“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” Jo 1.14
A salvação e o advento do Salvador
Não há nada mais significativo nos Evangelhos
do que a narrativa do advento de Jesus. Com advento nos referimos ao processo
de encarnação do Deus Filho. Jesus é achado Filho de Deus em que sua concepção
foi obra do Espírito Santo. As Escrituras afirmam que Maria, sua mãe, o
concebeu virginalmente (Lc 1.26-35). Sobre esse milagre, diz o importante
documento dos primeiros cristãos: “Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso
Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem
Maria” (Credo Apostólico). O Deus Trino operou na encarnação do verbo divino!
Diferentemente dos deuses pagãos, o Deus da
Bíblia buscou se revelar à humanidade como igual com ela. Sem deixar de ser
divino e, igualmente, sem deixar de ser humano, pois as suas duas naturezas,
humanas e divinas, não se misturam nem se separam; mas antes, se mostram como
duas entidades que comungam da mesma natureza, propósito e missão. Foi pelo
Filho que o Pai se deu a conhecer de uma vez por todas (Hb 1.1). Em Jesus, Ele
se relaciona com os seres humanos de maneira amorosa, misericordiosa e justa
(Mt 9.13). Logo, por meio de Cristo, o Pai chamou um povo e revelou-se a ele.
Esse povo agora não tem mais características étnicas, geográficas ou culturais,
pois em Jesus toda a parede que fazia separação entre judeus e gentios foi
derrubada (Ef 2.14-16). A salvação anunciada pelo advento do nosso Salvador e
experimentada por milhares de pessoas ao longo da história continua disponível
hoje. É a tão bela e graciosa salvação provida por Cristo! Por isso amamos
Jesus; vivemos em Jesus; devemos estar sempre em Cristo, o autor e consumador
da nossa fé!
Igreja Cristã, ao longo desses 21 séculos de
história, crê no evento de Cristo no mundo. Tendo no advento, crucificação,
morte e ressurreição de Jesus a certeza de que é possível o ser humano ter uma
nova vida com Deus mesmo num mundo decaído, onde habita pessoas de natureza
decaída. A Palavra de Deus revela que fomos alcançados pela graça de Deus, um
favor imerecido, uma provisão salvífIca maravilhosa e graciosa para nós. Tudo
isso ocorreu a partir da obra salvífica de Jesus prenunciada em seu advento.
Assim, a partir do que em teologia denominamos de “evento Cristo”, como o
apóstolo Paulo, podemos dizer: “Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó
morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?” (1Co 15.54,55).
Cristo, o advento glorioso! Revista Ensinador Cristão nº72
O nascimento de Jesus Cristo se deu dentro do plano divino para salvar a humanidade.
Prezado(a) professor(a), na lição de hoje
estudaremos a respeito do nascimento de Jesus, o Filho Unigênito de Deus que
veio ao mundo por amor e com a infalível missão de salvar a humanidade
pecadora. O ministério terreno de Jesus teve início com o seu nascimento na
cidade de Belém, cumprindo as profecias do Antigo Testamento. Depois de
retornarem do Egito seus pais se estabeleceram na cidade de Nazaré, na
Galileia, onde Jesus cresceu.
Jesus se fez homem, deixou parte da sua
glória, se humilhou e se fez maldição por nós para que pudéssemos ter comunhão
com o Pai e ter então direito legal à vida eterna. Como homem perfeito, Jesus é
o nosso exemplo em todas as esferas da vida, por isso, precisamos olhar para
Ele e seguir sempre os seus passos. Olhe firmemente para o Salvador e não
permita que as dificuldades e tribulações da vida embacem os seus olhos e o
leve a perder o alvo da vida cristã: Jesus, o Salvador.
Leitura Bíblica: João 1.1-14
Leia também: O nascimento de Jesus - Jesus o Homem Perfeito
A salvação é um ato divinamente iniciado na
fundação do mundo e humanamente realizado por Cristo ao nascer em Belém. O
verbo divino precisou tomar a forma humana e passar por todas as vicissitudes
pertinentes a ela para satisfazer as exigências da redenção, tomando sobre si o
pecado de toda humanidade. O nascimento de Jesus marca o início de uma nova era
para a humanidade onde a promessa de perdão e salvação é efetuada por Cristo.
Deus tomou a iniciativa da salvação antes mesmo que houvesse necessidade dela;
assim, Deus pai decreta a salvação, o Filho efetua-a, e o Espírito Santo
aplica-a.
O ANÚNCIO DO NASCIMENTO DO SALVADOR
O Antigo Testamento está repleto de profecias
e vaticínios que apontam para o nascimento de Jesus, o Messias, como o
Redentor. A própria vida de alguns profetas do A.T é um antítipo de Cristo
como, por exemplo, Moisés e Elias, cujas vidas e obras apontam para a vida
abnegada e sacrificial de Cristo, especialmente Moisés como o libertador
nacional. Alguns reis de Israel também servem de figura para o Rei dos reis,
cujas lideranças promoveram a união nacional e a expansão do povo de Deus. Davi
pode ser colocado nesse grupo como um homem segundo o coração de Deus e pelas
promessas que Deus fez-lhe como iniciador de uma dinastia de reis, apontando
para Cristo, que nunca terminariam seu reinado (2 Sm 7.16; Sl 45.6). Até mesmo
Ciro (Is 45.1), um rei pagão a quem Deus chama de “meu ungido”, tendo em vista
seu trabalho de restauração da nação de Israel, pode ser uma figura profética
de Cristo porque permitiu a restauração de Israel após o cativeiro. Dessa
forma, vê-se, como em vários textos do A.T, que Cristo está presente (Lc 24.45;
Gn 3.15; 22.18; 26.4; 49.10; Nm 21.9; Dt 18.15; Sl 16.9-10; Jr 23.5; Ez 34.23;
Dn 9.24; Mq 7.20; Ml 3.1; Jo 1.45), como afirma o evangelista: “E, começando
por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em
todas as Escritura” (Lc 24.27).
João Crisóstomo afirmou que “ler todos os
livros proféticos sem enxergar Cristo neles seria extremamente insípido e sem
graça. Ver Cristo neles revela sua fragrância”. Portanto, toda beleza poética e
profética do A.T remete, aponta e prefigura o nascimento e obra de Cristo. A
vinda do salvador é profetizada na Queda do homem (Gn 3.15); no sacrifício de
Isaque; no simbolismo do êxodo na saída do Egito e no sangue de animais no
umbral das portas na noite da páscoa; nos 26 salmos messiânicos, como veremos
adiante; na volta do exílio babilônico e nos profetas, especialmente os
messiânicos e, especificamente, em Isaías, num bloco dedicado ao Messias (Is
7.1-12.6), chamado “O livro do Emanuel”.
Do A.T, Isaías foi um dos profetas mais
específicos, profícuos e profundos sobre o Messias. Suas predições estão
repletas de poesia arrebatadora que fluem da inspiração divina de um profeta
culto que se colocou inteiramente à disposição do Senhor para, com detalhes,
vaticinar o nascimento e a vida de Cristo. Suas profecias são tão abrangentes
que o livro de Isaías é chamado de “O evangelho do Antigo Testamento”, pois
descortina diante do leitor a Cristo e seu evangelho 700 anos antes de Ele
nascer.
Dentre os profetas, ele é o mais celebrado do
Antigo Testamento, com muita profundidade teológica, especialmente na
Soteriologia, na Cristologia e na Escatologia, tendo em vista sua grande
capacidade literária em ser poeta e orador, um artista de palavras, um grande
estadista, reformador e teólogo.29 Isso tudo torna seu
livro extremamente gratificante de ler, mas também nos deparamos com a
complexidade de seus vaticínios, cujo fio condutor aponta para o nascimento e
vida do Salvador.
O tema central de Isaías é o amor de Deus
demonstrado no socorro ao seu povo através do sacrifício do Servo Sofredor, ou
seja, a grande salvação de Deus, apesar da situação calamitosa do povo de
Israel. Por isso, um dos principais objetivos de Isaías ao escrever era, dentre
outros, anunciar a vinda do Messias, o único que seria capaz de tirar o povo do
pecado e trazer completa libertação. Em Isaías 6.13, Deus alerta o profeta para
que não fique frustrado, pois sua mensagem não seria ouvida até que tudo
ficasse desolado e desabitado, mas, depois, ela produziria resultados, e suas
profecias seriam cumpridas. Foram 40 anos de ministério e grandes mensagens
rejeitadas até que, finalmente, o tronco começaria a brotar na volta do exílio.
Paradoxalmente, a frutificação a partir de troncos feios e queimados é um
contraste humilhante diante da grandeza e glória do Deus que se revelou a
Isaías. Sobraria uma floresta de troncos decepados, mas, desses troncos,
brotaria uma semente que faria toda a diferença: Cristo, que salvaria não
somente o povo de Israel, como também todo o mundo (Jo 3.16).
Além do profeta messiânico Isaías, temos
outras profecias específicas que se cumpriram em Cristo, especialmente nos
salmos messiânicos, os quais enumeramos abaixo, sendo a primeira referência a
profecia, e a segunda, seu cumprimento:
o Messias, Jesus, seria Filho de Deus e
declarado pelo Pai como tal (Sl 2.7 > Mt 3.17);
todas as coisas seriam postas debaixo dos pés
do Messias (Sl 8.6 > Hb 2.8);
Jesus ressuscitaria da morte (Sl 16.10 >
Mc 16.67);
Deus iria desampará-lo na hora da necessidade
(Sl 22.1 > Mt 27.46);
seria zombado e insultado (Sl 22.7-8 > Lc
23.35);
suas mãos e seus pés seriam perfurados (Sl
22.16 > Jo 20.25,27);
lançariam sorte sobre suas vestes (Sl 22.18
> Mt 27.35-36);
não lhe seria quebrado nenhum osso (Sl 34.20
> Jo 19.32-33, 36);
seria acusado por testemunhas mentirosas e
iníquas (Sl 35.11 > Mc 14.57);
seria odiado sem motivo (Sl 35.19 > Jo
15.25);
viria para fazer a vontade de Deus (Sl 40.7-8
> Hb 10.7);
seria traído por um amigo (Sl 41.9 > Lc
22.47-48);
seu trono seria eterno (Sl 45.6 > Hb 1.8);
assentar-se-ia à destra de Deus (Sl 68.18
> Mc 16.19);
o zelo pela casa de Deus consumi-lo-ia (Sl
69.9 > Jo 2.17);
receberia fel e vinagre para beber (Sl 69.21
> Mt 27.34);
teria um reino eterno (Sl 72.1-5, 17 > Lc
1.32-33) e mundial (Sl 72.8-11, 19 > Jo 1.5-9; At 13.47-48);
julgaria o povo e os pobres com justiça e
equidade (Sl 72.2-4 > Lc 4.17-19);
falaria em parábolas (Sl 78.2 > Mt 13.34);
oraria em favor dos seus inimigos (Sl 109.4
> Lc 23.34);
o lugar do seu traidor seria tomado por outro
discípulo (Sl 109.8 > At 1.20);
os seus inimigos seriam subjugados debaixo
dos seus pés (Sl 110.1 > Mt 22.44);
seria um sacerdote segundo a ordem de
Melquisedeque (Sl 110.4 > Hb 5.6);
seria a pedra angular (Sl 118.22 > Mt
21.42) e
viria em nome do Senhor (Sl 118.26 > Mt
21.9).
O Novo Testamento diversas vezes afirma que
Jesus reivindicou para si o título de Salvador (Jo 4.26; 6.35; 8.12,18,23;
11.25; 13.13,19; 14.6), como havia sido prometido no Antigo Testamento. Embora
algumas profecias fizessem referência a Cristo como o Rei Vindouro, Jesus
permaneceu longe das tentações do poder temporal e da política exploradora. Seu
reinado seria eterno e atemporal (Jo 18.36). Seu Reino estaria no coração das
pessoas e teria um alcance global (1Co 4.20). Algumas vezes, Ele até mesmo
proibiu aqueles que foram curados de espalharem sua fama e seus feitos para que
seu ministério não fosse mal interpretado por Roma (Mt 12.16),30 ou mesmo para manter seu ministério em caráter
subversivo, sem estardalhaços nem exibicionismos (Lc 4.9). Na cruz e na
ressurreição, Jesus venceu Satanás e os poderes demoníacos que escravizavam
toda a humanidade oferecendo-nos a possibilidade da libertação e redenção. A
dimensão da vitória de Cristo é fundamental para a teologia pentecostal.
A CONCEPÇÃO DO SALVADOR
Jesus foi anunciado pelos anjos, nasceu de
uma virgem e foi celebrado entre os homens. Seu nascimento foi um divisor de
águas na história da humanidade. Aquilo que havia sido profetizado e predito de
várias formas no Antigo Testamento tornou-se realidade com o seu nascimento. A
partir do nascimento do Rei Jesus — um evento único e não repetível —, há
esperança para a humanidade e inaugura-se, assim, a chegada do Reino de Deus a
terra, ainda que de forma invisível, porém plenamente factível nos corações,
nas atitudes e nos caminhos que o ser humano pode percorrer tendo Ele como Rei.
Para alcançar essa realidade, Ele precisou
vir ao mundo. Dessa forma, Ele nasceu longe de casa, peregrinando para
Jerusalém, sem acomodações adequadas e num ambiente inóspito e extremamente
humilde. Se fosse nos dias de hoje, talvez nascesse embaixo de um viaduto. Essa
é a demonstração que Deus lançou mão para mostrar que, de fato, o Filho
abandonou sua mais extrema glória para habitar entre os homens na mais extrema
humildade e pobreza. Esse esvaziamento de Cristo (Fp 2.7) é um gesto extremo de
doação de si mesmo, comprovando que não poderia haver maior entrega do que essa
para anunciar ao mundo aquilo que Deus é: amor!
Uma pergunta que permanece quando se fala da
concepção virginal de Jesus é: “Por que isso se fez necessário?”
Uma resposta plausível é que o nascimento de Jesus é incomum no sentido de Ele
ser pré-existente; os demais seres humanos são concebidos no ato sexual entre
um homem e uma mulher; Cristo, porém, não precisou ser concebido, pois já existia
como unigênito do Pai (1Jo 4.9) desde a interminável eternidade.31
A protagonista principal do nascimento do
Salvador foi uma mulher. As mulheres eram consideradas uma propriedade do homem
e não podiam tomar decisões a não ser que o marido autorizasse-as a fazer algo,
mas Deus, querendo mostrar a importância e o lugar de igualdade da mulher (Gl
3.28), tomou a iniciativa de fazer o Salvador nascer sem que Maria tivesse
relações sexuais com um homem. Dessa forma, já em seu nascimento, o Salvador
estava libertando as mulheres do pesado jugo imposto pelos homens da época.
Isso corrobora com a maneira gentil e acolhedora com que Jesus tratou as
mulheres durante seu ministério.
A concepção virginal de Jesus atesta também
para a infinita graça de Deus em dar seu único filho para experimentar as
mesmas dores e dificuldades da raça humana e ser o seu Salvador, pois essa
mesma raça jamais poderia ser salva por seus próprios esforços e méritos.
Assim, o nascimento virginal do Salvador ocorre sem qualquer intervenção
humana, atestando, além da graciosidade divina, seu ato milagroso.32 Sobre isso, Gruden escreve:
O nascimento virginal de Cristo é um lembrete
inequívoco de que a salvação jamais pode vir por meio do esforço humano, mas
deve ser obra do próprio Deus. Nossa salvação deve-se apenas à obra
sobrenatural de Deus, e isso ficou evidente bem no início da vida de Jesus
quando “Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para
resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de
filhos.”33
O intercurso sem contato físico entre a
humanidade, representada em Maria, e a divindade possibilitou o nascimento de
Cristo de forma a ser Ele completamente homem e completamente Deus ao mesmo
tempo, numa paradoxal fusão e separação chamada de união hipostática. Assim,
esses elementos unidos manifestaram sua divindade e sua humanidade, tendo a
mesma substância que o constitui Deus infinitamente poderoso e a que nos
constitui humanos;34 entretanto, essa união não produz um terceiro
ser como se este fosse um híbrido humano divino, nem é uma metamorfose,35 mas,
sim, um ser divino e humano ao mesmo tempo em plena manifestação de vida
pessoal.
A Declaração de Fé das Assembleias de Deus no
Brasil declara que:
As Escrituras Sagradas apresentam diversas
características humanas em Jesus. O relato de sua infância enfoca o seu
desenvolvimento físico, intelectual e espiritual: “E crescia Jesus em
sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens [...]. E o
menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de
Deus estava sobre ele” (Lc 2.40,52). O profeta Isaías anunciou de antemão sobre
Emanuel: “manteiga e mel comerá, até que ele saiba rejeitar o mal e escolher o
bem” (Is 7.15). Ele tornou-se homem para suprir a necessidade de salvação da
humanidade. O termo “Emanuel”, que o próprio escritor sagrado traduziu por
“DEUS CONOSCO” (Mt 1.23), mostra que Deus assumiu a forma humana e veio habitar
entre os homens: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua
glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo
1.14). A Bíblia ensina tanto a divindade como a humanidade de Cristo: “E todo o
espírito que confessa que Jesus não veio em carne não é de Deus” (1Jo 4.3). A
humanidade de Cristo está unida à sua divindade, pois Ele possui duas
naturezas, e essa união mantém intactas as propriedades de cada natureza, o que
está claramente expresso no seu nome Emanuel.36
“O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS”
Entre os títulos messiânicos da tradição
veterotestamentária e interpretados como sendo de Jesus de Nazaré, um em
particular recebe destaque: “Emanuel”, que, no hebraico, é a junção de dois
termos: immánu,
que significa “conosco” e El, que significa “Deus” ou “Senhor”, literalmente
“conosco [está] Deus”. O título foi uma apropriação teológica atribuída ao
profeta Isaías, já que a expressão aparece em dois versículos e indiretamente
em um versículo. Seguem:
(1º) “Portanto, o mesmo Senhor vos dará um
sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome
Emanuel” (Is 7.14).
(2º) “[...] e passará a Judá, inundando-o, e
irá passando por ele, e chegará até ao pescoço; e a extensão de suas asas
encherá a largura da tua terra, ó Emanuel (Is 8.8)”.
(3º) “Tomai juntamente conselho, e ele será
dissipado; dizei a palavra, e ela não subsistirá, porque Deus é conosco” (Is
8.10).37
O
Emanuel
é a garantia de que, assim como foi com o povo de Israel, Ele também está
conosco, assim como Ele mesmo prometeu: “Eis que eu estou convosco todos os
dias, até à consumação dos séculos” (Mt 28.20). Assim se cumpre em nós a
promessa messiânica de que Ele, de fato, estaria conosco.
O apóstolo João escreveu: “E o Verbo se fez
carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do
Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). O verbo “habitar” (armar a sua
tenda) utilizado por João tem o mesmo sentido que o Emanuel utilizado por
Isaías, ou seja, Deus agora habita definitivamente entre seu povo através de
Cristo e de seu sacrifício na cruz. “E, se o Espírito daquele que dos mortos
ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo
também vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que em vós habita”
(Rm 8.11). O apóstolo Paulo refere-se à encarnação de Cristo como “aquele que
foi manifestado na carne” (1Tm 3.16), como Ele sendo a “imagem de Deus” (2Co
4.4), que realizou sua obra de reconciliação “no corpo da sua carne” (Cl 1.22)
e que Deus condenou o pecado na carne (Rm 8.3). Pedro afirma que Cristo morreu
por nós na carne (1Pe 3.18; 4.1). Portanto, as Escrituras estão repletas de
confirmações de Jesus como Deus encarnado. João avisa que o espírito do
Anticristo atua naqueles que negam que Cristo veio em carne (1Jo 4.2; 2 Jo 7).
Quando Jesus tornou-se carne, Ele assumiu
toda a humanidade com suas fragilidades próprias. Assim sendo, sua encarnação
não foi uma farsa, mas, sim, a realidade concreta de que o ser divino excelso
escolheu sentir toda a dor, toda a aflição e toda a tentação humana para, dessa
forma, socorrer-nos em nossas fraquezas (Hb 4.15) e dar-nos a salvação
“enviando o seu próprio filho em semelhança da carne do pecado” (Rm 8.3),
condenando o pecado que nos afligia na carne. A encarnação de Jesus é a
afirmação verídica de que Ele tornou-se completamente homem, mas que, ao mesmo
tempo, não deixou de ser completamente Deus (Jo 1.1-3; 10.30; Fp 2.6).
Portanto, sem ter deixado de ser Deus, Deus tornou-se homem.
A realidade de um Deus santo encarnar é
completamente anormal e impossível — é um paradoxo. Por isso, Paul Tillich afirma
que o “paradoxo cristológico [da encarnação] e o paradoxo da justificação do
pecador são um único e mesmo paradoxo — o paradoxo do Deus que aceita um mundo
que o rejeita”.38 Assim, diante da situação pecaminosa do homem
e diante da necessidade de a expiação ser feita por um ser humano perfeito,
somente uma solução foi possível: o Filho de Deus encarnar, ou seja, deixar sua
glória e majestade e tornar-se como um ser humano comum e sujeito às mesmas
falhas e erros, mas sem pecado (Lv 4.3; Hb 4.15). Para o plano de salvação ser
aceito por Deus, ele deveria ser executado por alguém que pudesse ser Deus e
homem ao mesmo tempo na função de mediador (1Tm 2.5), alguém que pudesse
colocar-se entre Deus e a criatura pecadora e sem esperança; para ser mediador,
teria que ser Deus; para representar a humanidade, teria que ser homem. Somente
Jesus poderia preencher esses requisitos em sua automanifestação divina,
demonstrando o paradoxo de que aquEle que transcende o universo aparece no
universo e está sujeito às suas condições39 limitantes por decisão própria, embora, a
qualquer momento, pudesse utilizar seus atributos divinos incomunicáveis40 (Mc 4.39).
Para Jesus cumprir a penalidade humana, Ele
teria que morrer. Para morrer, Ele teria que ter um corpo (Jo 1.14).41 Assim,
conforme afirma a Confissão de Fé das Assembleias de Deus:
A encarnação do Senhor Jesus fez-se
necessária para satisfazer a justiça de Deus: o pecado entrou no mundo por um
homem, Adão, assim, tinha de ser vencido por um homem, Jesus. Em sua natureza
humana, Jesus participou de nossa fraqueza física e emocional, mas não de nossa
fraqueza moral e espiritual.42
As duas naturezas de Jesus permaneceram
inalteradas em sua essência; são revestidas de seus atributos inerentes43 e
apresentam Jesus como uma única pessoa indivisível na qual as duas naturezas
estão unidas, constituindo uma pessoa com uma só vontade e consciência. Essa
união somente é possível por causa do parentesco do homem com Deus, ou seja,
Deus soprou no homem o seu próprio fôlego de vida, instilando nele a sua
essência e semelhança. Ele não podia tornar-se árvore ou pedra, mas podia ser
homem, pois foi feito à sua imagem. Assim como a imagem de Deus foi aviltada no
homem pelo pecado, “Cristo, a imagem perfeita de Deus segundo a qual o homem
foi feito, restaura aquela imagem perdida, unindo-se à humanidade e enchendo-a
de vida e amor divinos”.44 A possibilidade da restauração da imagem de
Deus, corrompida radicalmente pelo pecado, nos é dada novamente naquele que
refletiu a perfeita imagem de Deus.
A plenitude da divindade (Cl 1.19; 2.9)
encarnou em finitude humana na plenitude dos tempos (Gl 4.4). Isso torna
possível que nós, simples mortais e sujeitos ao pecado, estejamos cheios de
toda a plenitude de Deus (Ef 3.19) para refletir sua glória ao mundo através do
amor com que nos amamos uns aos outros (Jo 13.35).
A
encarnação foi a manifestação do Logos (Palavra) divino em Jesus como o Cristo. Por esse motivo, a
Teologia cristã transcende outras teologias, pois “nenhum mito, nenhuma visão
mística, nenhum princípio metafísico, nenhuma lei sagrada tem a concretude de
uma vida pessoal [como a de Cristo]. Em comparação com uma vida pessoal, tudo o
mais [outras teologias e religiões] é relativamente abstrato. E nenhum desses fundamentos
relativamente abstratos da teologia tem a universalidade do Logos”.45
A encarnação da Palavra em Jesus não era
automática, mas, sim, fruto da obediência ao Pai em tudo. Jesus disse: “Eu não
posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo” (Jo 5.30). Para
obedecer à Palavra do Pai, Jesus teve que desobedecer às autoridades religiosas
da época várias vezes. Ele teve momentos difíceis, em que orava: “Afasta de mim
este cálice!” (Mc 14.36). Teve que pedir a ajuda dos amigos (Mt 26.38,40). Teve
que orar muito para poder vencer (Hb 5.7; Lc 22.41-46). Apesar de tudo, Ele
venceu! Ele mesmo o confirma: “Eu venci o mundo!” (Jo 16.33). Como diz a carta
aos Hebreus: “O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor
e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido
quanto ao que temia. Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que
padeceu” (Hb 5.7-8).
Teologicamente, afirma-se que o nascimento de
Jesus é a sua encarnação e que sua morte é a expiação dos pecados. Assim, a
humilhação de Jesus tem início com o seu esvaziamento ao tomar a forma de servo
(Fp 2.7-8), culminando com seu sofrimento na cruz. Portanto, sua humilhação
está relacionada aos seus sofrimentos: a perseguição, o desprezo das
autoridades, a discriminação (Jo 1.46), o silêncio diante de seus acusadores,
os açoites impiedosos, o julgamento diante de Pilatos e Caifás e, por fim, a
sua morte. Em Jesus, cumpriu-se cada detalhe do Servo Sofredor (Is 53) e, por
esse motivo, devemos agir conforme o texto adiante.
E cabe a nós, igreja, anunciar ao mundo que
em Cristo há um caminho para a salvação e para a vida abundante. Essa
compreensão impele a igreja a um despertamento da necessidade de “sair para
fora” e anunciar que há um juízo, mas que também há uma salvação em Cristo.46
Quando Jesus andou na terra, ofereceu-nos o melhor exemplo, pois assumiu a forma humana plena e conviveu humildemente com a fraqueza humana. Quando estava cansado, não sentiu vergonha de dormir na popa do barco. Ele sentiu fome, chorou diante da miséria humana, do sofrimento alheio e do seu próprio e tornou-se servo dos discípulos (Jo 13); na cruz, porém, deu o brado final “está consumado” para que hoje pudéssemos estar salvos. Dessa forma, devemos seguir o exemplo de humildade dEle e servir nossos irmãos. Basta-nos desfrutar dos benefícios de sua encarnação de maneira responsável e repartir essa benção infinita com o maior número possível de pessoas para que o Reino de Deus esteja entre os homens.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“No Evangelho de João temos um retrato inigualável de nosso Senhor. Ele é tão preciso quanto os retratos dos outros Evangelhos, apesar de suas diferenças em estrutura e propósito. E ele nos lembra que, em Jesus Cristo, Deus não só revelou aos judeus como seu Messias, aos romanos como seu Homem de Ação ideal, e aos gregos como verdadeiro modelo de humanidade. Em Jesus Cristo, Deus se revelou em seu Filho, como absolutamente a única resposta para as necessidades mais profundas e universais de uma humanidade perdida.
‘No princípio, era o Verbo’ (Jo 1.1). É provável que João, conscientemente, tenha duplicado as palavras de Gênesis 1.1, ‘No princípio... Deus’. O ‘princípio’, em cada caso, nos transporta para o passado além da Criação, em uma eternidade que só era habitada por Deus, o agente ativo em todas as coisas que existia como Deus e com Deus.
Isto é enfatizado no texto pelo uso do termo em, ‘era’ e ‘estava’. João usa este termo três vezes neste versículo, o tempo imperfeito do verbo eimi, em vez de uma forma do verbo egeneto. Eimi e em simplesmente descrevem a existência contínua; ageneto significa ‘tornar-se’. No princípio o Verbo, como Deus, já desfrutava de existência infinita, sem início e sem fim. A tradução de Knox exibe o sentido deste verbo, quando ele traduz a frase seguinte: ‘Deus tinha o Verbo morando consigo’” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.193,195).
Encarnação
“Quando na plenitude dos tempos (Gl 4.4), o anjo Gabriel comunicou a Maria que ela seria o instrumento da encarnação de Jesus, disse-lhe: ‘Em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus’ (Lc 1.31). [...] Jesus, o ‘Deus bendito eternamente’ (Rm 9.5), fez-se homem. Esse mistério chama-se encarnação. A Bíblia diz: ‘grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne’ (1Tm 3.16). A doutrina da encarnação de Jesus excede tudo o que o entendimento humano possa compreender; porém, desse milagre depende a substância do Evangelho da salvação e a doutrina da redenção”. Para conhecer mais leia Teologia Sistemática, de Eurico Bergsten, CPAD, pp.48-49.
“O Nascimento Virginal
Provavelmente, nenhuma doutrina cristã é submetida a tão extenso escrutínio quanto a do nascimento virginal, e isto por duas razões principais. Primeiro, esta doutrina depende, para a sua própria existência, da realidade do sobrenatural. Muitos estudiosos, nestes últimos dois séculos, têm desenvolvido um preconceito contra o sobrenatural; e esse preconceito tem influenciado seu modo de analisar o nascimento de Jesus. A segunda razão para a crítica do nascimento virginal é que a história do desenvolvimento de sua doutrina nos leva para muito além dos simples dados que a Bíblia fornece. A própria expressão ‘nascimento virginal’ reflete essa questão. O nascimento virginal significa que Jesus foi concebido quando Maria era virgem, e que ela ainda era virgem quando Ele nasceu (e não que as partes do corpo de Maria tenham sido preservadas, de modo sobrenatural, no decurso de um nascimento humano).
Um dos aspectos mais discutidos do nascimento virginal é a origem do próprio conceito. Alguns estudiosos têm procurado explicá-la por meio de paralelos helenísticos. Os enlaces que os deuses e deusas mantinham com seres humanos, na liturgia grega da antiguidade, são alegadamente os antecedentes da ideia bíblica. Mas essa teoria certamente desconsidera a aplicação de Isaías 7, em Mateus 1.
Isaías 7, com sua promessa de um filho que nascerá, é o pano de fundo do conceito do nascimento virginal. Muitas controvérsias têm girado ao redor do termo hebraico ’almah, conforme usado em Isaías 7.14. A palavra é usualmente traduzida por ‘virgem’, embora algumas versões traduzam por ‘jovem’. No Antigo Testamento, sempre que o contexto oferece nítida indicação, a palavra significa uma virgem com idade para casamento" (HORTON, Stanley M. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.322).
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“O Verbo se Fez Carne
Ao encarnar, Cristo se tornou: (1) o Mestre perfeito — a vida de Jesus nos permitiu perceber como Deus pensa e, por conseguinte, como devemos pensar (Fp 2.5-11); (2) o Homem perfeito — Jesus é o modelo do que devemos tornar-nos. Ele nos mostrou como viver e nos dá o poder para trilhar esse caminho de perfeição (1Pe 2.21); (3) O sacrifício perfeito — Jesus foi sacrificado por todas as iniquidades do ser humano; sua morte satisfez as condições de Deus para a remoção do pecado” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.1414).
Fonte:
Livro de Apoio - 4º Trim/17 – A Obra da Salvação - Claiton Ivan Pommerening
Quando Jesus andou na terra, ofereceu-nos o melhor exemplo, pois assumiu a forma humana plena e conviveu humildemente com a fraqueza humana. Quando estava cansado, não sentiu vergonha de dormir na popa do barco. Ele sentiu fome, chorou diante da miséria humana, do sofrimento alheio e do seu próprio e tornou-se servo dos discípulos (Jo 13); na cruz, porém, deu o brado final “está consumado” para que hoje pudéssemos estar salvos. Dessa forma, devemos seguir o exemplo de humildade dEle e servir nossos irmãos. Basta-nos desfrutar dos benefícios de sua encarnação de maneira responsável e repartir essa benção infinita com o maior número possível de pessoas para que o Reino de Deus esteja entre os homens.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“No Evangelho de João temos um retrato inigualável de nosso Senhor. Ele é tão preciso quanto os retratos dos outros Evangelhos, apesar de suas diferenças em estrutura e propósito. E ele nos lembra que, em Jesus Cristo, Deus não só revelou aos judeus como seu Messias, aos romanos como seu Homem de Ação ideal, e aos gregos como verdadeiro modelo de humanidade. Em Jesus Cristo, Deus se revelou em seu Filho, como absolutamente a única resposta para as necessidades mais profundas e universais de uma humanidade perdida.
‘No princípio, era o Verbo’ (Jo 1.1). É provável que João, conscientemente, tenha duplicado as palavras de Gênesis 1.1, ‘No princípio... Deus’. O ‘princípio’, em cada caso, nos transporta para o passado além da Criação, em uma eternidade que só era habitada por Deus, o agente ativo em todas as coisas que existia como Deus e com Deus.
Isto é enfatizado no texto pelo uso do termo em, ‘era’ e ‘estava’. João usa este termo três vezes neste versículo, o tempo imperfeito do verbo eimi, em vez de uma forma do verbo egeneto. Eimi e em simplesmente descrevem a existência contínua; ageneto significa ‘tornar-se’. No princípio o Verbo, como Deus, já desfrutava de existência infinita, sem início e sem fim. A tradução de Knox exibe o sentido deste verbo, quando ele traduz a frase seguinte: ‘Deus tinha o Verbo morando consigo’” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.193,195).
Encarnação
“Quando na plenitude dos tempos (Gl 4.4), o anjo Gabriel comunicou a Maria que ela seria o instrumento da encarnação de Jesus, disse-lhe: ‘Em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus’ (Lc 1.31). [...] Jesus, o ‘Deus bendito eternamente’ (Rm 9.5), fez-se homem. Esse mistério chama-se encarnação. A Bíblia diz: ‘grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne’ (1Tm 3.16). A doutrina da encarnação de Jesus excede tudo o que o entendimento humano possa compreender; porém, desse milagre depende a substância do Evangelho da salvação e a doutrina da redenção”. Para conhecer mais leia Teologia Sistemática, de Eurico Bergsten, CPAD, pp.48-49.
“O Nascimento Virginal
Provavelmente, nenhuma doutrina cristã é submetida a tão extenso escrutínio quanto a do nascimento virginal, e isto por duas razões principais. Primeiro, esta doutrina depende, para a sua própria existência, da realidade do sobrenatural. Muitos estudiosos, nestes últimos dois séculos, têm desenvolvido um preconceito contra o sobrenatural; e esse preconceito tem influenciado seu modo de analisar o nascimento de Jesus. A segunda razão para a crítica do nascimento virginal é que a história do desenvolvimento de sua doutrina nos leva para muito além dos simples dados que a Bíblia fornece. A própria expressão ‘nascimento virginal’ reflete essa questão. O nascimento virginal significa que Jesus foi concebido quando Maria era virgem, e que ela ainda era virgem quando Ele nasceu (e não que as partes do corpo de Maria tenham sido preservadas, de modo sobrenatural, no decurso de um nascimento humano).
Um dos aspectos mais discutidos do nascimento virginal é a origem do próprio conceito. Alguns estudiosos têm procurado explicá-la por meio de paralelos helenísticos. Os enlaces que os deuses e deusas mantinham com seres humanos, na liturgia grega da antiguidade, são alegadamente os antecedentes da ideia bíblica. Mas essa teoria certamente desconsidera a aplicação de Isaías 7, em Mateus 1.
Isaías 7, com sua promessa de um filho que nascerá, é o pano de fundo do conceito do nascimento virginal. Muitas controvérsias têm girado ao redor do termo hebraico ’almah, conforme usado em Isaías 7.14. A palavra é usualmente traduzida por ‘virgem’, embora algumas versões traduzam por ‘jovem’. No Antigo Testamento, sempre que o contexto oferece nítida indicação, a palavra significa uma virgem com idade para casamento" (HORTON, Stanley M. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.322).
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“O Verbo se Fez Carne
Ao encarnar, Cristo se tornou: (1) o Mestre perfeito — a vida de Jesus nos permitiu perceber como Deus pensa e, por conseguinte, como devemos pensar (Fp 2.5-11); (2) o Homem perfeito — Jesus é o modelo do que devemos tornar-nos. Ele nos mostrou como viver e nos dá o poder para trilhar esse caminho de perfeição (1Pe 2.21); (3) O sacrifício perfeito — Jesus foi sacrificado por todas as iniquidades do ser humano; sua morte satisfez as condições de Deus para a remoção do pecado” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.1414).
Fonte:
Livro de Apoio - 4º Trim/17 – A Obra da Salvação - Claiton Ivan Pommerening
Lições Bíblicas Adultos 4º trimestre/17 - A Obra da Salvação — Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida – Comentarista: Claiton Ivan Pommerening
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