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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Recuperando o tempo perdido

E restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto, e a locusta, e o pulgão, e a oruga, o meu grande exército que enviei contra vós” Jl 2.25

Estimado docente, o assunto de hoje é de extrema relevância para a vida de seus alunos, portanto cuide para que todos possam estar compenetrados. Para começar, lance as seguintes perguntas: “Você acha que os resultados de sua vida, até o presente momento, são bons, ou você está numa ‘viagem de um dia curto do nada para o nada’ (como dizia o ateu Ernest Hemingway)? E por qual motivo você chegou a essa conclusão?”. Espere que seus alunos respondam e registre todas as colocações. Após, comece a analisar as respostas, junto com eles, com o cuidado de não causar constrangimentos. Essa atividade vai diagnosticar o estado de espírito de seus alunos quanto às suas realizações pessoais. Lembre-se: o “filho pródigo” possivelmente errou nessa análise e, depois, pediu a herança e partiu para uma terra longínqua.

TEXTO BÍBLICO:   Jó 1.1,3,12,18-21; 42.10,12,17

Ao tratar a respeito do desperdício do tempo (preguiça), bem como o desejo de realizar tudo ao mesmo tempo (ativismo), ou mesmo da antecipação do tempo (ansiedade), estamos mostrando o quanto desperdiçamos o tempo e as oportunidades que Deus nos concede. Muito poderíamos fazer em favor do Reino de Deus, de nossa família e do próximo se fizéssemos uso do tempo com sabedoria, de forma correta. Em nossa caminhada, cometemos alguns erros, desperdiçamos boas oportunidades e o tempo que o Criador nos concede, mas como filhos seus não devemos desistir e ficar parados no tempo. Precisamos nos arrepender dos nossos pecados, confessá-los a Deus, abandoná-los e seguir adiante, pois o Pai Celeste sempre nos oferece uma segunda chance. O que não podemos é persistir em nossos erros.

I. TEMPO DE RECOMEÇAR

1. Perdendo tempo.
Perdemos tempo quando passamos a viver fora dos propósitos divinos. O Senhor deseja que todos os homens vivam com um propósito: glorificar o seu nome. Mas, quando não queremos viver de acordo com os desígnios de Deus, pecamos e perdemos o que o Pai tem de melhor para nossas vidas. O apóstolo Paulo tinha consciência de que os seus atos e realizações no judaísmo foram uma grande perda de tempo e propósito. Segundo a Bíblia de Aplicação Pessoal, “depois que Paulo avaliou o que havia conquistado em sua vida, disse que tudo aquilo era ‘perda’ quando comparado à grandeza de conhecer a Cristo”.

2. Reconhecendo o tempo.
Certa vez, Paulo, servo de Jesus Cristo afirmou: “E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono [...]” (Rm 13.11). Ele tem o cuidado de alertar aos crentes romanos quanto à urgência do tempo em que viviam. Ele aponta vários acontecimentos quanto ao tempo do fim. Paulo também afirma que Deus não leva em conta os tempos da ignorância. Entretanto, Ele conclama a todos, em todos os lugares, que se arrependam (At 17.30). Hoje ainda há tempo para nos arrependermos e nos voltarmos para Deus. Mas, sabemos que em breve o Dia do Senhor virá e o tempo da oportunidade se findará.

Muitos servos de Deus estão sendo atingidos pelo sono da indolência, mas é tempo de despertar e recomeçar. Lembre-se de onde você caiu e levante-se. O Senhor Jesus exortou a igreja de Éfeso para que se lembrasse de onde havia caído, e voltasse a fazer o que era correto (Ap 2.5). Sempre é tempo de recomeçar!

3. Desistir jamais.
A perseverança diante das dificuldades é uma das características daqueles que já experimentaram do amor de Cristo mediante a fé. Sabemos que aqueles que amam a Cristo, tudo suportam, tudo creem e tudo esperam (1Co 13). Quem não tem o amor, fruto do Espírito, desiste das pessoas e da obra de Deus com mais facilidade. E estes sempre acabam seguindo o seu próprio caminho, ou seja, fazendo sua vontade e não a de Deus. Jó amava a Deus, por isso, diante das muitas adversidades ele declarou: “Ainda que ele me mate, nele esperarei [...]” (Jó 13.15). Jó não desistiu de amar e buscar a Deus, mesmo sofrendo. Você é daqueles que na primeira adversidade pensa logo em desistir? Não desista jamais de amar, buscar a Deus e a sua vontade diretiva, pois vale a pena.

Não há nada de bom em uma vida longe de Jesus Cristo. Sem Ele a vida se torna apenas uma sucessão de dias e horas.

II. A RESTITUIÇÃO DO TEMPO

1. Deus, agente da restituição.
Davi, ao contrário do que a maioria dos reis fazia, restituiu a Mefibosete, filho de Jônatas, todas as terras de Saul (2Sm 9.7). Os reis procuravam eliminar a família de seus rivais, pois tinham medo que alguém lhes usurpasse o trono. Davi não somente restitui os bens materiais, mas de contínuo convidava o filho de seu amigo para comer com ele à sua mesa (2Sm 9.7). Todos podiam ver que Mefibosete desfrutava do favor do rei. Deus pode restituir o que perdemos. Ele também tem poder para restabelecer o tempo perdido, pois como dizia Agostinho, “o passado, o presente e o futuro são para Ele a mesma coisa”. Assim, Deus é o único protagonista em relação ao tempo e só Ele tem poder para restituí-lo. Às vezes perdemos boas oportunidades na vida por rebeldia, desobediência, medo ou preguiça. Mas, quando nos arrependemos e buscamos o perdão do Pai, Ele nos dá novas oportunidades.

2. O homem, o beneficiário do milagre.
A restituição divina aconteceu não somente na vida de Mefibosete, mas também com outros servos de Deus, como por exemplo, Abraão. Imagina o tempo que ele teve que esperar até que o herdeiro nascesse. Mas, no tempo certo, o Senhor cumpriu com sua promessa e ele foi o pai, não de um filho somente, mas de uma nação inteira. José passou sua juventude como escravo no Egito. Ele perdeu, aparentemente, os melhores anos da sua vida vivendo como escravo em um país estrangeiro. Sofreu humilhações e dores, quando poderia estar vivendo no conforto da sua casa. Parecia que os seus sonhos e projetos haviam falido. Mas, Deus em segundos mudou a história de vida de José. De prisioneiro ele foi elevado a governador do Egito. Os anos como escravo e prisioneiro foram um tempo de treinamento para algo maior da parte de Deus. Nada foi perdido.

3. Aprendendo com a espera.
O Senhor também tem um propósito na dor e no sofrimento. Na vida existe tempo de alegria e também de tristeza. Mas todas as coisas cooperam para o nosso bem. Abraão teve de esperar por Isaque, seu herdeiro, durante anos. Mas a espera fez dele um herói da fé (Hb 11). Isaque, teve que “perder” um pouco de tempo e recursos cavando poços, mas ele aprendeu a arte da persistência e da boa vizinhança. Moisés teve que passar um período de quarenta anos no deserto, mas esse tempo aperfeiçoou seu caráter e o preparou para assumir a liderança do povo de Deus. Na vida de Rute, seu casamento e sua viuvez não foram em vão; ela conheceu o Deus de Israel e entrou para a árvore genealógica do Salvador.

Para Deus não há distinção entre mil anos e a noite que passou (Sl 90.4). Ele é o Senhor do tempo e somente Ele pode restituir as oportunidades que perdemos.

III. UM JOVEM PARADO NO TEMPO

1. Um terrível engano.
A sensação de estar “parado” no tempo deve ser terrível. A pessoa se sente perdida e inútil. Talvez esses sentimentos tenham afligido o filho pródigo depois de ter abandonado seu pai e desperdiçado toda a sua fortuna (Lc 15.11-32). O filho pródigo parou no tempo quando decidiu viver a sua vida longe da casa do seu pai. Quantos jovens também não estão “parados” no tempo, pois decidiram deixar a Deus, Jesus e a Igreja e foram viver segundo esse mundo? O mundo é enganador e efêmero e muitos erroneamente estão seguindo os passos do filho pródigo.

2. Aprendendo com o erro.
O melhor caminho para quem descobre que está na direção errada é retornar de onde partiu. O caminho mais curto é dizer: “[...] Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho” (Lc 15.21). Reconhecer o erro, arrepender-se e buscar o perdão divino é a primeira providência para quem quer recuperar o tempo perdido.

3. Seguindo em frente.
O caminho de volta até a casa do pai deve ter sido difícil. O filho pródigo sabia que poderia sofrer rejeição devido as suas atitudes erradas, mas ele estava disposto a seguir em frente e recomeçar. O pai ao ver o filho que estava perdido de volta, não lhe fez critica alguma, mas disse: “[...] Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandália nos pés” (Lc 15.22). Deus jamais abandona aqueles que se arrependem e desejam voltar para perto dEle.

Estar “parado no tempo” é estar vivendo fora do propósito de Deus. É estar longe da casa do Pai, como aconteceu com o filho pródigo.


CONCLUSÃO
O tempo pertence ao Senhor e não existe tempo perdido quando estamos juntos a Ele, fazendo a sua vontade. Perdemos tempo quando abandonamos o Pai e decidimos viver a vida do nosso modo.


SUBSÍDIO
“Os seus bens (de Jó) estranhamente aumentaram pela bênção de Deus sobre o pouco que seus amigos lhe deram. Ele recebeu a cortesia deles com gratidão, e não passou por sua cabeça ter os seus bens restituídos pelas contribuições. Deus lhe deu aquilo que era muito melhor do que o dinheiro e os pendentes de ouro deles: a sua bênção (Jó 42.12). O Senhor o consolou agora de acordo com os dias em que o havia afligido, e abençoou o seu último estado mais do que o seu início. Os últimos dias de um homem bom às vezes se mostram os seus melhores dias; as suas últimas obras as suas melhores obras; as suas últimas consolações as suas melhores consolações, pois o seu caminho, como o da luz da manhã, brilha cada vez mais até ser dia perfeito. Do homem ímpio é dito, o seu último estado é pior do que o primeiro (Lc 11.26). Deus às vezes se agrada em fazer o último estado da vida de um bom homem mais confortável do que foi a sua primeira parte, e estranhamente para superar as expectativas do seu povo afligido, que pensava que jamais viveria para ver dias melhores, para que não percamos a esperança mesmo estando nas profundezas da adversidade. Não sabemos que tempos bons podem estar reservados para nós no final dos nossos dias” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento. 1ª Edição. Volume 3, RJ: CPAD, 2010, pp.209,210).

Fonte: Lições Bíblicas 3º Trimestre de 2017 Título: Tempo para todas as coisas — Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá - Comentarista: Reynaldo Odilo 

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Aqui eu Aprendi!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Jó - "Um Homem chamado Jó"

“Nota o homem sincero, e considera o reto, porque o fim desse homem é a paz" Salmo 37.37
Este post é resultado de um estudo e, em especial, atendendo o pedido de um grande amigo em Cristo, irmão Tony Oliveira de BH (grande abraço meu amigo).
Aqui eu Aprendi!

Quem era esse homem chamado Jó!

Personalidade central do Livro de Jó. Foi notado por sua perseverança (Tg 5.11) e fé inabalável em Deus, apesar de seu sofrimento e momentos de frustração e duvida. Todos os fatos conhecidos a respeito de Jó estão contidos no livro do Antigo Testamento que tem o seu nome. É descrito como “homem na terra Uz” (Jó 1.1) e como “o maior de todos os do Oriente” (Jó 1.3). Uz é provavelmente o nome de uma região em Edom (Jr 25.20; Lm 4.21).

Jó foi considerado pelo próprio Deus como um dos três homens mais piedosos de todos os tempos (Ez 14.14). Não é sem razão que, em hebraico, encerre o seu nome um significado tão amoroso: Voltado para Deus! 

Dois autores sagrados comprovam a historicidade: Ezequiel e Tiago (Ez 14.20; Tg 5.11). Laboram em grave erro, portanto, os teólogos liberais que dizem não passar o patriarca de uma mera ficção literária. As evidencias Bíblicas e históricas atestam ter existido, de fato, o homem que se tornou conhecido, universalmente, como o mais perfeito sinônimo de paciência. Além das passagens supracitadas, que afiançam o fato de ser Jó um personagem histórico e real, temos o indubitável testemunho do próprio Deus.

Alerta-se ao fato de que não podemos confundir os personagens do Livro de Jó com os homônimos que aparecem em algumas genealogias bíblicas. Há também os que supõem ter sido Jó procedente da Tribo de Issacar (Gn 46.13). (Issacar o nono filho de Jacó e o quinto de Leia. ver Gn 30:17-18).

Jó viveu num tempo em que a longevidade humana era ainda prevalecente. Depois de todas as tribulações, teve o patriarca uma sobrevida de 140 anos (Jó 42.16). Infere-se, pois, haja sido de aproximadamente 200 anos a sua idade ao falecer.

Como o Livro de Jó não faz qualquer menção aos pais da nação israelita nem à destruição de Sodoma e Gomorra, depreende-se tenha Jó vivido numa época anterior à do patriarca Abraão, entre os séculos XXV a XXIII antes de Cristo. Por conseguinte, Jó nasceu depois do dilúvio, do qual faz referencia (Jó 22.16), e antes dos primeiros ancestrais do povo judeu.

Sendo um homem prospero, Jó tinha 7 mil ovelhas, 3 mil camelos, 500 juntas de bois e 500 jumentas; uma grande família, de sete filhos e três filhas. Além disso, Jó era “homem integro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Jó 1.1)


A Terra de Uz
O antigo reino
de Edom, às vezes
identificado como Uz,
é aproximadamente
a área escurecida.
Localizada no Norte da Arábia, a terra de Uz ficava na confluência de varias rotas importantes. E isso facilitou tanto as incursões dos sabeus e caldeus às propriedades de Jó, como o rápido deslocamento de seus amigos quando "combinaram ir juntamente condoer-se dele e consolá-lo (Jó 2.11). Embora proviessem Zofar, Bildade e Elifaz de diferentes lugares, não tiveram dificuldades em chegar a Uz.

(A terra de Uz, segundo alguns comentaristas bíblicos, seria uma região provavelmente localizada ao noroeste de Israel entre a cidade de Damasco e o rio Eufrates. Melhor ficar com a localização dada pelo Profeta Jeremias que identifica a terra de Uz com o reino de Edom, aproximadamente na área da moderna Jordânia sudoeste e sul de Israel. "Regozija-te e alegra-te, ó filha de Edom, que habitas na terra de Uz" Lm 4:21)


Livro de Jó
Título do Livro: O Livro de Jó foi assim chamado em homenagem a seu herói, e não devido ao seu autor, embora Jó possa ter registrado nele muitos detalhes de sua vida.

Tema do Livro: O Livro mostra por que o justo sofre. Jó um homem descrito como perfeito, é despojado de riqueza, dos filhos e da saúde. Sofre estas aflições com paciência.

Autoria: O autor do Livro de Jó é desconhecido. Acredita-se que Eliú pode tê-lo escrito (ver Jó 32:16) Alguns Escritores, Historiadores antigos, Teólogos e antigas traduções dão autoria do Livro a Moisés.

Período: dos Patriarcas (Abraão, Isaque, Jacó)

Livro do Antigo Testamento, escrito em forma de poema dramático, que trata de diversas questões antigas, dentre as quais, o sofrimento do justo. O Livro tem o nome da figura principal no poema, o Patriarca Jó. Uma vez que Jó lida com varias questões de nível universal, é classificado como um dos livros de sabedoria do Antigo Testamento. Outros livros dessa categoria incluem Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão.


Estrutura do Livro
Jó começa com dois capítulos introdutórios, na forma de uma narrativa ou prólogo, que estabelece o cenário para o restante do livro. Os capítulos 3 a 37 constituem a parte principal do conjunto. Tais capítulos são poemas na forma de diálogos dramáticos entre Jó e seus amigos.

Quatro capítulos adicionais que contêm a resposta de Deus aos seus argumentos também são escritos de modo poético. O livro finaliza com uma narrativa ou epílogo (42.7-17) sobre o que aconteceu a Jó após o término das discussões.

O formato prólogo-parte principal-epílogo era usado com freqüência nos textos do mundo antigo. O autor do Livro de Jó foi um artífice literário que sabia como trabalhar com as palavras em estilo dramático de modo a tornar compreendida sua mensagem.

A narrativa de Jó começa com uma breve descrição desse homem, seus bens e sua família. “Integro e reto” (Jó 1.1), Jó possuía milhares de ovelhas, camelos, bois e jumentas. Além disso, tinha sete filhos e três filhas. Em termos gerais, Jó era considerado um homem rico para a cultura tribal do mundo antigo. No entanto, Satanás insiste que a integridade desse homem nunca havia sido testada. Acusa Jó de servir a Deus somente porque este o protegia e o fazia próspero. Deus, então, concede permissão para que o teste tenha inicio.

Rapidamente, os filhos e filhas de Jó são mortos e todos os seus rebanhos são levados por seus inimigos. Finalmente, o próprio Jó é tomado de uma doença de pele terrível. Em sua tristeza, ele se senta sobre a cinza, raspando suas feridas com um pedaço de caco, enquanto lamenta seu infortúnio. É quando surgem três amigos de Jó – Elifaz, Bildade e Zofar – para condoerem-se com ele e para oferecer conforto.
Mas em vez de confortarem Jó, os amigos iniciam longos discursos e debates filosóficos para mostrar a Jó o motivo de seu sofrimento. Sua linha de pensamento segue a perspectiva geralmente aceita de sua época – que a desgraça é sempre enviada por Deus como punição pelo pecado.
Jó argumenta, de modo incisivo, ser um homem integro que não havia feito nada para merecer tal tratamento de Deus.

Finalmente, depois de todos terem debatido a questão com minúcias e não terem chegado a uma conclusão satisfatória, o próprio Deus fala por meio de um redemoinho de vento (38.1; 40.6). Não entra na discussão a respeito dos motivos que levam um justo ao sofrimento, mas revela-se como Deus Poderoso e Onisciente. Sua mensagem a Jó é que Deus não precisa explicar ou justificar Suas atitudes. Ele é Soberano, Todo-Poderoso e sempre faz o que é certo. Seus caminhos podem estar além do entendimento humano.

Jó é humilhado com efusão do poder de Deus e aprende a confiar, mesmo quando não é capaz de entender. Tal fato o conduz à sua grande afirmação de fé: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem” (42.5).

O Livro termina com o nascimento de mais filhos e filhas e a ascensão de Jó a uma posição de maior riqueza e notoriedade. Jó viveu os anos que lhe foram acrescentados feliz e satisfeito: “Então, morreu Jó, velho e farto de dias” (42.17).


Autoria e Data
Não se sabe quem foi o autor do Livro de Jó. Alguns estudiosos crêem que pode ter sido escrito por Moisés. Outros sugerem que o próprio Patriarca Jó tenha escrito o relato de suas experiências. Mas essas teorias não apresentam evidencias concretas que as apoie. A única declaração que pode ser feita com certeza é a de que o livro foi escrito por um autor desconhecido.
A data exata de quando foi escrito é ainda um mistério. Alguns pensam que o autor o tenha escrito no fim do segundo século a.C. Outros insistem que deve ter sido em torno de 450 a.C., após a volta dos judeus do cativeiro da Babilônia. No entanto, muitos estudiosos conservadores atribuem à escrita do livro à época do rei Salomão, em aproximadamente 950 a.C. Evidencias históricas favorecem essa data, visto ter sido esta a era de ouro da literatura de Sabedoria da Bíblia.


Contexto Histórico
Os eventos descritos no livro de Jó devem ter ocorrido muitos séculos antes de terem sido finalmente escritos. Jó deve ter vivido durante a época do Patriarca Abraão, em 2000 a.C., aproximadamente. Assim como Abraão, a riqueza de Jó foi medida em rebanhos e manadas. Ao modo patriarcal, os filhos casados de Jó faziam parte de sua casa, morando em tendas separadas, mas sujeitos à sua liderança no clã familiar.

A historia de Jó e seus infortúnios foi provavelmente transmitida oralmente, de geração a geração por centenas de anos. Finalmente, foi escrita por um (inspirado) escritor, assegurando, assim, sua preservação para as futuras gerações.


Contribuição Teológica
O livro de Jó ensina-nos a confiar em Deus em todas as circunstâncias. Quando sofremos, é geralmente inútil tentar entender os motivos causadores da adversidade. Por vezes, o reto (justo) sofre sem saber a razão; por isso, é importante aprender a confiar em Deus constantemente.

Essa obra-prima também mostra claramente que Deus não está preso ao seu mundo, ao seu povo e à nossa compreensão quanto à Sua natureza divina. Deus é livre; submete-se apenas à Sua própria vontade. Não está vinculado ao nosso entendimento ou à falta dele. Jó também entendeu que Deus é um Deus de grande poder e majestade. Quando consideramos Sua grandeza, percebemos a nossa pequenez. Assim como Jó, devemos curvar-nos em humilde submissão.

O Livro de Jó também ensina que Deus é bom, justo e honesto em sua conduta. Ele restaurou a riqueza de Jó e deu-lhe ainda mais do que imaginava. Deus sempre substitui as trevas da nossa existência com a luz de Sua presença quando permanecemos fieis a Ele.


Considerações Especiais
As seções de dialogo do Livro de Jó são escritas em forma poética. Grandes verdades são normalmente expressas em linguagem literária. Tais verdades fazem valer a leitura, por vezes, reflexiva e lenta para a compreensão de seu significado. Sendo assim, a arte desse livro frequentemente desafia nossa compreensão. É por esse motivo que a recorrência ao texto se faz necessária.


SUBSÍDIOS - Aqui eu Aprendi!
Jó um homem de boa posição social
Embora não fosse rei, era ele tratado como nobre (Jó 29.8). Seu elevado padrão de vida espiritual era conhecido em toda aquela região.

Jó um exemplar Pai de Família
Era um homem que se preocupava com o bem estar espiritual de seu lar. Todas as vezes que seus filhos reuniam-se para se banquetearem, levantava-se ele, de madrugada, para interceder e fazer sacrifícios por eles diante de Deus. Temia que seus sete filhos e três filhas, seduzidos já pelo vinho, ou já embaídos pela euforia dos festins, viessem a blasfemar do Todo-Poderoso (Jó 1.5) 

O Patriarca Jó acreditava firmemente em:
a- O Deus Único e Verdadeiro a quem, por 31 vezes, chama de Todo-Poderoso (Jó 5.17)
b- A soberania divina (Jó 1.21; 42.2)
c- O glorioso advento do Cristo; "Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra" (Jó 19.25)
d- Justificação pela fé. Este postulado acha-se implícito na pergunta: "Como se justificaria o homem para com Deus?" (Jó 9.2)

Profundamente reflexivo, Jó foi um teólogo de raríssimos pendores; buscava sempre aprofundar-se no conhecimento divino. O seu livro traz ensinos dos mais profundos sobre a vida cristã em geral.

A Integridade de Jó
Exige o Todo-Poderoso sejam perfeitamente íntegros os seus filhos (Pv 14.2). Do justo Abel ao amoroso João, todos os santos homens da Bíblia porfiaram em cultivar um elevadíssimo caráter. Através de suas obras de justiça, mostraram eles que o homem de Deus tem de ser a maior referencia moral numa sociedade que faz do maligno (Hb 11.32,33).
Tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento, integridade é uma palavra que comporta os seguintes significados: inteireza, retidão, imparcialidade, inocência e pureza.

Os amigos de Jó
O rico não precisa de esforço para ter amigos; eles simplesmente aparecem (Pv 14.20)

Vejamos alguns pontos que resumem os discursos dos amigos de Jó:
  1. Afirmam que o sofrimento é o resultado do pecado.
  2. A medida da aflição indica o grau do pecado. Argumentam que sendo Jó homem que mais sofria, deve ser ele maior pecador.
  3. Dizem a Jó que se ele arrepender-se de seus pecados, Deus restaurar-lhe-á a saúde.
  4. Admitem que algumas vezes os ímpios prosperam, mas dizem que esta prosperidade é transitória.
A resposta de Jó aos seus amigos:
  1. Jó afirma que é possível o justo ser afligido. Considera uma crueldade da parte de seus amigos acusarem-no de pecado por causa de suas aflições.
  2. Jó crê ser nosso dever adorar a Deus embora estejamos sofrendo calamidades não merecidas, quando em angustia, proferem queixas contra Deus.
Vejamos o discurso de Eliú, filho de Baraquel, o Buzita (Jó 32-6)
Em resumo, disse a Jó que fez mal em gloriar-se da sua integridade (33:8-13), e de fazer parecer que Deus lhe dava recompensa. Deus não é devedor de ninguém (35:7), por mais justo que seja Jó, não tem o direito de exigir nada de Deus.

Admite que as calamidades são castigos pelos pecados cometidos. Se o fim da aflição for (achado) e a falta reconhecida pelo aflito, Deus o abençoara (33:14-33).

A Restauração de Jó (38:1-42)
Deus fala com Jó somente para iniciar a discussão. Ele não discute com ele mas lhe mostra revelações das mais eficientes.
Primeiro desafia a Jó o erro de questionar o Todo-Poderoso. Nos capítulos 38,39, Deus desafia a capacidade de Jó para julgar, como se este estivesse direta e pessoalmente familiarizado com todas as coisas desde o principio delas. Isso faz calar Jó. Deus então revela a Jó Sua surpreendente habilidade em criar, e governar de uma maneira benévola os monstros do mundo antigo, o Leviatã (41), o Crocodilo, etc.

Jó reconhece a Soberania de Deus...
“Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido.” (42:2)

“Com os ouvidos eu ouvira falar de ti; mas agora te vêem os meus olhos.” (42.5)

“Pelo que me abomino, e me arrependo no pó e na cinza.” (42.6)

Intercessão e Restauração
O Senhor dirige-se, neste momento, aos três amigos de Jó, e gravemente os repreende.
"Sucedeu pois que, acabando o Senhor de dizer a Jó aquelas palavras, o Senhor disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti e contra os teus dois amigos, porque não tendes falado de mim o que era reto, como o meu servo Jó.
Tomai, pois, sete novilhos e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei um holocausto por vós; e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu não vos trate conforme a vossa estultícia; porque vós não tendes falado de mim o que era reto, como o meu servo Jó.
Então foram Elifaz o temanita, e Bildade o suíta, e Zofar o naamatita, e fizeram como o Senhor lhes ordenara; e o Senhor aceitou a Jó."

O Sacerdócio
Mesmo em frangalhos, e mesmo não passando de ruínas, deveria Jó, naquele momento; atuar como Sacerdote daqueles que muito o feriram com suas palavras. Que incrível semelhança com o Senhor Jesus Cristo! Nosso Salvador, embora tenha sido retratado pelo Profeta Isaías como alguém desprovido de parecer e formosura, intercedeu por nós pecadores (Is 53.2,3,12).
Se este retrato que o Profeta revela do Senhor parece forte, o que diremos da pintura que do mesmo Salvador faz Davi: "Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo" Salmo 22.6?  


É a Adoração o ponto central do Cristianismo.

"Adorai ao Senhor vestidos de trajes santos; tremei diante dele, todos os habitantes da terra." Salmo 96.9 

Jó rompe o silencio em adoração e humilhação perante Deus. Confessa que havia aprendido teoricamente antes de receber a certeza da sabedoria divina, agora para ele é realidade.

“Eis que chamamos bem-aventurados os que suportam aflições. Ouvistes da paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu, porque o Senhor é cheio de misericórdia e compaixão.” Tiago 5:11

A fé de Jó triunfou sobre todas as adversidades!

A restauração na Intercessão
Muitos crentes não são restaurados, porque, embora orem muito por si mesmos, não intercedem diante de Deus pelos outros. Tinha Jó um amor tão altruísta e de tal forma sacrificial que, ao invés de orar por si, pôs-se a clamar em favor de seus amigos. (42.10)
e... O Senhor, pois, virou o cativeiro de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o Senhor deu a Jó o dobro do que antes possuía. "Então vieram ter com ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa; condoeram-se dele, e o consolaram de todo o mal que o Senhor lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro e um pendente de ouro.”

Jó Abençoado - Final Feliz
E assim abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro; pois Jó chegou a ter: 14 mil ovelhas, 6 mil camelos, mil juntas de bois mil jumentas. Também teve sete filhos e três filhas.
“E chamou o nome da primeira Jemima, e o nome da segunda Quezia, e o nome da terceira Quéren-Hapuque. E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos.”

Depois disto viveu Jó cento e quarenta anos, e viu seus filhos, e os filhos de seus filhos: até a quarta geração. Então morreu Jó “velho e farto de dias” (Jó 42.12-13; 16-17).

Jó é um modelo de integridade espiritual – pessoa que mantém segura sua fé, sem compreender a razão por trás do sofrimento. Serve como testemunho contínuo da possibilidade de uma fé autentica em Deus mesmo em circunstâncias das mais adversas.

A Restauração Histórica
O Homem que fora tão caluniado por Satanás, tão incompreendido pela esposa e tão acusado pelos amigos, entra agora para uma exclusivíssima galeria; é posto entre os três mais piedosos homens de todos os tempos: "Ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor Deus, que nem filho nem filha eles livrariam, mas só livrariam a sua própria alma pela sua justiça" (Ez 14.20). Pode haver maior honra do que esta?

Conforte-se na história de Jó!
Se as suas angustias são grandes, maiores ser-lhe-ão as consolações. De toda essa provação, sairá alguém bem melhor. Sua história também terá um final feliz.

Querido irmão(ã), não nos esqueça em suas orações: "Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo" Cl 4.3

A Deus toda a Glória! Aleluia!


Fonte: Dicionario Ilustrado da Bíblia-Vida Nova; Bíblia de Estudo Pentecostal; Bíblia Defesa da Fé; Lições Bíblicas CPAD-O sofrimento do Justo edição 2003 1ºtrimestre; Wikipédia; Dicionario da Língua Portuguesa. 


"Há esperança para a árvore... ainda que esteja morta, cortada, seca, sem vida,
 ...ainda se renovará, e não cessarão os seus rebentos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e no chão morrer o seu tronco, ao cheiro das águas brotará e dará ramos como a planta nova” Jó 14.7-9

O inverno passou a primavera chegou!

Sugestão de leitura: A Poesia no Antigo e no Novo Testamento
Aqui eu Aprendi!
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