leitura percebemos que não existe uma sequência lógica. A impressão que temos é que os textos foram surgindo de tempos em tempos, como em um diário. É o relato triste de um homem que, embora sábio, viveu parte da sua vida longe de Deus. O propósito é mostrar, e em especial aos jovens, que o sentido da vida não está nos bens materiais, no conhecimento, no prazer, na fama. O verdadeiro sentido da vida está em Deus, o Criador.

Curiosidade
O termo ekklesia, tem o sentido de reunião ou assembléia.
O termo Qohelet, pode significar aquele que reúne uma assembléia para falar-lhe; ou seja, O Pregador.

Provérbios, Eclesiastes e Cantares são obras do mesmo autor. Faz-se notar que há diferenças de estilo literário. Esta diferença do estilo do Eclesiastes, quando se compara com o de Provérbios e Cantares, pode-se atribuir facilmente ao fato de que tratam temas diferentes, ou a uma avançada maturidade num período posterior da vida de Salomão. Cantares poderia corresponder ao tempo do primeiro amor de Salomão para com Deus; Provérbios, com um período posterior, e Eclesiastes, com sua velhice. 


  • CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS DOS LIVROS DE:
PROVÉRBIOS
1. O estilo literário do livro dos Provérbios é pelo menos dois: Provérbio e Instrução.
2. Provérbios: A expressão é de difícil definição, mas suas características são singulares:
a) concisão; b) sagacidade; c) forma memorável; d) base na experiência; e) verdade universal; f) objetivo prático e longo uso. Quase sempre, o provérbio é descrito como poético ou rítmico, com metáforas sucintas, vivazes, convincentes e admiráveis.
3. Instrução: Quase sempre articulada como o legado de um pai ao filho, ou do mestre ao discípulo, que incluem ordens de proibições e as motivações pelos quais eles devem obedecer.

ECLESIASTES
1. O livro se divide em quatro partes: a primeira, a central, a segunda e o epílogo.
2. Primeira parte [1.1 — 3.15]. Reflexões bem organizadas sobre a vida, acompanhadas de um poema enternecedor sobre o tempo.
3. Parte central [3.16 — 11.8]. Alguns provérbios aparecem. De vez em quando uma parábola e poesia também.
4. Segunda parte [11.9 — 12.8]. Há uma mudança de tom. A ideia é dar esperança ao jovem, pois a velhice chega depressa demais.
5. O epílogo [vv.9-14]. Esta seção é a justificativa de como o pregador ensinou ao povo provérbios e ensinos verdadeiros e com clareza.


Auxílio Bibliográfico I
Subsídio Bibliológico

“Livros da Sabedoria
São considerados livros da sabedoria três dos livros poéticos: Jó, Provérbios e Eclesiastes, embora Jó seja realmente um livro de espécie única.
Essa classificação é baseada no fato de tratarem esses três livros dos problemas que mais interessam à humanidade. Jó trata do problema do sofrimento, Provérbios, do problema do dever moral, e Eclesiastes, do problema da felicidade.
Os livros chamados de Sabedoria são diferentes da literatura profética de Israel porque expressam melhor a filosofia dos pensadores do que as determinações das mensagens de Jeová. Não se encontra neles a frase: ‘Assim diz o Senhor’, quando falam dos problemas da vida e das conclusões dos homens.
Os sábios anunciaram as verdades como um tratado de filosofia moral, usando palavras de profundeza mais elevada do que seus conhecimentos, de modo que só tempos depois é que puderam ser interpretadas.
Provérbios e Eclesiastes apresentam principalmente esse fato” (MELO, Joel Leitão de. Eclesiastes versículo por versículo. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p.12).


Auxílio Bibliográfico II
Subsídio Lexicográfico

“Sabedoria [de Cristo]
Embora no Antigo Testamento a sabedoria seja personificada no livro de Provérbios e mostrada como tendo existido eternamente em Deus (Pv 8.22-30), ela é centrada em uma pessoa, o Senhor Jesus Cristo (1 Co 1.30; Cl 2.2,3; cf. Lc 11.49).
Cristo, em sua natureza humana, cresceu em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens (Lc 2.52), mas em sua natureza divina, repousava sobre ele o Espírito sétuplo cujo principal atributo é a sabedoria (Is 11.2). Como resultado os homens perguntaram, ‘Donde veio a este a sabedoria’ (Mt 13.54; Mc 6.2), não percebendo que alguém maior que Salomão estava ali (Mt 12.42). O apóstolo Paulo escreve que Ele é o poder e a sabedoria de Deus, destacando que a vida e a morte de Cristo eram o sábio plano de salvação de Deus (1 Co 1.24).
Os gregos, com sua filosofia, buscavam a sabedoria (1 Co 1.22) e produziram grandes homens como Platão e Aristóteles, mas não vieram a conhecer a Deus. Em contraste, Deus, em sua infinita sabedoria, usou a Palavra da cruz para revelar o modo como o homem pode ser salvo. O evangelho provou ser um tropeço para os judeus, que estavam tentando obter a salvação através das boas obras (Rm 9.30-33); e ‘uma loucura ou insensatez’ (gr. moria, os pensamentos de um simplório, simples demais para ser aceito como o verdadeiro conhecimento da salvação) para os gregos cultos. Os judeus ficavam ofendidos com o pensamento da crucificação, e por serem tão impotentes a ponto de precisarem que alguém morresse pelos seus pecados. Os gregos consideravam a simples fé em uma expiação substitutiva um modo fácil demais para a salvação. Contudo, a morte expiatória do Senhor Jesus Cristo é o epítome de toda a sabedoria (Ef 3.10), uma vez que ela resolve o maior problema do mundo e do homem, isto é, o pecado” (Dicionário Bíblico Wycliffe. l.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.1712).

Fonte: Lições Bíblicas - Conselhos para a Vida - A atualidade de Provérbios e Eclesiastes- 4º trimenstre-2013; Revista Ensinador Critão CPAD nº56; Bíblia de Estudo Defesa da Fé; Bíblia de Estudo NVI; Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD.

Aqui eu Aprendi!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Jó - "Um Homem chamado Jó"

“Nota o homem sincero, e considera o reto, porque o fim desse homem é a paz" Salmo 37.37
Este post é resultado de um estudo e, em especial, atendendo o pedido de um grande amigo em Cristo, irmão Tony Oliveira de BH (grande abraço meu amigo).
Aqui eu Aprendi!

Quem era esse homem chamado Jó!

Personalidade central do Livro de Jó. Foi notado por sua perseverança (Tg 5.11) e fé inabalável em Deus, apesar de seu sofrimento e momentos de frustração e duvida. Todos os fatos conhecidos a respeito de Jó estão contidos no livro do Antigo Testamento que tem o seu nome. É descrito como “homem na terra Uz” (Jó 1.1) e como “o maior de todos os do Oriente” (Jó 1.3). Uz é provavelmente o nome de uma região em Edom (Jr 25.20; Lm 4.21).

Jó foi considerado pelo próprio Deus como um dos três homens mais piedosos de todos os tempos (Ez 14.14). Não é sem razão que, em hebraico, encerre o seu nome um significado tão amoroso: Voltado para Deus! 

Dois autores sagrados comprovam a historicidade: Ezequiel e Tiago (Ez 14.20; Tg 5.11). Laboram em grave erro, portanto, os teólogos liberais que dizem não passar o patriarca de uma mera ficção literária. As evidencias Bíblicas e históricas atestam ter existido, de fato, o homem que se tornou conhecido, universalmente, como o mais perfeito sinônimo de paciência. Além das passagens supracitadas, que afiançam o fato de ser Jó um personagem histórico e real, temos o indubitável testemunho do próprio Deus.

Alerta-se ao fato de que não podemos confundir os personagens do Livro de Jó com os homônimos que aparecem em algumas genealogias bíblicas. Há também os que supõem ter sido Jó procedente da Tribo de Issacar (Gn 46.13). (Issacar o nono filho de Jacó e o quinto de Leia. ver Gn 30:17-18).

Jó viveu num tempo em que a longevidade humana era ainda prevalecente. Depois de todas as tribulações, teve o patriarca uma sobrevida de 140 anos (Jó 42.16). Infere-se, pois, haja sido de aproximadamente 200 anos a sua idade ao falecer.

Como o Livro de Jó não faz qualquer menção aos pais da nação israelita nem à destruição de Sodoma e Gomorra, depreende-se tenha Jó vivido numa época anterior à do patriarca Abraão, entre os séculos XXV a XXIII antes de Cristo. Por conseguinte, Jó nasceu depois do dilúvio, do qual faz referencia (Jó 22.16), e antes dos primeiros ancestrais do povo judeu.

Sendo um homem prospero, Jó tinha 7 mil ovelhas, 3 mil camelos, 500 juntas de bois e 500 jumentas; uma grande família, de sete filhos e três filhas. Além disso, Jó era “homem integro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Jó 1.1)


A Terra de Uz
O antigo reino
de Edom, às vezes
identificado como Uz,
é aproximadamente
a área escurecida.
Localizada no Norte da Arábia, a terra de Uz ficava na confluência de varias rotas importantes. E isso facilitou tanto as incursões dos sabeus e caldeus às propriedades de Jó, como o rápido deslocamento de seus amigos quando "combinaram ir juntamente condoer-se dele e consolá-lo (Jó 2.11). Embora proviessem Zofar, Bildade e Elifaz de diferentes lugares, não tiveram dificuldades em chegar a Uz.

(A terra de Uz, segundo alguns comentaristas bíblicos, seria uma região provavelmente localizada ao noroeste de Israel entre a cidade de Damasco e o rio Eufrates. Melhor ficar com a localização dada pelo Profeta Jeremias que identifica a terra de Uz com o reino de Edom, aproximadamente na área da moderna Jordânia sudoeste e sul de Israel. "Regozija-te e alegra-te, ó filha de Edom, que habitas na terra de Uz" Lm 4:21)


Livro de Jó
Título do Livro: O Livro de Jó foi assim chamado em homenagem a seu herói, e não devido ao seu autor, embora Jó possa ter registrado nele muitos detalhes de sua vida.

Tema do Livro: O Livro mostra por que o justo sofre. Jó um homem descrito como perfeito, é despojado de riqueza, dos filhos e da saúde. Sofre estas aflições com paciência.

Autoria: O autor do Livro de Jó é desconhecido. Acredita-se que Eliú pode tê-lo escrito (ver Jó 32:16) Alguns Escritores, Historiadores antigos, Teólogos e antigas traduções dão autoria do Livro a Moisés.

Período: dos Patriarcas (Abraão, Isaque, Jacó)

Livro do Antigo Testamento, escrito em forma de poema dramático, que trata de diversas questões antigas, dentre as quais, o sofrimento do justo. O Livro tem o nome da figura principal no poema, o Patriarca Jó. Uma vez que Jó lida com varias questões de nível universal, é classificado como um dos livros de sabedoria do Antigo Testamento. Outros livros dessa categoria incluem Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão.


Estrutura do Livro
Jó começa com dois capítulos introdutórios, na forma de uma narrativa ou prólogo, que estabelece o cenário para o restante do livro. Os capítulos 3 a 37 constituem a parte principal do conjunto. Tais capítulos são poemas na forma de diálogos dramáticos entre Jó e seus amigos.

Quatro capítulos adicionais que contêm a resposta de Deus aos seus argumentos também são escritos de modo poético. O livro finaliza com uma narrativa ou epílogo (42.7-17) sobre o que aconteceu a Jó após o término das discussões.

O formato prólogo-parte principal-epílogo era usado com freqüência nos textos do mundo antigo. O autor do Livro de Jó foi um artífice literário que sabia como trabalhar com as palavras em estilo dramático de modo a tornar compreendida sua mensagem.

A narrativa de Jó começa com uma breve descrição desse homem, seus bens e sua família. “Integro e reto” (Jó 1.1), Jó possuía milhares de ovelhas, camelos, bois e jumentas. Além disso, tinha sete filhos e três filhas. Em termos gerais, Jó era considerado um homem rico para a cultura tribal do mundo antigo. No entanto, Satanás insiste que a integridade desse homem nunca havia sido testada. Acusa Jó de servir a Deus somente porque este o protegia e o fazia próspero. Deus, então, concede permissão para que o teste tenha inicio.

Rapidamente, os filhos e filhas de Jó são mortos e todos os seus rebanhos são levados por seus inimigos. Finalmente, o próprio Jó é tomado de uma doença de pele terrível. Em sua tristeza, ele se senta sobre a cinza, raspando suas feridas com um pedaço de caco, enquanto lamenta seu infortúnio. É quando surgem três amigos de Jó – Elifaz, Bildade e Zofar – para condoerem-se com ele e para oferecer conforto.
Mas em vez de confortarem Jó, os amigos iniciam longos discursos e debates filosóficos para mostrar a Jó o motivo de seu sofrimento. Sua linha de pensamento segue a perspectiva geralmente aceita de sua época – que a desgraça é sempre enviada por Deus como punição pelo pecado.
Jó argumenta, de modo incisivo, ser um homem integro que não havia feito nada para merecer tal tratamento de Deus.

Finalmente, depois de todos terem debatido a questão com minúcias e não terem chegado a uma conclusão satisfatória, o próprio Deus fala por meio de um redemoinho de vento (38.1; 40.6). Não entra na discussão a respeito dos motivos que levam um justo ao sofrimento, mas revela-se como Deus Poderoso e Onisciente. Sua mensagem a Jó é que Deus não precisa explicar ou justificar Suas atitudes. Ele é Soberano, Todo-Poderoso e sempre faz o que é certo. Seus caminhos podem estar além do entendimento humano.

Jó é humilhado com efusão do poder de Deus e aprende a confiar, mesmo quando não é capaz de entender. Tal fato o conduz à sua grande afirmação de fé: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem” (42.5).

O Livro termina com o nascimento de mais filhos e filhas e a ascensão de Jó a uma posição de maior riqueza e notoriedade. Jó viveu os anos que lhe foram acrescentados feliz e satisfeito: “Então, morreu Jó, velho e farto de dias” (42.17).


Autoria e Data
Não se sabe quem foi o autor do Livro de Jó. Alguns estudiosos crêem que pode ter sido escrito por Moisés. Outros sugerem que o próprio Patriarca Jó tenha escrito o relato de suas experiências. Mas essas teorias não apresentam evidencias concretas que as apoie. A única declaração que pode ser feita com certeza é a de que o livro foi escrito por um autor desconhecido.
A data exata de quando foi escrito é ainda um mistério. Alguns pensam que o autor o tenha escrito no fim do segundo século a.C. Outros insistem que deve ter sido em torno de 450 a.C., após a volta dos judeus do cativeiro da Babilônia. No entanto, muitos estudiosos conservadores atribuem à escrita do livro à época do rei Salomão, em aproximadamente 950 a.C. Evidencias históricas favorecem essa data, visto ter sido esta a era de ouro da literatura de Sabedoria da Bíblia.


Contexto Histórico
Os eventos descritos no livro de Jó devem ter ocorrido muitos séculos antes de terem sido finalmente escritos. Jó deve ter vivido durante a época do Patriarca Abraão, em 2000 a.C., aproximadamente. Assim como Abraão, a riqueza de Jó foi medida em rebanhos e manadas. Ao modo patriarcal, os filhos casados de Jó faziam parte de sua casa, morando em tendas separadas, mas sujeitos à sua liderança no clã familiar.

A historia de Jó e seus infortúnios foi provavelmente transmitida oralmente, de geração a geração por centenas de anos. Finalmente, foi escrita por um (inspirado) escritor, assegurando, assim, sua preservação para as futuras gerações.


Contribuição Teológica
O livro de Jó ensina-nos a confiar em Deus em todas as circunstâncias. Quando sofremos, é geralmente inútil tentar entender os motivos causadores da adversidade. Por vezes, o reto (justo) sofre sem saber a razão; por isso, é importante aprender a confiar em Deus constantemente.

Essa obra-prima também mostra claramente que Deus não está preso ao seu mundo, ao seu povo e à nossa compreensão quanto à Sua natureza divina. Deus é livre; submete-se apenas à Sua própria vontade. Não está vinculado ao nosso entendimento ou à falta dele. Jó também entendeu que Deus é um Deus de grande poder e majestade. Quando consideramos Sua grandeza, percebemos a nossa pequenez. Assim como Jó, devemos curvar-nos em humilde submissão.

O Livro de Jó também ensina que Deus é bom, justo e honesto em sua conduta. Ele restaurou a riqueza de Jó e deu-lhe ainda mais do que imaginava. Deus sempre substitui as trevas da nossa existência com a luz de Sua presença quando permanecemos fieis a Ele.


Considerações Especiais
As seções de dialogo do Livro de Jó são escritas em forma poética. Grandes verdades são normalmente expressas em linguagem literária. Tais verdades fazem valer a leitura, por vezes, reflexiva e lenta para a compreensão de seu significado. Sendo assim, a arte desse livro frequentemente desafia nossa compreensão. É por esse motivo que a recorrência ao texto se faz necessária.


SUBSÍDIOS - Aqui eu Aprendi!
Jó um homem de boa posição social
Embora não fosse rei, era ele tratado como nobre (Jó 29.8). Seu elevado padrão de vida espiritual era conhecido em toda aquela região.

Jó um exemplar Pai de Família
Era um homem que se preocupava com o bem estar espiritual de seu lar. Todas as vezes que seus filhos reuniam-se para se banquetearem, levantava-se ele, de madrugada, para interceder e fazer sacrifícios por eles diante de Deus. Temia que seus sete filhos e três filhas, seduzidos já pelo vinho, ou já embaídos pela euforia dos festins, viessem a blasfemar do Todo-Poderoso (Jó 1.5) 

O Patriarca Jó acreditava firmemente em:
a- O Deus Único e Verdadeiro a quem, por 31 vezes, chama de Todo-Poderoso (Jó 5.17)
b- A soberania divina (Jó 1.21; 42.2)
c- O glorioso advento do Cristo; "Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra" (Jó 19.25)
d- Justificação pela fé. Este postulado acha-se implícito na pergunta: "Como se justificaria o homem para com Deus?" (Jó 9.2)

Profundamente reflexivo, Jó foi um teólogo de raríssimos pendores; buscava sempre aprofundar-se no conhecimento divino. O seu livro traz ensinos dos mais profundos sobre a vida cristã em geral.

A Integridade de Jó
Exige o Todo-Poderoso sejam perfeitamente íntegros os seus filhos (Pv 14.2). Do justo Abel ao amoroso João, todos os santos homens da Bíblia porfiaram em cultivar um elevadíssimo caráter. Através de suas obras de justiça, mostraram eles que o homem de Deus tem de ser a maior referencia moral numa sociedade que faz do maligno (Hb 11.32,33).
Tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento, integridade é uma palavra que comporta os seguintes significados: inteireza, retidão, imparcialidade, inocência e pureza.

Os amigos de Jó
O rico não precisa de esforço para ter amigos; eles simplesmente aparecem (Pv 14.20)

Vejamos alguns pontos que resumem os discursos dos amigos de Jó:
  1. Afirmam que o sofrimento é o resultado do pecado.
  2. A medida da aflição indica o grau do pecado. Argumentam que sendo Jó homem que mais sofria, deve ser ele maior pecador.
  3. Dizem a Jó que se ele arrepender-se de seus pecados, Deus restaurar-lhe-á a saúde.
  4. Admitem que algumas vezes os ímpios prosperam, mas dizem que esta prosperidade é transitória.
A resposta de Jó aos seus amigos:
  1. Jó afirma que é possível o justo ser afligido. Considera uma crueldade da parte de seus amigos acusarem-no de pecado por causa de suas aflições.
  2. Jó crê ser nosso dever adorar a Deus embora estejamos sofrendo calamidades não merecidas, quando em angustia, proferem queixas contra Deus.
Vejamos o discurso de Eliú, filho de Baraquel, o Buzita (Jó 32-6)
Em resumo, disse a Jó que fez mal em gloriar-se da sua integridade (33:8-13), e de fazer parecer que Deus lhe dava recompensa. Deus não é devedor de ninguém (35:7), por mais justo que seja Jó, não tem o direito de exigir nada de Deus.

Admite que as calamidades são castigos pelos pecados cometidos. Se o fim da aflição for (achado) e a falta reconhecida pelo aflito, Deus o abençoara (33:14-33).

A Restauração de Jó (38:1-42)
Deus fala com Jó somente para iniciar a discussão. Ele não discute com ele mas lhe mostra revelações das mais eficientes.
Primeiro desafia a Jó o erro de questionar o Todo-Poderoso. Nos capítulos 38,39, Deus desafia a capacidade de Jó para julgar, como se este estivesse direta e pessoalmente familiarizado com todas as coisas desde o principio delas. Isso faz calar Jó. Deus então revela a Jó Sua surpreendente habilidade em criar, e governar de uma maneira benévola os monstros do mundo antigo, o Leviatã (41), o Crocodilo, etc.

Jó reconhece a Soberania de Deus...
“Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido.” (42:2)

“Com os ouvidos eu ouvira falar de ti; mas agora te vêem os meus olhos.” (42.5)

“Pelo que me abomino, e me arrependo no pó e na cinza.” (42.6)

Intercessão e Restauração
O Senhor dirige-se, neste momento, aos três amigos de Jó, e gravemente os repreende.
"Sucedeu pois que, acabando o Senhor de dizer a Jó aquelas palavras, o Senhor disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti e contra os teus dois amigos, porque não tendes falado de mim o que era reto, como o meu servo Jó.
Tomai, pois, sete novilhos e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei um holocausto por vós; e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu não vos trate conforme a vossa estultícia; porque vós não tendes falado de mim o que era reto, como o meu servo Jó.
Então foram Elifaz o temanita, e Bildade o suíta, e Zofar o naamatita, e fizeram como o Senhor lhes ordenara; e o Senhor aceitou a Jó."

O Sacerdócio
Mesmo em frangalhos, e mesmo não passando de ruínas, deveria Jó, naquele momento; atuar como Sacerdote daqueles que muito o feriram com suas palavras. Que incrível semelhança com o Senhor Jesus Cristo! Nosso Salvador, embora tenha sido retratado pelo Profeta Isaías como alguém desprovido de parecer e formosura, intercedeu por nós pecadores (Is 53.2,3,12).
Se este retrato que o Profeta revela do Senhor parece forte, o que diremos da pintura que do mesmo Salvador faz Davi: "Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo" Salmo 22.6?  


É a Adoração o ponto central do Cristianismo.

"Adorai ao Senhor vestidos de trajes santos; tremei diante dele, todos os habitantes da terra." Salmo 96.9 

Jó rompe o silencio em adoração e humilhação perante Deus. Confessa que havia aprendido teoricamente antes de receber a certeza da sabedoria divina, agora para ele é realidade.

“Eis que chamamos bem-aventurados os que suportam aflições. Ouvistes da paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu, porque o Senhor é cheio de misericórdia e compaixão.” Tiago 5:11

A fé de Jó triunfou sobre todas as adversidades!

A restauração na Intercessão
Muitos crentes não são restaurados, porque, embora orem muito por si mesmos, não intercedem diante de Deus pelos outros. Tinha Jó um amor tão altruísta e de tal forma sacrificial que, ao invés de orar por si, pôs-se a clamar em favor de seus amigos. (42.10)
e... O Senhor, pois, virou o cativeiro de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o Senhor deu a Jó o dobro do que antes possuía. "Então vieram ter com ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa; condoeram-se dele, e o consolaram de todo o mal que o Senhor lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro e um pendente de ouro.”

Jó Abençoado - Final Feliz
E assim abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro; pois Jó chegou a ter: 14 mil ovelhas, 6 mil camelos, mil juntas de bois mil jumentas. Também teve sete filhos e três filhas.
“E chamou o nome da primeira Jemima, e o nome da segunda Quezia, e o nome da terceira Quéren-Hapuque. E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos.”

Depois disto viveu Jó cento e quarenta anos, e viu seus filhos, e os filhos de seus filhos: até a quarta geração. Então morreu Jó “velho e farto de dias” (Jó 42.12-13; 16-17).

Jó é um modelo de integridade espiritual – pessoa que mantém segura sua fé, sem compreender a razão por trás do sofrimento. Serve como testemunho contínuo da possibilidade de uma fé autentica em Deus mesmo em circunstâncias das mais adversas.

A Restauração Histórica
O Homem que fora tão caluniado por Satanás, tão incompreendido pela esposa e tão acusado pelos amigos, entra agora para uma exclusivíssima galeria; é posto entre os três mais piedosos homens de todos os tempos: "Ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor Deus, que nem filho nem filha eles livrariam, mas só livrariam a sua própria alma pela sua justiça" (Ez 14.20). Pode haver maior honra do que esta?

Conforte-se na história de Jó!
Se as suas angustias são grandes, maiores ser-lhe-ão as consolações. De toda essa provação, sairá alguém bem melhor. Sua história também terá um final feliz.

Querido irmão(ã), não nos esqueça em suas orações: "Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo" Cl 4.3

A Deus toda a Glória! Aleluia!


Fonte: Dicionario Ilustrado da Bíblia-Vida Nova; Bíblia de Estudo Pentecostal; Bíblia Defesa da Fé; Lições Bíblicas CPAD-O sofrimento do Justo edição 2003 1ºtrimestre; Wikipédia; Dicionario da Língua Portuguesa. 


"Há esperança para a árvore... ainda que esteja morta, cortada, seca, sem vida,
 ...ainda se renovará, e não cessarão os seus rebentos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e no chão morrer o seu tronco, ao cheiro das águas brotará e dará ramos como a planta nova” Jó 14.7-9

O inverno passou a primavera chegou!

Sugestão de leitura: A Poesia no Antigo e no Novo Testamento
Aqui eu Aprendi!

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Livro de Salmos - Tehilim

Livro de Salmos - Tehilim - תהילים


Salmos  /  Tehilim (do hebraico תהילים, Louvores)

- em grego Psalmói”, ou seja, (cânticos acompanhados ao som do saltério), ou ainda: oração cantada e acompanhada com instrumentos musicais.

- na Vulgata recebe o nome de Liber Psalmorum (Livro de Cânticos ou Livro de Louvores)

Um lindo e maravilhoso conjunto de orações, poemas e hinos que focalizam o pensamento do adorador em Deus, numa atitude de louvor e adoração. Partes deste livro foram usadas como hinário nos cultos de adoração da antiga nação de Israel.
O Livro, que é o mais citado no Novo Testamento, foi utilizado imensamente no Ministério de Jesus Cristo.
Os Salmos engrandecem e louvam ao Senhor, exaltando o Seu nome, Seus Atributos e Sua Palavra.
Seu conteúdo principal é Louvor, Oração e Adoração e seu objetivo visa à aproximação do homem com o Senhor.


Estrutura
Os salmos, em termos de conteúdo, possuem estrutura coerente, o que também pode ser observado em passagens do Antigo Testamento e em obras literárias do Oriente Médio da Antiguidade.
Através da tradição cultural, também a poesia hebraica andava estreitamente associada à música.
Contendo 150 salmos individuais, este é o mais longo livro da Bíblia. Também é um dos mais diversificados, já que os salmos tratam de assuntos variados, tais como: Deus e sua criação, guerras, adoração, sabedoria, o pecado e o mal, juízo, justiça e a vinda do Messias.


Divisão
Nos manuscritos hebraicos originais, esta longa coleção de 150 salmos estava dividida em cinco seções, ou ainda, em cinco partes ou livros menores. Cada divisão é encerrada por uma doxologia (hoje as doxologias estão numeradas como se fossem apenas versos, mas elas são elementos distintos do texto, fazendo o encerramento de cada sub-livro sendo que a doxologia final traz o fechamento do livro como um todo. Os Salmos são divididos conforme abaixo:

- Livro I           – Salmo 1.1 ao 41.12 (doxologia 41.13)
- Livro II          – Salmo 42.1 ao 72.17 (doxologia 72.18,19)
- Livro III         – Salmo 73.1 ao 89.51 (doxologia 89.52)
- Livro IV        – Salmo 90.1 ao 106.47 (doxologia 106.48)
- Livro V         – Salmo 107.1 ao 149 (doxologia 150. 1-6)

A principal teoria sobre essa divisão dos livros (dada por eruditos), diz que ele foi dividido em cinco seções para fazer um paralelo com o Pentateuco – os cinco primeiros livros do Antigo Testamento (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio).
Dentro dessas cinco seções, também aparecem diferentes tipos de salmos, tais como cânticos de ações de graça, hinos de louvor, salmos de arrependimento e confissão, salmos imprecatórios, salmos messiânicos e cânticos entoados pelos peregrinos quando se dirigiam a Jerusalém para comemorar alguma festa nacional. A existência dessa variedade entre os salmos de cada seção pode indicar que eles formavam coleções completas antes de serem reunidos para formar uma só coleção. Contudo, independentemente do modo como foi feita a atual organização do livro, cada um dos salmos foi claramente inspirado pelo Espírito de Deus. Através desses hinos de louvor, ficamos face a face com nosso Criador e Redentor. Na glória de Sua presença, somos compelidos a exclamar como o salmista: “Ó Senhor, Senhor nosso, quão magnífico em toda terra é o Teu nome!...” (Salmo 8.1).

Autoria e Data
Quando se pergunta quem escreveu o livro de Salmos, a maioria das pessoas pensa automaticamente em Davi. O jovem pastor de ovelhas que se tornou o mais famoso rei de Judá, também conhecido como o suave salmista de Israel (2 Samuel 23.1). Ele viveu durante a época mais criativa da produção musical e poética do povo hebreu.
A autoria do livro não é exclusiva. O livro foi composto em um intervalo de aproximadamente mil anos da História de Israel, por pelo menos 11 autores. Os demais autores não foram identificados. Vejamos alguns deles:

- Davi é considerado autor dos 73 salmos que levam seu nome. 1 Crônicas 16 contem porções de Salmos 96 e 105 e a doxologia no final do 106, os atribuindo a Davi. Segundo comentários no Novo Testamento, podemos lhe atribuir mais dois (Atos 4.25 – Salmo 2; Hebreus 4.7 – Salmo 95).
Ainda é provável que ele tenha contribuído com mais alguns, sem se identificar.

- Asaf (Asafe) 
– o profeta e diretor do coro no templo de Davi = 12 salmos (50 e 73-83);

- Salomão 
– filho e sucessor de Davi = 02 salmos (72 e 127)

- Moisés 
– uma oração = 01 salmo (90)

- Os filhos de Coré 
– dirigentes dos cultos em Israel = 11 salmos (42, 44-49, 84-85, 87-88)

- O salmo 88 é atribuído a Hemã (cantor e profeta do Rei), enquanto o de número 89 é atribuído a Etã, o ezraíta.

Os nomes abaixo citados também estão na lista de autores de Salmos:
- Jedutum (levita da família de Merari a serviço do templo de Jerusalém, que foi nomeado pelo rei Davi, para dirigir a Musica e o grupo dos cantores do Templo (ver 1 Cr 25,1.3.6). Por ser do grupo dos músicos seu nome aparece muitas vezes no livro dos Salmos (Conf. Salmos 39, 62, 77);

- Ezequias (Rei de Judá - O rei Ezequias era poeta, e é possível que tenha escrito não apenas o Salmo 46, mas também o 47 e o 48 - contexto histórico: ocasião em que Deus livrou Jerusalém dos assírios no tempo do rei Ezequias (II Rs 18-19; II Cr 32; Is 36-37);

- Esdras (o escriba contemporâneo de Neemias, que participou ativamente da restauração de Israel após cativeiro babilônico), pesquisadores apontam o Salmo 119 como escrito por Esdras.

Um salmo muito conhecido, salmo 91, não é possível afirmar categoricamente o seu autor. Alguns apontam Moisés como o escritor por causa de certas evidencias internas (expressões idiomáticas) mas não há como afirmar.

Um exame minucioso da questão autoral, bem como do tema de cada salmo, revela que eles abrangem um período de muitos séculos. O mais antigo salmo de toda a coleção é a oração de Moisés (Salmo 90). Um dos mais tardios é o Salmo 137, um cântico de lamento claramente escrito na época em que os judeus viveram cativos na Babilônia, desde cerca de 586 ate 538 a.C.


Contexto Histórico
Alguns salmos escritos por Davi nos mostra claramente algum acontecimento especifico em sua vida. Por exemplo, o Salmo 3 é descrito como “Salmo de Davi quando fugia de Absalão, seu filho” veja também (51, 52, 54, 56, 57, 59).
Porém, outros parecem ser salmos gerais não estão ligados a nenhuma situação especifica (53, 55, 58).

Conhecer o contexto histórico de um salmo, em particular, pode ajudar o estudante da Bíblia a interpretá-lo corretamente e aplicar sua mensagem aos dias de hoje.


Versículos-chave:
Salmo 19 1: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.”

Salmo 22 16-19: “Cães me cercam; uma súcia de malfeitores me rodeia; traspassaram-me as mãos e os pés. Posso contar todos os meus ossos; eles me estão olhando e encarando em mim. Repartem entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica deitam sortes. Tu, porém, SENHOR, não te afastes de mim; força minha, apressa-te em socorrer-me.”

Salmo 23 1: “O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará.”

Salmo 29 1-2: “Tributai ao SENHOR, filhos de Deus, tributai ao SENHOR glória e força. Tributai ao SENHOR a glória devida ao seu nome, adorai o SENHOR na beleza da santidade.”

Salmo 51 10: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável.”

Salmo 119 1-2: “Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do SENHOR. Bem-aventurados os que guardam as suas prescrições e o buscam de todo o coração.”

Jesus Cristo nos Salmos
Os Salmos também têm muito a dizer sobre a pessoa e obra de Cristo.
A provisão de Deus de um Salvador para o Seu povo é um tema recorrente nos Salmos.

O Salmo 22 contém uma impressionante profecia sobre a crucificação do Salvador. Jesus citou este salmo quando na cruz (Sl 22.1; ver Mt 27.46; Mc 15.34).

Evidencias proféticas do Messias são vistas em numerosos salmos:
- Salmo 2:1-12 retrata o triunfo do Messias e do reino.
- Salmo 16:8-11 prenuncia Sua morte e ressurreição.
- Salmo 22 nos mostra o sofrimento do Salvador na cruz e apresenta profecias detalhadas da crucificação, todas as quais foram cumpridas com perfeição.
- Salmo 110.4 Jesus um sacerdote como Melquisedeque (ver Hb 5.6).
- Salmo 109.4 Ele oraria por seus inimigos (ver Lc 23.34)
- Salmo 45.6-7 Seu trono firmado para sempre “com a noiva (igreja)” ver Hb 1.8
- Salmos 72 6-17,  89 3-37,  110 1-7  e  132. 12-18 apresentam a Glória e a Universalidade do Seu reinado.


Aqui eu Aprendi!
De todos os Livros da Bíblia, o livro de Salmos é o que melhor exemplifica o estilo da poesia hebraica. A forma poética peculiar dos 150 Salmos faz com que sejam ideais para os crentes que gostam de criar seus próprios exercícios devocionais.

O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refugio. Sl 46.11

Rendei graças ao Senhor, porque Ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre. Sl 136.1

Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos atribui consoante as nossas iniqüidades. Sl 103.1

Pois ouviste, ó Deus, os meus votos e me deste a herança dos que temem o teu nome. Sl 61.5

Fidelíssimos são os Teus testemunhos; à Tua casa convém a santidade, Senhor, para todo sempre. Sl 93.5

Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio. Sl 90.12

O temor do Senhor é o principio da sabedoria; revelam prudência todos os que o praticam. O seu louvor permanece para sempre. Sl 111.10

Aplaudi ao Senhor, todos os povos; aclamai a Deus com voz de júbilo. Sl 47.1

Oh! Tributai louvores ao Deus dos céus, porque a sua misericórdia dura para sempre. Sl 136.26


Fonte: Bíblia de Estudo NVI; Estudos Bíblicos “Livros Poéticos”; Bíblia de Estudos Pentecostal-Almeida; Manual Bíblico de Halley; Dicionário Ilustrado da Bíblia-vida nova - Ronald F. Youngblood Ed.2007


Sugestão de leitura: 

Aqui eu Aprendi!
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