“Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo” 2Tm 2.13
A lição nove aborda sobre a oposição entre
fidelidade x idolatria e heresia. O tema é bem contemporâneo, pois nunca
estivemos diante de tantas invencionices em nome da pessoa do Senhor Jesus. São
doutrinas, estratégias evangelísticas e músicas que nada têm a ver com o
Evangelho do nosso Salvador. Por isso, é importante compreendermos bem o
primeiro termo de nossa lição: fidelidade.
O significado da palavra fidelidade, conforme
se encontra na epístola de Paulo aos Gálatas, se refere a lealdade. Mas é
importante ressaltar que, na epístola aos Gálatas, mais precisamente no
capítulo quatro e no versículo seis, aparece uma queixa de Paulo pela falta de
fidelidade dos gálatas em relação ao Evangelho. Lembre que o apóstolo iniciou a
carta lamentando a atitude dos crentes da cidade de Gálatas: “Maravilho-me de
que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro
evangelho, o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem
transtornar o evangelho de Cristo” (Gl 1.6,7). Logo, podemos afirmar que o
apóstolo Paulo está recomendando fidelidade e lealdade dos gálatas a Deus e sua
vontade. Ora, a vontade de Deus é revelada em sua Palavra. Esta nos dá o norte,
a direção e a orientação para vivermos abundantemente na presença dEle.
A idolatria conforme está posta na carta aos
Gálatas não se refere somente à adoração de imagens, mas a qualquer prática
condenatória em relação aos ídolos. Um exemplo é o que está relacionado em 1
Coríntios 10.14-16 e Colossenses 3.5, onde o apóstolo recomenda a não
participarmos de um banquete oferecido aos ídolos. Entretanto, a recomendação
aos colossenses aprofunda mais ainda a questão, trazendo à tona a avareza, isto
é, o apego ao dinheiro e às coisas materiais como idolatria. Isto vai à
contramão da lealdade ao Senhor. Acompanhada da idolatria, vem a heresia.
Heresia representa assumir um postulado de ensino totalmente oposto ao que você
recebeu outrora, ou seja, o Evangelho de Jesus Cristo recebido pelo Espírito
Santo, por intermédio da tradição dos santos apóstolos. Aqui, a nossa
fidelidade e lealdade para com Deus, o nosso Pai, também são testadas.
Portanto, após expor o conceito desses três
termos — Fidelidade, Idolatria e Heresia — faça uma reflexão com os alunos a
respeito da fidelidade ao Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Encoraje-os a
perseverarem no ensino do Evangelho! Boa aula! (Revista Ensinador Cristão nº 69)
A fidelidade, como fruto do Espírito, ajuda o crente a permanecer firme na fé em Cristo.
Pense nisso!
No início da conversão, muitos desenvolvem
uma fé inabalável, revelando sua fidelidade ao Senhor. Mas com o passar dos
anos, diante das muitas dificuldades, os crentes vão esmorecendo na fé e
comprometendo a sua fidelidade para com o Senhor. Não podemos nos esquecer que
precisamos permanecer fiéis até o fim (Ap 2.10). É preciso perseverar! Vivemos
tempos difíceis e somente um coração fiel a Deus e a sua Palavra pode nos livrar
das heresias e da apostasia.
Leitura Bíblica: Hebreus 10.35-39
Como novas criaturas, precisamos crer e
confiar em Deus de todo o coração, pois a nossa fé vai nos ajudar a permanecer
fiéis até o dia em que nos encontraremos com o Senhor. Aquele que realmente crê
no Pai e no Filho não se deixa levar por qualquer sorte de doutrina, pois está
sempre vigilante e atento à voz do Senhor.
"Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas"
1. Definição.
Fidelidade, segundo o Dicionário Houaiss é
a “característica do que é fiel, do que demonstra zelo, respeito por alguém ou
algo, lealdade”. Logo, podemos afirmar que a fidelidade é a característica de
quem é leal.
2. A fidelidade como fruto do Espírito.
Já vimos que a fidelidade é a característica
de quem é leal, mas, como fruto do Espírito, tal virtude é desenvolvida em nós
pela ação do Espírito Santo (Gl 5.22). À medida que confiamos em Deus e
passamos a ter uma maior comunhão com Ele, mediante a leitura da Palavra,
oração e jejum, desenvolvemos o fruto do Espírito.
3. A fidelidade de Deus.
Fidelidade é um dos atributos morais de Deus.
Ele é fiel em sua natureza (2Ts 3.3). O Deus que é fiel, pela sua graça, nos
salvou e nos deu uma nova vida a fim de que tenhamos comunhão com Ele e com o
seu Filho (1Co 1.9). Como filhos de Deus e novas criaturas, precisamos ter para
com Deus a mesma atitude de lealdade que Ele tem para conosco. A nossa
fidelidade ao Senhor nos ajuda a resistir à idolatria e às heresias que tão de
perto nos rodeiam. É importante ressaltar que idolatria não é somente adorar imagens
de escultura, mas é tudo que toma o lugar de Deus em nossos corações, sejam
pessoas, sejam objetos. Que Deus ocupe sempre o primeiro lugar em nossas vidas.
Muitos infelizmente têm deixado que os bens materiais, os talentos e os cargos
eclesiásticos ocupem o lugar em seus corações, lugar que deve ser somente do
Pai (Dt 6.5). Que o Senhor nos livre de cometer tal loucura.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Esta palavra é corretamente traduzida em Romanos
3.3 (fidelidade). Em Gálatas 5.22, a ARA corrige fé (ARC) por
fidelidade.
Fé, pistis, primeiramente, ‘persuasão
firme’, convicção fundamentada no ouvir (cognato de peitho, ‘persuadir’,
sempre é usado no Novo Testamento acerca da ‘fé em Deus ou em Jesus, ou às
coisas espirituais’. A palavra é usada com referência:
(a) à confiança (por
exemplo, Rm 3.25);
(b) à fidedignidade, fidelidade, lealdade (por exemplo, Mt
23.23);
(c) por metonímia, ao que é criado, o conteúdo da crença, a fé (At
6.7);
(d) à base para a ‘fé’, a garantia, a certeza (At 17.31);
(e) a um penhor
de fidelidade, fé empenhada (1Tm 5.12).
Os principais elementos da fé em sua relação
com o Deus invisível, em distinção da fé no homem, são ressaltados sobretudo no
uso deste substantivo e do verbo correspondente, pisteuo. Tais elementos
são:
(1) uma firme convicção, produzindo um pleno reconhecimento da revelação
ou verdade de Deus (por exemplo, 2Ts 2.11,12);
(2) uma entrega pessoal a Ele
(Jo 1.12);
(3) uma conduta inspirada por tal entrega (2Co 5.7)”
(Dicionário
Vine: O significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e do
Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2002, p.648).
Heresia
“A palavra ‘heresiologia’ deriva-se do
vocábulo grego hairesia, que significa opinião escolhida, seleção,
preferência, e ‘logia’ — tratado ou estudo. Assim a palavra exprime: Estudo
sobre a opinião escolhida, em oposição a uma disciplina aceita, acatada. É,
pois, uma doutrina falsa. A Bíblia fala de heresia em 2 Pedro 2.1 e Judas 4, e
afirma que é um fruto da carne (Gl 5.20)”. Para conhecer mais leia, Heresiologia, Coleção
Ensino Teológico, CPAD, p.12.
1. O que é idolatria?
O vocábulo idolatria, no grego, é
eidololatria e significa culto destinado a adoração de ídolos. A idolatria
aparece na relação de obras da carne apresentada por Paulo aos Gálatas (Gl
5.20). Ela é proveniente da falta de conhecimento das Escrituras e de Deus,
pois quem conhece a Bíblia sabe que tal prática é condenada pelo Senhor (Lv
26.1; 1Sm 12.21; Sl 115.4; At 15.20; 1Jo 5.21). Os israelitas, embora tivessem
visto de perto a glória e o livramento de Deus, por diversas vezes se deixaram
levar pela idolatria. Ainda na travessia do deserto, quando Moisés estava no
monte Sinai para encontrar-se com o Senhor, o povo fez um bezerro de ouro e o
adorou (Êx 32.1-18). Já no período monárquico, depois da morte de Salomão e a
divisão do reino, todos os reis do Reino do Norte fizeram o que era mal aos
olhos do Senhor, levando o povo à adoração de ídolos (1Rs 16.25,30; 22.52-54;
2Rs 3.3). Jeroboão fundou um sistema religioso idólatra, mandando fazer dois
bezerros de ouro, institucionalizando a idolatria em Israel (1Rs 12.26-33).
2. A idolatria no Novo Testamento.
Na Roma antiga adorar aos imperadores era uma
forma de lealdade e devoção. Por isso, os primeiros cristãos foram severamente
perseguidos e mortos, pois eles não aceitavam que o homem ocupasse o lugar de
Deus. Além dos imperadores, os romanos (e também os gregos) tinham uma
variedade muito grande de ídolos. Na cidade de Listra, Paulo foi confundido com
o deus Mercúrio, e Barnabé com o deus Júpiter (At 14.11-13). Passando por
Atenas, Paulo encontra um altar onde estava escrito: “Ao Deus Desconhecido” (At
17.23). Contudo, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo, a idolatria é
condenada (Êx 20.3; Lv 26.1; Cl 3.5; Ap 22.15). Não podemos jamais esquecer que
tudo aquilo que usurpa o lugar de Deus, em nosso coração, é idolatria. Qualquer
pessoa ou objeto a que nos dedicamos com extremada atenção, e que não podemos
viver sem os quais, podem se tornar um ídolo. A idolatria é a quebra da nossa
fidelidade ao verdadeiro Deus.
3. O que significa heresia?
No grego, esta palavra é hairesis e
significa preferência, escolha. Segundo o Dicionário Teológico (CPAD)
podemos definir heresia “como uma rejeição voluntária de um ou mais artigos da
fé”. Precisamos ter cuidado, pois atualmente, muitos estão se utilizando de
argumentos falsos para enganar e macular a Igreja do Senhor. Precisamos de
homens como Paulo, que não usavam de engano nem fraudulência (2Ts 2.3).
Contudo, também precisamos investir mais no ensino sistemático da Escrituras
Sagradas, pois as heresias só podem ser rechaçadas pelo conhecimento bíblico
(Mc 12.24). Estamos vivendo tempos difíceis, nos quais muitas igrejas já não
conservam mais a sã doutrina, sendo os crentes enganados por filosofias humanas
e ensinos de demônios contrários à Palavra de Deus.
Idolatria
“Esta é uma transliteração da palavra gr. eidolatria,
cujo significado entendemos ser ‘a adoração a ídolos; a adoração a imagens como
divinas e sagradas’.
Como uma criatura ligada ao tempo e ao
espaço, o homem tem estado especialmente inclinado a prestar adoração a algum
tipo de símbolo visível de divindade. Ele aparece anelar por manifestações
tangíveis da presença divina. Durante a história humana, esta atitude tomou
várias formas e manifestações. Mesmo que o homem tenha abandonado a adoração ao
verdadeiro Deus, ele não renunciou à religião, mas procurou substituir o
verdadeiro Deus por um deus falso que tivesse de acordo com seu próprio gosto.
A proibição da idolatria é um dos poucos
conceitos absolutos e imutáveis no sistema judaico de ética (juntamente com o
incesto e o assassinato). A adoração sem a imagem de Jeová anunciava não
meramente que Ele era maior do que a natureza, mas que também não era limitado
por ela. No Antigo Testamento, há muitos termos hebraicos usados como escárnio
à idolatria, indicando sua infância e obscenidade, bem como seu absoluto vazio.
Todas as camadas da lei judaica dão
testemunho da oposição a se fazer um retrato de Deus. Os dois primeiros
mandamentos proíbem a adoração de imagens, bem como a adoração a qualquer outro
deus (cf. Êx 20). A idolatria era classificada como uma ofensa de estado e
cheirava a traição, devendo ser punida com a morte (Dt 17.2-7)” (Dicionário
Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.946).
1. Olhando para o passado.
Para se conquistar um bom futuro é
imprescindível ter estabelecido alicerces sólidos no passado. Por isso, o
escritor aos Hebreus pede que os crentes deem uma olhadinha no passado. O
propósito era que eles não se esquecessem das bênçãos que já haviam recebido da
parte de Deus e dos muitos combates e aflições quais enfrentaram e saíram
vitoriosos (Hb 10.32). O Senhor também cuidaria dos seus servos, dando-lhes
novamente força e vigor para permanecerem fiéis até o fim. A fé que recebemos
como fruto do Espírito nos ajuda a continuar firmes e fiéis a Cristo diante das
circunstâncias contrárias.
2. A fé que nos ajuda a permanecermos fiéis.
Já fomos justificados perante Deus pela nossa
fé em Jesus (Rm 3.21,22). Esta é a chamada fé salvífica que vem pelo ouvir a
Palavra de Deus (Rm 10.17). Mas, à medida que buscamos ter maior comunhão com
Deus, desenvolvemos a fé como fruto do Espírito. Essa fé cresce em nós com o
tempo e nos livra da idolatria, das heresias e da apostasia (2Co 10.15; 2Ts
1.3). A nossa confiança em Deus nos ajuda a permanecer fiéis em tudo até o dia
em que iremos nos encontrar com o Senhor (Ap 2.10).
3. Seja fiel.
O Deus fiel e imutável a quem adoramos deseja
nos ajudar a permanecer fiéis em toda a nossa maneira de viver, neste mundo
tenebroso, mau e que jaz no maligno (1Jo 5.19). Se quisermos permanecer fiéis
não podemos descuidar da nossa comunhão com o Senhor. Precisamos buscá-lo
enquanto é tempo, enquanto podemos achá-lo (Is 55.6). Noé, durante um bom
tempo, anunciou que o dilúvio viria. Mas aquela geração não deu crédito à
pregação do servo do Senhor. O dia do juízo chegou e somente ele e sua família
foram salvos da fúria das águas. Mesmo vivendo em uma sociedade corrompida pelo
pecado, Noé permaneceu fiel ao Senhor e cumpriu a sua missão com zelo e temor
até o fim dos seus dias.
A fidelidade, fruto do Espírito, nos ajuda a
nos mantermos fiéis até o fim.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A fidelidade como fruto do Espírito tem
muito a ver com a moral e ética cristã. Esse fruto abençoado coloca o padrão
cristão no nível de responsabilidade em palavras e ação. Houve um tempo em que
a palavra de um homem tinha grande valor, e um aperto de mão era tão bom quanto
um contrato assinado. Isto não parece ser verdade em nossos dias. Mas o homem
que anda com Deus é diferente, porque nele está o fruto que é lealdade,
honestidade e sinceridade. O Espírito Santo sempre concede poder para o cristão
ser um homem de palavra.
A fidelidade como fruto do Espírito nos torna
leais a Deus, leais a nossos companheiros, amigos, colegas de trabalho,
empregados e empregadores. O homem leal apoiará o que é certo mesmo quando for
mais fácil permanecer calado. Ele é leal quer esteja calado. Ele é leal quer
esteja sendo observado, quer não. Este princípio é ilustrado em Mateus
25.14-30. Os servos que eram fiéis e fizeram como foram instruídos mesmo na
ausência do senhor foram elogiados e recompensados. O servo infiel foi
castigado” (GILBERTO, Antonio. O Fruto do Espírito: A plenitude de
Cristo na vida do crente. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004 p.112).
CONCLUSÃO
Que Deus nos ajude a permanecer fiéis até o fim (Ap 2.10). A infidelidade ao Senhor tem feito com que alguns ensinem heresias, levando muitos a apostatarem da fé. A fidelidade, como fruto do Espírito, nos ajuda a não abrir mão de nossas convicções cristãs. Que em nossa caminhada de fé possamos dizer como o apóstolo Paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2Tm 4.7).
Que Deus nos ajude a permanecer fiéis até o fim (Ap 2.10). A infidelidade ao Senhor tem feito com que alguns ensinem heresias, levando muitos a apostatarem da fé. A fidelidade, como fruto do Espírito, nos ajuda a não abrir mão de nossas convicções cristãs. Que em nossa caminhada de fé possamos dizer como o apóstolo Paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2Tm 4.7).
Fonte:
Livro de Apoio 1º trim 2017 - As Obras da Carne e o Fruto do Espírito - CPAD - Osiel Gomes
Revista Bíblica As Obras da Carne e os Frutos do Espírito - Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente - 1º sem_2017 - CPAD - Comentarista Osiel Gomes
Bíblia Defesa da Fé
Bíblia de Estudo Pentecostal
Dicionário Wycliffe
Sugestão de leitura:
Aqui eu Aprendi!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O comentário será postado assim que o autor der a aprovação.
Respeitando a liberdade de expressão e a valorização de quem expressa o seu pensamento, todas as participações no espaço reservado aos comentários deverão conter a identificação do autor do comentário.
Não serão liberados comentários, mesmo identificados, que contenham palavrões, calunias, digitações ofensivas e pejorativas, com falsidade ideológica e os que agridam a privacidade familiar.
Comentários anônimos:
Embora haja a aceitação de digitação do comentário anônimo, isso não significa que será publicado.
O administrador do blog prioriza os comentários identificados.
Os comentários anônimos passarão por criteriosa analise e, poderão ou não serem publicados.
Comentários suspeitos e/ou "spam" serão excluídos automaticamente.
Obrigado!
" Aqui eu Aprendi! "