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quinta-feira, 26 de julho de 2018

A cura do paralítico de Betesda

“E Jesus, vendo este deitado e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são?” Jo 5.6


Jesus cura um homem paralítico perto de um tanque / 5.1-15
5.1 Todos os homens judeus eram solicitados a ir até Jerusalém para participar de três festas:
(1) a Festa da Páscoa e dos Pães Asmos,
(2) a Festa das Semanas (também chamada de Pentecostes), e
(3) a Festa dos Tabernáculos. Embora este dia santo em particular não seja especificado, a frase explica por que Jesus estava em Jerusalém.

5.2-4 Os leitores familiarizados com Jerusalém teriam conhecimento da Porta das Ovelhas (ela é mencionada em Neemias 12.39). Escavações recentes mostram que este local tinha dois tanques com cinco pórticos cobertos. Estes eram estruturas abertas com telhados que permitiam alguma proteção das intempéries. Uma multidão de enfermos ficava nos pórticos. As pessoas faziam peregrinações ao tanque de Betesda para receberem o benefício de cura das águas.
O versículo 4 não está incluído nos melhores manuscritos. Onde ele ocorre nos manuscritos posteriores, é frequentemente marcado de tal forma a mostrar que é uma adição. A passagem foi provavelmente inserida pelos escribas que acharam necessário fornecer uma explicação para o ajuntamento de pessoas deficientes e da agitação da água mencionada no versículo 7. A água se agitava e cria-se que um anjo a revolvia. A crença era de que a primeira pessoa que entrasse na água, depois que ela fosse agitada, seria curada.

5.10 Não há nada na lei de Deus que torne ilícito levar a cama no sábado. Mas o homem violou a aplicação legalista dos fariseus do mandamento de Deus para se honrar o sábado. A ordenança contra carregar algo no sábado era a última de trinta e nove regras na ‘tradição dos anciãos’ que estipulavam os tipos de trabalho que eram proibidos no sábado. Esta era apenas uma das centenas de regras que os líderes judeus haviam acrescentado à lei do Antigo Testamento” (Comentário do Novo Testamento. Aplicação Pessoal. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, pp.514,515).

Subsídio:

O Mestre curou o paralítico, libertando-o igualmente das amarras religiosas da tradição dos judeus.

Texto Bíblico – João 5.1-15

INTRODUÇÃO

Seguindo sua trajetória ministerial, João informa que Jesus agora deixa a Galileia e “sobe” a Jerusalém (Jo 5.1). O evangelista ainda diz que havia uma “festa entre os judeus”. Apesar de o texto não informar a qual festa específica se faz referência, o fato relevante a ser destacado é que o Mestre não se isolava, antes, como já foi dito, ficava entre as pessoas, pois seu objetivo era libertar as pessoas, daí a necessidade de estar em contato com elas (Mc 3.7-12). Ele se retirava para períodos de oração e relacionamento particular com o Pai (Mc 1.35), mas sua prioridade era cumprir a missão que Deus O destinara (Jo 3.16,17; 9.4; 12.46,47). Além de ir à festa em Jerusalém, Jesus também foi a um local na cidade onde se concentrava uma grande multidão (Jo 5.3). E é justamente neste lugar que se passou o assunto da lição de hoje.


I. UM LOCAL DE SOFRIMENTO

1. A Porta das Ovelhas.
Muito provavelmente a primeira alusão à “Porta das Ovelhas” encontra-se no livro de Neemias, onde se lê “Porta do Gado” no texto da versão Corrigida e “Ovelhas” na versão Atualizada (Ne 3.1). Na realidade, as doze portas da cidade de Jerusalém possuíam nomes que as identificavam (Ne 3.1,3,6,13-15,26,28,29,31). O texto de Neemias informa que Eliasibe, sumo sacerdote, e seus irmãos, foram responsáveis quando da reedificação dos muros da cidade, por assentar e consagrar a Porta das Ovelhas. Estudiosos afirmam que essa Porta tinha esse nome por ser o principal acesso de passagem de ovelhas destinadas, por ocasião da Páscoa, ao sacrifício no Templo, daí o seu nome.

2. O Tanque de Betesda.
O quarto Evangelho informa que próximo a Porta das Ovelhas havia um tanque chamado Betesda que, em hebraico, significa “casa de misericórdia”. Neste local havia cinco pavilhões onde se encontrava uma multidão de pessoas enfermas (vv.2,3). Tal multidão aguardava o movimento das águas do referido tanque por um anjo que, acreditava-se, descia em determinado tempo e o primeiro que submergisse ficava curado de qualquer enfermidade (v.4). É óbvio que o processo de exclusão era imenso, aumentando o sofrimento deste local, pois certamente chegavam a cada dia mais e mais pessoas doentes, tornando a situação absurdamente crítica.

3. O paralítico.
A prova de que o sofrimento se prolongava neste local é o fato de Jesus ter, em meio à multidão de enfermos, se dirigido a um homem em particular e por um motivo específico — ele sofria há trinta e oito anos (vv.5,6). Certamente não havia apenas ele com necessidade, mas devido ao tempo de seu padecimento o Mestre o notou, destacando-o dentre a multidão.

Se no Tanque de Betesda, local de sofrimento, apenas o primeiro era agraciado, no Reino de Deus todos são abençoados pelo Senhor.

II. A CURA DO PARALÍTICO

1. A pergunta do Senhor.
Ao abordar o homem que padecia há trinta e oito anos, o Mestre o indagou acerca do seu interesse em ser curado (v.6). A pergunta pode parecer despropositada, mas revela o caráter didático não apenas da cura física, mas também psicológica, pois uma pessoa que padece há quase quatro décadas certamente “acostuma-se” ao sofrimento. Outro aspecto a ser destacado neste episódio é que conforme a própria Bíblia diz, a “esperança demorada enfraquece o coração” (Pv 13.12), e este homem provavelmente sentia-se, de forma justificável, desmotivado e deprimido.

2. A resposta do paralítico.
Alheio a quem era Jesus, a resposta do homem demonstra sua desesperança em relação à possibilidade de ele chegar ao Tanque ou de alguém ajudá-lo (v.7). Assim, a pergunta do Senhor não surpreende o homem, antes lhe oportuniza a possibilidade de exteriorizar seus sentimentos em relação ao seu estado. Na resposta é possível identificar que ele sente-se abandonado e, ao mesmo tempo, revela também o quanto o individualismo e o egoísmo imperavam naquele ambiente.

3. A cura.
Não obstante o homem estar alheio, naquele dia sua história seria radicalmente mudada, pois “Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma tua cama e anda” (v.8). Isso sim lhe causou surpresa, pois o desconhecido, sem rodeios, interjeições ou qualquer cerimônia, simplesmente ordenou que o paralítico levantasse, tomasse a sua cama e andasse! Numa fração de segundos o homem ficou completamente curado. Trinta e oito anos de sofrimento findaram em um instante, sem intervenção angelical alguma e sem sequer aproximar-se da água.

Talvez por conta dos trinta e oito anos de sofrimento o homem já tivesse perdido a esperança, entretanto, quando Jesus entra em cena, muda toda a situação.

III. A CONTROVÉRSIA POR CAUSA DO SÁBADO

1. O sábado como uma necessidade imprescindível e também um princípio.
Como todos os demais preceitos da Lei, o do sábado tinha um objetivo definido (Êx 20.8-11). O quarto mandamento do Decálogo visava preservar a saúde e a integridade da pessoa, coibindo a exploração e o abuso da força de trabalho tanto por parte do próprio indivíduo quanto por parte do patrão. Aliado a isso, Deus também consagrou esse dia como um período especial de adoração a Ele. Tomando o exemplo do próprio Criador, que realizou a obra da criação em seis dias e no sétimo “descansou” (Gn 2.2,3), o mandamento da guarda do sábado tinha o claro propósito de preservar a liberdade intrínseca do ser humano. A prova de que o sábado não era um “dia” específico e sim um princípio, pode ser vista em textos como de Levítico, por exemplo, quando Deus orientou aos israelitas que semeassem e colhessem durante seis anos, mas no sétimo, obrigatoriamente a terra deveria ter um “sábado de descanso” (25.2-5).

2. O sábado como uma forma de aprisionamento.
Lamentavelmente, assim como todas as demais coisas que o ser humano desajusta, com o sábado não foi diferente. De necessidade imprescindível e princípio de descanso, o sábado foi transformado em uma poderosa arma de opressão religiosa que intensificava ainda mais a aflição das pessoas que, além de sofrer com a carga de impostos que tinham de pagar ao império, ainda padeciam com o aprisionamento religioso (Mt 23.1-4,13-35). Não poucas vezes Jesus esteve às voltas com a questão do sábado (Mt 12.11,12; Mc 2.27,28; Lc 14.3-6; Jo 5.16,17; 7.21-24).

3. O milagre ignorado e a liberdade sob perigo.
O homem que padecera há trinta e oito anos obedecendo à ordem de Jesus levantou-se, tomou a sua cama e imediatamente partiu (v.9). Contudo, João observa que a cura deu-se num sábado. Tal observação se dá justamente para preparar os destinatários para a cena seguinte — o milagre completamente ignorado e a expressão fria da religiosidade representada pelos “judeus” que censuraram o homem por estar carregando sua cama em pleno sábado (v.10). A resposta do agora ex-paralítico revela implicitamente a autoridade de Jesus: “Aquele que me curou, ele próprio disse: Toma a tua cama e anda” (v.11). Em termos simples, o que o homem quis dizer foi que se o “desconhecido” teve poder para curá-lo, depois de trinta e oito anos de sofrimento, certamente possuía autoridade para liberá-lo para carregar sua cama no dia de sábado. Evidentemente que, devido ao uso que os líderes religiosos faziam do preceito do sábado, alguém que ousasse desafiá-lo deveria ser identificado e, consequentemente, punido, daí a curiosidade em saber quem havia dito a ele para tomar a sua cama e andar (v.12). Todavia, a espontaneidade e a forma célere com que se dera a cura, bem como a rápida saída de Jesus do local, não proporcionaram ao homem saber quem era o Mestre (v.13).

O modo como o preceito do quarto mandamento foi distorcido revela o quanto os homens podem perverter algo que foi criado para o seu próprio bem.

CONCLUSÃO

João finaliza a narrativa da cura do paralítico do Tanque de Betesda falando de um encontro de Jesus com ele no Templo, quando então o Mestre disse-lhe: “Eis que já estás são; não peques mais, para que te não suceda alguma coisa pior” (v.14). Tal recomendação demonstra que Jesus conhecia aquele homem de forma sobrenatural, pois não apenas sabia que o paralítico padecera trinta e oito anos com aquela enfermidade, mas também conhecia a causa que o deixara naquele estado. Assim, Jesus o adverte a não mais incorrer nas mesmas práticas anteriores para que não acabasse ficando em uma situação pior que a que o deixara acamado por trinta e oito anos! Aparentemente o homem nada responde ao Mestre, mas finalmente descobre quem era Jesus e vai até aos judeus anunciar (v.15).


Sugestão leitura:


Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 3º Trimestre de 2018 - Título: Milagres de Jesus — A fé realizando o impossível - César Moisés Carvalho


Aqui eu Aprendi!

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

A Evangelização das Pessoas com Deficiência exige amor e disposição

"Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura"

Evangelizar pessoas com deficiência física exige amor e disposição. Em algumas ocasiões temos de ir até elas (At 3.1-9). Em outras, temos de trazê-las até nós (Lc 14.12)

Isaías 35 1-10
"O deserto e o lugar solitário se alegrarão disto; e o ermo exultará e florescerá como a rosa.
Abundantemente florescerá, e também jubilará de alegria e cantará; a glória do Líbano se lhe deu, a excelência do Carmelo e Sarom; eles verão a glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus.
Fortalecei as mãos fracas, e firmai os joelhos trementes.
Dizei aos turbados de coração: Sede fortes, não temais; eis que o vosso Deus virá com vingança, com recompensa de Deus; ele virá, e vos salvará.
Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão.
Então os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo. E a terra seca se tornará em lagos, e a terra sedenta em mananciais de águas; e nas habitações em que jaziam os chacais haverá erva com canas e juncos. E ali haverá uma estrada, um caminho, que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para aqueles; os caminhantes, até mesmo os loucos, não errarão.
Ali não haverá leão, nem animal feroz subirá a ele, nem se achará nele; porém só os remidos andarão por ele. E os resgatados do Senhor voltarão; e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido."

O Filho de Deus inclui a todos em seu plano redentor, pois o amor divino vai além de nossas deficiências ou suficiências.

"Ora, em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres. Nestes jazia grande multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados, esperando o movimento da água. Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse. E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermoE Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são? O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me ponha no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim. Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma o teu leito, e anda. Logo aquele homem ficou são; e tomou o seu leito, e andava. E aquele dia era sábado." João 5:2-9

As águas de Betesda eram, de vez em quando, agitadas por um anjo de Deus. Quando isso acontecia, o primeiro enfermo a descer ao poço era imediatamente curado. Nessa expectativa, havia, ali, uma multidão de coxos, mudos, surdos e cegos.
Cada uma daquelas pessoas com deficiência tinha alguém para baixá-la às águas. Mas o enfermo, com quem Cristo falou, não tinha ninguém para ajudá-lo. Então, o próprio Senhor tratou de incluí-lo em seu Reino; salvou-lhe a alma e curou-lhe o corpo.
Existem muitos que não podem ver, não podem falar, ouvir, andar e, às vezes, não conseguem atinar com a razão. Por isso, como Igreja do Senhor, precisamos alcançar aqueles com deficiência.

Cristo amou e auxiliou as pessoas com deficiência.

"E trouxeram-lhe um surdo, que falava dificilmente; e rogaram-lhe que pusesse a mão sobre ele. E, tirando-o à parte, de entre a multidão, pôs-lhe os dedos nos ouvidos; e, cuspindo, tocou-lhe na língua. E, levantando os olhos ao céu, suspirou, e disse: Efatá; isto é, Abre-te. E logo se abriram os seus ouvidos, e a prisão da língua se desfez, e falava perfeitamente." Marcos 7:32-35

"A Palavra de Deus declara: 'Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura' (Mc 16.15). Com certeza, os alunos com deficiência estavam incluídos neste grupo, pois são criaturas do Senhor e importantes para Ele. O apóstolo Paulo nos dá o seguinte exemplo: 'Fiz-me fraco para com os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns. Faço tudo isso por causa do evangelho, para ser também participante dele' (1 Co 9.22,23).

Êxodo 4.11 diz: 'Quem fez a boca do homem?'

Isaías 35.5,6 diz: 'Os olhos dos cegos se abrirão, e os ouvidos dos surdos se desimpedirão. Então os coxos saltarão como o cervo, e a língua dos mudos cantará'. As pessoas com deficiência naquele dia serão totalmente regeneradas.

O surdo não é um doente. Ele é um sujeito que tem uma língua natural própria, a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais).
Quais são as medidas a serem observadas na comunicação com o surdo?
Em primeiro lugar, precisamos compreender que existem surdos oralizados, ou seja, conseguem se expressar por meio da fala e compreender o que lhes é transmitido por meio da leitura labial. Mesmo oralizado, o surdo continua com dificuldade de comunicação porque continua sem ouvir. Muitos desses alunos oralizados usam aparelho auditivo, mas é preciso lembrar que o aparelho não exclui a sua limitação, apenas ajuda.

Encontramos também o surdo não oralizado, que é aquele que não consegue se comunicar por intermédio da fala. A comunicação com esse grupo é feita de forma não verbal. Para isso, tanto o aluno quanto o professor precisa conhecer a língua de sinais (LIBRAS). Atualmente, existem vários métodos de comunicação que podem ser empregados com o surdo. Fica então a pergunta: Quais métodos podemos utilizar na comunicação com o surdo? É importante lembrar que o surdo 'ouve com os olhos', portanto só haverá comunicação se houver visualização. Observe:

1. Ao se comunicar com o surdo, procure ficar de frente para ele;

2. Fale pausadamente;
3. Utilize a expressão facial e corporal;
4. Utilize vocabulário simples;
5. Procure manter uma curta distância entre você e a pessoa surda;
6. Utilize gestos, mesmo que o surdo seja bem oralizado;
7. Mantenha a boca e mãos livres para fazer os gestos necessários. Não esqueça que o corpo todo 'fala';
8. Procure dominar a língua de sinais e o alfabeto manual, principalmente para nomes próprios;
9. O surdo precisa ser exposto à cultura surda para desenvolver realmente sua língua e compor sua identidade;
10. A Libras para o surdo é a língua materna" "
(CHIQUINE, Siléia. Ensinando Deficientes Auditivos. 25ª Conferência de Escola Dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p.66).

"E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus. Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.
Tendo dito isto, cuspiu na terra, e com a saliva fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego. E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa o Enviado). Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo." João 9:1-7

"De acordo com o IBGE, a maioria das pessoas com necessidades especiais do Brasil tem problemas de visão, vêm em seguida os que apresentam alguma deficiência motora, em terceiro está o grupo dos deficientes auditivos, depois os deficientes mentais. Entre essas classificações há também os que acumulam múltiplas deficiências.


O que é deficiência visual?
A deficiência visual é caracterizada pela perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da visão. Há pelo menos dois grupos de deficiência visual:

Cegueira - há perda total da visão ou pouquíssima capacidade de enxergar, o que leva a pessoa a necessitar do Sistema Braille como meio de leitura e escrita.


Baixa visão ou visão subnormal - caracteriza-se pelo comprometimento do funcionamento visual dos olhos, mesmo após tratamento ou correção. As pessoas com baixa visão podem ler textos impressos ampliados ou com uso de recursos óticos especiais (fonte: Fundação Dorina).

Pessoa com Deficiência
A sociedade vem passando por um processo de transformação. Há um novo olhar em relação às pessoas com deficiências. Há até mesmo uma preocupação com o uso da linguagem. Os termos que definem a deficiência vêm se adequando a essa visão. Atualmente, o termo correto a ser utilizado é pessoa com deficiência, que faz parte do texto aprovado pela Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidades das Pessoas com Deficiência, aprovado pela Assembleia Geral da ONU, em 2006 e ratificada no Brasil em julho de 2008 (fonte: Fundação Dorina).

Segundo dados do IBGE de 2010, no Brasil, mais de 6,5 milhões de pessoas têm alguma deficiência visual. Desse total: 528.624 pessoas são incapazes de enxergar (cegos); 6.056.654 pessoas possuem grande dificuldade permanente de enxergar (baixa visão ou visão subnormal); outros 29 milhões de pessoas declararam possuir alguma dificuldade permanente de enxergar, ainda que usando óculos ou lentes "
(LOPES, Jamiel. A Leitura como Alternativa do Ensino ao Aluno com Deficiência. 25ª Conferência de Escola Dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p.69).

"E alguns dias depois entrou outra vez em Cafarnaum, e soube-se que estava em casa. E logo se ajuntaram tantos, que nem ainda nos lugares junto à porta cabiam; e anunciava-lhes a palavra. E vieram ter com ele conduzindo um paralítico, trazido por quatro. E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o telhado onde estava, e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico. E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados." Marcos 2:1-5

"Cura e perdão (ver Mc 2.1-7)
A medicina moderna entende que  há uma conexão vital entre saúde e bem-estar mental. A Bíblia associa toda doença e sofrimento à nossa separação de Deus. A enfermidade é uma consequência da Queda. Assim, a maior necessidade do ser humano não é a cura física, mas a espiritual como um todo. Jesus se preocupou tanto que satisfez a mais profunda necessidade do paralítico, da mesma maneira como Ele deseja satisfazer a nossa"
(RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma  análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 634).

Vamos trabalhar para o nosso SENHOR!

Conclusão
O Evangelho de Cristo tem de ser anunciado a todos, em todo tempo e lugar, por todos os meios. Por essa razão, não deixaremos de fora nenhuma pessoa com deficiência. Os integrantes desse grupo suspiram por um encontro pessoal com Deus. Eles não podem ser deixados de fora, pois o Senhor, na cruz, incluiu-os em seu Reino.

Fonte:
Lições Bíblicas - O Desafio da Evangelização - 3º.trim_2016 CPAD - Comentarista Claudionor de Andrade
Livro de Apoio - O Desafio da Evangelização - Obedecendo ao Ide do Senhor Jesus de levar as Boas-Novas a toda a criatura - Comentarista Claudionor de Andrade
Bíblia de Estudo Pentecostal

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sexta-feira, 4 de março de 2016

O Tanque de Betesda

"Ora, havia ali, junto à Porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebraico Betesda, o qual tem cinco alpendres." 
João 5:2 

Ler todo o capitulo sobre Betesda Aqui 

O antigo tanque de Betesda, existiu na parte norte de Jerusalém, próximo ao mercado das ovelhas. Escavações realizadas no ano de 1888, revelaram que existiam colunas rodeando o local e em uma delas a pintura – posterior a Cristo - de um anjo agitando as águas.  Havia no tanque um borbulhar temporário das águas e cada vez que isso ocorria, as pessoas se jogavam nas águas para serem curadas. O nome Betesda, pode ser traduzido como “lugar de derramamento”, “casa da graça” ou ainda “casa de misericórdia”. As águas de Betesda vinham de uma fonte chamada Giom, que brotava de uma rocha e antigamente regava os jardins do palácio de Salomão.

Betesda havia se transformado em lugar de peregrinação, centenas de pessoas se aglomeravam ao seu redor na espera do mover das águas e da realização de milagres. Betesda também era comércio; famílias levavam seus enfermos e pagavam caro por um lugar na borda do tanque. Outros ficavam ali por muito tempo, abandonados, por não conseguirem vencer suas limitações físicas e nem a multidão. Contudo, estar em Betesda representava uma esperança de cura.

Um lugar assim parece um sonho, tão fantástico que muitos teólogos combatem a narrativa de que um anjo agitava as águas. Dizem que pela proximidade do tanque com o santuário de Asclépio ou Serápio (deus da cura) o que havia em Betesda nada mais era do que um ajuntamento de pessoas místicas e idolatras, ávidas por experiências ocultistas. De fato, a arqueologia comprovou que os romanos haviam feito uma ligação entre Betesda e o templo de Serápio. Grandes colunas com pinturas de Serápio, efígies e alusão a cura foram encontradas na expedição liderada por Dr. Conrad Shick em 1888.

Apesar da descrença de alguns, existem outros fatores igualmente importantes  que devem ser considerados, por exemplo: foi comprovado pela arqueologia que, de fato, existiam cinco alpendres em Betesda, estes abrigavam doentes protegendo-os do sol e do frio e que o tanque era  próximo a Eira de Araúna-  foi lá que Davi viu um anjo do Senhor. Não estou a dizer que o anjo que movia as águas era o mesmo da eira de Araúna. Mas, se existiu uma motivação pagã para os milagres que ocorriam ali, também há de se considerar a motivação Bíblica de que anjos, como o que foi visto na eira, atuavam em Betesda. E a crença de anjos auxiliando homens é Bíblica, tão ou mais antiga do que Asclépio.

E o anjo do Senhor estava junto à eira de Araúna, o jebuseu. II Samuel 24:16

Independente de terem atribuído os milagres ao deus Asclépio, não muda o fato de ter sido Deus o autor. Isso ainda é comum acontecer atualmente; Deus age e deuses são louvados como sendo autores da bênção. É por isso que Betesta retrata inclusive o mundo das religiões; para alguns o tanque era místico, o poder estava nas águas e não no Senhor das águas. Para tantos outros,  Betesda serviu para devolver a saúde, mas o espírito continuou  em sequidão. Betesda era um ritual, um fenômeno da natureza, apenas.

Não obstante, Jesus esteve em Betesda e realizou a cura fora da água, do lado de fora do tanque, porque Ele era a Água da vida, a Fonte! E Jesus se dirigiu a um homem em especial que estava distante do tanque e aflito porque ninguém o ajudava a se aproximar. Alguém o levou até ali, mas não quis sofrer com ele, por ele. Mas Jesus o viu. O homem o ouviu, isso fez toda diferença.

Nosso socorro e salvação não consiste em homens, nem em religiões, mas em Cristo Jesus. Ele vai de encontro aos corações humildes e quebrantados. Aquele solitário paralitico às margens do Betesda, quem sabe, se considerava o menor dos homens, mas tinha algo de grande nele: a fé. Ninguém pode acusá-lo de incredulidade. Ele não foi apenas persistente em não ter dado um jeito de ir embora daquele local, ele acreditou que sua vez chegaria, e chegou.

Queres ficar são? João 5:6
Não tem ninguém que me coloque nas águas...João 5:7

A pergunta que Jesus fez ao paralitico parece supérflua: é claro que ele queria ficar são, de outra forma, não estaria ali! Contudo, não seria tão supérflua assim ao considerarmos que aquele homem vivia de esmolas, a doença era sua fonte de renda, ele sempre dependera da misericórdia alheia. A pergunta de Jesus agitou seu ser, como se agitavam aquelas águas em Betesda.

Você já pensou que Jesus poderia ter carregado o homem até as águas? Esse era o desejo daquele doente, mas, ao invés disso, Jesus faz com que ele deixe a mentalidade de coitadinho e levante carregando sua maca. Jesus devolveu a autoestima, confiança. O fardo do passado não teria mais lugar no futuro. Conhecer Jesus era o marco que mudaria sua história. Desviar o olhar do desprezo dos homens, do egoísmo, e olhar para Jesus transformou seu estado. Olhemos para Jesus, autor e consumador da nossa fé. Hebreus 12:2

Olhar nesse verso se traduz em aphorao (Strong 872)= atenção indivisa, fixar o olhar sem distração, somente em Jesus.

Mais lições em Betesda

Sem dúvida, o tanque era uma dádiva, um bálsamo, uma solicitude dos corações sofridos e marcados pela doença. Contudo, o amor e a misericórdia estavam distantes daquele lugar, pois, cada um estava preocupado consigo, somente. Os olhares concorriam para as águas e desprezavam o Senhor das águas. Quantas pessoas tiveram um íntimo encontro com Jesus em Betesda? A Bíblia nos diz que um só homem.

Por quanto tempo estamos esperando a realização de um milagre? Todos esperamos a realização de algo, não é mesmo? O paralitico de Betesda é uma lição sobre não desistir, nem desanimar. É uma lição de que na vida enfrentaremos muitos obstáculos, porém jamais deixemos morrer a fé de que Jesus conhece nossas aflições e nos assiste.

Lembremos que Jesus não carregou aquele homem até as águas. Naquele momento, este era o dilema principal do paralitico. Acontece que Jesus tinha um modo diferente, melhor, de realizar a cura do paralítico. E a cura não envolvia apenas o físico, mas também o espiritual. O que aconteceu com aquele homem, em especial, foi diferente do que aconteceu com os demais. Quantas vezes queremos em demasia, empreendemos esforços e orações em dilemas secundários? Se põe a culpa em terceiros, no entanto, nós é que precisamos mudar. A mentalidade de vítima daquele paralítico foi curada por Jesus, ele precisava de uma transformação nessa área também. Somente a Luz da Palavra de Deus foi capaz de trazer à tona "essa sujeirinha" que aquela água em Betesda não seria capaz de limpar. Mas Jesus limpou.

Amados, há uma corrida em algumas igrejas por milagres, bençãos, tal qual houve no tanque de Betesda. E essa corrida pode ser infrutífera no sentido de promover conversões genuínas. É preciso buscar Jesus, ouvir atentamente o que Ele diz. A salvação não está fora dele, nas cercanias, a salvação É Jesus. Ele veio em nossa direção quando deu a vida por nós, morreu e ressuscitou. E por mais caótico que esteja este mundo, por mais egoísta e competitivo, Jesus está presente, vivo e real, disposto a realizar coisas maiores e melhores do que as que nossas limitadas mentes imaginam. O que fazer? Ter um encontro pessoal com a Palavra de Deus. Desviar o olhar do mundo, dos movimentos e voltar o olhar para Jesus na esperança e certeza de que Ele é a cura.

O Evangelho de João diz: "Jesus vendo-o deitado e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe queres ficar são?" João 5:6. Jesus sabe o que nos aflige e de fato, não merecemos Sua graça, mas Ele livremente nos dá e dessa graça bebemos, como fonte que renova nossas forças. Quer vivamos, quer morramos, se for com Cristo teremos vencido.

Se vivemos, para o Senhor vivemos; e, se morremos, é para o Senhor que morremos. Sendo assim, quer vivamos ou morramos, pertencemos ao Senhor. Romanos 14:8

Betesda é tão semelhante a vida...E o mundo que vi em Betesda é esse mundo de sempre onde desigualdades e conflitos serão permanentes. O sistema político o qual estamos inseridos, a cultura, e outros fatores colaboram para a descaracterização da criação, mas Jesus veio para devolver a excelência da vida.
Deus nos abençoe.  
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Fontes:
Bíblia de Estudo Plenitude, revista e atualizada, SBB Evangelho de João , Capitulo 5, pg. 1076.
Blog: Centro de Pesquisa da Antiguidade- artigo: Polêmica Tanque de Betesda.

Via A Tenda na Rocha - Wilma Rejane

Aqui eu Aprendi!

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Poder sobre as doenças e morte - Jesus, o Homem Perfeito

E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo” Lucas 7.16

Doença e morte, geralmente, uma consequência da outra. O ministério de Jesus de Nazaré, quase sempre, se deparou com essas duas realidades. Quantos doentes e enfermos o nosso Senhor curou? Coxos, cegos, deficientes físicos, leprosos, lunáticos, mãos mirradas etc. Quantas pessoas foram ressuscitadas? — o relato mais famoso é a ressurreição de Lázaro, um amigo de Jesus. A compaixão era a característica marcante de Jesus de Nazaré, e é hoje, pois Ele tinha (e tem) a capacidade de se colocar no lugar do doente ou da família que perdeu um ente querido, para sentir a sua dor. Nosso Senhor sabia que diante do quadro da doença ou da morte, o ser humano encontra-se frágil, sem chão e absolutamente vulnerável para as consequências da vida. Quando Jesus curava alguém era sua compaixão pelo sofrimento alheio que podia ser destacada, e não o desejo de ficar conhecido na província da Galileia por causa do seu divino poder.

Jesus venceu todas as doenças e venceu a morte, a maior inimiga do ser humano na Cruz. Isto não significa que estejamos livres dessas realidades plenamente. Não, não estamos! Ainda habitamos um corpo frágil, limitado e comum. O nosso corpo não foi redimido nem revestido do corpo glorioso que nos espera um dia (1Co 15). Entretanto, o que Jesus fez na Cruz do Calvário é suficiente para sabermos que cremos num Jesus poderoso que tem compaixão por nós.
Num tempo onde pessoas usam a fé alheia para tirarem vantagens, como prometer bênçãos de curas em troca de dinheiro, fazer maquiagem do Evangelho para autopromoverem-se, é urgente conclamarmos a Igreja do Senhor a olhar para o Evangelho e tomar a decisão de seguir a Jesus até as últimas consequências. Com isso não estamos prometendo cura, nem muito menos que se alguém morrer irá ressuscitar. Queremos apenas frisar que essas obras gloriosas são uma iniciativa de Deus, segundo a sua livre soberania e graça.

O nosso Senhor continua a curar enfermidades e a ressuscitar mortos. Por isso a Igreja do Senhor deve ser encorajada a orar sempre pelos enfermos. Tomarmos à mão o azeite e ungir o enfermo. Sim, Deus pode curar a pessoa necessitada para a sua honra e glória. É tempo de rogarmos a Deus em favor das pessoas que precisam. Lembrando que Ele venceu a morte e pelas suas pisaduras fomos sarados. Portanto, embora haja muita mentira e engano em relação a curas e ressurreição dos mortos, não podemos perder de vista que o nosso Senhor cura e ressuscita os mortos. Ele é Senhor e conhece todas as coisas.
Revista Ensinador Cristão - CPAD - nº62

Ao curar os enfermos e dar vida aos mortos, Jesus demonstrou o seu poder messiânico e provou também o amor de Deus pela humanidade caída.

COMENTÁRIO
A morte, assim como as doenças, físicas, emocionais e espirituais, são resultados da Queda. Porém, Jesus veio ao mundo para nos libertar do poder do pecado. A cura divina faz parte da sua obra expiatória. Deus não se importa somente com a nossa alma e espírito, mas também com nosso corpo. Por isso, em seu ministério terreno, o Mestre curou a todos que iam até Ele. Jesus não mudou; Ele continua curando os enfermos. Para o Mestre não existe nada impossível.

INTRODUÇÃO
As doenças, enfermidades e a morte existem como consequências da entrada do pecado no mundo. Escrevendo aos Romanos, Paulo afirma que “como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). Jesus, o Messias prometido nas Escrituras, veio para tratar do problema do pecado e das suas consequências (Is 53.4-7; 6.1,2). Com esse fim, Jesus, durante o seu ministério terreno, curou doentes e ressuscitou os mortos (Mt 8.14-17; Lc 7.11-15). Todos os evangelistas, especialmente Lucas, destacam esse fato (Lc 4.16-19).

Lucas, o Médico amado!
Lucas, o médico é o que mais fala em curas - Provas mais detalhadas mostram que o autor era um grego extremamente culto que havia viajado frequentemente e era um excelente observador. Hobart (na obra The Medicai Language of St. Luke) afirma que a linguagem de Lucas prova que ele era médico, por causa dos termos médicos que utiliza. Pode ser que Hobart esteja exagerando no significado técnico do vocabulário de Lucas, mas parece que ele estava mais interessado nas enfermidades e na sua cura do que qualquer outro escritor cristão. Todas as indicações que podem ser inferidas do livro de Atos dão suporte a essa tradicional autoria.

O escritor do terceiro Evangelho e de Atos era médico? As evidências internas sugerem que sim. Ele usa vários termos médicos encontrados em Hipócrates, Galeno e em outros escritos médicos, embora não sejam encontrados no restante do NT. Ele também observa algumas particularidades médicas, tais como a intensidade da febre, se uma doença era congênita ou adquirida, ou qual lado do corpo estava afetado (Lc 4.38; At 3.2; Lc 6.6). Ao escrever sobre a mulher que tinha um fluxo de sangue (Lc 8.43), ele honestamente declara que ela não poderia ser curada pelos médicos; entretanto, é mais polido em relação à sua profissão do que Marcos, que acrescenta que ela "havia padecido muito com muitos médicos, e despendido tudo quanto tinha, nada lhe aproveitando isso, antes indo a pior..." (Mc 5.26). Estes fatos tendem a corroborar com a outra evidência de que Lucas, "o médico amado" (Cl 4.14), foi o autor do terceiro Evangelho e do livro de Atos.

O Terceiro Evangelho - mais sobre as evidencias de autoria lucana acesse:
O Evangelho segundo Lucas - Jesus, o Homem Perfeito 


I. DOENÇAS, PERDÃO E CURA
1. Culpa, perdão e cura.
Certa vez, Jesus disse a um paralítico que o perdoava, e os escribas e fariseus murmuraram entre si: “Quem é este que diz blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus?” (Lc 5.21). Foi por causa dessa incredulidade que o Senhor propôs: “Qual é mais fácil? Dizer: Os teus pecados te são perdoados, ou dizer: Levanta-te e anda?” (Lc 5.23).
As palavras de Jesus provocaram espanto na cidade de Cafarnaum. Antes de declarar o paralítico curado, Jesus primeiramente proferiu uma palavra de perdão. No contexto do Antigo Testamento, o pecado e as doenças eram conceitos inter-relacionados (Sl 103.3). Essa era a crença popular de Israel nos dias de Jesus, e o contexto mostra que o paralítico também pensava assim. O ensino neotestamentário revelará que, de fato, há uma relação entre o pecado e as doenças (Jo 5.14; Tg 5.15,16). Todavia, devemos observar que nem sempre a lei de causa e efeito pode ser usada para justificar determinadas doenças ou fatos ocorridos (Jo 9.1,2; Lc 13.1-5). Na narrativa lucana, Jesus, o Filho do Homem, demonstrou o seu poder tratando o problema da alma, removendo a culpa e depois cuidou do corpo, removendo a enfermidade (Lc 5.24).

No Evangelho de Lucas encontramos vários relatos de curas milagrosas e de pessoas sendo ressuscitadas. Não há por parte do evangelista a preocupação de provar que milagres existem. As fontes as quais ele pesquisou e as pessoas as quais consultou detalharam o que ouviram e viram Jesus fazer. Jesus não curava e ressuscitava as pessoas de entre os mortos para provar alguma coisa. Antes Ele as curava por ser o Filho de Deus.

2. A ação de Satanás.
É um fato bíblico que toda doença e enfermidade existem como consequência da entrada do pecado no mundo (Gn 2.17). Por outro lado, a Escritura mostra também que há enfermidades que vem por conta do julgamento de um pecado pessoal (1Co 5.5; 11.30) enquanto outras, como demonstra Lucas, estão associadas à ação de Satanás (Lc 13.10,11). Embora nem toda doença possa ser atribuída à ação de demônios, todavia esse era o caso aqui. Quando confrontou o chefe da sinagoga, Jesus deixou claro essa verdade (Lc 13.16). Jesus demonstrou Seu Poder sobre a enfermidade e sobre aquele que a causara, Satanás.


Possessão Demoníaca
A possessão demoníaca é um fenômeno que parece ter ocorrido com mais freqüência na época de Cristo. Das 26 pessoas curadas por Cristo, seis são mencionadas como tendo sido possuídas por demônios. Muitas outras pessoas sem nenhuma enfermidade física aparente foram libertas de opressão demoníaca (Mt 8.16; Mc 1.34,39; Lc 6.18). Pouca ou nenhuma menção é feita à possessão demoníaca no A.T. Cristo e o N.T parecem distinguir entre as doenças comuns e aquelas que são acompanhadas pela possessão demoníaca (Mt 10.8; Mc 1.34; At 5.16). A possessão demoníaca podia ser acompanhada por sintomas físicos (por exemplo: cegueira, surdez e mudez, Mt 12.22; Mc 9.25), manifestações neurológicas (epilepsia, Lc 9.39,42), ou sintomas mentais (Lc 4.33; 8.27; Mc 7.25). O diagnóstico da possessão demoníaca, porém, levanta alguns problemas difíceis. O que a distinguia das doenças naturais? Como uma pessoa poderia reconhecê-la como tal? Se não há nenhuma característica distinta que tipifique a condição, elas são tendências suicidas e o uso da pessoa pelo demônio como porta-voz. Por outro lado, nas Escrituras, a doença física é freqüentemente atribuída a Satanás. Cristo falou da mulher que andava curvada como alguém a quem "Satanás mantinha presa" (Lc 13.16). Ela estava possuída por demônios? Jesus não se dirigiu a nenhum demônio quando a curou. A solução sugerida por A Rendle Short é a seguinte: "Não é que os escribas e fariseus e as pessoas comuns diagnosticassem a possessão demoníaca com muita freqüência; o fato é que suas ideias eram muito imaturas, e eles falhavam em reconhecer que poderia existir uma obra do diabo muito mais ampla" (The Bible and Modem Medicine, p. 121). Se isto é verdade, então pode não ser sempre possível encontrar sinais específicos para diagnosticar e distinguir a possessão demoníaca de outras doenças.

O perdão é terapêutico. Muitas doenças são resultado da falta de perdão, de mágoas e ressentimentos.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O poder de Deus repousa sobre Jesus de forma que Ele possa curar os doentes. ‘A virtude [poder] do Senhor’ (Lc 5.17) é outra maneira que Lucas tem de falar sobre a unção do Espírito. Jesus não precisa de endosso de líderes religiosos para o seu ministério; o Espírito lhe concede autoridade para curar os doentes. Vemos esta autoridade quando quatro homens levam um paralítico para Ele. Jesus está numa casa, e grande multidão barra o acesso. Mas pela persistência dos companheiros do paralítico, ele é descido pelo telhado da casa à presença de Jesus. Não há dúvida de que a multidão espera um milagre; sua reputação como aquEle que cura já tinha se espalhado (Lc 4.40-44).
Em vez de curá-lo, Jesus pronuncia que os pecados do paralítico estão perdoados. Jesus reconhece a fé dos quatro companheiros, destacando pela primeira vez a importância da fé nos milagres (Lc 7.9; 8.25,48,50; 17.19; 18.42). O foco está na fé destes amigos, mas a fé do paralítico tem uma lição profunda. Ele precisa de ajuda física e espiritual de Jesus. Ele não recebe apenas a cura para o corpo, mas também o perdão dos pecados. Salvação plena e completa que abrange as bênçãos espirituais e físicas depende da fé”
(Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 1. 1ª Edição. RJ, CPAD, p.345).


II. RAZÕES PARA CURAR
1. A compaixão.
Os Evangelhos mostram que uma das razões da cura dos enfermos no ministério de Jesus estava em sua capacidade de demonstrar compaixão (Lc 5.12,13).

Você sabe o que significa compaixão?
Segundo o Dicionário Houaiss, significa: “sentimento piedoso de simpatia para com a tragédia pessoal de outrem, acompanhado do desejo de minorá-la”.

Jesus se identifica com o sofrimento humano. Ele cura as enfermidades porque é misericordioso (Mc 3.5; Mt 20.34). E você? Diante dos enfermos e necessitados, tem se mostrado compassivo? Precisamos ser cheios do Espírito Santo para que nossos corações sejam repletos de compaixão pelo próximo.

2. Manifestação messiânica.
Lucas registra que em uma de suas visitas à cidade de Jericó, Jesus teve um encontro com um mendigo cego (Lc 18.38-42). O relato nos revela outra razão para as curas no ministério de Jesus — a revelação da sua natureza messiânica. O título: “Filho de Davi” usado pelo mendigo era uma clara alusão ao Messias prometido como mostram outros textos bíblicos (Mt 1.1; 12.23; 22.42). Era uma atribuição do Messias curar os doentes (Is 61.1; Lc 4.18). De acordo com Mateus, o Messias tomou sobre si, vicariamente, as nossas doenças e enfermidades (Is 53.4,5; Mt 8.14-17).

Missão Messiânica
Lucas parte do princípio de que Jesus é o Messias prometido nas Sagradas Escrituras e que Ele havia sido capacitado pelo Espírito Santo para realizar as obras de Deus (Lc 4.16-18; Is 61.1,2). Mais uma vez a teologia carismática de Lucas fica em destaque. Na cura do paralítico de Cafarnaum, Lucas destaca que “o poder do Senhor estava com ele para curar” (Lc 5.17). O poder do Senhor é um sinônimo para a unção do Espírito Santo (At 10.38). Por outro lado, na ressurreição do filho da viúva de Naim, Lucas observa que o povo exclamou: “Grande profeta se levantou entre nós; e: Deus visitou o seu povo” (Lc 7.16). Não há dúvida de que esse grande profeta é uma referência messiânica encontrada em Deuteronômio: “Suscitar-lhe-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar” (Dt 18.15-19).

As curas e milagres de ressurreição de mortos efetuados por Jesus, portanto, faziam parte da sua revelação messiânica e a demonstração da compaixão e do amor de Deus. “E aconteceu, pouco depois, ir ele à cidade chamada Naim, e com ele iam muitos dos seus discípulos e uma grande multidão. E, quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único de sua mãe, que era viúva; e com ela ia uma grande multidão da cidade. E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela e disse-lhe: Não chores. E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam) e disse: Jovem, eu te digo: Levanta-te. E o defunto assentou-se e começou a falar. E entregou-o à sua mãe. E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo” (Lc 7.11-16).


Os MILAGRES
Os Evangelhos registram 35 milagres separados realizados por Cristo; entre estes, Mateus cita 20; Marcos, 18; Lucas, 20; e João, 7. Não se deve concluir, entretanto, que o Senhor só realizou estes milagres. Mateus, por exemplo, relembra 12 ocasiões em que o Senhor Jesus realizou várias maravilhas (4.23-24; 8.16; 9.35; 10.1,8; 11.4,5; 11.20-24; 12.15; 14.14; 14.36; 15.30; 19.2; 21.14). Obviamente os escritores dos Evangelhos simplesmente escolheram os milagres de acordo com o seu objetivo, dentre os inúmeros que foram realizados pelo Senhor Jesus. Há muitas formas de organizar os milagres individuais registrados nos Evangelhos, dependendo do propósito do comentarista. Pode ser de grande valia enumerá-los em sua ordem de ocorrência, tanto quanto for possível. Os milagres em negrito são os narrados por Lucas.


1. A transformação da água em vinho (Jo 2.1-11)
2. A cura do filho de um nobre em Cana (Jo 4.46-54)
3. A cura um paralítico no tanque de Betesda (Jo 5.1-9)
4. A primeira pesca miraculosa (Lc 5.1-11)
5. A libertação de um endemoninhado na sinagoga (Mc 1.23-28; Lc 4.31-36)
6. A cura da sogra de Pedro (Mt 8.14,15; Mc 1.29-31; Lc 4.38,39)
7. A purificação de um leproso (Mt 8.2-4; Mc 1.40-45; Lc 5.12-16)
8. A cura de um paralítico (Mt 9.2-8; Mc 2.3-12; Lc 5.18-26)
9. A cura de um homem que tinha uma das mãos mirrada (Mt 12.9-13; Mc 3.1-5; Lc 6.6-10)
10. A cura do servo do centurião (Mt 8.5-13; Lc 7.1-10)
11. Jesus ressuscita o filho de uma viúva (Lc 7.11-15)
12. A cura de um endemoninhado cego e mudo (Mt 12.22; Lc 11.14)
13. Jesus acalma uma tempestade (Mt 8.18,23-27; Mc 4.35-41; Lc 8.22-25)
14. A libertação de um endemoninhado gadareno (Mt 8.28-34; Mc 5.1-20; Lc 8.26-39)
15. A cura da mulher que tinha um fluxo de sangue (Mt 9.20-22; Mc 5.25-34; Lc 8.43-48)
16. Jesus ressuscita a filha de Jairo (Mt 9.18,19,23-26; Mc 5.22-24,35-43; Lc 8.41, 42,49-56)
17. A cura de dois cegos (Mt 9.27-31)
18. A libertação de um mudo (Mt 9.32,33)
19. Jesus alimenta mais de 5 mil pessoas (Mt 14.14-21; Mc 6.34-44; Lc 9.12-17; Jo 6.5-13)
20. Jesus anda sobre as águas (Mt 14.24-33; Mc 6.45-52; Jo 6.16-21)
21. Jesus expulsa o demônio da filha de uma mulher siro-fenícia (Mt 15.21-28; Mc 7.24-30)
22. A cura de um surdo-mudo em Decápolis (Mc 7.31-37)
23. Jesus alimenta mais de 4 mil pessoas (Mt 15.32-39; Mc 8.1-9)
24. A cura de um cego em Betsaida (Mc 8.22-26)
25. A libertação de um garoto (Mt 17.14-18; Mc 9.14-29; Lc 9.38-42)
26. Encontrando o dinheiro do tributo (Mt 17.24-27)
27. A cura de um cego de nascença (Jo 9.1-7)
28. A cura de uma mulher em um sábado (Lc 13.10-17)
29. A cura de um hidrópico (Lc 14.1-6)
30. Jesus ressuscita Lázaro (Jo 11.17-44)
31. A purificação dos 10 leprosos (Lc 17.11-19)
32. A cura do cego Bartímeu (Mt 20.29-34; Mc 10.46-52; Lc 18.35-43)
33. Jesus amaldiçoa a figueira (Mt 21.18,19; Mc 11.12-14)
34. A restauração da orelha de Malco (Lc 22.49-51; Jo 18.10)
35. A segunda pesca maravilhosa (Jo 21.1-11)


SUBSÍDIO DIDÁTICO
O que movia Jesus a curar as pessoas?”.
- Jesus era movido pela compaixão e misericórdia para com os carentes.
“No Novo Testamento, a palavra ‘misericórdia’ é a tradução da palavra grega eleos ou ‘piedade, compaixão, misericórdia’ (veja seu uso em Lucas 10.37), e oiktirmos, isto é, ‘companheirismo em meio ao sofrimento’.
No Antigo Testamento, representa duas raízes distintas: rehem, (que pode significar maciez), ‘o ventre’, referindo-se, portanto, à compaixão materna (1Rs 3.26, ‘entranhas’), e hesed, que significa força permanente (Sl 59.16) ou ‘mútua obrigação ou solidariedade das partes relacionadas’ — portanto, lealdade. A primeira forma expressa a bondade de Deus, particularmente em relação àqueles que estão em dificuldade (Gn 43.14; Êx 34.6). A segunda expressa a fidelidade do Senhor, ou laços pelos quais ‘pertencemos’ ou ‘fazemos parte’ do grupo de seus filhos. Seu permanente e imutável amor está subentendido, e se expressa através do termo berit, que significa ‘aliança’ ou ‘testamento’”
(Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Ediçãp. RJ: CPAD, 2010, p.1290).


III. AUTORIDADE PARA CURAR
1. Autoridade recebida.
Lucas, mais do que todos os outros evangelistas, associa a pessoa do Espírito Santo ao ministério de cura de Jesus (Lc 4.16-18). O texto de Lucas 5.17 diz que antes da cura do paralítico de Cafarnaum a “virtude do Senhor estava com ele para curar” (Lc 5.17). A palavra “virtude”, do grego dynamis é a mesma usada em Atos 1.8 para se referir ao poder do Espírito Santo. Dymanis é o poder do Espírito Santo para realizar milagres. Jesus curava os enfermos porque a unção do Espírito Santo estava sobre Ele. Esse é um fato relevante na teologia de Lucas. Ele retrata Jesus como sendo cheio do Espírito Santo (Lc 4.1), capacitado por esse mesmo Espírito para realizar milagres e também para curar os doentes (Lc 4.14; 5.17).

2. Autoridade delegada.
Se por um lado Jesus é capacitado pelo Espírito Santo para realizar milagres, por outro, Ele dá esse mesmo poder aos seus discípulos. Tendo o Mestre convocado os Doze, concedeu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para efetuarem curas. Também os enviou a pregar o Reino de Deus e a curar os enfermos (Lc 9.1,2). Aquilo que Jesus começou a fazer pelo poder do Espírito Santo teria continuidade através de seus seguidores. O Senhor delegou à Igreja o mesmo poder que estava sobre si (Lc 9.1,2; 10.9,18,19; At 1.8; 4.8; 13.9). Dessa forma a Igreja estaria capacitada a cumprir a sua missão. Quando a Igreja negligencia a Terceira Pessoa da Trindade, perde não somente o seu foco, mas também a sua identidade.

A Manifestação do Reino de Deus
Os milagres de Jesus na perspectiva lucana devem ser também entendidos como a manifestação da vinda do reino de Deus. Em Lucas, a expressão “Reino de Deus” deve ser entendida como sendo o domínio de Deus (Lc 17.20,21). Ao curar os enfermos e ressuscitar os mortos, Jesus demonstrava que o Reino de Deus havia chegado: “Também os enviou a pregar o reino de Deus e curar os enfermos” (Lc 9.2); “Falava-lhes a respeito do reino de Deus e socorria os que tinham necessidade de cura” (Lc 9.11). No Evangelho de Mateus essa mensagem acerca do reino de Deus, além da cura dos enfermos envolve também a ressurreição dos mortos (Mt 10.8).

É uma verdade bíblica que as doenças e a morte existem por causa da entrada do pecado no mundo. Isso não significa dizer que toda e qualquer doença fosse resultante de um pecado pessoal. Os evangelhos mostram que haviam doenças que poderiam advir como consequência de um pecado pessoal, como no caso da cura do paralítico no tanque de Betesda (Jo 5.14, veja também 1 Co 11.27-31). Mas nem todas as enfermidades e doenças estavam necessariamente associadas a algum tipo de pecado ou punição pessoal (Jo 9.1-3). No caso do cego do capítulo nove do Evangelho de João, Jesus afirmou que nem o doente nem seus pais haviam pecado para que ele nascesse cego! Em outras palavras, a lei de causa e efeito do pecado e suas consequências não pode ser aplicada aqui para explicar a razão da cegueira daquele homem. O certo é que a sua cegueira existia, não como consequência de um pecado pessoal, mas em razão da queda! O relato da cura do paralítico de Cafarnaum é emblemático no evangelho de Lucas (Lc 5.17-26).
“E aconteceu que, em um daqueles dias, estava ensinando, e estavam ali assentados fariseus e doutores da lei que tinham vindo de todas as aldeias da Galileia, e da Judeia, e de Jerusalém. E a virtude do Senhor estava com ele para curar. E eis que uns homens transportaram numa cama um homem que estava paralítico e procuravam fazê-lo entrar e pô-lo diante dele. E, não achando por onde o pudessem levar, por causa da multidão, subiram ao telhado e, por entre as telhas, o baixaram com a cama até ao meio, diante de Jesus. E, vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Homem, os teus pecados te são perdoados. E os escribas e os fariseus começaram a arrazoar, dizendo: Quem é este que diz blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus? Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, respondeu e disse-lhes: Que arrazoais em vosso coração? Qual é mais fácil? Dizer: Os teus pecados te são perdoados, ou dizer: Levanta-te e anda? Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra poder de perdoar pecados (disse ao paralítico), eu te digo: Levanta-te, toma a tua cama e vai para tua casa. E, levantando-se logo diante deles e tomando a cama em que estava deitado, foi para sua casa glorificando a Deus. E todos ficaram maravilhados, e glorificaram a Deus, e ficaram cheios de temor, dizendo: Hoje, vimos prodígios” (Lc 5.17-26).

Antes de tratar do problema físico do paralítico, Jesus primeiramente tratou da sua alma. O texto não nos permite deduzir que esse homem encontrava-se assim em razão de algum pecado pessoal. Mas por outro lado, o contexto não deixa dúvidas de que aquele pobre moribundo, além da doença física também carregava consigo a culpa. De outra forma não teria sentido as palavras que Jesus dirigiu a ele: “Os teus pecados te são perdoados” (Lc 5.23). O seu estado demonstrava que a sua necessidade imediata era de cura e não de perdão, mas o Senhor não o viu assim. Antes resolveu o problema da culpa, dando-lhe uma palavra de perdão e somente depois cuidou também de curar o seu corpo: “Levanta-te, toma a tua cama e vai para tua casa” (Lc 5.23).

Autoridade para Curar
Jesus embarca num ministério como o descrito em Lucas 4.18,19. Depois de sua rejeição na sinagoga de Nazaré, Ele vai para Cafarnaum, a cerca de trinta e dois quilômetros de distância. Esta cidade está na orla do mar da Galileia e serve de base para o ministério de Jesus na Galileia. Ele ‘desceu’, o que expressa adequadamente a descida de Nazaré a Cafarnaum, localizado ao nível do mar.
A narrativa de Lucas sobre o ministério de Jesus em Cafarnaum concentra-se nos atos poderosos de Jesus acompanhados pelo poder e autoridade do Salvador. A expulsão de um demônio que estava num homem (Lc 4.33-37), a cura da sogra de Pedro (Lc 4.38,39) e várias outras curas à tardinha (Lc 4.40,41) são atos da compaixão para com pessoas em necessidades desesperadora.
Os primeiros dois milagres implicam poder na palavra de Jesus, e os outros, seu toque curativo. Seu ensino e milagres exprimem sua autoridade profética e carismática.
(Comentário Bíblico Pentecostal. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, pp.340,41)


IV. A REDENÇÃO DO NOSSO CORPO
1. O reino presente.
Jesus não apenas demonstrou poder sobre as doenças e enfermidades, mas também sobre a própria morte (Lc 8.53-55). Um dos aspectos da manifestação do Reino de Deus, isto é, o domínio de Deus entre os homens, era a sua realidade já presente (Lc 17.20,21). As curas e ressurreições de mortos atestavam isso (Lc 7.22). Jesus veio para destruir o poder do pecado e vencer a morte!

2. O reino futuro.
Se por um lado temos o Reino de Deus em seu aspecto presente, por outro temos o seu aspecto futuro (Lc 21.31; 23.43). Como vimos, as curas dos doentes e a ressurreição dos mortos registradas nos Evangelhos demonstravam a realidade presente do Reino. Mas a realidade do Reino não foi manifesta em sua totalidade. Pessoas continuam ainda lutando com doenças e mesmo aqueles que foram ressuscitados por Cristo morreram posteriormente. O Reino em sua plenitude só se consumará na segunda vinda de nosso Senhor, quando teremos a redenção do nosso corpo e nunca mais haverá morte (Ap 21.4).


A Cura e a Expiação
Esses milagres efetuados por Jesus durante o seu ministério público estavam, sem dúvida alguma, associados à sua missão vicária. Dizendo isso de uma outra forma, o testemunho dos Evangelhos é que Jesus levou sobre si as nossas doenças e enfermidades. Isso significa dizer que a cura faz parte da expiação (Mt 8.16-17). “E, chegada à tarde, trouxe- ram-lhe muitos endemoninhados, e ele, com a sua palavra, expulsou deles os espíritos e curou todos os que estavam enfermos, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças” (Mt 8.16,17).

Ao afirmar que a cura faz parte da expiação, não significa dizer que todos serão curados. Da mesma forma, nem todos vão ser salvos embora a salvação também faça parte da expiação. A santidade do crente também foi conquistada na cruz. Ela, portanto, faz parte da expiação, embora nem todos vivam santamente. E paradoxal, mas é bíblico. A doutrina da expiação de Cristo nos dá uma base segura para crermos na salvação da nossa alma e na cura de nosso corpo. Todas as bênçãos de Deus para nós, providas por Cristo, foram possíveis através de seu sacrifício vicário. Não há bênção fora da expiação!

Um dia Jesus vai redimir o nosso corpo e não estaremos mais sujeitos às enfermidades e à morte.


SUBSÍDIO TEOLÓGICO
A ressurreição de Cristo mediante o Espírito é a garantia de que seremos ressuscitados e transformados de tal maneira que nosso corpo ressuscitado será imortal e incorruptível” (1Co 15.42-44,47,48,50-54).
Nosso corpo ressurreto será semelhante ao Seu (Fp 3.21). Embora Deus tenha criado a humanidade à sua semelhança, e que a imagem divina no homem haja continuado a existir depois da queda (Gn 9.6), somos informados que Adão ‘gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem’ (Gn 5.3). Por isso, Paulo diz: ’Assim como trouxemos a imagem do [homem] terreno, assim traremos também a imagem do [homem] celestial‘ (1Co 14.49). Nosso novo corpo será tão diferente do atual quanto a planta é diferente da semente (1Co 15.37).
O corpo ressurreto do crente também é descrito como ‘espiritual’ em contraste com o nosso corpo ‘natural’. Geralmente concorda-se que ‘espiritual’ (gr. pneumatikon) não significa ‘consistente em espírito’, pois esse corpo não é imaterial, etéreo ou sem densidade. Os discípulos sabiam por sua própria experiência que o corpo ressurreto de Cristo era real e palpável — não era fantasma, mas diferente, ajustável tanto à terra quanto ao céu, e não limitado às atuais condições de tempo e de espaço. Por isso, nosso corpo ressurreto é chamado ‘celestial’ (gr. epouranios).
Embora o corpo presente seja terreno, natural, com as mesmas limitações que Adão tinha depois da queda, o corpo ressurreto adotará qualidades e glórias sobrenaturais. Embora ainda sejamos seres infinitos, totalmente dependentes de Deus, nosso corpo será um instrumento perfeito para capacitar-nos a corresponder ao Espírito Santo de maneiras novas e maravilhosas”
(HORTON, Stanley M. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, pp.615,616).

Ao curar os doentes e dar vida aos mortos, o Senhor Jesus mostrou o seu poder sobre o pecado e suas consequências. As pessoas que presenciavam o Filho do Homem realizar sinais e maravilhas exclamavam admiradas: “Deus visitou o seu povo” (Lc 7.16). Deus visitou um povo esquecido, sofredor, carente, oprimido e sem esperanças! Sim, o Verbo havia se tornado carne para participar dos sofrimentos humanos. Ele tem poder para curar as doenças físicas e espirituais da humanidade (Lc 9.11).



PARA REFLETIR
Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
Qual era a concepção do judaísmo sobre as doenças?
No judaísmo havia a tendência de ligar a doença ao pecado e também à ira divina. Sabemos que as enfermidades tiveram sua origem na Queda, porém não podemos considerar que toda enfermidade é resultado do pecado ou fruto de ação demoníaca.
De acordo com a lição, por que Jesus curava os doentes?
Ele curava movido pela compaixão.
A cura do cego de Jericó revela outra razão para as curas. Qual seria?
A revelação da natureza messiânica do Senhor.
Por que nosso corpo continua vulnerável às doenças?
Porque ainda não recebemos um corpo glorificado.
Você crê que Jesus continua a curar os enfermos?
Resposta pessoal. Jesus não mudou, Ele continua a curar os enfermos e a libertar os oprimidos.


Fontes:
José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. Ed.CPAD 
Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. José Gonçalves - Livro de Apoio Ed.CPAD 
Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol 1.CPAD 
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD 
Dicionário da Bíblia John Davis. Editora Hagnos 
A Cura na Expiação - Livro Defendendo o Verdadeiro Evangelho. José Gonçalves-CPAD
Relação dos Milagres - Bíblia Anotada_Charles Ryrie pg.1663 / e /
Dicionário John Davis pg.395
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD
Revista Ensinador Cristão - CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia Defesa da Fé 


Sugestão de Leitura: 
Aqui eu Aprendi!
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