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segunda-feira, 27 de junho de 2016

Festa Junina, o Cristão deve ou não participar?

"Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes..." Atos 15:29

Festa Junina? O que é isso?
Tudo começou quando a Igreja cristã canonizou João Batista, a partir daí foram-lhe conferidas duas honrarias: o título de santo, “São João”, e uma festa, a festa de São João.

Mas o que se celebra nessa festa?
Com base no Evangelho de Lucas 1.26,36, João Batista nasceu seis meses antes de Jesus. Portanto, se o nascimento de Jesus — o Natal — é celebrado em 25 de dezembro, logo o de João Batista deveria ser celebrado seis meses antes, em 24 de junho. Em outras palavras, a festa de São João, ou a festa junina, é o Natal de João Batista — é claro que estas datas são simbólicas, pois não sabemos ao certo a data do nascimento de Jesus, nem do Batista.

Por outro lado, a velha Europa que recebeu o cristianismo já tinha sua própria cultura. Uma das tradições mais conhecidas era o “midsommar”, o costume de acender grandes fogueiras no solstício de verão (21 a 23 de Junho), a época do ano em que o Sol incide com maior intensidade no hemisfério norte. Há registros de que os Druidas e Vikings acendiam fogueiras em seus cultos de adoração e também para espantar maus espíritos.[1]

Pode o cristão protestante participar das comemorações alusivas à festa junina?
Bem, creio que uma pessoa cristã protestante não deve participar das chamadas festas juninas ou “festa dos santos populares”.

Este último nome exprime tudo. A partir do ensino das Escrituras Sagradas os cristãos protestantes não celebram, homenageiam, louvam, cultuam, exaltam ou adoram seus conservos (Cl 4.7), mas unicamente a Deus. Nem mesmo anjos merecem esse tipo de veneração (Ap 19.10; Ap 22.9). Esta comemoração é cristã romana e não envolve o protestantismo. É celebrada por católicos romanos e não por cristãos protestantes. É cultura? Sim, porém, romanizada. A mistura, o sincretismo religioso, é perigoso e danoso.

Comemorada em muitas partes do mundo, tal festa aparentemente pagã foi cristianizada na Idade Média aplicada a São João, por isso, Festa de São João (festejado em 24/06). O conceito cristão romano incorporou ainda São Pedro, São Paulo (ambos celebrados em 29/06, festa litúrgica também chamada “Solenidade dos Santos Pedro e Paulo”) e Santo Antônio (comemorado em 13/06).

A veneração de santos é parte fundamental da teologia católica romana. Protestantes não veneram ou preiteiam santos. Fogem da idolatria disfarçada de homenagem. Seguem os mandamentos de Deus em Ex 20.3-5: “Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem”.

A festa junina remete a teologia romana dos santos. Protestantes enaltecem Cristo como o único mediador entre Deus e os homens (I Tm 2.5). Como ensinou o Mestre em Lc 4.8, “está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto”.

O próprio homenageado nas festas juninas, o conservo Paulo, ao abordar a mistura entre os cristãos de Corinto e as festas pagãs celebradas a outros ídolos, ensinou: “Que digo, pois? Que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Ou que o próprio ídolo tem algum valor? Antes, digo que as coisas que eles sacrificam, é a demônios que as sacrificam e não a Deus; e eu não quero que vos torneis associados aos demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios” (I Co 10.19-22).

Pense! O secularismo tem sido o responsável pela minimização da não-participação de evangélicos nesse “lazer” e/ou pelos chamados “arraiais gospel”. Se é lazer, é desdourado pela teologia romana. Se é “estratégia” não é coerente com o ensino bíblico.

No ambiente familiar os pais devem orientar os filhos sobre o significado desta Festa. Como Protestantes, devem ensinar e não permitir a participação ou participarem desta festa cultural romana. É verdade que as festas juninas pós-modernas não enfatizam tanto a veneração aos santos como antes, todavia, não é mentira que a festa é destinada a venerá-los. Cristãos Protestantes devem fugir destes festejos.

É uma festa caipira? Bom, realizar esta festa nesse tempo criará uma associação com a festa romana. Cristãos Protestantes precisam ser associados aos valores bíblicos eternos e não a festas romanas universais. O ideal é que a festa caipira, como uma festa temática, aconteça em outros meses do ano. Essa é uma posição moderada, prudente.

Fogueiras, pipoca, pé-de-moleque, danças, bolos de fubá, quebra-queixo, canções, canjicão e outros símbolos foram incorporados a festa romana, mas, em si, não são vedados. São resultado da obra criativa de Deus em nós. Devem ser recebidos com ações de graças (I Tm 4.3-4). O único cuidado necessário é recebê-los fora do ambiente das festas juninas.[2]

"Mas nem em todos há conhecimento; porque alguns até agora comem, com consciência do ídolo, coisas sacrificadas ao ídolo; e a sua consciência, sendo fraca, fica contaminada." 1 Coríntios 8:7

Além das festas juninas e dos doces distribuídos no dia de Cosme e Damião, há muitos banquetes consagrados aos deuses das riquezas, às divindades do poder corrupto e corruptor, e aos demônios da permissividade moral e do relativismo ético. Outrossim, cuidado com os restaurantes que, logo na entrada, expõem a sua divindade como se fora um mero folclore. Não é folclore; é demônio mesmo.

Cuidado com a idolatria meu irmão! foge dela!
"Portanto, meus amados, fugi da idolatria." 1 Coríntios 10:14

"Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus." Hebreus 12:1,2

Fonte:
[1]GUIAME, JEAN FRANCESCO 
[2]ULTIMATO, ÂNGELO VIEIRA DA SILVA

Sugestão de leitura:
Aqui eu Aprendi!

3 comentários:

  1. Muito bom seu artigo, pertinente, equilibrado e necessário. Parabéns.
    No afã de colaborar com a reverberação do texto, publiquei um link no Point Rhema.
    Saúde & Paz!

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    Respostas
    1. Obrigado pelo apoio Pastor Carlos. Só tenho a lhe agradecer.

      Grande e fraterno abraço
      Pastor Ismael

      Excluir
  2. Excelente post, meu irmão, concordo plenamente com o que foi exposto. Parabéns.

    ResponderExcluir

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