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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Hedonismo, um perigo do nosso tempo

Disse eu no meu coração: Ora, vem, eu te provarei com a alegria; portanto, goza o prazer; mas eis que também isso era vaidade” Ec 2.1

“O termo ‘visão de mundo’ (cosmovisão) pode parecer abstrato ou filosófico. Mas, na verdade, a visão de mundo de uma pessoa é intensamente prática. Ela é a soma total das nossas crenças sobre o mundo, o ‘quadro geral’ que dirige as nossas decisões e ações diárias, e assim, entender as visões de mundo é extremamente importante para a maneira como vivemos — saber como avaliar todas as coisas.

A base da visão de mundo cristã, naturalmente, é a revelação de Deus nas Escrituras. O cristianismo genuíno é mais do que o relacionamento com Jesus que é expressado através da devoção pessoal, da presença na igreja, do estudo bíblico e das obras de caridade. É mais que um discipulado, mais que crer em um sistema de doutrinas a respeito de Deus. O cristianismo genuíno é uma maneira de ver e de compreender toda a realidade. É uma visão de mundo. Entender o cristianismo como um completo sistema de vida é absolutamente essencial, por duas razões. Primeiro, isto permite que o mundo em que vivemos faça sentido para nós e, portanto, ordenemos a nossa vida mais racionalmente. Segundo, isto permite que entendamos as forças hostis à nossa fé, nos preparando para evangelizar e defender a verdade cristã como instrumentos de Deus para transformar a cultura” (COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. O Cristão na Cultura de Hoje. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2006, pp.7,8).

TEXTO BÍBLICO

2 Timóteo 3.1-5
1 — Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos;
2 — porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
3 — sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
4 — traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,
5 — tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.

INTRODUÇÃO

Uma das sete maravilhas do mundo antigo era o templo da deusa Diana, em Éfeso, lugar para onde afluíam muitas pessoas para participar das famosas orgias da festa da “deusa da volúpia”. A adoração acontecia através de relações sexuais com as prostitutas cultuais. Foi para essa cidade que Paulo foi enviado como missionário (At 19). A certa altura, os comerciantes (que vendiam souvenirs da deusa) revoltaram-se, motivados pela diminuição dos seus lucros, decorrentes da redução das práticas religiosas mundanas, posto que Paulo estava revolucionando a cidade, ao levar muitas pessoas a Cristo (At 19.26).

Esse tipo de conflito sempre existirá quando a cosmovisão judaico-cristã for anunciada, posto que traz em seu bojo um forte confronto aos valores sociais, impondo um novo padrão comportamental. Em qualquer ambiente, cristianismo e hedonismo nunca conviverão pacificamente, como também não há paz entre o espírito e a carne (Gl 5.17).

A cultura da busca incessante pelo prazer (hedonismo) retrata, precisamente, a situação da sociedade contemporânea.

I. A CULTURA DO PRAZER

1. O que é o Hedonismo.
O hedonismo traduz-se como o jeito de ver a vida em que se prioriza, acima de tudo, sem limites, a satisfação pessoal, buscando, ao mesmo tempo, evitar a dor e o sofrimento. Ele defende o prazer como um fim em si mesmo... o bem supremo. A Bíblia, porém, desmonta essa armadilha ao afirmar que “necessidade padecerá quem ama os prazeres [...]” (Pv 21.17). Assim, quem ama o prazer terá falta de prazer, isto é, necessidade.

O grande problema do hedonismo circunscreve-se em divinizar o prazer, transformando-o em um deus ou, quem sabe, em um demônio, que fará de tudo para conseguir seu objetivo. A vida, porém, sabe-se, é cheia de sofrimentos, muitos deles necessários. Somos criaturas caídas, precisamos muitas vezes sofrer para nos separar de nossos hábitos errados, das nossas noções erradas e dos ídolos para os quais vivemos, para que nossos corações sejam livres para amar a Deus.

2. As origens do Hedonismo.
A busca incontrolável pelo prazer, como o objetivo maior da própria vida, que demonstra o caráter vão do homem sem Deus, existe desde os primórdios da humanidade, como se observa nos casos da bigamia de Lameque e Esaú (Gn 4.23; 26.34), da orgia dos idólatras (Êx 32.6), da fornicação coletiva dos judeus (Nm 25.1-3), da insaciabilidade de Salomão (Ec 2.10), etc. Como consequência, o fim de cada um deles não foi bom, pois está escrito que “o homem vão cava o mal” (Pv 16.27).

Como pensamento filosófico, entretanto, o hedonismo foi organizado na Grécia, e seu maior arauto foi Aristipo de Cirene (435-335 a.C.). Com o passar do tempo, a teoria hedonista foi absorvida, total ou parcialmente, por outros pensamentos filosóficos, com destaque especial ao epicurismo e ao utilitarismo.

Importante dizer, porém, que Deus nunca chancelou a tese que coloca o prazer ou a felicidade como prioridade, motivo pelo qual é possível afirmar que todo hedonista é idólatra, pois elege o prazer como o bem supremo da vida — a mesma coisa que faz o avarento, em relação ao dinheiro —, lugar esse que deve pertencer ao Senhor.

3. As consequências do Hedonismo.
A vida do hedonista é vazia de significado. Salomão, depois de prometer a si mesmo “gozar o prazer” (Ec 2.1), satisfazer a concupiscência dos olhos e realizar seus desejos mais secretos (Ec 2.10); olhou para as obras de suas mãos e “eis que tudo era vaidade e aflição de espírito e que proveito nenhum havia debaixo do sol” (Ec 2.11). Se for verdade que tudo que ocupa o lugar de Deus é um ídolo, então é certo que Salomão idolatrou o prazer, por algum tempo. Que grande desilusão! Ademais, não fosse suficiente o sofrimento decorrente dessa crise existencial, o sábio Salomão arrematou tristemente que “por tudo o dinheiro responde” (Ec 10.19) e, por fim, abandonando a sabedoria,tornou-se idólatra de deuses estranhos pela influência de mulheres que supostamente lhe davam prazer (1Rs 11.1-8). O suprassumo da vida é começar bem e, com Deus, terminar melhor, sem nunca se voltar aos paradigmas que regem o sistema corrompido deste mundo.

O hedonismo, bem presente em nossos dias, diviniza o prazer, transformando-o em um deus ou, quem sabe, em um demônio, que fará de tudo para conseguir seu objetivo.

II. HEDONISMO E AS OBRAS DA CARNE

1. A ideologia de gênero.
O hedonismo está na base da ideologia de gênero, a qual traduz reivindicações políticas que chancelam obras da carne como a “prostituição, impureza e lascívia” (Gl 5.19). O fundamento dessa nova ideologia, portanto, são as paixões sensuais que atentam contra o denominado “instinto de preservação da espécie”, e agridem a santidade de Deus.

Os seres humanos têm a identificação do gênero a partir da definição do código DNA que Deus determina para cada pessoa. Assim, eventuais alterações anatômicas, no curso da vida, proporcionadas por cirurgias de mudança de sexo e uso de hormônios, jamais transformarão homens em mulheres, ou mulheres em homens.

A Bíblia diz que os que viverem segundo a carne morrerão, mas os que, pelo Espírito, mortificarem as obras do corpo, viverão (Rm 8.13). O bem supremo da vida não é o prazer, seja ele qual forma tiver, mas desfrutar de íntima comunhão com Deus, o que produz uma satisfação total, tanto nesta vida quanto na vindoura.

2. O aborto.
O aborto, aos olhos de Deus, é uma obra da carne chamada homicídio (Gl 5.21). Há abundantes e irrefutáveis estudos médicos e bioéticos que demonstram que a vida começa com a fecundação. A partir daí, qualquer agressão à vida que se desenvolve no ventre materno atentará contra o mandamento de Deus (Êx 20.13), violará a cláusula pétrea (que não pode ser mudada) da Constituição Federal do Brasil de 1988, que diz ser inviolável o direito à vida (art. 5º, caput), e transgredirá o art. 2º do Código Civil Brasileiro, o qual anui que a lei “...põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”.

Foi o Senhor quem trouxe à existência o ser humano, por isso Ele é chamado de o “Autor da vida” (At 3.15 — ARA). Deus zela pela vida do homem desde o início da formação do feto. Está escrito: “Os teus olhos viram meu corpo ainda informe.[...]” (Sl 139.16). Somente Deus é capaz de dimensionar o amor que Ele sente por cada pessoa que nasce, obra-prima de Suas mãos, imagem e semelhança dEle. Por isso, nenhum ser humano pode tirar a vida de ninguém.

3. A descriminalização das drogas.
A obra da carne denominada “bebedices” (Gl 5.21) também tem sua motivação no hedonismo. É a busca pelo prazer que faz uma pessoa “gastar o seu dinheiro naquilo que não é pão” (Is 55.2). Está escrito: “Não estejas entre os beberrões de vinho... porque o beberrão...” cairá “em pobreza” (Pv 23.20,21). A ingestão de bebida embriagante tira da pessoa o bom senso, incutindo-lhe a impressão de que possui um novo “status” de poder, por provocar-lhe estranhas experiências sensoriais. Esse é o mesmo processo das drogas ilícitas modernas: maconha, crack, cocaína, LSD, êxtase, etc. Consumi-las, portanto, é uma obra da carne e, por isso, devem severamente ser combatidas.

Ocorre, porém, que em diversos países do mundo, há uma onda de liberação da maconha, inclusive no Brasil, mas isso se apresenta muito perigoso. Os jovens, desprovidos de esperança e sem Deus no mundo, em busca de novas sensações, experimentarão cada vez mais substâncias psicotrópicas proibidas que poderão aprisioná-los para sempre e depois humilhá-los até à morte.

“Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis” (Rm 8.13).

III. A COSMOVISÃO JUDAICO-CRISTÃ

1. O corpo como sacrifício vivo (Rm 12.1).
Enquanto o hedonismo segue transtornando o mundo, ao levar mais jovens à sensualidade, prostituição, drogas, à libertinagem e a todo o tipo de vícios, Deus oferece um jeito diferente de enxergar os valores da vida. A isso os apologistas chamam de cosmovisão (um jeito de ver o mundo) judaico-cristã, que é a síntese de tudo aquilo que foi ensinado por Deus ao longo de milênios e, benevolentemente, deixado escrito na Bíblia.

O discípulo não leva a cruz sem propósito, pois sabe o que está fazendo. Ele usa a razão! É bem verdade que alegrias e delícias desta vida alcançarão os fiéis (Dt 28.1-13), mas elas não se constituem nas coisas mais importantes, apenas representam timidamente parte das alegrias e delícias que serão desfrutadas na eternidade.

2. A mente transformada (Rm 12.2).
Outro aspecto da cosmovisão judaico-cristã (que são as lentes através das quais se vê o mundo) é a necessidade de ter uma “mudança de mente”, do grego metanoia (Rm 12.2). Novos pensamentos que visem a glória de Deus, para que se compreenda toda a sua vontade.

3. A contracultura do Reino.
Aderindo aos ensinamentos da cosmovisão do evangelho de Cristo, produzir-se-á uma contracultura aos valores infundidos pelas heresias perniciosas no seio social. A cultura do prazer (hedonismo), nisto incluída toda sorte de mazelas egoístas da sociedade contemporânea, dará lugar ao serviço sacrificial em prol dos menos favorecidos, a quem a Bíblia chama de “próximo”, à união familiar duradoura, ao desapego (e não cobiça) das coisas materiais, dentre inúmeros outros benefícios.

Não é possível separar a busca hedonista pelos deleites e o pecado. As verdadeiras alegrias e delícias somente são achadas à mão direita de Deus.

CONCLUSÃO

As pessoas que são ávidas pelo prazer não pensam, muitas vezes, nas consequências das suas escolhas. No princípio, a experiência parece agradável, mas, no fim, exalará o cheiro da morte. Diante disso, por amor, a igreja do Senhor não deve ficar calada, mas cumprir com ousadia o mandato cultural recebido de Deus de transformar o mundo em que se vive, porquanto “feliz é a nação cujo Deus é o Senhor”.


SUBSÍDIO
“Deus está nos treinando para nos tornarmos cada vez mais como Jesus, em personalidade e propósito. Deus deseja nos usar em seus campos de colheita, pedindo todos os nossos esforços para apresentá-lo a aqueles que não o conhecem. Ele nos quer para fazer isto com a mesma metodologia e o mesmo caráter de seu Filho. A batalha pela pureza sexual deve ser combatida e vencida para que estejamos prontos para servir a Deus na luta pelas almas dos homens, mulheres e crianças. Quando o povo de Deus não vive de maneira santa, ele se torna inútil a Deus e se perverte.

O pecado sexual de um cristão é um ato de se afundar na batalha pelas almas dos homens, tornando-nos inúteis ao santo Deus. Um navio é designado para flutuar na água, mas a água dentro do navio é mortal.

Vivemos em um mundo repleto e saturado de sexo. Em contraste, Deus fixou padrões para uma vida santa e correta levando em consideração a conduta e o pensamento sexual. Violar esses padrões irá afundar nossa fé. O inimigo vence outra batalha sempre que afunda um cristão antes mesmo de ele entrar na luta. Não podemos esperar que falemos com eficácia e verdade sobre nosso Senhor, se não estamos obedecendo a Ele no que se relaciona às nossas vidas sexuais” (DANIELS, Robert. Pureza Sexual. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2001, pp.51,52).

Fonte: Lições Bíblicas 3º Trimestre de 2017 Título: Tempo para todas as coisas — Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá - Comentarista: Reynaldo Odilo 


Aqui eu Aprendi!

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Recuperando o tempo perdido

E restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto, e a locusta, e o pulgão, e a oruga, o meu grande exército que enviei contra vós” Jl 2.25

Estimado docente, o assunto de hoje é de extrema relevância para a vida de seus alunos, portanto cuide para que todos possam estar compenetrados. Para começar, lance as seguintes perguntas: “Você acha que os resultados de sua vida, até o presente momento, são bons, ou você está numa ‘viagem de um dia curto do nada para o nada’ (como dizia o ateu Ernest Hemingway)? E por qual motivo você chegou a essa conclusão?”. Espere que seus alunos respondam e registre todas as colocações. Após, comece a analisar as respostas, junto com eles, com o cuidado de não causar constrangimentos. Essa atividade vai diagnosticar o estado de espírito de seus alunos quanto às suas realizações pessoais. Lembre-se: o “filho pródigo” possivelmente errou nessa análise e, depois, pediu a herança e partiu para uma terra longínqua.

TEXTO BÍBLICO:   Jó 1.1,3,12,18-21; 42.10,12,17

Ao tratar a respeito do desperdício do tempo (preguiça), bem como o desejo de realizar tudo ao mesmo tempo (ativismo), ou mesmo da antecipação do tempo (ansiedade), estamos mostrando o quanto desperdiçamos o tempo e as oportunidades que Deus nos concede. Muito poderíamos fazer em favor do Reino de Deus, de nossa família e do próximo se fizéssemos uso do tempo com sabedoria, de forma correta. Em nossa caminhada, cometemos alguns erros, desperdiçamos boas oportunidades e o tempo que o Criador nos concede, mas como filhos seus não devemos desistir e ficar parados no tempo. Precisamos nos arrepender dos nossos pecados, confessá-los a Deus, abandoná-los e seguir adiante, pois o Pai Celeste sempre nos oferece uma segunda chance. O que não podemos é persistir em nossos erros.

I. TEMPO DE RECOMEÇAR

1. Perdendo tempo.
Perdemos tempo quando passamos a viver fora dos propósitos divinos. O Senhor deseja que todos os homens vivam com um propósito: glorificar o seu nome. Mas, quando não queremos viver de acordo com os desígnios de Deus, pecamos e perdemos o que o Pai tem de melhor para nossas vidas. O apóstolo Paulo tinha consciência de que os seus atos e realizações no judaísmo foram uma grande perda de tempo e propósito. Segundo a Bíblia de Aplicação Pessoal, “depois que Paulo avaliou o que havia conquistado em sua vida, disse que tudo aquilo era ‘perda’ quando comparado à grandeza de conhecer a Cristo”.

2. Reconhecendo o tempo.
Certa vez, Paulo, servo de Jesus Cristo afirmou: “E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono [...]” (Rm 13.11). Ele tem o cuidado de alertar aos crentes romanos quanto à urgência do tempo em que viviam. Ele aponta vários acontecimentos quanto ao tempo do fim. Paulo também afirma que Deus não leva em conta os tempos da ignorância. Entretanto, Ele conclama a todos, em todos os lugares, que se arrependam (At 17.30). Hoje ainda há tempo para nos arrependermos e nos voltarmos para Deus. Mas, sabemos que em breve o Dia do Senhor virá e o tempo da oportunidade se findará.

Muitos servos de Deus estão sendo atingidos pelo sono da indolência, mas é tempo de despertar e recomeçar. Lembre-se de onde você caiu e levante-se. O Senhor Jesus exortou a igreja de Éfeso para que se lembrasse de onde havia caído, e voltasse a fazer o que era correto (Ap 2.5). Sempre é tempo de recomeçar!

3. Desistir jamais.
A perseverança diante das dificuldades é uma das características daqueles que já experimentaram do amor de Cristo mediante a fé. Sabemos que aqueles que amam a Cristo, tudo suportam, tudo creem e tudo esperam (1Co 13). Quem não tem o amor, fruto do Espírito, desiste das pessoas e da obra de Deus com mais facilidade. E estes sempre acabam seguindo o seu próprio caminho, ou seja, fazendo sua vontade e não a de Deus. Jó amava a Deus, por isso, diante das muitas adversidades ele declarou: “Ainda que ele me mate, nele esperarei [...]” (Jó 13.15). Jó não desistiu de amar e buscar a Deus, mesmo sofrendo. Você é daqueles que na primeira adversidade pensa logo em desistir? Não desista jamais de amar, buscar a Deus e a sua vontade diretiva, pois vale a pena.

Não há nada de bom em uma vida longe de Jesus Cristo. Sem Ele a vida se torna apenas uma sucessão de dias e horas.

II. A RESTITUIÇÃO DO TEMPO

1. Deus, agente da restituição.
Davi, ao contrário do que a maioria dos reis fazia, restituiu a Mefibosete, filho de Jônatas, todas as terras de Saul (2Sm 9.7). Os reis procuravam eliminar a família de seus rivais, pois tinham medo que alguém lhes usurpasse o trono. Davi não somente restitui os bens materiais, mas de contínuo convidava o filho de seu amigo para comer com ele à sua mesa (2Sm 9.7). Todos podiam ver que Mefibosete desfrutava do favor do rei. Deus pode restituir o que perdemos. Ele também tem poder para restabelecer o tempo perdido, pois como dizia Agostinho, “o passado, o presente e o futuro são para Ele a mesma coisa”. Assim, Deus é o único protagonista em relação ao tempo e só Ele tem poder para restituí-lo. Às vezes perdemos boas oportunidades na vida por rebeldia, desobediência, medo ou preguiça. Mas, quando nos arrependemos e buscamos o perdão do Pai, Ele nos dá novas oportunidades.

2. O homem, o beneficiário do milagre.
A restituição divina aconteceu não somente na vida de Mefibosete, mas também com outros servos de Deus, como por exemplo, Abraão. Imagina o tempo que ele teve que esperar até que o herdeiro nascesse. Mas, no tempo certo, o Senhor cumpriu com sua promessa e ele foi o pai, não de um filho somente, mas de uma nação inteira. José passou sua juventude como escravo no Egito. Ele perdeu, aparentemente, os melhores anos da sua vida vivendo como escravo em um país estrangeiro. Sofreu humilhações e dores, quando poderia estar vivendo no conforto da sua casa. Parecia que os seus sonhos e projetos haviam falido. Mas, Deus em segundos mudou a história de vida de José. De prisioneiro ele foi elevado a governador do Egito. Os anos como escravo e prisioneiro foram um tempo de treinamento para algo maior da parte de Deus. Nada foi perdido.

3. Aprendendo com a espera.
O Senhor também tem um propósito na dor e no sofrimento. Na vida existe tempo de alegria e também de tristeza. Mas todas as coisas cooperam para o nosso bem. Abraão teve de esperar por Isaque, seu herdeiro, durante anos. Mas a espera fez dele um herói da fé (Hb 11). Isaque, teve que “perder” um pouco de tempo e recursos cavando poços, mas ele aprendeu a arte da persistência e da boa vizinhança. Moisés teve que passar um período de quarenta anos no deserto, mas esse tempo aperfeiçoou seu caráter e o preparou para assumir a liderança do povo de Deus. Na vida de Rute, seu casamento e sua viuvez não foram em vão; ela conheceu o Deus de Israel e entrou para a árvore genealógica do Salvador.

Para Deus não há distinção entre mil anos e a noite que passou (Sl 90.4). Ele é o Senhor do tempo e somente Ele pode restituir as oportunidades que perdemos.

III. UM JOVEM PARADO NO TEMPO

1. Um terrível engano.
A sensação de estar “parado” no tempo deve ser terrível. A pessoa se sente perdida e inútil. Talvez esses sentimentos tenham afligido o filho pródigo depois de ter abandonado seu pai e desperdiçado toda a sua fortuna (Lc 15.11-32). O filho pródigo parou no tempo quando decidiu viver a sua vida longe da casa do seu pai. Quantos jovens também não estão “parados” no tempo, pois decidiram deixar a Deus, Jesus e a Igreja e foram viver segundo esse mundo? O mundo é enganador e efêmero e muitos erroneamente estão seguindo os passos do filho pródigo.

2. Aprendendo com o erro.
O melhor caminho para quem descobre que está na direção errada é retornar de onde partiu. O caminho mais curto é dizer: “[...] Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho” (Lc 15.21). Reconhecer o erro, arrepender-se e buscar o perdão divino é a primeira providência para quem quer recuperar o tempo perdido.

3. Seguindo em frente.
O caminho de volta até a casa do pai deve ter sido difícil. O filho pródigo sabia que poderia sofrer rejeição devido as suas atitudes erradas, mas ele estava disposto a seguir em frente e recomeçar. O pai ao ver o filho que estava perdido de volta, não lhe fez critica alguma, mas disse: “[...] Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandália nos pés” (Lc 15.22). Deus jamais abandona aqueles que se arrependem e desejam voltar para perto dEle.

Estar “parado no tempo” é estar vivendo fora do propósito de Deus. É estar longe da casa do Pai, como aconteceu com o filho pródigo.


CONCLUSÃO
O tempo pertence ao Senhor e não existe tempo perdido quando estamos juntos a Ele, fazendo a sua vontade. Perdemos tempo quando abandonamos o Pai e decidimos viver a vida do nosso modo.


SUBSÍDIO
“Os seus bens (de Jó) estranhamente aumentaram pela bênção de Deus sobre o pouco que seus amigos lhe deram. Ele recebeu a cortesia deles com gratidão, e não passou por sua cabeça ter os seus bens restituídos pelas contribuições. Deus lhe deu aquilo que era muito melhor do que o dinheiro e os pendentes de ouro deles: a sua bênção (Jó 42.12). O Senhor o consolou agora de acordo com os dias em que o havia afligido, e abençoou o seu último estado mais do que o seu início. Os últimos dias de um homem bom às vezes se mostram os seus melhores dias; as suas últimas obras as suas melhores obras; as suas últimas consolações as suas melhores consolações, pois o seu caminho, como o da luz da manhã, brilha cada vez mais até ser dia perfeito. Do homem ímpio é dito, o seu último estado é pior do que o primeiro (Lc 11.26). Deus às vezes se agrada em fazer o último estado da vida de um bom homem mais confortável do que foi a sua primeira parte, e estranhamente para superar as expectativas do seu povo afligido, que pensava que jamais viveria para ver dias melhores, para que não percamos a esperança mesmo estando nas profundezas da adversidade. Não sabemos que tempos bons podem estar reservados para nós no final dos nossos dias” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento. 1ª Edição. Volume 3, RJ: CPAD, 2010, pp.209,210).

Fonte: Lições Bíblicas 3º Trimestre de 2017 Título: Tempo para todas as coisas — Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá - Comentarista: Reynaldo Odilo 

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terça-feira, 18 de julho de 2017

Diga não ao ritmo de vida deste mundo

[...] e eu irei como guia pouco a pouco, conforme o passo do gado que está diante da minha face e conforme o passo dos meninos [...]” Gn 33.14

Lição 4: Diga não ao ritmo de vida deste mundo

TEXTO BÍBLICO

Gênesis 33.1,4,10-16

1 — E levantou Jacó os olhos e olhou, e eis que vinha Esaú, e quatrocentos homens com ele. Então, repartiu os filhos entre Leia, e Raquel, e as duas servas.
4 — Então, Esaú correu-lhe ao encontro e abraçou-o; e lançou-se sobre o seu pescoço e beijou-o; e choraram.
10 — Então, disse Jacó: Não! Se, agora, tenho achado graça a teus olhos, peço-te que tomes o meu presente da minha mão, porquanto tenho visto o teu rosto, como se tivesse visto o rosto de Deus; e tomaste contentamento em mim.
11 — Toma, peço-te, a minha bênção, que te foi trazida; porque Deus graciosamente ma tem dado, e porque tenho de tudo. E instou com ele, até que a tomou.
12 — E disse: Caminhemos, e andemos; e eu partirei adiante de ti.
13 — Porém ele lhe disse: Meu senhor sabe que estes filhos são tenros e que tenho comigo ovelhas e vacas de leite; se as afadigarem somente um dia, todo o rebanho morrerá.
14 — Ora, passe o meu senhor diante da face de seu servo; e eu irei como guia pouco a pouco, conforme o passo do gado que está diante da minha face e conforme o passo dos meninos, até que chegue a meu senhor, em Seir.
15 — E Esaú disse: Deixarei logo contigo desta gente que está comigo. E ele disse: Para que é isso? Basta que eu ache graça aos olhos de meu senhor.
16 — Assim, tornou Esaú aquele dia pelo seu caminho a Seir.

Aquele que vive segundo o ritmo deste mundo sofre danos emocionais, físicos e espirituais.

INTRODUÇÃO

Já estudamos a respeito da preguiça — usar o tempo no minimum (do latim, que significa mínimo, “o menor de todos”), ativismo — usar o tempo no maximus (do latim, que significa máximo, “o maior de todos”) e, agora, estudaremos a respeito do equilíbrio entre as duas condutas. Entre a conduta do maximus e do minimum, está a do optimus, em que o indivíduo interage com o mundo exterior de maneira tranquila, sem pressa ou demasiadamente lento, mas no ritmo correto, como diria Jacó: “no passo do gado [...] e dos meninos” (Gn 33.14).

I. UMA VIDA QUE VALE A PENA

1. A verdadeira riqueza.
Uma pessoa rica diante de Deus não é aquela que possui muito dinheiro e bens, mas aquela que desfruta de uma vida abundante (Jo 10.10). Essa é a vida que vale a pena ser vivida e constitui-se na verdadeira riqueza. Aliás, o filósofo estóico Sêneca (4 a.C — 65 d.C) afirmava que “até hoje o dinheiro nunca enriqueceu ninguém”. Deus também nos exorta quanto ao desejar as riquezas deste mundo: “Não te canses para enriqueceres; dá de mão à tua própria sabedoria. Porventura, fitarás os olhos naquilo que não é nada? [...]” (Pv 23.4,5). Sem dúvida, a verdadeira riqueza não pode ser encontrada nos bens materiais, pois ela está na simplicidade, nos pequenos detalhes, em grandes iniciativas, nos nobres propósitos. É com essa visão que cada um terá o melhor de Deus. Jesus falou uma parábola a respeito de um homem que achou uma ótima pérola, de grande valor, então ele vendeu tudo quanto possuía e comprou-a (Mt 13.46). Quando se conhece o melhor de Deus, a vida que vale a pena, ninguém quer voltar a viver como antes.

2. Definindo princípios.
Somente quando o ser humano entende o que é a verdadeira riqueza, ele consegue definir os princípios que vão aperfeiçoar o seu ritmo de vida. Quando compreendemos o que é ser rico de verdade, deixamos de ser egoístas e passamos a amar mais nosso semelhante. A flora, a fauna, os astros celestes, as belezas dos habitats naturais, tudo ganhará um novo brilho e um novo fulgor. Passamos a administrar, como fiel mordomo, corretamente tudo que chegar às nossas mãos, e o nosso anelo pela companhia de Deus será constante. Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais perdemos o desejo pelas coisas materiais e nossos pensamentos passam a se voltar para as “coisas que são de cima e não nas que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Cl 3.2,3).

3. A importância do próximo.
O aperfeiçoamento do ritmo da vida passa, necessariamente, em reconhecer a relevância do próximo, feito à imagem e semelhança de Deus, com quem interagimos diariamente. O valor da vida não está na prosperidade individual, mas, sobretudo no amor ao próximo. Conta-se a história a respeito de uma tribo africana chamada Ubuntu, na qual um antropólogo propôs uma competição: a criança que chegasse primeiro a uma árvore ganharia todos os doces que estavam ali em um cesto. Quando foi dada a largada, as crianças deram as mãos e saíram correndo à árvore mencionada e lá repartiram o prêmio. O antropólogo perguntou porque elas fizeram aquilo, ao que responderam: “Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?”. Que exemplo! Aperfeiçoar o ritmo da vida depende, em grande medida, em ser obediente a Deus e, consequentemente, promover a felicidade das outras pessoas.

O tempo gasto com propósito significa “o tempo gasto com a felicidade dos outros”, pois a vida só tem sentido se tiver como foco Deus e os semelhantes.


II. CUIDANDO DE SI MESMO

1. Corpo, templo do Espírito.
Aperfeiçoar o ritmo da vida implica investir tempo para cuidar de si mesmo, como recomendou Paulo ao jovem Timóteo (1Tm 4.16). Jesus também pediu aos discípulos que deixassem um barquinho à disposição para que pudessem, de vez em quando, sair da pressão do cotidiano e descansar longe das multidões. Paulo fala a respeito do exercício corporal, dizendo que ele tem pouco proveito, se comparado à piedade (1Tm 4.8), mas, com isso, ele não estava desprezando a importância da atividade física, que é indispensável para se manter a saúde física e a boa forma do templo do Espírito Santo (1Co 6.19).

2. Mente, sede dos pensamentos e emoções.
Há uma guerra em curso na mente das pessoas. No campo de batalha da mente há conflitos de natureza emocional e espiritual. Por isso, a Bíblia recomenda que o cristão utilize o capacete da salvação, de maneira que a mente esteja sempre bem protegida (Ef 6.17). A fim de proteger a mente, Paulo nos aconselha a pensar em coisas nobres, boas e úteis (Fp 4.8).

Há um pensamento cristão antigo, atribuído a Martinho Lutero, que diz que “ninguém pode impedir que os pássaros voem sobre a cabeça, mas é possível evitar que eles façam ninho nela”. Este é exatamente o ponto importante, deixar a mente envolvida com pensamentos saudáveis, edificantes e otimistas.

Se desejarmos ter saúde emocional, espiritual e física, precisamos ter o controle da nossa mente e sentimentos, evitando todo pensamento e sentimento tóxico, ruim, contrário aos princípios bíblicos divinos.

3. Família, fonte de alegria.
O maior tesouro que um homem possui, depois de Jesus Cristo e da salvação, é sua família. Por isso, é preciso que o homem invista parte significativa do seu tempo (pelo menos um dia por semana) com aqueles que Deus lhe deu para dividir, em família, o dom da vida.

Não podemos impedir que os maus pensamentos venham a nossa mente, mas podemos impedir que eles fiquem e venham nos contaminar e nos afastar dos propósitos de Deus.


III. O PONTO OPTIMUS

1. Fazendo o mais fácil.
Deus sempre tem um tipo ideal de tarefa para seus filhos: a mais fácil. Aos homens ficou a incumbência de realizar apenas as coisas fáceis. A parte difícil fica na responsabilidade do Senhor. Por exemplo: plantar a semente de uma árvore é fácil, por isso é tarefa humana, mas fazer a semente explodir sob a terra e dali surgir um broto, que, tempos depois, se transformará em árvore frondosa, cheia de frutos, é bastante complicado. Essa é a parte de Deus. Ocorre que, em muitos casos, os homens querem fazer a parte de Deus, a difícil, e entram em grande aflição, pois terão que usar o ponto maximus de sua disponibilidade e não alcançarão os resultados desejados, ademais estarão sob intenso estresse.

2. Fazendo no melhor prazo.
Plantar uma semente, como dito anteriormente, é fácil, mas faz-se necessário que a ação ocorra no melhor prazo (optimus), isto é, no tempo e modo de Deus. Isso fala de discernimento do tempo e estratégia, como acontecia com os filhos de Issacar, os quais eram peritos “na ciência dos tempos, para saberem o que Israel devia fazer [...]” (1Cr 12.32). Esses homens sabiam se a atividade deveria ser realizada, analisavam a conveniência da oportunidade e qual seria estratégia adequada. Eles conduziam Israel a fazer as coisas no melhor prazo (optimus).

3. Aceitando os resultados.
Nem tudo acontece como planejamos, ainda que haja a otimização do ritmo da vida. Agir no tempo e modo adequados (optimus) não é garantia de que todos os objetivos serão atingidos, porém uma coisa é certa: a pessoa terá vivido o melhor de Deus.

Imprevistos acontecem e, por isso, aqueles que estão no caminho correto, seguindo no ritmo de Deus, precisam aceitar alguns resultados indesejados. Habacuque entendia bem isso. Ele sabia que o fato da figueira não florescer, da videira não dar frutos e da impossibilidade de produzir azeite dos frutos colhidos das oliveiras (três tempos de plantações feitas corretamente, no optimus), não era o fim da vida. De um jeito, ou de outro, ele se alegraria no Senhor e exultaria em Deus (Hc 3.17), demonstrando o que significava viver uma vida abundante, uma vida que vale a pena.

Aqueles que estão seguindo no ritmo de Deus devem aceitar alguns resultados indesejados, confiando que Deus nunca perde o controle da História.


CONCLUSÃO

Aperfeiçoar o ritmo da vida, de acordo com o padrão de Deus, exige discernimento, haja vista que, diante do corre-corre do cotidiano, muitas vezes, o homem é empurrado para o precipício do ativismo ou para o desânimo da preguiça. Para saber o tempo e o modo de vida saudável é indispensável pedir orientação ao Senhor, para seguir o ritmo da vida sem sofrer a influência da filosofia deste mundo.


SUBSÍDIO
“Posso cair facilmente na rotina de chegar em casa no fim do dia após lecionar na universidade e, sem perceber, caminhar no ‘solo sagrado’ na sala de nossa casa onde meus dois filhos pequenos estão envolvidos em um projeto de construção com seus blocos de montar. Por quê? Porque estou indo verificar meus e-mails, sem perceber o que poderia ter acontecido se eu ‘tirasse as sandálias dos meus pés’ — ou talvez, no sentido literal, se eu tirasse os sapatos — e ajoelhasse no chão para me juntar aos meus filhos. Mas se eu fizesse uma oração esclarecedora, antes de atravessar a porta da frente de nossa casa, pedindo a Deus sabedoria, posso lhe dizer que é quase certo que iria limpar minha mente e eu não estaria prestes a passar por cima do momento sagrado no chão com meus dois filhos.
E à medida que adquire sabedoria [...] você aprende a tolerar as incertezas da vida bem como seus altos e baixos. Você tem uma noção de como as coisas funcionam ao longo do tempo e de como Deus pode ajudá-lo a compreendê-las. Pessoas sábias geralmente partilham um otimismo que as mantém seguindo em frente, e elas experimentam uma calma quando enfrentam decisões difíceis. Em outras palavras, elas veem a situação como um todo” (PARROTT, Les. Você é Mais Forte do que Pensa. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2014, p.38).

Fonte: Lições Bíblicas 3º Trimestre de 2017 Título: Tempo para todas as coisas — Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá - Comentarista: Reynaldo Odilo 

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terça-feira, 11 de julho de 2017

Ativismo, fazendo tudo ao mesmo tempo

Porque assim diz o Senhor Jeová, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em repousardes, estaria a vossa salvação; no sossego e na confiança, estaria a vossa força, mas não a quisestes” Is 30.15

A administração ao longo da vida
Martinho Lutero, segundo alguns, disse que desejava viver a sua vida como se o Senhor Jesus viesse hoje, e ainda plantaria uma macieira. Naqueles dias, as macieiras naturais levavam anos para amadurecer e dar frutos. Em outras palavras, ele desejava equilibrar o curto prazo com o longo prazo.
Acredito que cada cristão deva ter a mesma atitude. Não sabemos quando Jesus retornará nem quando morreremos. Sendo assim, devemos aproveitar ao máximo cada oportunidade. Ao mesmo tempo, devemos planejar viver 70 a 80 anos em conformidade com os parâmetros bíblicos da vida (Sl 90.10). Deus é quem decide quanto tempo viveremos. Dois de meus mentores são Oswald Chambefs e Billy Graham, provavelmente o maior evangelista do século XX. O primeiro viveu pouco mais de 40 anos, e o segundo ainda está vivo, com mais de 80 anos de idade, enquanto escrevo este livro. Ambos causaram um grande impacto ao cristianismo. O importante não é quanto tempo você vive.
É importante, em qualquer estágio da vida, ter uma perspectiva de longo prazo do conjunto da vida. Provavelmente você tomará decisões mais sábias e usará melhor seu tempo, em cada etapa, quando aprender a contar seus dias” (ADEI, Stephen. Seja o Líder que Sua Família Precisa. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2010, pp.73,74).

O ativismo é uma conduta que leva as pessoas a adoecerem no físico e na mente. Para preservar a saúde física e mental, precisamos deixar de lado todo tipo de ativismo.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Ilustre professor, durante a aula instigue seus alunos a não faltarem à aula seguinte, pois será a conclusão da “trilogia do tempo” (preguiça, ativismo e o “optimus”), onde será abordado a respeito de como utilizar o fluxo temporal a nosso favor, nos moldes do projeto do Criador. Isso é fundamental para a qualidade da vida presente e futura! Estimule-os a meditar, durante a semana, sobre as implacáveis consequências do uso inadequado do tempo. Assim, proponha que anotem o que consideram mais importante (relação com Deus, com os pais, irmãos, namorado(a), amigos, futuro profissional, etc.) e quanto tempo investem em cada “coisa” importante nas 24h do dia. Peça para trazerem na próxima aula. Você verá, depois da entrega das análises pessoais, como quase todos precisam melhorar!

TEXTO BÍBLICO:  Lucas 10.38-42

INTRODUÇÃO

Jesus era diligente, mas nunca foi um ativista. Ser diligente, aplicado, cuidadoso, é um dever do todo cristão, mas Deus nunca quis o ativismo para seu povo. Pois o ativismo causa estresse, doenças físicas e emocionais. No tempo de Jesus já havia a famigerada luta pela vida, pelo pão de cada dia, porém Ele no Sermão do Monte declarou que não devemos andar ansiosos pelas coisas deste mundo. Certa vez, Jesus estava sendo comprimido por uma multidão que estava ansiosa para ouvir a Palavra de Deus quando viu um barco e o utilizou como tribuna, distanciando-se um pouco da praia. Jesus poderia ter despedido aquela multidão de ansiosos, porém Ele quis atendê-la. A multidão deveria se acalmar, desacelerar, parar e ouvir o que Jesus tinha a dizer. Ao contrário de Jesus, os ativistas gostam de plateia ao seu redor e muitas vezes contribuem para incentivar a ansiedade nas pessoas.

I. ATIVISMO: UMA DISFUNÇÃO NO USO DO TEMPO

1. Definição.
A sociedade moderna pode ser caracterizada, dentre outras coisas, como uma sociedade ativista. As pessoas estão trabalhando até a exaustão, em busca de bens materiais, fama, poder e riquezas. Todos querem ser ricos a qualquer custo. Não importa, para o mundo, apenas chegar ao topo, enriquecer, mas sobretudo se manter lá, e alguns estão dispostos a tudo para isso, inclusive admitem negociar os valores mais caros da moralidade e ética em prol de seus interesses escusos. Em geral, os ativistas, querem os resultados “para ontem”, ou seja, são imediatistas em extremo. Sentem-se sempre atrasados. A Bíblia, porém, adverte contra o ativismo e imediatismo: “[...] o que se apressa com seus pés peca” (Pv 19.2).

2. Antídoto.
Está escrito: “E aconteceu que, apertando-o a multidão [...]” (Lc 5.1). A multidão exigia resultados, mas Jesus fazia as coisas da melhor maneira, sempre usando a condição mais favorável, aproveitando a solução mais inteligente dentre as possíveis, no tempo de Deus. Jesus é o antídoto para o ativismo. Precisamos aprender com Ele a ter equilíbrio no fazer para que não venhamos nos afatigar e adoecer. Talvez, você esteja cansado de tanto correr de um lado para o outro. Então, ouça o convite do Mestre: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28).

3. Exemplos da natureza.
Deus criou toda a natureza para que ela cumpra o seu papel de maneira otimizada e com equilíbrio. Com harmonia, as águas que desaparecem pela evaporação, condensam-se nas nuvens e voltam à terra no estado líquido, num ciclo incansável, para a glória de Deus. E se essa chuva derrubar uma árvore? Sem problema: a árvore morrerá, mas outra nascerá em seu lugar. Até uma gota de orvalho que escorre em uma folha sobre a relva cumpre seu trajeto sem pressa, ou mesmo a metamorfose de uma lagarta. Todos fluem tranquilamente na dependência do tempo de Deus (Ec 3.1-8).

Observando como se comporta a natureza, pode-se perceber que todo o projeto do Criador flui tranquilamente, sem estresse, e os objetivos sempre são alcançados.

II. MARTA OU MARIA

1. Chamando a atenção.
Certa vez, numa visita a casa dos amigos, Maria, Marta e Lázaro, Jesus falou a uma das suas anfitriãs com veemência: “Marta, Marta” (Lc 10.41). Por que o Senhor chamou Marta com tanta determinação? É que uma das características do ativismo e da ansiedade é a dificuldade em escutar. Marta estava tão ocupada com os afazeres domésticos que não iria parar para ouvir a voz do Mestre. Às vezes, isso acontece com aqueles que querem servir ao Senhor e fazer o que é certo. O desejo e a preocupação com o trabalho são tantos que as pessoas se esquecem de desfrutar do melhor, a própria presença de Jesus. Marta, como boa anfitriã desejava oferecer o melhor para seus convidados, mas Jesus a lembra de que mais importante que correr de um lado para o outro nervosamente é ouvir a Deus. Marta não precisava fazer tudo, mas apenas o que estava ao seu alcance.

2. Uma descrição do ativismo.
A segunda observação de Jesus em relação a Marta foi o fato de que ela estava ansiosa e fadigada. Marta achava que dispunha de pouco tempo para fazer muita coisa e, por isso, precisava da ajuda de Maria, mas Deus deu para ela o tempo na medida certa. Entretanto Jesus prometeu que todos aqueles que fossem a Ele receberiam alívio para as cargas e fardos deste mundo, experimentando paz e descanso para a alma, pois o seu jugo é suave e o seu fardo leve (Mt 11.28-30). Marta precisava aprender mais com Jesus, mas para isso precisava deixar o ativismo de lado.

3. A exigência de Deus.
Jesus ensina a Marta que lhe bastava apenas uma coisa: estar aos seus pés. Marta estava em busca de resultados, mas Jesus queria apenas a sua companhia. Assim acontece nos dias atuais, vemos em algumas igrejas líderes e liderados que buscam freneticamente resultados, cumprir metas, ficar bem na “fotografia social” e familiar. No entanto, o Senhor deseja que venhamos somente anelar pela sua presença, como fez Maria. Jesus declara que isso não lhe seria tirado, pois ela escolheu a única atividade, naquele momento, que importava para Deus.

Muitos ao serem pressionados pelas obrigações do cotidiano, perdem o equilíbrio e, mesmo perto de Jesus, agem desnaturadamente.

III. TEMPO PARA TUDO

1. Deus não é ativista.
O Todo-Poderoso poderia criar o mundo num só instante, mas preferiu gastar seis dias. Por quê? Porque Ele não é ativista. Esse traço do caráter de Deus pode ser visto, também, na maneira como Ele conduz seu rebanho “mansamente às águas tranquilas” (Sl 23.2). Ele não é apressado! No que tange à salvação do homem, Deus sempre teve urgência, mas aguardou a chegada do tempo adequado para tudo. Por que, então, há discípulos que querem tudo imediatamente? Jesus poderia, sozinho, ter anunciado o Evangelho a todo o mundo, mas preferiu, a princípio, treinar doze homens por três anos para ensinarem outros. Treinamento requer tempo, preparo, mas muitos não querem mais esperar e se preparar até chegar o tempo de Deus em suas vidas.

2. Os jovens ativistas.
Os discípulos de Jesus eram jovens. Talvez tivessem não mais que trinta anos quando foram chamados e certamente eles abrigavam em seus corações sonhos pessoais, mas abandonaram suas profissões e seus ideais para serem treinados e poderem realizar a obra de Deus. Os discípulos escolhidos por Jesus não eram perfeitos e em certos momentos, queriam que tudo acontecesse imediatamente, a qualquer custo, independentemente das consequências. Isso é ativismo. João e Tiago, por exemplo, queriam que caísse fogo do céu para queimar os samaritanos por não receberem Jesus (Lc 9.51-54). Os discípulos sugeriram ao Senhor mandar a multidão faminta embora (Mc 6.35,36). Eles tentaram impedir as crianças de estarem com Jesus (Mt 19.13). Eles rogaram que Jesus despedisse uma mulher cananeia que estava gritando por ajuda (Mt 15.23) e também que um cego (Lc 18.39) chegasse perto de Jesus. Por que eles tiveram tal atitude? Certamente, havia compromissos inadiáveis na agenda, mas Jesus sempre os repreendia e investia seu tempo no trato dos necessitados.

Conta-se que, após a morte do famoso pregador americano Charles Finney, encontraram em sua Bíblia, ao lado do Salmo 37.23 que diz que “os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e ele deleita-se no seu caminho”, a seguinte anotação: “e as paradas também”.

Antes de ascender aos céus, Jesus deixou uma instrução contra o ativismo aos discípulos: “[...] ficai, porém na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49). Eles deveriam esperar o tempo necessário até que o revestimento de poder viesse.

3. O barquinho ministerial.
Deus, às vezes, deseja que seus servos “reduzam a marcha e puxem o freio de mão”. Afinal, o Senhor é o dono do tempo. Ele está no controle. Por isso, tem hora que o melhor a fazer é se calar, parar e repousar. Jesus, por exemplo, mandou que os discípulos deixassem sempre à disposição dEle um barquinho (Mc 3.9), para poder partir rapidamente, quando a multidão estivesse a comprimi-lo. Quantos não estão sendo comprimidos, e oprimidos pelo excesso de trabalho? A multidão queria sempre mais, porém Jesus sabia a hora certa de sair de cena.

No início do seu ministério, Jesus alertou os discípulos dizendo: “Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celeste as alimenta [...]” (Mt 6.26). O Deus que cuida das aves e dos lírios tem cuidado de nós, por isso não precisamos viver ansiosos por coisa alguma.

Jesus amava e procurou ajudar a todos, mas Ele não permitiu que as multidões o oprimissem com suas necessidades. Ele sabia a hora de se afastar e se achegar às pessoas.

CONCLUSÃO

Atribui-se ao ex-presidente americano Abraham Lincoln a seguinte frase: “Se eu tivesse oito horas para derrubar uma árvore, passaria seis afiando meu machado”. Fugir do ativismo é ter tempo para “amolar o machado”. E “amolar o machado” é de suma importância para que surjam excelentes resultados, mas sem estresse ou dores. O Senhor deseja que venhamos realizar a sua obra, mas sem ativismo.

Fonte: Lições Bíblicas 3º Trimestre de 2017 Título: Tempo para todas as coisas — Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá - Comentarista: Reynaldo Odilo

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