“E me farão um santuário, e habitarei no meio deles” Êx 25.8
Um lugar de adoração a Deus no deserto
A planta do santuário, assim como os seus objetos, não seriam idealizados pelo homem, mas todo o projeto foi elaborado e entregue a Moisés pelo próprio Senhor.
Os recursos para a construção do local de adoração vieram do povo de Deus. Eles foram convidados a ofertarem e o fizeram com alegria (2Co 9.7). Tem você contribuído com alegria ou por constrangimento?
Segundo o Comentário Bíblico Moody o tabernáculo “simbolizava para Israel, como para nós também, grandes virtudes espirituais. Claramente ensinava o fato da presença de Deus no meio do Seu povo”.
O tabernáculo era dividido em três partes: o Átrio, o lugar Santo e o lugar Santíssimo.
O átrio era um pátio: “Farás também o pátio do tabernáculo” (Êx 27.9), um lugar cercado, reservado que mostrava os israelitas que a adoração a Deus exige sempre santidade, separação. O acesso ao átrio era feito por intermédio de uma única porta. Esta porta apontava para Jesus Cristo. Nosso Redentor, certa vez declarou: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á [...]” (Jo 10.9). Jesus é o único caminho que leva o homem até a presença do Todo-Poderoso (Jo 14.6).
No pátio havia duas peças principais, o altar do holocausto e a pia de bronze. Antes de realizar qualquer ação o sacerdote deveria ir até a pia e ali se purificar. Ao olhar na bacia, o sacerdote poderia ver a sua imagem ali refletida e se lembrar de que era pecador e que sem purificação não poderia se chegar diante de Deus. Somos imperfeitos e impuros, mas “o sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo pecado” (1Jo 1.7).
“Farás também o altar de madeira de cetim [...]” (Êx 27.1). Depois de passar pela pia, o sacerdote se dirigia até o altar do holocausto. O altar apontava para Cristo e o seu sacrifício na cruz. Vários animais eram mortos para cobrir os pecados, todavia o sacrifício de Jesus foi único e substitutivo: “mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Is 53.6).
Depois de entrar no pátio, se purificar na bacia de lavar e oferecer sacrifícios pelo pecado, o sacerdote podia entrar em um lugar ainda mais reservado, o lugar Santo. Ali ele veria a luz do castiçal de ouro (Êx 25.31-40) que apontava para Jesus Cristo, a luz do mundo (Jo 8.12). No lugar santo também era colocada a mesa com os pães da proposição e o altar de incenso.
O terceiro e último compartimento era o Santo dos Santos, um local restrito, onde somente o sumo sacerdote poderia entrar uma única vez ao ano. Dentro deste compartimento secreto ficava a arca da aliança. - Revista Ensinador Cristão nº57; 2014; pg.40
Deus deseja habitar entre nós, para que Ele seja o nosso Deus e para que nós sejamos o seu povo.
Leitura Bíblica - Êxodo 25.1-9
1 - ENTÃO falou o Senhor a Moisés,
dizendo:
2 - Fala aos filhos de Israel, que me
tragam uma oferta alçada; de todo o homem cujo coração se mover
voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada.
3 - E esta é a oferta alçada que
tomareis deles: ouro, e prata, e cobre,
4 - E azul, e púrpura, e carmesim, e
linho fino, e pelos de cabras,
5 - E peles de carneiros tintas de
vermelho, e peles de teixugos, e madeira de cetim,
6 - Azeite para a luz, e especiarias
para o óleo da unção, e especiarias para o incenso,
7 - Pedras sardônicas, e pedras de
engaste para o éfode e para o peitoral.
8 - E me farão um santuário, e habitarei
no meio deles.
9 - Conforme a tudo o que eu te mostrar
para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus vasos, assim mesmo o
fareis.
INTRODUÇÃO
O povo judeu viveu mais de quatrocentos anos
no Egito. Este reino era fundamentalmente idólatra. Como era de se esperar em
qualquer nação do mundo antigo, o Egito tinha templo, sacerdotes e todo um
sistema religioso que funcionava vigorosamente. Mas a nação de Israel ainda não
possuía uma religião sedimentada. Portanto, a influência egípcia na cultura dos
judeus era inevitável — vide os exemplos dos deuses egípcios como fonte de
apostasia para os judeus (Ez 20.5-9; 23.3,8,19-21,27), o Bezerro de Ouro
construído no Monte Sinai e a posterior adoração do bezerro de Jeroboão I. Por
isso, assim como o fez no Decálogo, Deus revelou diretamente a Moisés um modelo
para a construção do Tabernáculo. Ele deixou claro que a sua habitação devia
ser única, sem a mistura com o paganismo do Egito.
Deus queria habitar no meio de Israel. Por
isso, ordenou a Moisés que, juntamente com o todo o povo, construísse um lugar
separado para adoração. Trata-se do “Tabernáculo do Senhor”, um santuário móvel
que acompanhou os hebreus durante sua longa peregrinação pelo deserto. Hoje, estudaremos como ocorreu a construção desse lugar santo de adoração ao
Senhor.
Tabernáculo: Santuário portátil onde os hebreus guardavam e transportavam a arca da aliança e demais utensílios sagrados.
I. AS INSTRUÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DO
TABERNÁCULO
1. O propósito divino.
Depois da entrega
da lei, Deus ordenou que o seu povo edificasse um lugar de adoração. O objetivo
divino era aumentar e fortalecer os laços de comunhão com o seu povo Israel,
que Ele libertara do poder de Faraó no Egito. O Senhor assim age para que o
homem o conheça de forma pessoal e íntima (Jo 14.21,23).
2. As ofertas.
O Tabernáculo seria
construído pelo povo de Deus, com os recursos que receberam pela providência
divina ao saírem do Egito (Êx 3.21,22; 12.35,36). Para a construção do
Tabernáculo os israelitas ofertaram voluntariamente e com alegria. A Palavra de
Deus nos ensina que o fator motivante para a contribuição do crente é a
alegria: “porque Deus ama ao que dá com alegria” (2Co 9.7). O Senhor não se
agrada de quem entrega a sua oferta e dízimo contrariado ou por obrigação (Ml
3.10). De nada adianta contribuir com relutância e amargura.
3. Tudo segundo a ordenança divina (Êx
25.8,9,40).
O Tabernáculo não foi uma invenção humana. Podemos ver que a
partir de Êxodo 25, o próprio Deus instrui a Moisés quanto à planta e os
objetos do templo móvel. Moisés obedeceu a todas as instruções, pois todo o
Tabernáculo apontava para o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário.
Simbolizava o plano perfeito de Deus para a redenção da humanidade (Hb 9.8-11).
II. O PÁTIO DO TABERNÁCULO
1. O pátio.
“Farás também o pátio do
Tabernáculo” (Êx 27.9). Os israelitas precisavam aprender a forma correta de se
chegar à presença de Deus e adorá-lo. O pátio tinha o formato retangular, e
indicava que, na adoração a Deus, deve haver separação, santidade. Havia uma
única porta de entrada, que apontava para um único caminho, uma única direção.
Isso prefigura Jesus Cristo, que disse: “Eu sou a porta; se alguém entrar por
mim, salvar-se-á” (Jo 10.9). Jesus é o caminho que nos conduz a Deus (Jo 14.6).
2. O altar dos holocaustos.
“Farás
também o altar de madeira de cetim” (Êx 27.1). Ao entrar no pátio, o israelita
tinha a sua frente o altar do holocausto. Era uma caixa de madeira de cetim
coberta de bronze. Junto a esse altar o transgressor da lei encontrava-se com o
sacerdote para oferecer sacrifícios a Deus a fim de expiar seus pecados e obter
o perdão. O altar dos holocaustos tipificava Cristo, o nosso sacrifício
perfeito que morreu em nosso lugar (Ef 5.2; Gl 2.20). Sem um sacrifício
expiador do pecado não há perdão de Deus (Lv 6.7; 2Co 5.21). A epístola aos
Hebreus nos mostra que o sacrifício salvífico de Cristo foi único, perfeito e
completo para a nossa salvação (Hb 7.25; 10.12).
3. A pia de bronze (Êx 30.17-21).
Na pia
os sacerdotes lavavam suas mãos e pés antes de executarem seus deveres
sacerdotais. Mãos limpas: trabalho honesto; pés limpos: um viver e um agir
íntegros (Ef 5.26,27; Hb 10.22). Precisamos nos achegar a Deus com um coração
puro e limpo. Deus é santo e requer santidade do seu povo. Deus não aprova o viver
e o servir do impuro. O servo de Deus deve ser “limpo de mãos e puro de
coração” (Sl 24.4). Hoje somos lavados e purificados pelo precioso sangue de
Cristo que foi derramado por nós (1Jo 1.7).
III. O LUGAR DA HABITAÇÃO DE DEUS
1. O castiçal de ouro (Êx 25.31-40).
Não
havia janelas no Lugar Santo e a iluminação vinha de um castiçal de ouro puro e
batido. Esta peça também apontava para Jesus Cristo, luz do mundo, e a quem
seguindo, não andaremos em trevas, mas teremos a luz da vida (Jo 8.12). O
castiçal, em Apocalipse, simboliza a Igreja (Ap 1.12,13,20). As lâmpadas do
castiçal ardiam continuamente e eram abastecidas diariamente de azeite puro de
oliveira (Êx 27.20,21) a fim de que iluminassem todo o Lugar Santo. O azeite é
um símbolo do Espírito Santo. Se quisermos emanar a luz de Cristo para este
mundo que se encontra em trevas, precisamos ser cheios, constantemente, do
Espírito Santo de Deus. “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18) é a recomendação
bíblica.
2. Os pães da proposição e o altar do incenso
(Êx 25.30).
Havia uma mesa com doze pães e, todos os sábados, esses eram
trocados. Estes pães apontavam para Jesus, o Pão da vida (Jo 6.35). Precisamos
nos alimentar diariamente de Cristo, e não apenas no domingo. Tem você se
alimentado diariamente na mesa do Senhor Jesus? Além dos pães, próximo ao Santo
dos Santos ficava o altar do incenso, um lugar destinado à oração e ao louvor a
Deus. Precisamos nos achegar ao Senhor diariamente com a nossa adoração e
nossas orações: “Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e seja o
levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde” (Sl 141.2).
3. O Santo dos Santos e a arca da aliança (Êx
25.10-22).
O Santo dos Santos era um local restrito, onde somente o sumo
sacerdote poderia entrar uma única vez ao ano. A arca da aliança era a única
peça deste compartimento sagrado. Era uma caixa de madeira forrada de ouro.
Durante a peregrinação pelo deserto os sacerdotes carregavam-na sobre os
ombros. A arca simbolizava a presença de Deus no meio do seu povo. Erroneamente
os israelitas a utilizaram como uma espécie de amuleto.
Em Hebreus 10.19,20, vemos a gloriosa
revelação profética entre o Santo dos Santos, o Senhor Jesus e o povo salvo da
atualidade. O termo “santuário”, no versículo 19, é literalmente, no original,
“santo dos santos”.
CONCLUSÃO
Os israelitas,
mediante o Tabernáculo, podiam aprender corretamente como achegar-se a Deus,
adorá-lo, servi-lo e viver para Ele em santidade. Assim deve fazer a igreja,
conforme Hebreus 10.21-23. O Senhor é Santo e sem santidade nosso louvor e
adoração não poderão agradá-lo.
Subsídio Teológico II
“Análise Teológica (do Tabernáculo)
Os materiais necessários para o Tabernáculo e as vestes sacerdotais deviam ser doados de bom grado pelo povo. A ninguém foi imposto uma dívida ou parte nos custos, mas a doação era voluntária (25.1-7, com destaque para o v.2). A resposta ao apelo de Moisés foi sensacional. Ao contrário de muitos ministros que várias vezes imploram e bajulam por dinheiro, Moisés teve de impedir que o povo continuasse doando. Foi, sem dúvida, uma grande demonstração de generosidade por parte do povo (36.2-7)!
A descrição do mobiliário do Tabernáculo começa pelas peças do centro e prossegue para as mais externas, mas não de forma sistemática. Já nos trechos que descrevem a efetiva construção, a ordem de execução difere da ordem das instruções.
[...] O próprio texto de Êxodo devia nos servir de alerta contra uma excessiva interpretação alegórica do Tabernáculo. Enxergar um significado oculto em cada mobiliário, tecido, corrediças e cores, em vez de exegético, não passa de especulação” (Hamilton, V. P. Manual do Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. 1 ed., RJ: CPAD, 2006, pp.249,50).
Fonte: Lições Bíblicas 1º trimestre 2014 - Uma jornada de fé - A formação do povo de Israel e sua herança espiritual - CPAD - Comentarista Antonio Gilberto
Gower, R. Novo manual dos Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos - CPAD
Revista Ensinador Cristão nº57
Aqui eu Aprendi!
Muito bom!
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