Membros / Amigos

Conheça mais de nossas Postagens

Research - Digite uma palavra ou assunto e Pesquise aqui no Blog

Mostrando postagens com marcador Cristologia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Cristologia. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 28 de maio de 2018

"Mostrar JESUS no centro de tudo" diz John Piper

“Mostrar Jesus no centro de tudo” é a receita para manter novos convertidos fiéis, diz John Piper

Google Images
Mensagem cristocêntrica, admissão de falhas e seriedade na pregação. Essas são as receitas aconselhadas pelo pastor John Piper para manter fiéis novos convertidos na comunidade de fé.

O assunto foi levantado por uma ouvinte do podcast apresentado pelo pastor. A preocupação expressada pela internauta era com o sentimento de abandono que surge nos novos na fé, diante do choque de realidade em relação à atenção recebida dos demais fiéis e do pastor.

De acordo com informações do portal The Christian Post, John Piper listou valiosos conselhos como forma de evitar que os novos convertidos criem expectativas que não podem ser sustentadas e terminem frustrados.

“Manter a comunidade cristã real, autêntica, sustentadora, satisfatória e bela tanto para os que estão dentro quanto para os que estão fora da igreja” é o primeiro passo, segundo o pastor. “O novo crente precisa sentir isso e ser ensinado sobre isso. Eles podem entrar na comunidade tão profundamente em amor com as pessoas que eles não percebem completamente o que aconteceu com eles. Ou seja, que Jesus foi feito o seu Senhor, que é extremamente valioso, muito mais valioso do que as pessoas da comunidade”, explicou.

Com a noção de que a comunidade está em segundo plano na jornada cristã, é preciso abrir o jogo sobre quão imperfeita esse grupo de pessoas que seguem a Jesus é. Piper frisou: “Na igreja, vamos nos machucar, ficaremos ofendidos”.

Se os novos convertidos forem abordados, no momento certo de seu discipulado, com essa mensagem, se tornarão mais fortes para superar provações e conflitos: “Ensine a Palavra. Torne a Palavra tão penetrante, tão poderosa até que eles a conheçam. Nada torna um novo convertido mais estável ao longo do tempo do que ser absorvido em plena exposição à Palavra de Deus”.

Por fim, o pastor enfatizou a necessidade de “sempre manter Cristo no centro e mostrar que é Ele quem satisfaz a alma”.

Nesse contexto, Piper destacou: “Mostre ao novo convertido que veio por causa da doçura da comunidade, mostre a ele que a comunidade é preciosa não como um deus ou um salvador, mas como algo que nos ajuda a conhecer e desfrutar de nosso Deus e nosso Salvador”, explicou.

“Não negligencie os ensinamentos radicais de Jesus nesta nova comunidade, que diz: ‘Quem ama pai ou mãe mais do que a mim não é digno de mim, quem ama filho ou filha mais do que a mim não é digno de mim’ (Mateus 10 : 37). Certamente, devemos acrescentar: ‘Quem ama a comunidade na igreja mais do que Ele não é digno d’Ele'”, finalizou.


Fonte: Gospel+
Aqui eu Aprendi!

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

O nascimento de Jesus segundo o Evangelho de Mateus

“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de EMANUEL. (EMANUEL traduzido é: Deus conosco)” Mt 1.23


A genealogia de José é apresentada em Mateus 1
“Ele era carpinteiro (Mt 13.55) que vivia em Nazaré (Lc 2.4). Mas, como descendente de Davi, sua casa ancestral estava em Belém. Estava noivo de Maria na época em que Jesus foi concebido pelo Espírito Santo. Ao saber que Maria estava grávida, quis evitar que ela fosse exposta à vergonha pública, embora cogitasse divorciar-se e despedi-la secretamente. Mas em um sonho foi informado por Deus que a concepção de Maria era divina e foi encorajado a se casar com ela. Para se registrarem e pagarem o imposto real, ele e Maria foram a Belém, onde Jesus nasceu. José é mencionado juntamente com Maria e Jesus na visita dos pastores (Lc 2.16) e na apresentação de Jesus no Templo (Lc 2.27). Em um sonho, Deus instruiu José a fugir da ira de Herodes, ir para o Egito, e lá permanecer durante algum tempo. A última participação de José é mencionada no evento dos Evangelhos relacionado com a visita feita à festa anual em Jerusalém, quando Jesus tinha 12 anos de idade (Lc 2.41-52). Ele não foi incluído com Maria e seus filhos em Mateus 12.46-50. Embora João 6.42 possa indicar que José ainda tivesse vivo durante parte do ministério de Jesus. José não aparece na crucificação quando Jesus entregou sua mãe aos cuidados do apóstolo João (Jo 19.26,27), portanto podemos concluir que José havia morrido antes desse acontecimento” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.1092).

A concepção de Jesus se deu por uma ação divina. Foi o resultado da ação direta do Espírito Santo sobre Maria, a serva do Senhor.

Texto Bíblico: Mateus 1.18-25

INTRODUÇÃO

Os judeus convertidos ao cristianismo tinham dificuldades para se comunicar e relacionar com seus patrícios, praticantes do judaísmo, pois estes não aceitavam Jesus como o Messias prometido. Mateus busca o diálogo com os judeus a fim de demonstrar a relação entre Jesus e o Messias prometido nas Escrituras. Ele dá ênfase à figura do Salvador da humanidade, aquEle que implantaria o Reino dos Céus, mostrando que este Reino seria eterno e universal.

Nesta lição, estudaremos a respeito do casal que foi escolhido para serem os pais terrenos de Jesus. Também veremos como se deu a concepção sobrenatural do Messias.

I. MARIA, A ESCOLHIDA PARA SER A MÃE DE JESUS

1. Uma mulher daria à luz o Messias prometido.
Na época do nascimento de Jesus, entre os judeus, existia uma grande expectativa messiânica, pois acreditavam que o Messias os libertaria da opressão romana. As mulheres judias tinham a esperança de serem escolhidas para tamanha honra, de ser mãe da figura mais esperada de seu povo. Esta expectativa surgiu, principalmente, pela influência da literatura apocalíptica, que surgiu cerca de dois séculos antes de Jesus.

O texto messiânico mais expressivo para demonstrar essa realidade é Isaías 7.14-16, complementado por Isaías 9.1-6. Maria teve o privilégio de dar à luz o menino Jesus, o verdadeiro Messias, que Israel esperava. Assim, Maria foi a protagonista de uma das mais especiais promessas de Deus. Ela foi o instrumento pelo qual Deus se fez presente, morando junto com o seu povo (Emanuel).

2. Uma mulher escolhida para ser agraciada.
A igreja católica usa o termo “imaculada conceição” em referência a Maria. Esse termo é utilizado erroneamente por eles em uma referência à concepção da própria Maria. Segundo a crença católica, ela foi preservada da mancha do pecado original desde a sua concepção.

3. Uma mulher que diz sim para o plano divino.
Maria realmente foi agraciada em ser escolhida para ser a mãe de Jesus Cristo. Todavia ela estava na mesma condição de qualquer outro ser humano: separada de Deus. Portanto, totalmente dependente do ato salvífico de Cristo na cruz como qualquer um de nós. Paulo afirma em Romanos 3.10 que: “[...] Não há um justo, nem um sequer”. Este texto ratifica a dependência humana da salvação por meio de Cristo, incluindo Maria.

No plano de Deus, a virgem Maria estava destinada a ser a mãe do Cristo, o Messias e Salvador. Maria aceitou sem nenhuma restrição o convite de Deus feito por intermédio do anjo. Ela responde com firmeza, se colocando na posição de serva e se submetendo a tudo.

Maria foi agraciada e escolhida para ser a mãe de Jesus Cristo. No entanto, não recebeu nenhuma autoridade para ser mediadora entre o ser humano e Deus.

Leia também: 

II. JOSÉ, ESPOSO DA MULHER QUE CARREGOU JESUS EM SEU VENTRE

1. José um homem honrado e de bom caráter.
O casamento de José e Maria seguiu a tradição cultural judaica. O marido tinha o direito de anular o casamento caso fosse comprovado que a jovem não era mais pura (virgem). Assim, José era obrigado a tornar público o fato de Maria ter engravidado antes do casamento ter sido consumado. Maria seria envergonhada, punida e o compromisso firmado entre eles seria desfeito. No entanto, orientado divinamente, José toma Maria como sua esposa. Mas ele somente conheceu Maria como esposa após o nascimento de Jesus. Isso mostra que José era um homem honrado, bondoso e obediente a Deus.

2. José une Jesus à tradição messiânica davídica.
No relato de Mateus, um anjo aparece a José em sonho. Essa forma de revelação faz referência à tradição dos patriarcas em relação à comunicação com Deus.

José também recebeu um papel próprio e importante no plano divino de salvação. Ele teve o privilégio de cuidar e educar o Filho de Deus. José educou Jesus segundo a tradição judaica. No entanto, isso não o torna “canônico” e com autoridade de intermediar, diante de Deus, benefícios para os seres humanos, como alguns creem.

A filiação de Jesus por intermédio de José lhe garante o título de “Filho de Davi”, ligando-o à tradição messiânica davídica. Jesus, como descendente de Davi é rei (Mt 1.1; 2.2). No entanto, o que confundiu os judeus, a ponto de cegá-los para que não aceitassem a Jesus como o verdadeiro Messias é que o seu Reino não era deste mundo, por isso, não visava a glória humana, mas sim a justiça e a bondade divina.

3. O filho de José é Rei de justiça e bondade.
O modelo imperial existente na época do nascimento de Jesus era exercido com o poder patriarcal irrestrito, tanto em Israel como nas demais nações. Mas Jesus propõe um governo com estruturas mais justas (Mt 11.25-27; 12.46-50).

Jesus, como Rei, fez uma releitura de alguns ícones do judaísmo, como por exemplo: das tradições já existentes (Mt 5.21-48), da vontade de Deus que era desde o começo (Mt 19.3-6), dos ensinamentos de Moisés (Mt 8.1-4), de Davi (Mt 12.3; 22.42-45) e dos profetas (Mt 9.10-13). Os líderes religiosos judeus, contemporâneos de Jesus, acreditavam que a justiça era baseada somente no cumprimento da Lei segundo suas interpretações e tradições. Então, Jesus questiona a falsa religiosidade e as práticas religiosas opressoras e enganosas desses líderes. Ele faz advertências rígidas contra o abuso de poder, a luxúria, o adultério, o divórcio, a avareza e a exploração dos pobres (Mt 5.27-32; 6.19-34; 19.3-12, 6-30). Assim, os valores e princípios do seu reino eram diferentes dos reinos terrenos.

Leia também:

Pense!
José, ao receber Maria grávida, a honrou e a conheceu somente após o nascimento de Jesus. Jovem, você teria essa disciplina?

Ponto Importante!
As atitudes de José demonstravam que ele era um homem honrado e, junto com a jovem Maria, recebeu a glória e a responsabilidade de criar o Filho de Deus.


III. A CONCEPÇÃO VIRGINAL DE JESUS CRISTO

1. Um nascimento diferente dos relatos míticos.
Existem algumas alegações errôneas e não bíblicas de que a concepção virginal de Cristo foi baseado no relato de mitos pagãos, todavia Mateus afirma que Maria simplesmente “achou-se ter concebido do Espírito Santo” (Mt 1.18).

2. A concepção virginal de Jesus.
Para comprovar o plano divino do nascimento virginal, Mateus não recorre à mitologia e sim ao profeta Isaías: “Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel” (Is 7.14).

3. A origem divina de Jesus.
Quando se fala de concepção virginal, o que está em questão é a preservação da virgindade de Maria no processo da concepção. Mateus evidencia a origem divina de Jesus por meio da narrativa da concepção sem ação humana e unicamente pela ação divina, independente do casal escolhido para a missão de criar e educar o Messias prometido. Assim, Jesus é apresentado como o Messias divino no qual se cumpriram as profecias do Antigo Testamento.

Após o nascimento de Jesus, Maria e José tiveram vários filhos (Mt 13.55).

Leia também: 

Ponto Importante
As redes socais têm sido um meio eficaz utilizado por pessoas incrédulas, para contestar as doutrinas cristãs a respeito da concepção divina de Jesus. Todavia, também podem ser usadas para evangelizar, anunciando que Jesus Cristo é o Salvador e o único caminho que nos conduz até Deus.


CONCLUSÃO

Aprendemos que Maria e José eram tementes a Deus e foram agraciados por Ele para serem os pais terrenos de Jesus. No entanto, eram pessoas comuns, pecadoras e desprovidas de poder para intermediação diante de Deus. Vimos também que a concepção de Jesus não está baseada em mitos, mas foi uma ação divina.


SUBSÍDIO
Não há nenhum justo sequer (Rm 3.10-12).
A partir deste verso o autor faz vários recortes do Antigo Testamento, chamando assim, a escritura judaica para testemunhar a culpa universal, tanto de judeu como dos gentios. Inicia citando Salmos 14.1-3 para demonstrar que toda humanidade estava corrompida pelo pecado. Paulo não traz algo novo, mas busca do próprio texto sagrado para os judeus, em que se diziam mestres e conhecedores. Todavia, faltava a eles uma correta interpretação das escrituras. [...] O apóstolo indiretamente já havia afirmado a culpabilidade universal, mas aqui, embasado pelo Antigo Testamento, enfatiza que ninguém consegue ser justo por si mesmo, pois a natureza humana é má. Por isso, é preciso entender que ninguém é melhor do que o outro e que a alternativa para o bem-estar da humanidade é adotar uma posição de humildade e misericórdia. O único que foi justo por mérito próprio foi Jesus, e Ele não se considerou superior, nem desprezou as pessoas por isso. Pelo contrário, Cristo tratou as pessoas como iguais, incluindo os que eram considerados excluídos no seu convívio” (NEVES, Natalino das. Justiça e Graça: Um Estudo da Doutrina da Salvação na Carta aos Romanos. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2015, p.42).

Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 1º Trimestre de 2018 - Título: Seu Reino não terá fim — Vida e obra de Jesus segundo o Evangelho de Mateus - Comentarista: Natalino das Neves

Aqui eu Aprendi!

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

A Salvação e o advento do Salvador

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” Jo 1.14

A salvação e o advento do Salvador

Não há nada mais significativo nos Evangelhos do que a narrativa do advento de Jesus. Com advento nos referimos ao processo de encarnação do Deus Filho. Jesus é achado Filho de Deus em que sua concepção foi obra do Espírito Santo. As Escrituras afirmam que Maria, sua mãe, o concebeu virginalmente (Lc 1.26-35). Sobre esse milagre, diz o importante documento dos primeiros cristãos: “Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria” (Credo Apostólico). O Deus Trino operou na encarnação do verbo divino!

Diferentemente dos deuses pagãos, o Deus da Bíblia buscou se revelar à humanidade como igual com ela. Sem deixar de ser divino e, igualmente, sem deixar de ser humano, pois as suas duas naturezas, humanas e divinas, não se misturam nem se separam; mas antes, se mostram como duas entidades que comungam da mesma natureza, propósito e missão. Foi pelo Filho que o Pai se deu a conhecer de uma vez por todas (Hb 1.1). Em Jesus, Ele se relaciona com os seres humanos de maneira amorosa, misericordiosa e justa (Mt 9.13). Logo, por meio de Cristo, o Pai chamou um povo e revelou-se a ele. Esse povo agora não tem mais características étnicas, geográficas ou culturais, pois em Jesus toda a parede que fazia separação entre judeus e gentios foi derrubada (Ef 2.14-16). A salvação anunciada pelo advento do nosso Salvador e experimentada por milhares de pessoas ao longo da história continua disponível hoje. É a tão bela e graciosa salvação provida por Cristo! Por isso amamos Jesus; vivemos em Jesus; devemos estar sempre em Cristo, o autor e consumador da nossa fé!

Igreja Cristã, ao longo desses 21 séculos de história, crê no evento de Cristo no mundo. Tendo no advento, crucificação, morte e ressurreição de Jesus a certeza de que é possível o ser humano ter uma nova vida com Deus mesmo num mundo decaído, onde habita pessoas de natureza decaída. A Palavra de Deus revela que fomos alcançados pela graça de Deus, um favor imerecido, uma provisão salvífIca maravilhosa e graciosa para nós. Tudo isso ocorreu a partir da obra salvífica de Jesus prenunciada em seu advento. Assim, a partir do que em teologia denominamos de “evento Cristo”, como o apóstolo Paulo, podemos dizer: “Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?” (1Co 15.54,55). Cristo, o advento glorioso!  Revista Ensinador Cristão nº72

O nascimento de Jesus Cristo se deu dentro do plano divino para salvar a humanidade.

Prezado(a) professor(a), na lição de hoje estudaremos a respeito do nascimento de Jesus, o Filho Unigênito de Deus que veio ao mundo por amor e com a infalível missão de salvar a humanidade pecadora. O ministério terreno de Jesus teve início com o seu nascimento na cidade de Belém, cumprindo as profecias do Antigo Testamento. Depois de retornarem do Egito seus pais se estabeleceram na cidade de Nazaré, na Galileia, onde Jesus cresceu.

Jesus se fez homem, deixou parte da sua glória, se humilhou e se fez maldição por nós para que pudéssemos ter comunhão com o Pai e ter então direito legal à vida eterna. Como homem perfeito, Jesus é o nosso exemplo em todas as esferas da vida, por isso, precisamos olhar para Ele e seguir sempre os seus passos. Olhe firmemente para o Salvador e não permita que as dificuldades e tribulações da vida embacem os seus olhos e o leve a perder o alvo da vida cristã: Jesus, o Salvador.

Leitura Bíblica: João 1.1-14



A salvação é um ato divinamente iniciado na fundação do mundo e humanamente realizado por Cristo ao nascer em Belém. O verbo divino precisou tomar a forma humana e passar por todas as vicissitudes pertinentes a ela para satisfazer as exigências da redenção, tomando sobre si o pecado de toda humanidade. O nascimento de Jesus marca o início de uma nova era para a humanidade onde a promessa de perdão e salvação é efetuada por Cristo. Deus tomou a iniciativa da salvação antes mesmo que houvesse necessidade dela; assim, Deus pai decreta a salvação, o Filho efetua-a, e o Espírito Santo aplica-a.

O ANÚNCIO DO NASCIMENTO DO SALVADOR

O Antigo Testamento está repleto de profecias e vaticínios que apontam para o nascimento de Jesus, o Messias, como o Redentor. A própria vida de alguns profetas do A.T é um antítipo de Cristo como, por exemplo, Moisés e Elias, cujas vidas e obras apontam para a vida abnegada e sacrificial de Cristo, especialmente Moisés como o libertador nacional. Alguns reis de Israel também servem de figura para o Rei dos reis, cujas lideranças promoveram a união nacional e a expansão do povo de Deus. Davi pode ser colocado nesse grupo como um homem segundo o coração de Deus e pelas promessas que Deus fez-lhe como iniciador de uma dinastia de reis, apontando para Cristo, que nunca terminariam seu reinado (2 Sm 7.16; Sl 45.6). Até mesmo Ciro (Is 45.1), um rei pagão a quem Deus chama de “meu ungido”, tendo em vista seu trabalho de restauração da nação de Israel, pode ser uma figura profética de Cristo porque permitiu a restauração de Israel após o cativeiro. Dessa forma, vê-se, como em vários textos do A.T, que Cristo está presente (Lc 24.45; Gn 3.15; 22.18; 26.4; 49.10; Nm 21.9; Dt 18.15; Sl 16.9-10; Jr 23.5; Ez 34.23; Dn 9.24; Mq 7.20; Ml 3.1; Jo 1.45), como afirma o evangelista: “E, começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escritura” (Lc 24.27).

João Crisóstomo afirmou que “ler todos os livros proféticos sem enxergar Cristo neles seria extremamente insípido e sem graça. Ver Cristo neles revela sua fragrância”. Portanto, toda beleza poética e profética do A.T remete, aponta e prefigura o nascimento e obra de Cristo. A vinda do salvador é profetizada na Queda do homem (Gn 3.15); no sacrifício de Isaque; no simbolismo do êxodo na saída do Egito e no sangue de animais no umbral das portas na noite da páscoa; nos 26 salmos messiânicos, como veremos adiante; na volta do exílio babilônico e nos profetas, especialmente os messiânicos e, especificamente, em Isaías, num bloco dedicado ao Messias (Is 7.1-12.6), chamado “O livro do Emanuel”.

Do A.T, Isaías foi um dos profetas mais específicos, profícuos e profundos sobre o Messias. Suas predições estão repletas de poesia arrebatadora que fluem da inspiração divina de um profeta culto que se colocou inteiramente à disposição do Senhor para, com detalhes, vaticinar o nascimento e a vida de Cristo. Suas profecias são tão abrangentes que o livro de Isaías é chamado de “O evangelho do Antigo Testamento”, pois descortina diante do leitor a Cristo e seu evangelho 700 anos antes de Ele nascer.

Dentre os profetas, ele é o mais celebrado do Antigo Testamento, com muita profundidade teológica, especialmente na Soteriologia, na Cristologia e na Escatologia, tendo em vista sua grande capacidade literária em ser poeta e orador, um artista de palavras, um grande estadista, reformador e teólogo.29 Isso tudo torna seu livro extremamente gratificante de ler, mas também nos deparamos com a complexidade de seus vaticínios, cujo fio condutor aponta para o nascimento e vida do Salvador.

O tema central de Isaías é o amor de Deus demonstrado no socorro ao seu povo através do sacrifício do Servo Sofredor, ou seja, a grande salvação de Deus, apesar da situação calamitosa do povo de Israel. Por isso, um dos principais objetivos de Isaías ao escrever era, dentre outros, anunciar a vinda do Messias, o único que seria capaz de tirar o povo do pecado e trazer completa libertação. Em Isaías 6.13, Deus alerta o profeta para que não fique frustrado, pois sua mensagem não seria ouvida até que tudo ficasse desolado e desabitado, mas, depois, ela produziria resultados, e suas profecias seriam cumpridas. Foram 40 anos de ministério e grandes mensagens rejeitadas até que, finalmente, o tronco começaria a brotar na volta do exílio. Paradoxalmente, a frutificação a partir de troncos feios e queimados é um contraste humilhante diante da grandeza e glória do Deus que se revelou a Isaías. Sobraria uma floresta de troncos decepados, mas, desses troncos, brotaria uma semente que faria toda a diferença: Cristo, que salvaria não somente o povo de Israel, como também todo o mundo (Jo 3.16).

Além do profeta messiânico Isaías, temos outras profecias específicas que se cumpriram em Cristo, especialmente nos salmos messiânicos, os quais enumeramos abaixo, sendo a primeira referência a profecia, e a segunda, seu cumprimento:
o Messias, Jesus, seria Filho de Deus e declarado pelo Pai como tal (Sl 2.7 > Mt 3.17);
todas as coisas seriam postas debaixo dos pés do Messias (Sl 8.6 > Hb 2.8);
Jesus ressuscitaria da morte (Sl 16.10 > Mc 16.67);
Deus iria desampará-lo na hora da necessidade (Sl 22.1 > Mt 27.46);
seria zombado e insultado (Sl 22.7-8 > Lc 23.35);
suas mãos e seus pés seriam perfurados (Sl 22.16 > Jo 20.25,27);
lançariam sorte sobre suas vestes (Sl 22.18 > Mt 27.35-36);
não lhe seria quebrado nenhum osso (Sl 34.20 > Jo 19.32-33, 36);
seria acusado por testemunhas mentirosas e iníquas (Sl 35.11 > Mc 14.57);
seria odiado sem motivo (Sl 35.19 > Jo 15.25);
viria para fazer a vontade de Deus (Sl 40.7-8 > Hb 10.7);
seria traído por um amigo (Sl 41.9 > Lc 22.47-48);
seu trono seria eterno (Sl 45.6 > Hb 1.8);
assentar-se-ia à destra de Deus (Sl 68.18 > Mc 16.19);
o zelo pela casa de Deus consumi-lo-ia (Sl 69.9 > Jo 2.17);
receberia fel e vinagre para beber (Sl 69.21 > Mt 27.34);
teria um reino eterno (Sl 72.1-5, 17 > Lc 1.32-33) e mundial (Sl 72.8-11, 19 > Jo 1.5-9; At 13.47-48);
julgaria o povo e os pobres com justiça e equidade (Sl 72.2-4 > Lc 4.17-19);
falaria em parábolas (Sl 78.2 > Mt 13.34);
oraria em favor dos seus inimigos (Sl 109.4 > Lc 23.34);
o lugar do seu traidor seria tomado por outro discípulo (Sl 109.8 > At 1.20);
os seus inimigos seriam subjugados debaixo dos seus pés (Sl 110.1 > Mt 22.44);
seria um sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (Sl 110.4 > Hb 5.6);
seria a pedra angular (Sl 118.22 > Mt 21.42) e
viria em nome do Senhor (Sl 118.26 > Mt 21.9).

O Novo Testamento diversas vezes afirma que Jesus reivindicou para si o título de Salvador (Jo 4.26; 6.35; 8.12,18,23; 11.25; 13.13,19; 14.6), como havia sido prometido no Antigo Testamento. Embora algumas profecias fizessem referência a Cristo como o Rei Vindouro, Jesus permaneceu longe das tentações do poder temporal e da política exploradora. Seu reinado seria eterno e atemporal (Jo 18.36). Seu Reino estaria no coração das pessoas e teria um alcance global (1Co 4.20). Algumas vezes, Ele até mesmo proibiu aqueles que foram curados de espalharem sua fama e seus feitos para que seu ministério não fosse mal interpretado por Roma (Mt 12.16),30 ou mesmo para manter seu ministério em caráter subversivo, sem estardalhaços nem exibicionismos (Lc 4.9). Na cruz e na ressurreição, Jesus venceu Satanás e os poderes demoníacos que escravizavam toda a humanidade oferecendo-nos a possibilidade da libertação e redenção. A dimensão da vitória de Cristo é fundamental para a teologia pentecostal.

A CONCEPÇÃO DO SALVADOR

Jesus foi anunciado pelos anjos, nasceu de uma virgem e foi celebrado entre os homens. Seu nascimento foi um divisor de águas na história da humanidade. Aquilo que havia sido profetizado e predito de várias formas no Antigo Testamento tornou-se realidade com o seu nascimento. A partir do nascimento do Rei Jesus — um evento único e não repetível —, há esperança para a humanidade e inaugura-se, assim, a chegada do Reino de Deus a terra, ainda que de forma invisível, porém plenamente factível nos corações, nas atitudes e nos caminhos que o ser humano pode percorrer tendo Ele como Rei.

Para alcançar essa realidade, Ele precisou vir ao mundo. Dessa forma, Ele nasceu longe de casa, peregrinando para Jerusalém, sem acomodações adequadas e num ambiente inóspito e extremamente humilde. Se fosse nos dias de hoje, talvez nascesse embaixo de um viaduto. Essa é a demonstração que Deus lançou mão para mostrar que, de fato, o Filho abandonou sua mais extrema glória para habitar entre os homens na mais extrema humildade e pobreza. Esse esvaziamento de Cristo (Fp 2.7) é um gesto extremo de doação de si mesmo, comprovando que não poderia haver maior entrega do que essa para anunciar ao mundo aquilo que Deus é: amor!

Uma pergunta que permanece quando se fala da concepção virginal de Jesus é: “Por que isso se fez necessário?” Uma resposta plausível é que o nascimento de Jesus é incomum no sentido de Ele ser pré-existente; os demais seres humanos são concebidos no ato sexual entre um homem e uma mulher; Cristo, porém, não precisou ser concebido, pois já existia como unigênito do Pai (1Jo 4.9) desde a interminável eternidade.31

A protagonista principal do nascimento do Salvador foi uma mulher. As mulheres eram consideradas uma propriedade do homem e não podiam tomar decisões a não ser que o marido autorizasse-as a fazer algo, mas Deus, querendo mostrar a importância e o lugar de igualdade da mulher (Gl 3.28), tomou a iniciativa de fazer o Salvador nascer sem que Maria tivesse relações sexuais com um homem. Dessa forma, já em seu nascimento, o Salvador estava libertando as mulheres do pesado jugo imposto pelos homens da época. Isso corrobora com a maneira gentil e acolhedora com que Jesus tratou as mulheres durante seu ministério.

A concepção virginal de Jesus atesta também para a infinita graça de Deus em dar seu único filho para experimentar as mesmas dores e dificuldades da raça humana e ser o seu Salvador, pois essa mesma raça jamais poderia ser salva por seus próprios esforços e méritos. Assim, o nascimento virginal do Salvador ocorre sem qualquer intervenção humana, atestando, além da graciosidade divina, seu ato milagroso.32 Sobre isso, Gruden escreve:

O nascimento virginal de Cristo é um lembrete inequívoco de que a salvação jamais pode vir por meio do esforço humano, mas deve ser obra do próprio Deus. Nossa salvação deve-se apenas à obra sobrenatural de Deus, e isso ficou evidente bem no início da vida de Jesus quando “Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.”33

O intercurso sem contato físico entre a humanidade, representada em Maria, e a divindade possibilitou o nascimento de Cristo de forma a ser Ele completamente homem e completamente Deus ao mesmo tempo, numa paradoxal fusão e separação chamada de união hipostática. Assim, esses elementos unidos manifestaram sua divindade e sua humanidade, tendo a mesma substância que o constitui Deus infinitamente poderoso e a que nos constitui humanos;34  entretanto, essa união não produz um terceiro ser como se este fosse um híbrido humano divino, nem é uma metamorfose,35  mas, sim, um ser divino e humano ao mesmo tempo em plena manifestação de vida pessoal.

A Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil declara que:
As Escrituras Sagradas apresentam diversas características humanas em Jesus. O relato de sua infância enfoca o seu desenvolvimento físico, intelectual e espiritual: “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens [...]. E o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele” (Lc 2.40,52). O profeta Isaías anunciou de antemão sobre Emanuel: “manteiga e mel comerá, até que ele saiba rejeitar o mal e escolher o bem” (Is 7.15). Ele tornou-se homem para suprir a necessidade de salvação da humanidade. O termo “Emanuel”, que o próprio escritor sagrado traduziu por “DEUS CONOSCO” (Mt 1.23), mostra que Deus assumiu a forma humana e veio habitar entre os homens: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). A Bíblia ensina tanto a divindade como a humanidade de Cristo: “E todo o espírito que confessa que Jesus não veio em carne não é de Deus” (1Jo 4.3). A humanidade de Cristo está unida à sua divindade, pois Ele possui duas naturezas, e essa união mantém intactas as propriedades de cada natureza, o que está claramente expresso no seu nome Emanuel.36

“O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS”

Entre os títulos messiânicos da tradição veterotestamentária e interpretados como sendo de Jesus de Nazaré, um em particular recebe destaque: “Emanuel”, que, no hebraico, é a junção de dois termos: immánu, que significa “conosco” e El, que significa “Deus” ou “Senhor”, literalmente “conosco [está] Deus”. O título foi uma apropriação teológica atribuída ao profeta Isaías, já que a expressão aparece em dois versículos e indiretamente em um versículo. Seguem:
(1º) “Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel” (Is 7.14).
(2º) “[...] e passará a Judá, inundando-o, e irá passando por ele, e chegará até ao pescoço; e a extensão de suas asas encherá a largura da tua terra, ó Emanuel (Is 8.8)”.
(3º) “Tomai juntamente conselho, e ele será dissipado; dizei a palavra, e ela não subsistirá, porque Deus é conosco” (Is 8.10).37

O Emanuel é a garantia de que, assim como foi com o povo de Israel, Ele também está conosco, assim como Ele mesmo prometeu: “Eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mt 28.20). Assim se cumpre em nós a promessa messiânica de que Ele, de fato, estaria conosco.

O apóstolo João escreveu: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). O verbo “habitar” (armar a sua tenda) utilizado por João tem o mesmo sentido que o Emanuel utilizado por Isaías, ou seja, Deus agora habita definitivamente entre seu povo através de Cristo e de seu sacrifício na cruz. “E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que em vós habita” (Rm 8.11). O apóstolo Paulo refere-se à encarnação de Cristo como “aquele que foi manifestado na carne” (1Tm 3.16), como Ele sendo a “imagem de Deus” (2Co 4.4), que realizou sua obra de reconciliação “no corpo da sua carne” (Cl 1.22) e que Deus condenou o pecado na carne (Rm 8.3). Pedro afirma que Cristo morreu por nós na carne (1Pe 3.18; 4.1). Portanto, as Escrituras estão repletas de confirmações de Jesus como Deus encarnado. João avisa que o espírito do Anticristo atua naqueles que negam que Cristo veio em carne (1Jo 4.2; 2 Jo 7).

Quando Jesus tornou-se carne, Ele assumiu toda a humanidade com suas fragilidades próprias. Assim sendo, sua encarnação não foi uma farsa, mas, sim, a realidade concreta de que o ser divino excelso escolheu sentir toda a dor, toda a aflição e toda a tentação humana para, dessa forma, socorrer-nos em nossas fraquezas (Hb 4.15) e dar-nos a salvação “enviando o seu próprio filho em semelhança da carne do pecado” (Rm 8.3), condenando o pecado que nos afligia na carne. A encarnação de Jesus é a afirmação verídica de que Ele tornou-se completamente homem, mas que, ao mesmo tempo, não deixou de ser completamente Deus (Jo 1.1-3; 10.30; Fp 2.6). Portanto, sem ter deixado de ser Deus, Deus tornou-se homem.

A realidade de um Deus santo encarnar é completamente anormal e impossível — é um paradoxo. Por isso, Paul Tillich afirma que o “paradoxo cristológico [da encarnação] e o paradoxo da justificação do pecador são um único e mesmo paradoxo — o paradoxo do Deus que aceita um mundo que o rejeita”.38  Assim, diante da situação pecaminosa do homem e diante da necessidade de a expiação ser feita por um ser humano perfeito, somente uma solução foi possível: o Filho de Deus encarnar, ou seja, deixar sua glória e majestade e tornar-se como um ser humano comum e sujeito às mesmas falhas e erros, mas sem pecado (Lv 4.3; Hb 4.15). Para o plano de salvação ser aceito por Deus, ele deveria ser executado por alguém que pudesse ser Deus e homem ao mesmo tempo na função de mediador (1Tm 2.5), alguém que pudesse colocar-se entre Deus e a criatura pecadora e sem esperança; para ser mediador, teria que ser Deus; para representar a humanidade, teria que ser homem. Somente Jesus poderia preencher esses requisitos em sua automanifestação divina, demonstrando o paradoxo de que aquEle que transcende o universo aparece no universo e está sujeito às suas condições39  limitantes por decisão própria, embora, a qualquer momento, pudesse utilizar seus atributos divinos incomunicáveis40  (Mc 4.39).

Para Jesus cumprir a penalidade humana, Ele teria que morrer. Para morrer, Ele teria que ter um corpo (Jo 1.14).41  Assim, conforme afirma a Confissão de Fé das Assembleias de Deus:
A encarnação do Senhor Jesus fez-se necessária para satisfazer a justiça de Deus: o pecado entrou no mundo por um homem, Adão, assim, tinha de ser vencido por um homem, Jesus. Em sua natureza humana, Jesus participou de nossa fraqueza física e emocional, mas não de nossa fraqueza moral e espiritual.42

As duas naturezas de Jesus permaneceram inalteradas em sua essência; são revestidas de seus atributos inerentes43  e apresentam Jesus como uma única pessoa indivisível na qual as duas naturezas estão unidas, constituindo uma pessoa com uma só vontade e consciência. Essa união somente é possível por causa do parentesco do homem com Deus, ou seja, Deus soprou no homem o seu próprio fôlego de vida, instilando nele a sua essência e semelhança. Ele não podia tornar-se árvore ou pedra, mas podia ser homem, pois foi feito à sua imagem. Assim como a imagem de Deus foi aviltada no homem pelo pecado, “Cristo, a imagem perfeita de Deus segundo a qual o homem foi feito, restaura aquela imagem perdida, unindo-se à humanidade e enchendo-a de vida e amor divinos”.44  A possibilidade da restauração da imagem de Deus, corrompida radicalmente pelo pecado, nos é dada novamente naquele que refletiu a perfeita imagem de Deus.

A plenitude da divindade (Cl 1.19; 2.9) encarnou em finitude humana na plenitude dos tempos (Gl 4.4). Isso torna possível que nós, simples mortais e sujeitos ao pecado, estejamos cheios de toda a plenitude de Deus (Ef 3.19) para refletir sua glória ao mundo através do amor com que nos amamos uns aos outros (Jo 13.35).

A encarnação foi a manifestação do Logos (Palavra) divino em Jesus como o Cristo. Por esse motivo, a Teologia cristã transcende outras teologias, pois “nenhum mito, nenhuma visão mística, nenhum princípio metafísico, nenhuma lei sagrada tem a concretude de uma vida pessoal [como a de Cristo]. Em comparação com uma vida pessoal, tudo o mais [outras teologias e religiões] é relativamente abstrato. E nenhum desses fundamentos relativamente abstratos da teologia tem a universalidade do Logos”.45

A encarnação da Palavra em Jesus não era automática, mas, sim, fruto da obediência ao Pai em tudo. Jesus disse: “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo” (Jo 5.30). Para obedecer à Palavra do Pai, Jesus teve que desobedecer às autoridades religiosas da época várias vezes. Ele teve momentos difíceis, em que orava: “Afasta de mim este cálice!” (Mc 14.36). Teve que pedir a ajuda dos amigos (Mt 26.38,40). Teve que orar muito para poder vencer (Hb 5.7; Lc 22.41-46). Apesar de tudo, Ele venceu! Ele mesmo o confirma: “Eu venci o mundo!” (Jo 16.33). Como diz a carta aos Hebreus: “O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu” (Hb 5.7-8).

Teologicamente, afirma-se que o nascimento de Jesus é a sua encarnação e que sua morte é a expiação dos pecados. Assim, a humilhação de Jesus tem início com o seu esvaziamento ao tomar a forma de servo (Fp 2.7-8), culminando com seu sofrimento na cruz. Portanto, sua humilhação está relacionada aos seus sofrimentos: a perseguição, o desprezo das autoridades, a discriminação (Jo 1.46), o silêncio diante de seus acusadores, os açoites impiedosos, o julgamento diante de Pilatos e Caifás e, por fim, a sua morte. Em Jesus, cumpriu-se cada detalhe do Servo Sofredor (Is 53) e, por esse motivo, devemos agir conforme o texto adiante.

E cabe a nós, igreja, anunciar ao mundo que em Cristo há um caminho para a salvação e para a vida abundante. Essa compreensão impele a igreja a um despertamento da necessidade de “sair para fora” e anunciar que há um juízo, mas que também há uma salvação em Cristo.46

Quando Jesus andou na terra, ofereceu-nos o melhor exemplo, pois assumiu a forma humana plena e conviveu humildemente com a fraqueza humana. Quando estava cansado, não sentiu vergonha de dormir na popa do barco. Ele sentiu fome, chorou diante da miséria humana, do sofrimento alheio e do seu próprio e tornou-se servo dos discípulos (Jo 13); na cruz, porém, deu o brado final “está consumado” para que hoje pudéssemos estar salvos. Dessa forma, devemos seguir o exemplo de humildade dEle e servir nossos irmãos. Basta-nos desfrutar dos benefícios de sua encarnação de maneira responsável e repartir essa benção infinita com o maior número possível de pessoas para que o Reino de Deus esteja entre os homens.



SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“No Evangelho de João temos um retrato inigualável de nosso Senhor. Ele é tão preciso quanto os retratos dos outros Evangelhos, apesar de suas diferenças em estrutura e propósito. E ele nos lembra que, em Jesus Cristo, Deus não só revelou aos judeus como seu Messias, aos romanos como seu Homem de Ação ideal, e aos gregos como verdadeiro modelo de humanidade. Em Jesus Cristo, Deus se revelou em seu Filho, como absolutamente a única resposta para as necessidades mais profundas e universais de uma humanidade perdida.

‘No princípio, era o Verbo’ (Jo 1.1). É provável que João, conscientemente, tenha duplicado as palavras de Gênesis 1.1, ‘No princípio... Deus’. O ‘princípio’, em cada caso, nos transporta para o passado além da Criação, em uma eternidade que só era habitada por Deus, o agente ativo em todas as coisas que existia como Deus e com Deus.
Isto é enfatizado no texto pelo uso do termo em, ‘era’ e ‘estava’. João usa este termo três vezes neste versículo, o tempo imperfeito do verbo eimi, em vez de uma forma do verbo egenetoEimi e em simplesmente descrevem a existência contínua; ageneto significa ‘tornar-se’. No princípio o Verbo, como Deus, já desfrutava de existência infinita, sem início e sem fim. A tradução de Knox exibe o sentido deste verbo, quando ele traduz a frase seguinte: ‘Deus tinha o Verbo morando consigo’” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.193,195).

Encarnação
“Quando na plenitude dos tempos (Gl 4.4), o anjo Gabriel comunicou a Maria que ela seria o instrumento da encarnação de Jesus, disse-lhe: ‘Em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus’ (Lc 1.31). [...] Jesus, o ‘Deus bendito eternamente’ (Rm 9.5), fez-se homem. Esse mistério chama-se encarnação. A Bíblia diz: ‘grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne’ (1Tm 3.16). A doutrina da encarnação de Jesus excede tudo o que o entendimento humano possa compreender; porém, desse milagre depende a substância do Evangelho da salvação e a doutrina da redenção”. Para conhecer mais leia Teologia Sistemática, de Eurico Bergsten, CPAD, pp.48-49.

O Nascimento Virginal
Provavelmente, nenhuma doutrina cristã é submetida a tão extenso escrutínio quanto a do nascimento virginal, e isto por duas razões principais. Primeiro, esta doutrina depende, para a sua própria existência, da realidade do sobrenatural. Muitos estudiosos, nestes últimos dois séculos, têm desenvolvido um preconceito contra o sobrenatural; e esse preconceito tem influenciado seu modo de analisar o nascimento de Jesus. A segunda razão para a crítica do nascimento virginal é que a história do desenvolvimento de sua doutrina nos leva para muito além dos simples dados que a Bíblia fornece. A própria expressão ‘nascimento virginal’ reflete essa questão. O nascimento virginal significa que Jesus foi concebido quando Maria era virgem, e que ela ainda era virgem quando Ele nasceu (e não que as partes do corpo de Maria tenham sido preservadas, de modo sobrenatural, no decurso de um nascimento humano).

Um dos aspectos mais discutidos do nascimento virginal é a origem do próprio conceito. Alguns estudiosos têm procurado explicá-la por meio de paralelos helenísticos. Os enlaces que os deuses e deusas mantinham com seres humanos, na liturgia grega da antiguidade, são alegadamente os antecedentes da ideia bíblica. Mas essa teoria certamente desconsidera a aplicação de Isaías 7, em Mateus 1.

Isaías 7, com sua promessa de um filho que nascerá, é o pano de fundo do conceito do nascimento virginal. Muitas controvérsias têm girado ao redor do termo hebraico ’almah, conforme usado em Isaías 7.14. A palavra é usualmente traduzida por ‘virgem’, embora algumas versões traduzam por ‘jovem’. No Antigo Testamento, sempre que o contexto oferece nítida indicação, a palavra significa uma virgem com idade para casamento" (HORTON, Stanley M. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.322).

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
O Verbo se Fez Carne
Ao encarnar, Cristo se tornou: (1) o Mestre perfeito — a vida de Jesus nos permitiu perceber como Deus pensa e, por conseguinte, como devemos pensar (Fp 2.5-11); (2) o Homem perfeito — Jesus é o modelo do que devemos tornar-nos. Ele nos mostrou como viver e nos dá o poder para trilhar esse caminho de perfeição (1Pe 2.21); (3) O sacrifício perfeito — Jesus foi sacrificado por todas as iniquidades do ser humano; sua morte satisfez as condições de Deus para a remoção do pecado” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.1414).

http://aquieuaprendi.blogspot.com.br/2017/10/a-salvacao-e-o-advento-do-salvador.html
Fonte: 
Livro de Apoio - 4º Trim/17 – A Obra da Salvação - Claiton Ivan Pommerening
Lições Bíblicas Adultos 4º trimestre/17 - A Obra da Salvação — Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida – Comentarista: Claiton Ivan Pommerening

Aqui eu Aprendi!

quinta-feira, 27 de julho de 2017

A identidade do Espírito Santo

Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” 1Co 3.16

A identidade do Espírito Santo

A concepção milagrosa de Jesus de Nazaré é uma demonstração maravilhosa da divindade do Espírito Santo: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35). Conforme afirma o Credo Niceno-Constantinopolitano, o “Espírito Santo é Senhor, doador da vida, procedente do Pai. O qual com o Pai e o Filho juntamente é adorado e glorificado, o qual falou pelos profetas”. Logo, não se trata de uma energia, ou emanação de alguma força ativa, mas de uma pessoa divina que age de maneira maravilhosa na vida do ser humano: “E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo: do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; e do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado” (Jo 16.8-11). O Espírito Santo é uma pessoa que confronta o ser humano a fim de convencê-lo a crer em Jesus; que atua no sentido de gerar nele uma disposição para a retidão, integridade e santidade; e traz a consciência de que todas as pessoas prestarão contas a Deus de todos os atos que praticaram no mundo.

O Espírito promove santidade
Não por acaso a expressão “Espírito Santo” consta nas Escrituras. Ora, a palavra “santo” significa “puro”, “limpo”. Tudo o que é santo significa que foi separado por Deus para fazer a Sua vontade, pois se torna propriedade exclusiva de Deus. Nesse sentido, o Espírito é chamado “Santo” porque Ele é mencionado também nas Escrituras como o Espírito de Deus, o Espírito do Senhor, o Espírito de santificação (Rm 1.4) para direcionar e guiar a nossa vida. Assim, pelo Espírito Santo, somos conduzidos a vivermos uma vida de santidade e pureza. Nele não há mentira, pois revela a verdade sobre Jesus (Jo 16.14) e sobre nós mesmos (Sl 51.16). Não podemos mentir ao Santo Espírito, Ele conhece tudo em nossa vida e discerne o desejo do nosso coração (At 5.1-6). Ele é Santo e Verdadeiro!

Atuação do Espírito em nossa consciência
Quão imensuráveis são as maldades humanas?! Sem o auxílio divino, é impossível que a pessoa retroceda em suas maldades. Mas o Espírito Santo não descansa em trabalhar em nossa consciência, procurando que ela não se cauterize, isto é, fique indiferente aos seus apelos (1Tm 4.1-3). O Santo Espírito age para nos purificar e, assim, experimentarmos o maravilhoso perdão de Deus, fruto do seu amor por nós. Revista Ensinador Cristão nº71

Cremos que o Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, Senhor e Vivificador, que convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo, regenera o pecador, e que falou por meio dos profetas.

Leitura Bíblica: João 14.15 - 18,26

As Escrituras Sagradas revelam a identidade do Espírito Santo, sua deidade absoluta e sua personalidade, sua consubstancialidade com o Pai e o Filho como Terceira Pessoa da Trindade e suas obras no contexto histórico-salvífico. Todos esses dados da revelação só foram definidos depois do Concílio de Niceia. A formulação da doutrina pneumatológica aconteceu tardiamente na história da Igreja, na segunda metade do século IV. A presente lição pretende explicar e mostrar como tudo isso aconteceu a partir da Bíblia.

Cremos que o Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.

“O Antigo Testamento manifestou claramente o Pai e, obscuramente, o Filho. O Novo manifestou o Filho e, obscuramente, indicou a divindade do Espírito Santo. Hoje, o Espírito habita entre nós e se dá mais claramente a conhecer” (Gregório de Nazianzo). Embora o Credo Niceno termine com as seguintes palavras: “Cremos também em um só Espírito Santo”, não há informações sobre a identidade do Espírito Santo. Segundo Gregório de Nazianzo, a revelação das três Pessoas da Trindade foi gradual. Uma vez definida a cristologia em Niceia, faltava agora definir a doutrina da terceira Pessoa da Trindade. Esse tema só foi concluído depois da segunda metade do século IV.

Segundo Stanley M. Horton, a doutrina do Espírito Santo nunca havia recebido um tratamento justo nos tratados de teologia antes do Avivamento da Rua Azusa: “Os antigos compêndios de teologia sistemática, em sua maioria, não possuem nenhum capítulo sobre pneumatologia” (HORTON, 2001, p. 9). Eruditos, durante e depois do Avivamento da Rua Azusa, empreenderam vários estudos sobre o Espírito Santo, sobre o batismo no Espírito Santo, sobre a glossolalia e sobre os dons do Espírito Santo. Obtiveram avanços significativos. A erudição não anula o fervor espiritual da fé cristã pentecostal.

É o Senhor Jesus o centro da mensagem pregada pelas Assembleias de Deus. Ainda há entre os evangélicos quem diga que a ênfase é o Espírito Santo acima de Jesus. O Pr. George Wood, presidente da Convenção Americana das Assembleias de Deus, numa entrevista à revista Christianity Today, edição de 29 de junho de 2015, fala em quatro grandes erros a respeito das Assembleias de Deus: 1) a crença no Cânon aberto, 2) a ênfase do Espírito Santo acima de Jesus, 3) a prática espiritual elitista e 4) a teologia da prosperidade. Ele rebate cada ponto explicando a fé assembleiana.

O ESPÍRITO SANTO NAS ESCRITURAS SAGRADAS

Sua divindade
O Espírito Santo é chamado de Senhor nas Escrituras Sagradas: “Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Co 3.17 – ARA). Os nomes Deus e Espírito Santo aparecem alternadamente na Bíblia: “Porque encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? ... Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At 5.3, 4). Veja que Deus e o Espírito Santo aqui são uma mesma divindade. Primeiro o apóstolo Pedro diz que Ananias mentiu ao Espírito Santo, e depois o mesmo Espírito é chamado de Deus. O apóstolo Paulo também emprega esse tipo de linguagem: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1 Co 3.16). Isso vem desde o Antigo Testamento: “O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca. Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou” (2 Sm 23.2, 3). Da mesma forma o Espírito Santo é chamado de “Javé” ou “SENHOR” nas nossas versões de Almeida. Compare ainda Juízes 15.14; 16.20 e Números 12.6; 2 Pedro 1.21.

Jesus prometeu dar aos seus discípulos “outro Consolador” (Jo 14.16). A palavra “outro” aqui corresponde ao original grego allos, que significa “outro”, mas da mesma natureza, da mesma espécie e da mesma qualidade.

Segundo A. T. Robertson, “outro da mesma classe (allon, não héteron)” (ROBERTSON, vol. 5, 1990, p. 279). O termo grego para “Consolador” é paráklētos, que significa “ajudador”, “alguém chamado para auxiliar”, um “advogado”. Essa mesma palavra aparece em 1 João 2.1 com este significado: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis: e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”. Em outras palavras, Jesus dizia aos seus discípulos que estava voltando para o Pai, mas que continuaria cuidando da Igreja, pelo seu Espírito Santo, seu Paraklētos, um como ele, que teria o mesmo poder para preservar o seu povo.

São inúmeras as obras de Deus efetuadas pelo Espírito Santo. Ele gerou a Jesus Cristo (Lc 1.35), dá a vida eterna (Gl 6.8) e guia o seu povo (Is 63.14; Rm 8.14; Gl 5.18), pois é o Senhor da igreja (At 20.28) e o santificador dos fiéis (1 Pe 1.2). O Espírito habita nos crentes (Jo 14.17), é autor do novo nascimento (Jo 3.5, 6), dá a vida (Ez 37.14; Rm 8.11), regenera (Tt 3.5) e distribui os dons espirituais (1 Co 12.7-11).

A divindade do Espírito Santo é revelada na Bíblia, por meio de seus atributos divinos, como acontece com o Senhor Jesus Cristo. Ele é onipotente (Rm 15.19) e fonte de poder e milagres (Mt 12.28; At 2.4; 1 Co 12.9-11). A onipresença é outro atributo incomunicável de Deus presente na terceira Pessoa da Trindade, o que mostra ser ele onipresente (Sl 139.7-10). Por ser onisciente, Ele conhece todas as coisas, até as profundezas de Deus (1 Co 2.10, 11), o coração do homem (Ez 11.5; Rm 8.26, 27; 1 Co 12.10; At 5.3-9) e o futuro (Lc 2.26; Jo 16.13; At 20.23; 1 Tm 4.1; 1 Pe 1.11). Possui também o atributo da eternidade, pois é chamado de “Espírito eterno” (Hb 9.14). A palavra asseidade advém do latim aseitatis, que vem de dois termos – a se significa “por si” ou “autocausado”, ou seja, diz respeito à existência por si mesmo e serve para designar o atributo divino segundo o qual Deus existe por si próprio. Assim como o Pai e o Filho, o Espírito Santo é autoexistente, ou seja, não depende de nada fora de si para existir. Ele sempre existiu. É o Criador do homem e do mundo (Jó 26.13; 33.4; Sl 104.30) e, também, o Salvador (Ef 1.13; 4.30; Tt 3.4, 5).

A Palavra de Deus apresenta, de igual modo, seus atributos comunicáveis, como a santidade, pois o Espírito Santo é santo (Rm 15.16; 1 Jo 2.20). Essa santidade do Espírito é única e real, absoluta e perfeita; não se trata, pois, de uma santidade cerimonial, mas de algo inerente à sua natureza. Ele é a verdade (1 Jo 5.6), é sábio (Is 11.2; Jo 14.26; Ef 1.17), bom (Ne 9.20; Sl 143.10) e verdadeiro (Jo 14.17; 15.26; 16.13; 1 Jo 5.6).

Sua personalidade
A personalidade do Espírito Santo está presente em toda a Bíblia de maneira abundante e inconfundível e tem sido crença da Igreja desde o princípio. Há nele elementos constitutivos da personalidade, como o intelecto; ele penetra todas as coisas (1 Co 2.10, 11) e é inteligente (Rm 8.27). Ele tem emoção, sensibilidade (Rm 15.30; Ef 4.30) e vontade (At 16.6-11; 1 Co 12.11). As três faculdades – intelecto, emoção e vontade – caracterizam a personalidade.

Os substantivos gregos apresentam três gêneros: masculino, feminino e neutro. O termo grego pneuma, usado amplamente no Novo Testamento para “espírito”, é substantivo neutro. O pronome demonstrativo na frase: “aquele Espírito da verdade” (Jo 15.26; 16.13) e o pessoal, em “Ele me glorificará” (Jo 16.14) estão no masculino. Isso revela a personalidade do Espírito Santo.

Outra prova da personalidade do Espírito Santo é que ele reage a certos atos praticados pelo homem. Pedro obedeceu ao Espírito Santo (At 10.19, 21); Ananias mentiu ao Espírito Santo (At 5.3); Estêvão disse que os judeus sempre resistiram ao Espírito Santo (At 7.51); o apóstolo Paulo nos recomenda não entristecer o Espírito Santo (Ef 4.30); os fariseus blasfemaram contra o Espírito Santo (Mt 12.29-31); os cristãos são batizados em seu nome (Mt 28.19).

A Bíblia revela os atributos pessoais do Espírito Santo.
Ele ensina (Jo 14.26), fala (Ap 2.7, 11, 17), guia (Rm 8.14; Gl 5.18), clama (Gl 4.6), convence (Jo 16.7, 8), testifica (Jo 15.26; Rm 8.16), escolhe obreiros (At 13.2; 20.28), julga (At 15.28), advoga (Jo 14.16; At 5.32), envia missionários (At 13.2-4), convida (Ap 22.17), intercede (Rm 8.26), impede (At 16.6, 7), se entristece (Ef 4.30) e contende (Gn 6.3).

O Espírito é do Pai (1 Co 2.12; 3.16) e do Filho (At 16.7; Gl 4.6).

Filioque é um termo latino que significa literalmente “e do filho”, usado em teologia para indicar a dupla processão do Espírito Santo, do Pai e do Filho (Jo 15.26; 20.22). A divindade possui uma só essência ou substância indivisível, e Pai, Filho e Espírito Santo são três hipóstases, ou seja, “forma de existir”. Usa-se comumente na teologia o termo “Pessoa” por falta de uma palavra mais precisa na linguagem humana para descrever cada uma dessas identidades conscientes. Quando se fala a respeito do Espírito Santo como terceira Pessoa da Trindade, isso não significa terceiro numa hierarquia, mas porque aparece em terceiro lugar na fórmula batismal: “batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). As três hipóstases ou Pessoas são iguais em poder, glória e majestade, e não há entre elas primeiro e último.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O divino Consolador tem pleno poder sobre todas as coisas. Ele tem poder próprio. É dEle que flui a vida, em suas dimensões e sentidos bem como o poder de Deus (Sl 104.30; Ef 3.16). Isso é uma evidência da deidade do Espírito Santo. Ele tem autoridade e poder inerentes, como vemos em toda a Bíblia, máxime em o Novo Testamento.
Em 1 Coríntios 2.4, na única referência (no original) em que aparece o termo traduzido por ‘demonstração do Espírito Santo’, designa-se literalmente uma demonstração operacional, prática e imediata na mente e na vida dos ouvintes do evangelho de Cristo. E isso ocorre pela poderosa ação persuasiva e convincente do Espírito, cujo efeitos transformadores foram visíveis e incontestáveis na vida dos ouvintes de então, confirmando o evangelho pregado pelo apóstolo Paulo (1Co 2.4,5)” (GILBERTO, Antonio. Teologia Sistemática Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, p.175).

HISTÓRIA DA DOUTRINA PNEUMATOLÓGICA

Período Pré-niceno
O capítulo 3, sobre a Santíssima Trindade, explica por que o tema pneumatológico foi deixado de lado antes do Concílio de Niceia. A discussão era centrada em Jesus e a sua identidade, e a doutrina sobre o Espírito Santo raramente entrava nos debates. São escassas as informações a respeito da identidade e das obras do Espírito Santo nos primeiros pais da Igreja.

As discussões no final do segundo século e no século seguinte giravam em torno da identidade do Logos, e isso envolvia o Espírito Santo como a terceira Pessoa da Trindade. O tema dos grupos adocionistas e modalistas era sobre Deus e o monoteísmo, e nesses debates o Espírito Santo estava presente, mas sem aprofundamento acerca de sua natureza. A cristologia ocupou praticamente os debates dos séculos 3 e 4 e quase não sobrou espaço para a pneumatologia. Não houve discussão a respeito do Espírito Santo em Niceia.

Orígenes, como visto no capítulo anterior, defendia uma Trindade influenciada pelo neoplatonismo: “O Filho é coeterno com o Pai, mas seu poder de ser é pouco inferior ao do Pai. É a mais alta das realidades geradas, mas menor do que o Pai. O mesmo se diz do Espírito Santo que age nas almas dos santos” (TILLICH, 2004, pp. 76, 77). No seu comentário sobre o evangelho de João 1.3, ele afirma que o Espírito Santo é criatura do Logos. Não há muita coisa sobre o Espírito Santo nos séculos 2 e 3, e de tudo o que existe, há problemas e, em Orígenes em especial, mais erros do que acertos.

Depois de Niceia
As controvérsias arianas continuaram. Ário negava a eternidade do Logos, defendia sua existência antes da encarnação, como as atuais testemunhas de Jeová, mas negava que ele fosse eterno com o Pai, insistia na tese de que o Verbo havia sido criado como primeira criatura de Deus. A palavra de ordem dos arianistas era: “Houve tempo em que o Filho não existia”. Ário considerava também o Espírito Santo como criatura, embora esse tema estivesse fora das discussões na época e o os debates se concentrassem no Filho. Alexandre, bispo de Alexandria, se limitava a manter a antiga afirmação de que o Espírito Santo inspirou os profetas e apóstolos. Eusébio de Cesareia emprega a exegese de Orígenes, colocando o Espírito Santo em terceira categoria, como “um terceiro poder” e como uma das coisas que vieram à existência por meio do Verbo, na interpretação origeneana sobre João 1.3 (Preparatio Evangelica, 11.21).

Não existia consenso sobre o Espírito Santo no Oriente nas primeiras décadas depois do Concílio de Niceia. Havia diversas interpretações. Uns diziam que as Escrituras Sagradas eram vagas sobre o assunto e por isso preferiam não se pronunciar; outros achavam que Ele era criatura; outros diziam que era um anjo; e outros, que era um espírito intercessor entre o Senhor Jesus e os anjos. Havia até triteístas entre eles.

Cirilo de Jerusalém apresenta alguns lampejos em favor da ortodoxia. Ele escreveu no ano 348 o seguinte: “O Espírito Santo é um e o mesmo; vivente e subsistente e que sempre está presente com o Pai e o Filho” (Catequese XVII.5). Cirilo diz ainda que o “Espírito Santo que é honrado com o Pai e o Filho e que no momento do santo batismo é simultaneamente incluído na Trindade Santa” (Catequese XVI.4).

Na carta enviada a Serapião, bispo de Tmuis, cidade do Baixo Egito, Atanásio expõe o seu pensamento a respeito do Espírito Santo, afirmando que Ele partilha da mesma substância do Pai e do Filho: “O Espírito Santo é um, as criaturas são muitas e os anjos muitos. Que semelhança há entre o Espírito e as criaturas? Está claro, portanto, que o Espírito não é uma das muitas criaturas, nem tão pouco é um anjo. Mas porque ele é um, e ainda mais por que ele pertence ao Verbo que é um, ele pertence a Deus que é um, e um consubstancial com ele [homooúsion]” (Carta a Serapião I.27.3).

Aqui Atanásio está dando uma resposta aos tropicianos. Ele refuta os arianos, os tropicianos e os pneumatomacianos. É claro e direto ao afirmar que o Espírito Santo é consubstancial com o Pai e com o Filho. “Em 362, entretanto, por ocasião do Concílio de Alexandria, Atanásio conseguiu aceitação para a proposição de que o Espírito não é uma criatura, mas pertence à substância do Pai e do Filho, sendo inseparável dela” (KELLY, 2009, p. 195).

Os pais capadócios
Basílio de Cesareia, nos primeiros anos de sua pesquisa, era amigo e aliado de Eustáquio de Sebaste, líder dos pneumatomacianos. Contudo, depois de um exame mais preciso sobre o assunto, ele se encontrou com Eustáquio em Sebaste no ano de 372 e depois voltou a se encontrar com ele no ano seguinte, mas Eustáquio não concordou com a ideia de Basílio. Essa ruptura aconteceu em 373. Basílio a essa altura defendia a ortodoxia nicena e passou a combater os pneumatomacianos. Ele emprega cerca de 460 passagens bíblicas, sem contar as repetições, em seus escritos. O seu epistolário conta com 366 epístolas. Quem examinou todos os seus escritos afirma que “em lugar algum o Espírito Santo é chamado Deus, nem Sua consubstancialidade é afirmada explicitamente” (KELLY, 2009, pp. 196, 197). Mas, segundo Timothy P. McConnell, em sua obra Illumination in Basil of Caesarea’s Doctrines of the Holy Spirit (2004), Basílio dispensa a filosofia e evita termos filosóficos na teologia, preferindo a linguagem próxima da Bíblia. Basílio defende a divindade do Espírito Santo sem o uso desses termos: “Glorificamos o Espírito com o Pai e o Filho porque cremos que Ele não é estranho à natureza divina” (Epístola 159.2); “Quanto às criaturas, recebem de outrem a santificação, mas para o Espírito a santidade é integrante de sua natureza. Por conseguinte, ele não é santificado, mas santificador... são comuns os nomes dados ao Pai, e ao Filho e ao Espírito, que recebe tais denominações em vista da intimidade entre eles, por natureza” (Tratado sobre o Espírito Santo, 19.48).

O pensamento de Basílio se resume em três pontos: “a) o testemunho das Escrituras acerca da grandeza e da dignidade do Espírito, e do poder e da imensidão de Sua operação; b) sua associação com o Pai e com o Filho em tudo o que Eles realizam, especialmente na obra de santificação e glorificação; c) seu relacionamento pessoal tanto com o Pai quanto com o Filho” (KELLY, 2009, p. 197). A obra Tratado sobre o Espírito Santo foi o último dos seus escritos e apresenta os desenvolvimentos doutrinários mais avançados que abriram o caminho para as definições do Concílio de Constantinopla em 381.

Gregório de Nissa escreveu Sobre a Trindade, continuação da obra Contra Eunômio, da autoria de seu irmão, e Sobre não três Deuses, refutação ao heresiarca Ablábio, que defendia o triteísmo considerando o Pai, o Filho e o Espírito Santo como três Deuses. Ele defendia a unicidade de natureza partilhada pelas três Pessoas da Trindade e usava Salmos 33.6 com um dos fundamentos bíblicos: “Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus; e todo o exército deles, pelo espírito da sua boca”.

Gregório de Nazianzo combateu os mesmos opositores de seus companheiros Basílio de Cesareia e Gregório de Nissa: Eunômio e os pneumatomacianos. Ele escreveu com elegância e clareza sobre a Trindade e, especialmente, sobre o Espírito Santo por meio de epístolas, poemas e sermões, sendo as Orações ou Discursos Teológicos cincos sermões, numerados de 27 a 31. Ele foi o mais ousado dos três capadócios. Diz abertamente em alto e bom som que o Espírito Santo é Deus e consubstancial: “Então o quê? O Espírito é Deus? Sim, de fato é Deus. Então ele é consubstancial? Sim, é verdade, pois ele é Deus” (Discurso 31.10). Ele afirma no quinto Discurso Teológico: “Se houve tempo em que Deus não existia, então houve um tempo em que o Filho não existia. Se houve um tempo no qual o Filho não existia, então houve um tempo no qual o Espírito não existia. Se um existiu desde o começo, logo os três também existiram” (Discurso 31.4).

Foram os pais capadócios que definiram de uma vez para sempre a doutrina da Trindade aceita e ensinada pelos principais ramos do cristianismo. Eles completaram a tarefa de Atanásio. A partir deles, ficou esclarecida a verdadeira identidade do Espírito Santo; no entanto, a processão ainda está em aberto. Em Gregório de Nazianzo encontra-se sua extraordinária contribuição para a vitória final da fé nicena. Ele organizou os dados da revelação divina, registrados nas Escrituras, e afirmou categoricamente que o Espírito Santo é Deus. O Concílio de Constantinopla, 381, descreveu o Espírito como Deus e como “o Senhor e provedor da vida, que procede do Pai e é adorado e glorificado com o Pai e com o Filho”.

Está claro nas Escrituras que ele é o Senhor e provedor da vida: “O Senhor é o Espírito” (2 Co 3.17); “Porque a lei do Espírito de vida” (Rm 8.2); “O Espírito é o que vivifica” (Jo 6.63); “e o Espírito vivifica” (2 Co 3.6); que ele procede do Pai (Jo 15.26); “o Espírito que provém de Deus” (1 Co 2.12); e que falou pelos profetas (2 Pe 1.21).

O que parece crucial nessa declaração é o fato de o Espírito Santo ser adorado com o Pai e com o Filho. A frase “adorado e glorificado com o Pai e com o Filho” vem de Atanásio ao afirmar que o Espírito Santo: “está unido ao Filho, como está unido ao Pai, ele que é glorificado com o Pai e o Filho é chamado Deus com o Verbo, e realizando o que o Pai faz mediante o Filho” (Carta a Serapião I.25.2). E Basílio de Cesareia diz: “... e constrói as igrejas que confessam a sã doutrina em que o Filho é reconhecido ser da mesma substância do Pai, e o Espírito Santo é considerado e adorado com a mesma igualdade de honra” (Epístola, 90.2). Há uma única passagem nas Escrituras que fala diretamente sobre a adoração do Espírito Santo: “Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne” (Fp 3.3). O verbo “servir” aqui é latreuo, e em o sentido de prestar, culto, adorar, serviço sagrado. A construção grega aqui ficou ambígua e Agostinho de Hipona afirma que as gerações de cristãos antes dele adoravam o Espírito Santo com base nessa passagem paulina:

O Espírito Santo não é criatura. Ele, ao qual todos os santos prestam culto, no dizer do apóstolo: Os verdadeiros circuncidados somos nós, que servimos ao Espírito de Deus (Fl 3,3). E em grego estão designados pelo termolatreuontes. Em muitos exemplares de mesmo nos latinos assim se lê: Que servimos ao Espírito de Deus; assim se encontra também na maioria ou quase em todos os códices gregos. Em algumas cópias latinas, porém, o texto não é: Servimos ao Espírito de Deus, mas: Servimos a Deus, no Espírito (A Trindade, Livro I, 13).

A cláusula grega para “somos nós, que servimos a Deus no Espírito”, em grego, hoi pneumati theou latreuontes, é ambígua porque a terminação –ti, no substantivo pneuma, “espírito”, significa tanto “no Espírito” como também “ao Espírito”, ou ainda “pelo Espírito” e também “com o Espírito”. A ausência de uma preposição em pneumati deixa o assunto em aberto naquilo que a gramática grega chama de caso dativo, caso locativo ou caso instrumental. Se é dativo, a frase significa “nós que adoramos/servimos/prestamos culto ao Espírito de Deus”. A. T. Robertson reconhece essa possibilidade: “Caso instrumental, ainda o caso dativo como o objeto de latreuō também tem bom sentido (adorando ao Espírito de Deus)” (ROBERTSON, tomo 4, 1989, p. 600).

Há absoluta igualdade dentro da Trindade e nenhuma das três Pessoas está sujeita à outra, como se houvesse uma hierarquia divina. Existe, sim, uma distinção de serviço, e o Espírito Santo representa os interesses do Pai e do Filho na vida da Igreja na terra (Jo 16.13, 14). O Espírito Santo dá prosseguimento ao plano de salvação idealizado pelo Deus Pai e executado pelo Deus Filho. As três Pessoas estão presentes, atuando cada uma na sua esfera de atuação, em perfeita harmonia e perfeita unidade.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
O Espírito Santo é Deus
O Espírito Santo não é simplesmente uma influência benéfica ou um poder impessoal. É uma pessoa, assim como Deus e Jesus o são.

O Espírito Santo é chamado Deus e Senhor — (At 5.3,4; 2Co 3.18).
Quando Isaías viu a glória de Deus escreveu: ‘Ouvi a voz do Senhor, ... vai e diz a este povo’ (Is 6.8,9). O apóstolo Paulo citou essa mesma palavra e disse: ‘Bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías dizendo: Vai a este povo’ (cf. At 28.25,26). Com isso, Paulo identificou o Espírito Santo com Deus” (BERGSTÉN, Eurico. Introdução à Teologia Sistemática. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1999, p.97).

“É difícil sugerir que um dos títulos ou propósitos do Espírito Santo seja mais importante que outro. Tudo o que o Espírito Santo faz é vital para o Reino de Deus. Há, no entanto, um propósito, uma função essencial do Espírito Santo, sem a qual tudo que se tem dito a respeito dEle até agora não passa de palavras vazias: o Espírito Santo é o penhor que garante a nossa futura herança em Cristo: ‘Em quem [Cristo] também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o senhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória’ (Ef 1.13,14)” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.401).


CONCLUSÃO

A frase que se refere ao Espírito Santo como “terceira Pessoa da Trindade” se deve ao fato de seu nome aparecer depois do Pai e do Filho na fórmula batismal. Não se trata, pois, de hierarquia intratrinitariana, porque o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um só Deus que subsiste em três Pessoas distintas.


Fonte: Lições Bíblicas CPAD Adultos - 3º Trimestre de 2017 - Título: A razão da nossa fé — Assim cremos, assim vivemos - Livro de Apoio - Comentarista: Esequias Soares
Revista Adultos 3º Trim.2017 - A razão da nossa fé — Assim cremos, assim vivemos - Comentarista: Esequias Soares
Aqui eu Aprendi!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...