“[...] amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças e amar o próximo como a si mesmo é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios” Mc 12.33
25 — E eis que se levantou um certo
doutor da lei, tentando-o e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida
eterna?
26 — E ele lhe disse: Que está escrito
na lei? Como lês?
27 — E, respondendo ele, disse: Amarás
ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as
tuas forças, e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo.
28 — E disse-lhe: Respondeste bem; faze
isso e viverás.
29 — Ele, porém, querendo justificar-se
a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo?
30 — E, respondendo Jesus, disse: Descia
um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o
despojaram e, espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.
31 — E, ocasionalmente, descia pelo
mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo.
32 — E, de igual modo, também um levita,
chegando àquele lugar e vendo-o, passou de largo.
33 — Mas um samaritano que ia de viagem
chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão.
34 — E, aproximando-se, atou-lhe as
feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura,
levou-o para uma estalagem e cuidou dele;
35 — E, partindo ao outro dia, tirou
dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele, e tudo o que
de mais gastares eu to pagarei, quando voltar.
INTRODUÇÃO
Jesus, através de sua vida, demonstra que
adorar a Deus é muito mais do que cumprir exigências cerimoniais; louvar ao
Criador envolve a totalidade de nosso ser: todo nosso espírito, alma e corpo.
Logo, se é tudo o que somos, a adoração está ligada também com nossos
relacionamentos. Deste modo, a maneira pela qual nos relacionamos com as
pessoas denuncia se somos ou não adoradores. Partindo da célebre parábola de
Jesus, em Lucas 10, refletiremos nesta lição a respeito do caráter integral da
verdadeira adoração a Deus.
“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu
coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e
grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como
a ti mesmo.” Mateus 22:37-39
Que tipo de pessoa nossa jornada de adoração
tem nos tornado? Cotidianamente, aproximamo-nos de Deus – através de um
relacionamento pessoal, íntimo e real – ou temos nos transformado em peritos da
legislação religiosa? A radicalidade com que Jesus encara a espiritualidade é
algo impressionante; para o Mestre não há concessões no trato com os meros
religiosos, e isso fica muito explícito naquela que é uma das mais célebres
parábolas registradas no Evangelho.
A parábola de Lucas 10, sobre o homem assaltado e abandonado, nos leva a reflexão sobre o real valor da humanidade. Ninguém deve perceber-se superior ao outro, isto porque, na perspectiva neotestamentária, não há hierarquia entre os homens. O pecado que maculou a humanidade, tornou-nos a todos indignos, universalmente. As contingencias da existência fazem com que alguns possuam melhores condições econômicas ou culturais para viver, isto, todavia, não segmenta ou elege pessoas melhores que as outras, apesar das pessoas ou dos sistemas religiosos insistirem neste tipo de discriminação.
Essa é a amarga experiência que o personagem da parábola enfrenta e encarna. O roubo de que ele é vítima, tira-lhe não apenas os bens e a saúde, mas também o valor que a sociedade religiosamente mediada lhe dava. Toda a dignidade que ele possuía não era algo intrínseco a sua condição humana, mas antes, era um tipo de doação que a religião coletiva lhe conferia, e por contrapartida, também poderia usurpar-lhe. Inconsciente, no meio da estrada, aquele homem – aos olhos dos religiosos de sua sociedade – era na verdade apenas um corpo, sem qualquer tipo de dignidade ou necessidade de misericórdia. Infelizmente é isto que a religião faz: escolhe um pequeno número de eleitos, rejeita a multidão dos condenados por ela. As pessoas são descartáveis, o cumprimento dos regimentos litúrgicos é mais importante. São leituras fundamentalistas como estas abrem precedentes para segmentos religiosos que propagam muito mais o ódio do que o amor, a morte que a vida, a dor do que a restauração.
O levita e o sacerdote não se sentiram culpados ao furtarem-se da responsabilidade de dar socorro ao homem na estrada – a religião lhes permitia isso. Mas, a despeito da enorme decepção que essas figuras religiosas devem ter promovido no coração e na mente do agredido homem, foi a necessidade de identificar-se com um samaritano que deve ter confundido ainda mais seus sentimentos cerimoniais. Um judeu não falava, muito menos, deixava-se tocar por um samaritano. Um cão tinha a mesma relevância social que um dos filhos de Samaria. A experiência de ser espoliado de todas as superficialidades sociais e permanecer apenas com a humanidade, levou aquele homem a compreender que, para além dos preconceitos e discriminações, somos todos muito próximos, extremamente parecidos. A experiência episódica e momentânea daquele judeu, constituía-se como a condição social permanente de um samaritano. Estes eram evitados, desprezados e, até, considerados como deserdados da filiação com Abraão.
O que o samaritano deveria fazer? Pagar desprezo e ódio, com discriminação e preconceito? Retribuir mal com mal nunca deve a resposta de quem verdadeiramente conhece a Jesus; o acolhimento que o samaritano proporciona ao fragilizado homem é fundamentado numa autopercepção realista, que compreende todos os homens como terrivelmente pecadores, mas também, universalmente como objetos do amor de Deus. Com que tipo de espiritualidade o homem caído devia identificar-se, depois da experiência do quase-morte abrir-lhe o entendimento para compreensão do tipo de zelo cerimonial que o levita e o sacerdote carregavam? Claro, com o modo de viver e adorar do samaritano!
Este é o mesmo desafio que o escriba que dialoga com Jesus tem que enfrentar: deve reproduzir a postura cerimonial dos religiosos ou o amor do samaritano? Assumir que a atitude do samaritano é louvável, implica em apontar para um tipo de espiritualidade que é capaz de sacrificar qualquer tipo de tradição em nome da salvação dos mais frágeis. A verdadeira adoração encarnada e ensinada por Jesus, abandona o protagonismo das liturgias e exalta o amor e cuidado às pessoas. A adoração que Jesus veio nos ensinar destrói todo tipo de categorização das pessoas e nos torna universalmente próximos, íntimos, familiares.
Que chave de leitura temos utilizado para ler a Bíblia? Se compreendermos as Escrituras através do amor, misericórdia e graça, estaremos mais próximos do Pai.
O Amor supera o ódio.
Diante da cena que Jesus elabora, o quadro tradicional muda: temos um sacerdote e um levita, não misericordiosos, cerimonialmente puros, mas cheios de preconceitos. Por outro lado temos um samaritano, socialmente rejeitado, mas graciosamente acolhedor; etnicamente odiado, entretanto o único que demonstra amor.
A quem o escriba comparar-se-ia, aos dois primeiros? Se fizesse isso, Jesus demonstraria que não havia amor a Deus naquele homem. O escriba, num exercício de superação de seus preconceitos, teve de comparar-se ao samaritano.
Por esta parábola Jesus demonstra que o próximo, o íntimo, é todo aquele que é carente de amor, assim como é aquele que desinteressadamente ama.
O desenvolvimento de uma adoração plena.
O culto não pode ser nosso único momento de adoração. Não é saudável que reduzamos nossa adoração apenas a louvores, pregações, orações e contribuições. Devemos adorar com tudo o que somos, em todo o tempo (Sl 32.6; Ef 6.18), com tudo o que temos (At 20.35; Cl 3.22-25). Sempre conscientes de que é fraudulenta a adoração do coração daquele que afirma amar a Deus, mas tem algo contra seu irmão (Mt 5.23,24).
Igreja, acolhimento e adoração.
Que tipo de pessoas a espiritualidade que praticamos tem desenvolvido? Indivíduos insensíveis à dor do outro, que em nome de rituais e tradições observam de maneira inerte multidões morrendo à míngua sob o domínio do pecado, sem sequer estender a mão. Ou nossa fé, que é simultaneamente resultado e causa de nossa adoração (Hb 11.1), tem cotidianamente transformado nosso ser, quebrando nossa arrogância e exaltação (Pv 8.13), levando-nos a perceber àquele que está a nossa volta não apenas como um outro (Gr. heteros), distante e diferente, mas como o próximo (Gr. plesíon), íntimo, amigo mais chegado que irmão (Pv 18.24).
Nós e os Samaritanos.
Quem são os samaritanos de nossa sociedade? Nossa fé não é excludente, o Reino de Deus é inclusivo (Mt 9.10-13). O evangelho do Senhor Jesus é a boa-nova de Deus para a humanidade. Ele é convidativo, acolhedor. Assim como Jesus, não tenhamos medo de aproximarmo-nos das pessoas que necessitam de Deus (Fp 2.6-9; Hb 2.11).
CONCLUSÃO
O tipo de vida que Deus deseja que desenvolvamos está intimamente ligada à vivência do louvor e da adoração; por isso vai muito além da mera observação de tradições ou ordenamentos humanos. Adorar ao Pai significa amá-lo, e tal experiência somente é possível quando nos permitimos amar e ser amados pelas pessoas que estão à nossa volta. Viva o melhor de Deus para você: adore, ame, perdoe.
A parábola de Lucas 10, sobre o homem assaltado e abandonado, nos leva a reflexão sobre o real valor da humanidade. Ninguém deve perceber-se superior ao outro, isto porque, na perspectiva neotestamentária, não há hierarquia entre os homens. O pecado que maculou a humanidade, tornou-nos a todos indignos, universalmente. As contingencias da existência fazem com que alguns possuam melhores condições econômicas ou culturais para viver, isto, todavia, não segmenta ou elege pessoas melhores que as outras, apesar das pessoas ou dos sistemas religiosos insistirem neste tipo de discriminação.
Essa é a amarga experiência que o personagem da parábola enfrenta e encarna. O roubo de que ele é vítima, tira-lhe não apenas os bens e a saúde, mas também o valor que a sociedade religiosamente mediada lhe dava. Toda a dignidade que ele possuía não era algo intrínseco a sua condição humana, mas antes, era um tipo de doação que a religião coletiva lhe conferia, e por contrapartida, também poderia usurpar-lhe. Inconsciente, no meio da estrada, aquele homem – aos olhos dos religiosos de sua sociedade – era na verdade apenas um corpo, sem qualquer tipo de dignidade ou necessidade de misericórdia. Infelizmente é isto que a religião faz: escolhe um pequeno número de eleitos, rejeita a multidão dos condenados por ela. As pessoas são descartáveis, o cumprimento dos regimentos litúrgicos é mais importante. São leituras fundamentalistas como estas abrem precedentes para segmentos religiosos que propagam muito mais o ódio do que o amor, a morte que a vida, a dor do que a restauração.
O levita e o sacerdote não se sentiram culpados ao furtarem-se da responsabilidade de dar socorro ao homem na estrada – a religião lhes permitia isso. Mas, a despeito da enorme decepção que essas figuras religiosas devem ter promovido no coração e na mente do agredido homem, foi a necessidade de identificar-se com um samaritano que deve ter confundido ainda mais seus sentimentos cerimoniais. Um judeu não falava, muito menos, deixava-se tocar por um samaritano. Um cão tinha a mesma relevância social que um dos filhos de Samaria. A experiência de ser espoliado de todas as superficialidades sociais e permanecer apenas com a humanidade, levou aquele homem a compreender que, para além dos preconceitos e discriminações, somos todos muito próximos, extremamente parecidos. A experiência episódica e momentânea daquele judeu, constituía-se como a condição social permanente de um samaritano. Estes eram evitados, desprezados e, até, considerados como deserdados da filiação com Abraão.
O que o samaritano deveria fazer? Pagar desprezo e ódio, com discriminação e preconceito? Retribuir mal com mal nunca deve a resposta de quem verdadeiramente conhece a Jesus; o acolhimento que o samaritano proporciona ao fragilizado homem é fundamentado numa autopercepção realista, que compreende todos os homens como terrivelmente pecadores, mas também, universalmente como objetos do amor de Deus. Com que tipo de espiritualidade o homem caído devia identificar-se, depois da experiência do quase-morte abrir-lhe o entendimento para compreensão do tipo de zelo cerimonial que o levita e o sacerdote carregavam? Claro, com o modo de viver e adorar do samaritano!
Este é o mesmo desafio que o escriba que dialoga com Jesus tem que enfrentar: deve reproduzir a postura cerimonial dos religiosos ou o amor do samaritano? Assumir que a atitude do samaritano é louvável, implica em apontar para um tipo de espiritualidade que é capaz de sacrificar qualquer tipo de tradição em nome da salvação dos mais frágeis. A verdadeira adoração encarnada e ensinada por Jesus, abandona o protagonismo das liturgias e exalta o amor e cuidado às pessoas. A adoração que Jesus veio nos ensinar destrói todo tipo de categorização das pessoas e nos torna universalmente próximos, íntimos, familiares.
Que chave de leitura temos utilizado para ler a Bíblia? Se compreendermos as Escrituras através do amor, misericórdia e graça, estaremos mais próximos do Pai.
O Amor supera o ódio.
Diante da cena que Jesus elabora, o quadro tradicional muda: temos um sacerdote e um levita, não misericordiosos, cerimonialmente puros, mas cheios de preconceitos. Por outro lado temos um samaritano, socialmente rejeitado, mas graciosamente acolhedor; etnicamente odiado, entretanto o único que demonstra amor.
A quem o escriba comparar-se-ia, aos dois primeiros? Se fizesse isso, Jesus demonstraria que não havia amor a Deus naquele homem. O escriba, num exercício de superação de seus preconceitos, teve de comparar-se ao samaritano.
Por esta parábola Jesus demonstra que o próximo, o íntimo, é todo aquele que é carente de amor, assim como é aquele que desinteressadamente ama.
A fé que desenvolvemos a partir de nosso encontro com Jesus tem nos tornado pessoas mais amorosas, misericordiosas, capazes de superar os preconceitos que a sociedade constituiu sobre nós?
O desenvolvimento de uma adoração plena.
O culto não pode ser nosso único momento de adoração. Não é saudável que reduzamos nossa adoração apenas a louvores, pregações, orações e contribuições. Devemos adorar com tudo o que somos, em todo o tempo (Sl 32.6; Ef 6.18), com tudo o que temos (At 20.35; Cl 3.22-25). Sempre conscientes de que é fraudulenta a adoração do coração daquele que afirma amar a Deus, mas tem algo contra seu irmão (Mt 5.23,24).
Igreja, acolhimento e adoração.
Que tipo de pessoas a espiritualidade que praticamos tem desenvolvido? Indivíduos insensíveis à dor do outro, que em nome de rituais e tradições observam de maneira inerte multidões morrendo à míngua sob o domínio do pecado, sem sequer estender a mão. Ou nossa fé, que é simultaneamente resultado e causa de nossa adoração (Hb 11.1), tem cotidianamente transformado nosso ser, quebrando nossa arrogância e exaltação (Pv 8.13), levando-nos a perceber àquele que está a nossa volta não apenas como um outro (Gr. heteros), distante e diferente, mas como o próximo (Gr. plesíon), íntimo, amigo mais chegado que irmão (Pv 18.24).
Nós e os Samaritanos.
Quem são os samaritanos de nossa sociedade? Nossa fé não é excludente, o Reino de Deus é inclusivo (Mt 9.10-13). O evangelho do Senhor Jesus é a boa-nova de Deus para a humanidade. Ele é convidativo, acolhedor. Assim como Jesus, não tenhamos medo de aproximarmo-nos das pessoas que necessitam de Deus (Fp 2.6-9; Hb 2.11).
CONCLUSÃO
O tipo de vida que Deus deseja que desenvolvamos está intimamente ligada à vivência do louvor e da adoração; por isso vai muito além da mera observação de tradições ou ordenamentos humanos. Adorar ao Pai significa amá-lo, e tal experiência somente é possível quando nos permitimos amar e ser amados pelas pessoas que estão à nossa volta. Viva o melhor de Deus para você: adore, ame, perdoe.
Fonte:
Revista Lições Bíblicas Jovens 4º Trim/2016 - Em Espírito e em Verdade - A essência da Adoração Cristã - CPAD - Comentarista Thiago Brazil
Livro de Apoio - Em Espírito e em Verdade - A essência da Adoração Cristã - Thiago Brasil
Bíblia Defesa da Fé
Bíblia de Estudo Pentecostal
Revista Lições Bíblicas Jovens 4º Trim/2016 - Em Espírito e em Verdade - A essência da Adoração Cristã - CPAD - Comentarista Thiago Brazil
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