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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Psicólogos poderão falar sobre orientação sexual

Psicólogos poderão falar sobre orientação sexual e atender homossexuais com mais liberdade

Novo projeto PDC 539/16 que visa suspender a Resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia, pretende dar mais liberdade para que Psicólogos atendam homossexuais e possam falar publicamente sobre a orientação sexual, sem receio de serem punidos

Um novo projeto de lei criado pelo Deputado Pastor Eurico (PHS-PE) visa suspender a resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que trata como Psicólogos devem se portar sobre orientação sexual e homossexualidade. A intenção do projeto é permitir que esses profissionais tenham mais liberdade em poder lidar com pacientes/clientes homossexuais, mas principalmente em poder se manifestar publicamente sobre a orientação sexual.

Recentemente, o projeto N. 234/11 de autoria do Dep. João Campos, que visava anular o parágrafo único do artigo 3º e o artigo 4º também da Resolução N. 001/99, foi apelidado erroneamente pela mídia e por ativistas LGBTs de “cura gay”, mesmo sem fazer qualquer referência a terapias de reversão da homossexualidade, mas tão somente defender os “direitos e deveres” do Psicólogo conforme a Constituição brasileira.

Com base nisso, o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 539/16, por sua vez, do Deputado Eurico, faz questão de deixar claro em seu texto original que também não propõe a “cura gay“, mas sim a defesa do Congresso Nacional, e apenas ele, em poder legislar sobre “direitos e deveres” dos cidadãos, no caso em questão, os Psicólogos. Com trechos em caixa alta, diz o texto:

“ESTE PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO NÃO TRATA DE “CURA GAY” ou qualquer outro tipo de cura, mas simplesmente estabelecer a competência do Congresso Nacional em legislar sobre temas que retiram o direito do profissional de exercer a sua função, com efeito, afastando qualquer tipo de discriminação.”

Direitos e deveres do Psicólogo são competências do Congresso e não dos Conselhos de Psicologia

O (PDC) 539/16 se baseia na afirmação de que os Conselhos de Psicologia não podem criar resoluções que tratam dos “direitos e deveres” dos Psicólogos, como a Resolução 01/99, pois isso invade a competência do Congresso Nacional, ao interferir no Princípio da Separação dos Poderes, o Princípio da Legalidade e o Princípio da Liberdade de Expressão, baseado no art. 5º, inciso II da Constituição, art. 37, caput e art. 2º, caput, sobre o abuso de poderes.

Na prática, isto significa que os Conselhos de Psicologia, por serem entidades representativas (autarquias), tem o poder de regular e fiscalizar apenas o exercício da atividade profissional, mas não os “direitos e deveres” do Psicólogo como um cidadão na sociedade, por exemplo, podendo fazer palestras, pesquisa científica, publicações, conceder entrevistas, seminários, aulas, etc., sobre temas que envolvem a orientação sexual, de modo que sua concepção científica, filosófica ou até mesmo religiosa sobre a “homossexualidade” não seja cerceada pelos Conselhos e o profissional punido.

“Se quiserem restringir direitos e deveres de profissionais da psicologia, que o Conselho Federal de Psicologia mande sua proposta para este Parlamento, a fim de debatermos sobre a vedação ou não de determinadas condutas da profissão.”, diz o projeto.

Embasamento jurídico contra a Resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia

O embasamento jurídico do PDC 539/16 é bastante objetivo. Resumidamente, ao citar o artigo 5º, IX, da CF, argumenta que “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. Trata-se, portanto, de uma liberdade garantida pela Constituição Federal que a Resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia parece violar, como vemos nos trechos a seguir:

“Art. 3º – Os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas.

Parágrafo único – Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.

Art. 4º – Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes…”

O problema do art. 3º  e 4º está na sua margem de interpretação, que devido a subjetividade, permite que “qualquer ação”, bem como “pronunciamentos públicos”, sejam interpretados pelos julgadores dos Conselhos de Psicologia como, de fato, tudo o que diz respeito a vida do Psicólogo, e não apenas ao exercício da profissão, mas também em sua atividade “intelectual, artística, científica e de comunicação”, garantidas pelo art. 5º da CF.

Na prática, por exemplo, se um Psicólogo publicar um artigo, livro, ou der palestras, aulas ou entrevistas, citando pesquisas científicas ou mesmo suas próprias pesquisas, onde afirma que o desenvolvimento da identidade de gênero homossexual, em muitos casos, tem relação com o abuso sexual sofrido na infância, ele poderá ser punido, uma vez que tal “ação” e/ou “pronunciamento” podem ser considerados um incentivo a “patologização” ou “preconceitos sociais”. Dessa forma, segundo o PDC 539/16, fica evidente que a liberdade intelectual e científica do profissional de Psicologia está sendo seriamente limitada no Brasil.

Da mesma forma ocorre no parágrafo único do Art. 3º da Resolução 01/99, ao dizer que tais profissionais “não colaborarão com eventos e serviços” que proponham “tratamento e cura” da homossexualidade. Nesse caso, uma vez que a homossexualidade não é considerada uma doença a ser “curada”, o que pode estar em jogo é a liberdade religiosa dos Psicólogos, pois no âmbito da fé cristã, por exemplo, tal comportamento é considerado um pecado contra Deus.

Portanto, se um Psicólogo, como membro de uma igreja, participar de “eventos e serviços”, como discipulados, grupos de orações, estudos bíblicos, congressos, aconselhamento, etc., para lidar com homossexuais em sofrimento espiritual que desejam mudar o comportamento, esse profissional também poderá ser punido sob acusação de “colaborar” com algo que visa “tratar” a homossexualidade, mesmo que sua abordagem não seja através da Psicologia, e sim da religião, e mesmo que não atue como Psicólogo, mas sim como um líder religioso, por exemplo.

Tramitação do PDC 539/16 e os reflexos na atuação dos Psicólogos após suspensão da Resolução 01/99

O projeto vai para análise das comissões de Direitos Humanos e Minorias, Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça e de Cidadania, para só então ser votado no Plenário da Câmara dos Deputados.

Se aprovado, os Psicólogos em geral, em especial profissionais como a Psicóloga Cristã Marisa Lobo (foto), que lida publicamente através de livros, palestras e entrevistas, sobre o tema da homossexualidade e da ideologia de gênero, poderão se manifestar com maior liberdade, sem o receio da punição por apresentarem outras perspectivas de compreensão acerca desses temas, tanto no âmbito científico, enquanto Psicólogos, como no religioso, politico, sociológico ou filosófico, enquanto cidadãos.

O texto do projeto, porém, deixa claro que a liberdade de expressão dos Psicólogos, assim como de todos os cidadãos, está submetida à Constituição Federal, não sendo motivo para qualquer tipo de discriminação; “se tal manifestação atingir a dignidade da pessoa humana, o sujeito pode ser responsabilizado civilmente e criminalmente.”, acrescentando que:

“…existe proteção legal do Estado caso o sujeito ultrapasse os seus limites de manifestação, não podendo o seu agente usurpar desse direito para discriminar pessoas, pois se o fizer, certamente, o direito civil e criminal lhe alcançarão, conforme bem analisado pelo STF: ‘As liberdades públicas não são incondicionais, por isso devem ser exercidas de maneira harmônica, observados os limites definidos na própria CF (CF, art. 5º, § 2º, primeira parte)'”.

O texto também destaca que a suspensão da Resolução 01/99 visa dar maior liberdade para que pessoas “egodistônicas” procurem ajuda psicológica, sem que os profissionais se sintam intimidados ao lidar com essa demanda, uma vez que diz respeito a uma possível mudança de orientação sexual:

“Uma sexualidade egodistônica [quando o indivíduo sabe qual é a sua orientação sexual, como a homossexual, por exemplo, mas não se sente bem com ela e sofre por conta disso] pode causar sofrimento psíquico, sendo esta a queixa de diversas pessoas que buscam atendimento psicológico”, disse o Deputado Eurico.

Defesa da Resolução 01/99 que trata da orientação sexual e atuação dos Psicólogos

O Conselho Regional de Psicologia do Paraná publicou uma nota comentando a nova proposta para suspender a Resolução 01/99. Em sua página oficial, após fazer uma rápida reportagem da notícia, diz um trecho da nota:

“A homossexualidade não é considerada uma doença e, portanto, não devem ser oferecidos tratamentos ou outras ações que estigmatizem e induzam ao preconceito. […]

O CRP-PR é contra atitudes conservadoras e de fundamentalismo religioso, com propostas restritivas de aprisionamento de subjetividades pela lógica da culpabilização, da negação e do combate a questões como gênero e sexualidade. Tais discursos negam as subjetividades e impedem a construção de uma relação harmoniosa com aspectos positivos da religiosidade, espiritualidade e fé.”

Percebe-se que a nota sugere, de forma implícita, que o PDC 539/16 é fruto de “atitudes conservadoras e de fundamentalismo religioso”, deixando claro, ao que parece, a tentativa de atribuir a iniciativa religiosa a criação do projeto que visa suspender a resolução 01/99.

Além disso, a nota deixa transparecer uma concepção de viés ideológico, e não científico, ao afirmar que a “lógica da culpabilização” seria responsável pela condição de sofrimento psicológico de pessoas, que, por ventura, sendo homossexuais, queiram mudar de orientação sexual devido a pressão social.

No entanto, esse é um argumento que se aplicado a toda condição de sofrimento psicológico, seria impossível discernir o que é culpa dos estigmas sociais, do que é o fruto genuíno de um sofrimento individual, pois iria requerer um pré-julgamento constante por parte do terapeuta acerca da demanda do seu paciente/cliente, o que coloca em chegue uma das máximas da sua profissão, que é a aceitação incondicional destituída de visões preconcebidas.

Sem qualquer menção ao caráter objetivo e mérito jurídico do PDC 539/16, que alega haver uma violação ao artigo 5º, II, da CF, ao garantir que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” [constitucional], a nota enfatiza o que seriam “aprisionamento de subjetividades”, deixando parecer, também, o caráter subjetivo e evasivo da própria nota, que finaliza:

“A aprovação do projeto citado representaria um retrocesso na luta pelos direitos de cada um e também uma deterioração na qualidade do serviço psicológico prestado à população.”

Por fim, ao que parece, além de não tratar o aspecto objetivo do PDC 539/16, que diz respeito a violação da competência entre os poderes em estabelecer “direitos e deveres” para os cidadãos, como a liberdade de manifestação e produção intelectual, científica, incluindo a dos Psicólogos, a nota chama de “retrocesso” e “deterioração” o que, na prática, pode significar um avanço na promoção da liberdade individual não apenas dos Psicólogos, como das pessoas que desejam buscar ajuda profissional para lidar com suas demandas.

Para ler o texto completo do PDC 539/16, clique aqui.

Por Will R. Filho

...Quem confia em Deus jamais perde a batalha
Sua fé não falha, Deus nos faz vencer
Tormenta vira brisa, noite vira dia
Deus tem poder
O inimigo atenta mas tá derrotado
O crente em Jesus, no sangue é lavado
Deus é poderoso e não vai deixar
O crente perder... (trecho louvor Cassiane - Deus tem Poder)

Oremos! Jejuemos! Ajudemos aos nossos irmãos que lutam pela Defesa da Família.

"Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus. Uns encurvam-se e caem, mas nós nos levantamos e estamos de pé." Salmos 20:7,8

Aqui eu Aprendi!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Empurre a Pedra!

"Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares." Josué 1:9

Medite comigo!

Deus lhe dá uma ordem, então ficamos tentando decifrar o que claramente nos foi ordenado pelo Senhor, quando na verdade o que simplesmente deveríamos fazer é OBEDECER.

Reflexão

"O Desanimo"

Deus virou para um homem que estava muito desanimado e disse-lhe:

“Meu filho, tenho uma missão para você. Sabe aquela pedra enorme que está perto da sua casa? Quero que a empurre sem parar, faça chuva ou faça sol não pare de empurrá-la, empurre-a com toda tua força e toda a tua vontade."

E o homem respondeu: sim Senhor eu  farei o que me pede.

E mesmo sem entender, o homem resolveu obedecer.

Dia a dia ele pelejava empurrando a pedra com toda a sua força, mas ela não se mexia.

E cada noite, retornava para a sua casa aborrecido, sentido que seu esforço era em vão.

Percebendo o desânimo do homem, o inimigo decidiu entrar em cena. Tentando desanimá-lo para que desistisse da missão que Deus tinha confiado a Ele, disse:

“Você tem empurrado essa pedra por tanto tempo, e ela ainda não se moveu. Não acha melhor desistir? Deixe essa tarefa para outro.”

Esses pensamentos minavam o seu espírito e davam-lhe a impressão que era um fracassado. Pensando em desistir, elevou seus pensamentos em oração e disse:

- “Senhor, tenho trabalhado duro fazendo exatamente aquilo que o Senhor me mandou, entretanto, após todo esse tempo não consegui mover a pedra nem por um milímetro.
O que está errado? Porque tenho falhado?

O Senhor, em sua infinita misericórdia e conhecendo a aflição que tomava conta daquele coração, respondeu-lhe:

- “Meu filho, quando eu lhe disse que tinha uma missão para você, você aceitou, expliquei-lhe que o seu trabalho seria empurrar a pedra todos os dias, e é o que você tem feito.

Eu nunca lhe ordenei que a movesse. Porque você pensa que falhou?

Olhe para os seus braços, suas mãos e pernas e veja como estão fortes e firmes. Todos esses atributos lhe fazem melhor do que antes, você está mais forte, observe que o seu chamado foi para empurrar a pedra exercitando sua força e confiança na minha Palavra. Você fez exatamente o que lhe pedi e quando chegar a hora, Eu mesmo moverei a pedra."

Texto adaptado (domínio público)
amplamente divulgado na internet 


Não desanime! Força! Continue a empurrar a pedra, no momento certo Deus fará o Milagre. O pedido é: Obedeça, Confie tenha Fé!

Em todos os momentos exercite a Fé que move montanhas, mas saibamos que continua sendo Deus quem as move.

Assim: Quando tudo lhe parecer errado, quando o trabalho te deixar pra baixo, quando as pessoas não agirem conforme você esperava, quando seu dinheiro ficar escasso, apenas empurre a pedra e confie no Senhor.

As adversidades vêm, mas a ordem é: Empurre a pedra! não saia da sua posição!

A Seu tempo, Deus revelará Seus propósitos em sua missão.

Continue, vai valer a pena!

Abraço fraterno
Pastor Ismael
Aqui eu Aprendi!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Fidelidade, Firmes na Fé

Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo” 2Tm 2.13

A lição nove aborda sobre a oposição entre fidelidade x idolatria e heresia. O tema é bem contemporâneo, pois nunca estivemos diante de tantas invencionices em nome da pessoa do Senhor Jesus. São doutrinas, estratégias evangelísticas e músicas que nada têm a ver com o Evangelho do nosso Salvador. Por isso, é importante compreendermos bem o primeiro termo de nossa lição: fidelidade.

O significado da palavra fidelidade, conforme se encontra na epístola de Paulo aos Gálatas, se refere a lealdade. Mas é importante ressaltar que, na epístola aos Gálatas, mais precisamente no capítulo quatro e no versículo seis, aparece uma queixa de Paulo pela falta de fidelidade dos gálatas em relação ao Evangelho. Lembre que o apóstolo iniciou a carta lamentando a atitude dos crentes da cidade de Gálatas: “Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo” (Gl 1.6,7). Logo, podemos afirmar que o apóstolo Paulo está recomendando fidelidade e lealdade dos gálatas a Deus e sua vontade. Ora, a vontade de Deus é revelada em sua Palavra. Esta nos dá o norte, a direção e a orientação para vivermos abundantemente na presença dEle.

A idolatria conforme está posta na carta aos Gálatas não se refere somente à adoração de imagens, mas a qualquer prática condenatória em relação aos ídolos. Um exemplo é o que está relacionado em 1 Coríntios 10.14-16 e Colossenses 3.5, onde o apóstolo recomenda a não participarmos de um banquete oferecido aos ídolos. Entretanto, a recomendação aos colossenses aprofunda mais ainda a questão, trazendo à tona a avareza, isto é, o apego ao dinheiro e às coisas materiais como idolatria. Isto vai à contramão da lealdade ao Senhor. Acompanhada da idolatria, vem a heresia. Heresia representa assumir um postulado de ensino totalmente oposto ao que você recebeu outrora, ou seja, o Evangelho de Jesus Cristo recebido pelo Espírito Santo, por intermédio da tradição dos santos apóstolos. Aqui, a nossa fidelidade e lealdade para com Deus, o nosso Pai, também são testadas.

Portanto, após expor o conceito desses três termos — Fidelidade, Idolatria e Heresia — faça uma reflexão com os alunos a respeito da fidelidade ao Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Encoraje-os a perseverarem no ensino do Evangelho! Boa aula! (Revista Ensinador Cristão nº 69)

A fidelidade, como fruto do Espírito, ajuda o crente a permanecer firme na fé em Cristo.

Pense nisso!
No início da conversão, muitos desenvolvem uma fé inabalável, revelando sua fidelidade ao Senhor. Mas com o passar dos anos, diante das muitas dificuldades, os crentes vão esmorecendo na fé e comprometendo a sua fidelidade para com o Senhor. Não podemos nos esquecer que precisamos permanecer fiéis até o fim (Ap 2.10). É preciso perseverar! Vivemos tempos difíceis e somente um coração fiel a Deus e a sua Palavra pode nos livrar das heresias e da apostasia.

Leitura Bíblica: Hebreus 10.35-39

Como novas criaturas, precisamos crer e confiar em Deus de todo o coração, pois a nossa fé vai nos ajudar a permanecer fiéis até o dia em que nos encontraremos com o Senhor. Aquele que realmente crê no Pai e no Filho não se deixa levar por qualquer sorte de doutrina, pois está sempre vigilante e atento à voz do Senhor.

"Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas"

I. O SIGNIFICADO DE FIDELIDADE

1. Definição.
Fidelidade, segundo o Dicionário Houaiss é a “característica do que é fiel, do que demonstra zelo, respeito por alguém ou algo, lealdade”. Logo, podemos afirmar que a fidelidade é a característica de quem é leal.

2. A fidelidade como fruto do Espírito.
Já vimos que a fidelidade é a característica de quem é leal, mas, como fruto do Espírito, tal virtude é desenvolvida em nós pela ação do Espírito Santo (Gl 5.22). À medida que confiamos em Deus e passamos a ter uma maior comunhão com Ele, mediante a leitura da Palavra, oração e jejum, desenvolvemos o fruto do Espírito.

3. A fidelidade de Deus.
Fidelidade é um dos atributos morais de Deus. Ele é fiel em sua natureza (2Ts 3.3). O Deus que é fiel, pela sua graça, nos salvou e nos deu uma nova vida a fim de que tenhamos comunhão com Ele e com o seu Filho (1Co 1.9). Como filhos de Deus e novas criaturas, precisamos ter para com Deus a mesma atitude de lealdade que Ele tem para conosco. A nossa fidelidade ao Senhor nos ajuda a resistir à idolatria e às heresias que tão de perto nos rodeiam. É importante ressaltar que idolatria não é somente adorar imagens de escultura, mas é tudo que toma o lugar de Deus em nossos corações, sejam pessoas, sejam objetos. Que Deus ocupe sempre o primeiro lugar em nossas vidas. Muitos infelizmente têm deixado que os bens materiais, os talentos e os cargos eclesiásticos ocupem o lugar em seus corações, lugar que deve ser somente do Pai (Dt 6.5). Que o Senhor nos livre de cometer tal loucura.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Fidelidade
Esta palavra é corretamente traduzida em Romanos 3.3 (fidelidade). Em Gálatas 5.22, a ARA corrige fé (ARC) por fidelidade.

pistis, primeiramente, ‘persuasão firme’, convicção fundamentada no ouvir (cognato de peitho, ‘persuadir’, sempre é usado no Novo Testamento acerca da ‘fé em Deus ou em Jesus, ou às coisas espirituais’. A palavra é usada com referência:
(a) à confiança (por exemplo, Rm 3.25);
(b) à fidedignidade, fidelidade, lealdade (por exemplo, Mt 23.23);
(c) por metonímia, ao que é criado, o conteúdo da crença, a fé (At 6.7);
(d) à base para a ‘fé’, a garantia, a certeza (At 17.31);
(e) a um penhor de fidelidade, fé empenhada (1Tm 5.12).

Os principais elementos da fé em sua relação com o Deus invisível, em distinção da fé no homem, são ressaltados sobretudo no uso deste substantivo e do verbo correspondente, pisteuo. Tais elementos são:
(1) uma firme convicção, produzindo um pleno reconhecimento da revelação ou verdade de Deus (por exemplo, 2Ts 2.11,12);
(2) uma entrega pessoal a Ele (Jo 1.12);
(3) uma conduta inspirada por tal entrega (2Co 5.7)”
(Dicionário Vine: O significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2002, p.648).

Heresia
“A palavra ‘heresiologia’ deriva-se do vocábulo grego hairesia, que significa opinião escolhida, seleção, preferência, e ‘logia’ — tratado ou estudo. Assim a palavra exprime: Estudo sobre a opinião escolhida, em oposição a uma disciplina aceita, acatada. É, pois, uma doutrina falsa. A Bíblia fala de heresia em 2 Pedro 2.1 e Judas 4, e afirma que é um fruto da carne (Gl 5.20)”. Para conhecer mais leia, Heresiologia, Coleção Ensino Teológico, CPAD, p.12.

II. IDOLATRIA E HERESIA: UM PERIGO À FIDELIDADE

1. O que é idolatria?
O vocábulo idolatria, no grego, é eidololatria e significa culto destinado a adoração de ídolos. A idolatria aparece na relação de obras da carne apresentada por Paulo aos Gálatas (Gl 5.20). Ela é proveniente da falta de conhecimento das Escrituras e de Deus, pois quem conhece a Bíblia sabe que tal prática é condenada pelo Senhor (Lv 26.1; 1Sm 12.21; Sl 115.4; At 15.20; 1Jo 5.21). Os israelitas, embora tivessem visto de perto a glória e o livramento de Deus, por diversas vezes se deixaram levar pela idolatria. Ainda na travessia do deserto, quando Moisés estava no monte Sinai para encontrar-se com o Senhor, o povo fez um bezerro de ouro e o adorou (Êx 32.1-18). Já no período monárquico, depois da morte de Salomão e a divisão do reino, todos os reis do Reino do Norte fizeram o que era mal aos olhos do Senhor, levando o povo à adoração de ídolos (1Rs 16.25,30; 22.52-54; 2Rs 3.3). Jeroboão fundou um sistema religioso idólatra, mandando fazer dois bezerros de ouro, institucionalizando a idolatria em Israel (1Rs 12.26-33).

2. A idolatria no Novo Testamento.
Na Roma antiga adorar aos imperadores era uma forma de lealdade e devoção. Por isso, os primeiros cristãos foram severamente perseguidos e mortos, pois eles não aceitavam que o homem ocupasse o lugar de Deus. Além dos imperadores, os romanos (e também os gregos) tinham uma variedade muito grande de ídolos. Na cidade de Listra, Paulo foi confundido com o deus Mercúrio, e Barnabé com o deus Júpiter (At 14.11-13). Passando por Atenas, Paulo encontra um altar onde estava escrito: “Ao Deus Desconhecido” (At 17.23). Contudo, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo, a idolatria é condenada (Êx 20.3; Lv 26.1; Cl 3.5; Ap 22.15). Não podemos jamais esquecer que tudo aquilo que usurpa o lugar de Deus, em nosso coração, é idolatria. Qualquer pessoa ou objeto a que nos dedicamos com extremada atenção, e que não podemos viver sem os quais, podem se tornar um ídolo. A idolatria é a quebra da nossa fidelidade ao verdadeiro Deus.

3. O que significa heresia?
No grego, esta palavra é hairesis e significa preferência, escolha. Segundo o Dicionário Teológico (CPAD) podemos definir heresia “como uma rejeição voluntária de um ou mais artigos da fé”. Precisamos ter cuidado, pois atualmente, muitos estão se utilizando de argumentos falsos para enganar e macular a Igreja do Senhor. Precisamos de homens como Paulo, que não usavam de engano nem fraudulência (2Ts 2.3). Contudo, também precisamos investir mais no ensino sistemático da Escrituras Sagradas, pois as heresias só podem ser rechaçadas pelo conhecimento bíblico (Mc 12.24). Estamos vivendo tempos difíceis, nos quais muitas igrejas já não conservam mais a sã doutrina, sendo os crentes enganados por filosofias humanas e ensinos de demônios contrários à Palavra de Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Idolatria
“Esta é uma transliteração da palavra gr. eidolatria, cujo significado entendemos ser ‘a adoração a ídolos; a adoração a imagens como divinas e sagradas’.

Como uma criatura ligada ao tempo e ao espaço, o homem tem estado especialmente inclinado a prestar adoração a algum tipo de símbolo visível de divindade. Ele aparece anelar por manifestações tangíveis da presença divina. Durante a história humana, esta atitude tomou várias formas e manifestações. Mesmo que o homem tenha abandonado a adoração ao verdadeiro Deus, ele não renunciou à religião, mas procurou substituir o verdadeiro Deus por um deus falso que tivesse de acordo com seu próprio gosto.

A proibição da idolatria é um dos poucos conceitos absolutos e imutáveis no sistema judaico de ética (juntamente com o incesto e o assassinato). A adoração sem a imagem de Jeová anunciava não meramente que Ele era maior do que a natureza, mas que também não era limitado por ela. No Antigo Testamento, há muitos termos hebraicos usados como escárnio à idolatria, indicando sua infância e obscenidade, bem como seu absoluto vazio.

Todas as camadas da lei judaica dão testemunho da oposição a se fazer um retrato de Deus. Os dois primeiros mandamentos proíbem a adoração de imagens, bem como a adoração a qualquer outro deus (cf. Êx 20). A idolatria era classificada como uma ofensa de estado e cheirava a traição, devendo ser punida com a morte (Dt 17.2-7)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.946).

III. SEJAMOS FIÉIS ATÉ O FIM

1. Olhando para o passado.
Para se conquistar um bom futuro é imprescindível ter estabelecido alicerces sólidos no passado. Por isso, o escritor aos Hebreus pede que os crentes deem uma olhadinha no passado. O propósito era que eles não se esquecessem das bênçãos que já haviam recebido da parte de Deus e dos muitos combates e aflições quais enfrentaram e saíram vitoriosos (Hb 10.32). O Senhor também cuidaria dos seus servos, dando-lhes novamente força e vigor para permanecerem fiéis até o fim. A fé que recebemos como fruto do Espírito nos ajuda a continuar firmes e fiéis a Cristo diante das circunstâncias contrárias.

2. A fé que nos ajuda a permanecermos fiéis.
Já fomos justificados perante Deus pela nossa fé em Jesus (Rm 3.21,22). Esta é a chamada fé salvífica que vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17). Mas, à medida que buscamos ter maior comunhão com Deus, desenvolvemos a fé como fruto do Espírito. Essa fé cresce em nós com o tempo e nos livra da idolatria, das heresias e da apostasia (2Co 10.15; 2Ts 1.3). A nossa confiança em Deus nos ajuda a permanecer fiéis em tudo até o dia em que iremos nos encontrar com o Senhor (Ap 2.10).

3. Seja fiel.
O Deus fiel e imutável a quem adoramos deseja nos ajudar a permanecer fiéis em toda a nossa maneira de viver, neste mundo tenebroso, mau e que jaz no maligno (1Jo 5.19). Se quisermos permanecer fiéis não podemos descuidar da nossa comunhão com o Senhor. Precisamos buscá-lo enquanto é tempo, enquanto podemos achá-lo (Is 55.6). Noé, durante um bom tempo, anunciou que o dilúvio viria. Mas aquela geração não deu crédito à pregação do servo do Senhor. O dia do juízo chegou e somente ele e sua família foram salvos da fúria das águas. Mesmo vivendo em uma sociedade corrompida pelo pecado, Noé permaneceu fiel ao Senhor e cumpriu a sua missão com zelo e temor até o fim dos seus dias.

A fidelidade, fruto do Espírito, nos ajuda a nos mantermos fiéis até o fim.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
A fidelidade como fruto do Espírito tem muito a ver com a moral e ética cristã. Esse fruto abençoado coloca o padrão cristão no nível de responsabilidade em palavras e ação. Houve um tempo em que a palavra de um homem tinha grande valor, e um aperto de mão era tão bom quanto um contrato assinado. Isto não parece ser verdade em nossos dias. Mas o homem que anda com Deus é diferente, porque nele está o fruto que é lealdade, honestidade e sinceridade. O Espírito Santo sempre concede poder para o cristão ser um homem de palavra.
A fidelidade como fruto do Espírito nos torna leais a Deus, leais a nossos companheiros, amigos, colegas de trabalho, empregados e empregadores. O homem leal apoiará o que é certo mesmo quando for mais fácil permanecer calado. Ele é leal quer esteja calado. Ele é leal quer esteja sendo observado, quer não. Este princípio é ilustrado em Mateus 25.14-30. Os servos que eram fiéis e fizeram como foram instruídos mesmo na ausência do senhor foram elogiados e recompensados. O servo infiel foi castigado” (GILBERTO, Antonio. O Fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida do crente. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004 p.112).


CONCLUSÃO
Que Deus nos ajude a permanecer fiéis até o fim (Ap 2.10). A infidelidade ao Senhor tem feito com que alguns ensinem heresias, levando muitos a apostatarem da fé. A fidelidade, como fruto do Espírito, nos ajuda a não abrir mão de nossas convicções cristãs. Que em nossa caminhada de fé possamos dizer como o apóstolo Paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2Tm 4.7).



Fonte:
Livro de Apoio 1º trim 2017 - As Obras da Carne e o Fruto do Espírito - CPAD - Osiel Gomes
Revista Bíblica As Obras da Carne e os Frutos do Espírito - Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente - 1º sem_2017 - CPAD - Comentarista Osiel Gomes
Bíblia Defesa da Fé
Bíblia de Estudo Pentecostal
Dicionário Wycliffe


Sugestão de leitura:
Aqui eu Aprendi!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

A Missão Ensinadora da Igreja

E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” 2Tm 2.2

[...] Ensinar não é uma tarefa fácil.

Ensinar exige:

• Pesquisa — De acordo com Paulo Freire, “não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino”. O professor deve ser um pesquisador. É por intermédio da pesquisa que o professor pode detectar e resolver os problemas em sala de aula.
O professor de Escola Dominical é, na verdade, um pesquisador. Sua fonte primária de pesquisa é a Bíblia, mas suas pesquisas devem ultrapassar as páginas do Livro Sagrado.

• Reflexão — O professor precisa adquirir o hábito da reflexão, a fim de que ensine os alunos a refletir sobre a fé e a prática cristã.

• Diálogo — O professor que não dialoga com os alunos em breve verá o esvaziamento de sua classe ou a apatia dos alunos. É preciso abrir espaço para que os alunos questionem, a fim de que encontrem as soluções.

• Reflexão crítica sobre a prática — É fácil avaliar os alunos e atribuir tão somente a eles a falta de atenção, a apatia e a evasão. Todavia, o professor precisa fazer constantemente uma autoanálise do seu trabalho.

• Pôr em prática o discurso — Quantos já não ouviram: “Faça o que digo e não o que eu faço”? Nossos alunos precisam pensar de acordo com a Palavra e agir de acordo com ela (Tg 1.22). Ensino e prática precisam ser coerentes.

• Querer bem o outro — Esta deve ser a nossa motivação: que o outro, o aluno, seja alcançado como um todo — corpo alma e espírito” (BUENO, Telma. Educação Cristã: Reflexões e Práticas. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.21).

O ensino da Palavra faz com que a Igreja cresça, se fortaleça e possa resistir aos ataques do mundo e de Satanás.

Estamos vivendo tempos trabalhosos, onde muitos crentes, por falta de conhecimento bíblico, estão sendo seduzidos pelas falsas doutrinas. Uma igreja sem ensino é uma igreja sem condições de cumprir com sua missão integral. O objetivo da doutrina cristã, do ensino, é tratar o homem como um todo, pois só a Palavra tem poder para transformar a alma e o espírito: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12). A igreja tem uma missão proclamadora, mas também uma responsabilidade com o ensino (Mt 28.19,20).

EDUCAÇÃO CRISTÃ É...

1. Vida (Dt 32.2).

2. Santificação (Jo 17.17).

3. Sólido mantimento (Hb 5.14).

4. Um escudo contra as sutilezas de Satanás (Mt 7.15).

5. Liberdade em Cristo Jesus.


Texto leitura bíblica: Marcos 16 15-20


INTRODUÇÃO

O ensino é um mandamento bíblico. Mais do que pregar, Jesus esmerou-se em ensinar, pois seu ministério era de anunciar o Evangelho e as verdades do Reino de Deus. Ele levou tão a sério o ensino que deixou como orientação para a Igreja o ensino e a evangelização (Mt 28.19,20).

Nesta lição, veremos a importância do ensino bíblico e o seu alcance dentro da igreja local. Estudaremos a respeito dos grupos que devemos alcançar para que cumpramos a nossa vocação de agência de ensino do Reino de Deus.


I. O QUE É ENSINAR

1. Definindo o termo.
Ensinar é o ato de doutrinar, transmitir conhecimento a outra pessoa, orientar, conduzir. O ensino cristão tem como objetivo a transformação espiritual e moral do ser humano, tornando-o uma pessoa melhor. No ensino bíblico o aluno não deve ser expectador da aula, apenas recebendo informações. Ele precisa interagir com o professor e com os outros alunos, pois assim todos aprendem uns com os outros, partilhando experiências e conhecimento.

2. A Igreja ensinando a verdade.
A igreja cumpre um papel fundamental na expansão do Reino de Deus por meio do ensino. Pessoas que são evangelizadas e aceitam a Cristo precisam ser edificadas e crescer espiritualmente por meio do ensino sistemático das Escrituras. Quem nasce de novo deve ser alimentado de forma constante, ou morrerá por inanição. Da mesma forma, o ensino bíblico deve ser encarado pela Igreja como uma tarefa essencial. E o que deve ser ensinado é a Palavra de Deus, pois ela é a verdade. Não devemos ocupar nossas classes de Escola Dominical e nossos cultos de doutrina, difundindo nas pessoas algo que não seja as Escrituras.

3. A importância do mestre na igreja local.
O professor é aquele que auxilia o pastor na área do ensino. Ele se dedica a edificar o povo de Deus por meio da explanação das Sagradas Escrituras e de sua aplicação na vida dos seus alunos, e esse trabalho deve ser feito com estudos constantes, pesquisa e domínio das técnicas de transmissão de conhecimento. Nem todos os mestres são grandes pregadores, pois pregar a Palavra de Deus é diferente de ensinar. Entretanto, por meio do trabalho do professor a igreja é edificada. A pregação da Palavra é de grande importância na congregação, mas o ensino também deve ser ministrado sistematicamente em nossas igrejas.

O professor deve ser uma pessoa que busca o conhecimento, e que deseja repassá-lo. Paulo ensinou a Timóteo, e este deveria repassar o ensino a homens fiéis, e esses, por sua vez, deveriam ensinar mais pessoas (2Tm 2.2).

A Igreja de Cristo tem a importante função de transmitir as verdades sagradas por meio do ensino bíblico sistemático e constante.



II. O ENSINO NA BÍBLIA

1. No Antigo Testamento.
Os hebreus não possuíam um sistema organizado de transmissão de ensino. Na verdade, esse sistema foi sendo desenvolvido com o passar do tempo, e as primeiras lições eram geralmente ministradas no lar. A mãe se encarregava de ensinar às filhas os afazeres domésticos, e o pai ensinava aos filhos uma profissão. O próprio Jesus era carpinteiro (Mt 13.55), profissão que aprendeu com seu pai, José.

Moisés, orientado por Deus, disse ao povo que procurasse ensinar os filhos sobre as tradições recebidas de seus pais, e que esses ensinos fossem repassados aos seus descendentes, principalmente as verdades sobre Deus, que os havia retirado do Egito.

2. No Novo Testamento.
Após o retorno do exílio, o povo teve de estudar a Lei de Deus novamente, e com o surgimento das sinagogas, o ensino da lei de Deus foi sistematizado e solidificado. Com o passar do tempo, os fariseus e escribas passaram a ensinar. O próprio Jesus aprendeu a Lei de Deus, e em seu ministério, ensinou com autoridade aos que o ouviam.

3. Jesus como mestre.
Jesus dedicou muito mais tempo para ensinar às pessoas do que necessariamente pregando. Ele ensinou com autoridade (Mt 7.29), e aproveitou cada ocasião para ministrar o ensino sobre o Reino de Deus, como quando falou com Zaqueu, a mulher samaritana e Nicodemos. Ele não apenas procurou ensinar seus ouvintes, mas ordenou que seus discípulos fizessem o mesmo (Mt 28.19,20). Ele tinha interesse por seus alunos, e era criativo (utilizou um barco como plataforma para ensinar, Lc 5). Jesus também conjugou a capacidade de ensino com a oração por seus discípulos, mostrando que ensinar é importante, mas orar pelos alunos é tão necessário quanto passar o conteúdo. Ele chegou a explicar mais de uma vez um assunto quando seus discípulos não entendiam (Mt 15.16).

Jesus dedicou muito do seu ministério a ensinar seus discípulos, para que eles pudessem dar prosseguimento ao ministério do ensino da Palavra junto à Igreja Primitiva.



III. ENSINO E TRANSFORMAÇÃO NA IGREJA

1. Crianças.
A Escola Dominical começou com algumas crianças inglesas. Se hoje temos Escolas Dominicais estruturadas nas igrejas evangélicas, devemos nos lembrar de que o trabalho pioneiro de Robert Raikes junto às crianças abriu o caminho para a Escola Dominical como a conhecemos hoje. Devemos priorizar o ensino cristão para as crianças, tendo em vista que Jesus deixou claro: “Não as impeçais de vir a mim” (Mt 19.14).

2. Jovens e adultos.
Os jovens e adultos, que em regra são a maior parte da igreja em nossos dias, devem ser igualmente ensinados. Você jovem, com certeza, se depara com novos desafios na trajetória de seus estudos e vida profissional diariamente, por isso, precisa ser instruído na Palavra para que vença os desafios. Parte dos adultos em nossas igrejas não teve uma educação cristã quando criança e jovem, o que demanda da igreja ensinar a essas pessoas, com toda a sua história de vida, como andar com Deus e seguir em uma nova forma de vida e de pensar.

3. Portadores de necessidades especiais.
Em nossos dias, há uma maior conscientização por parte da sociedade para a inclusão de pessoas com deficiência. Esse grupo deve ser alcançado igualmente pelo ensino das Sagradas Escrituras em nossas igrejas. Em alguns ambientes eclesiásticos, sem perceber, acabamos excluindo os deficientes de nossos cultos de ensino e da Escola Dominical por não termos professores treinados, ou por achar que Jesus vai operar um milagre na vida dessas pessoas. Como pentecostais cremos que Jesus cura a todos, mas enquanto essa cura não vem, devemos prover dentro da igreja, crentes capacitados a lidar com esse público-alvo, de tal forma que nenhuma pessoa seja deixada de fora do ensino e crescimento espiritual.



CONCLUSÃO
Ensinar é uma ordenança de Deus para a sua Igreja. E a Igreja deve cumprir com seu papel ensinador alcançando a todas as pessoas.


SUBSÍDIO
A abordagem das Escrituras como uma ‘sã doutrina’ e como um guia para a vida cristã
Nesta expressão, encontrada em 1 Timóteo 1.10 e 2 Timóteo 4.3, o adjetivo é bygiainouse, que significa ser ‘saudável’ ou ‘são’. A ideia é que o ensino cristão não é somente proveitoso e útil, mas também promove a saúde espiritual. Paulo observa que o objetivo em interromper os falsos ensinos é o de ensinar uma sã doutrina que produzirá um amor que vem ‘de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida’ (1Tm 1.5).

O que Paulo tem em mente é o fato de que o cristão não está procurando estar em conformidade com as Escrituras, como um padrão exterior, mas procura uma transformação através de uma experiência com as ‘palavras da fé’ (1Tm 4.6). Assim, quando lemos as Escrituras, nós procuramos descobrir realidades que podemos sentir com a ajuda de Deus. Dessa forma, Paulo lembra Timóteo a ‘ser o exemplo dos fiéis’ (4.12) e a ‘ter cuidado de si mesmo e da doutrina’ (1Tm 4.16).

É neste contexto que Paulo, em 2 Timóteo 3.10-4.5 fornece instrução específica, mostrando-nos como ler as Escrituras para evitar os erros dos mitologistas, legalistas, e daqueles que rejeitam completamente os ensinos das Escrituras.

Paulo escreve muito claramente a Timóteo: ‘Tu, porém, tens seguido minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, caridade, paciência’” (RICHARDS, Lawrence. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007, pp.479,480).



Sugestão de leitura:

Fonte:
Lições Bíblicas - 1º trim.2017 - A Igreja de Jesus Cristo - Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno - Comentarista: Alexandre Coelho - CPAD

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