“E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará” Mt 24.12
“No século XXI, a família está sob ataque das
forças do inferno de maneira sistemática e insidiosa. Em todos os tempos, esse
ataque tem sido real. Mas nunca como nos dias presentes. Satanás tem conseguido
mobilizar governos, sistemas judiciários, escolas e faculdades, para minar as
bases da instituição familiar. Só em Cristo a família pode resistir às
investidas satânicas.
Formadores de opinião trabalham para a
destruição da entidade familiar, tal como Deus a criou, pela união de um homem
e de uma mulher através do casamento. A sociedade sem Deus admite outros
‘arranjos’ de família.
Hoje, porém, com a influência dos meios de
comunicação, os costumes têm mudado drasticamente, alcançando todos os rincões
do país. Seja nas grandes capitais, seja nos menores distritos, vilas e
povoados, a influência nefanda desse falso ‘progresso’ tem chegado, dominando
as mentes e as consciências.
Infelizmente, os governos estão alinhados com
o espírito do Anticristo. Quase sem exceção, todos estão de acordo com as
mudanças perniciosas que se voltam contra a família. Até porque, com a ‘nova
visão de mundo’, a família tradicional é considerada ultrapassada. O casamento
monogâmico e heterossexual é retrógrado e precisa dar lugar a ‘novas
configurações de família’” (RENOVATO, Elinaldo. A Família Cristã e os
Ataques do Inimigo. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013, pp.40-42).
A família do século XXI passa por uma séria crise, mas a Bíblia Sagrada tem a solução para a restauração de todas as coisas.
Grandes tragédias
sempre chamam a atenção da opinião pública, por causa de um sentimento mórbido
presente em muitos seres humanos. Esse desejo de observar e compreender as
motivações por trás de episódios chocantes, entretanto, fica mais aguçado à
proporção que os elementos da trama se tornam mais sinistros.
O Brasil, no ano
de 2002, ficou estupefato com uma história que mais parecia um filme de terror
— o homicídio do casal Manfred e Marísia von Richthofen. Eles eram pessoas
respeitadas na sociedade e moravam em um bairro nobre da Cidade de São Paulo. A
morte do casal foi mostrada repetidas vezes em vários canais de televisão,
principalmente pela forma como se deu: eles foram mortos com pancadas de barra
de ferro nas suas cabeças, enquanto dormiam. No enterro, igualmente mostrado
por todas as emissoras, as pessoas observavam consternadas a dor suportada
pelos filhos do casal, os quais choravam abundantemente diante de um crime tão
horrendo.
Logo após isso,
porém, a chocante verdade veio à tona: um dos arquitetos do crime foi a bela (e
“meiga”) filha primogênita do casal, Suzane Richthofen. Ela conhecera um rapaz
chamado Daniel, em agosto de 1999, e, algum tempo depois, começou a namorá-lo.
O relacionamento, porém, não contava com o apoio dos pais de Suzane. Diante
disso, ela e o namorado Daniel, durante meses, com a ajuda de Cristian, irmão
de Daniel, estabeleceram um plano para simular um latrocínio e assassinar o
casal Richthofen, com o objetivo de Suzane receber a herança dos pais e
dividi-la com os cúmplices.
No dia 31 de
outubro de 2002, o plano foi executado: Suzane abriu a porta da mansão da
família no Brooklin, em São Paulo, sendo esta a oportunidade que os outros dois
envolvidos entraram na casa e foram diretamente para o quarto do casal, no
segundo andar do imóvel, e ali mataram Manfred e Marísia. Presos, eles
confessaram o crime, e cada um dos três foi condenado a quase quarenta anos de
reclusão.
Os contornos desta
história terrível revelam não apenas um problema circunstancial e localizado,
mas também uma lamentável situação bastante ampla na sociedade pós-moderna, a
qual está em apuros. Os altos índices de violência (inclusive sexual),
corrupção e todos os tipos de males cada vez mais crescentes são provas
irrefutáveis disso. Onde o ser humano errou? O espaço deste capítulo é muito
pequeno para abordar toda a problemática que a cosmovisão da pós-modernidade
tem trazido ao mundo.
Como não poderia
deixar de ser, pela textura social, há, igualmente, nas famílias, graves e
sérias dificuldades. A família do século XXI vivência uma profunda crise em
todos os aspectos. Há um interesse indisfarçável em muitos que exista uma
quebra de paradigmas históricos, nos quais a civilização ocidental foi
assentada.
Sem dúvida,
vivemos numa Era de turbulência pós-moderna, em que se vê o desrespeito ao
casamento, com o rompimento desses conceitos tradicionais, bem como pela crise
de autoridade instalada, o que reflete fortemente no desequilíbrio da
identidade familiar, acarretando dificuldades de relacionamentos entre esposo,
esposa e filhos. Acrescente-se a tudo isso a forte presença da cosmovisão
materialista na sociedade. Há algum tempo atrás, falava-se: a educação é a
solução para os problemas da sociedade. Citavam, para tanto, uma célebre frase
atribuída a Victor Hugo: "Quem abre uma escola fecha uma prisão". Não
entendiam que, além da educação, mais importante era a cosmovisão transmitida
nessa escola. O que as crianças vão aprender é mais importante do que o lugar
onde elas aprenderão! Prova insofismável disso é que, com o passar do tempo,
muitas escolas foram abertas, e nenhuma prisão no Brasil foi fechada por falta
de presos. Aliás, o déficit do sistema prisional nacional é, hoje, o maior de
todos os tempos.
1. Crise
educacional
Desde tempos imemoriais,
os pais ensinam aos filhos o caminho da vida, cuidam deles e os educam com o
que aprenderam. Com o passar do tempo, quando a prole pode viver sozinha, é
liberada. Entretanto, até que os filhos tenham condições de estabelecer sua
própria casa - processo da individuação —, submeter-se-ão à liderança de seus
pais. Isso concorda com o dito na Bíblia. Está escrito: “Além do que, tivemos
nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; (...)
Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes
parecia...” (Hb 12.9,10). Assim sendo, cabe aos pais estabelecer as regras
educacionais, como bem lhes parecer, para seus filhos.
Hoje, porém,
querem construir na sociedade um novo padrão educacional, em homenagem ao
relativismo moral. Vários teóricos defendem que, caso as crianças sejam
entregues a si mesmas, sem a imposição da educação tradicional com padrões
objetivos, espontaneamente se inclinarão ao amor, à abnegação, ao trabalho
competente e serão muito mais criativas. Com isso, admitem que a natureza
humana é essencialmente boa, em contraste com o que diz a Bíblia (Pv 22.15),
não precisando, por isso, na visão deles, de ensinamento dos valores morais
tradicionais. Nessa esteira, surgiu a teoria educacional do Construtivismo, que
se coaduna perfeitamente com a famigerada e tão difundida ideologia de gênero,
sendo que ambas são extremamente prejudiciais à família. Um abismo chama outro
abismo (SI 42.7).
O preclaro
professor F. Solano Portela Neto comenta:
"De uma forma
simplificada, podemos dizer que o Construtivismo postula que o conhecimento é
algo que cresce, subjetiva e individualmente, como um cristal em uma solução
salina. Nesse sentido, não é algo que deva ser transmitido ou dado pelo
professor. O mestre é apenas um agente facilitador nesse processo de
crescimento. De acordo com o Construtivismo, o direcionamento dos professores
(e, por inferência, dos pais e de todos os envolvidos no processo educativo da
criança) pode ser algo prejudicial e não benéfico ao estudante, principalmente
se eles não compreenderem os estágios de assimilação cognitiva das crianças e
procurarem agir como agentes transmissores de suas próprias realidades. O
Construtivismo é a filosofia atual de maior alcance, abrangência ou influência
na sociedade brasileira. (...) Você pode nunca ter ouvido o termo; você pode
não ter o mínimo interesse em filosofia educacional; você pode não ter
familiaridade com os nomes dos principais proponentes dessa corrente, mas são
altíssimas as possibilidades de que o Construtivismo já influenciou ou vai
influenciar a sua vida. Se você tem filhos em idade escolar, há mais de 90% de
probabilidade de que estejam sendo orientados com uma visão educacional
construtivista. Mesmo que a prática pedagógica em uma escola específica não
seja coerentemente construtivista, essa filosofia, que abraça não somente a
forma de desenvolver o conhecimento, mas também a formação dos sistemas de
valores e relações Interpessoais, terá participado ativamente da formação dos
alunos”.
Portanto, como se
vê, o relativismo moral está profundamente impregnado na denominada filosofia
construtivista, estimulando as crianças a construírem seus próprios conselhos,
longe da orientação de seus pais e professores e, é claro, de Deus. Não é à
toa, portanto, que esta geração tenha produzido tantos filhos desrespeitosos
aos seus genitores, mestres, líderes religiosos e demais autoridades. O método
educacional construtivista legou a muitas delas o conceito de que essas
“autoridades” nada têm a lhes acrescentar. Isso tudo tem como pano de fundo a
tese iluminista da utopia, a qual crê na bondade inata do homem e, por isso,
credita à educação liberal e à ciência a resolução de todos os males do mundo.
O Todo-Poderoso, porém, determina que os pais ensinem a Palavra de Deus aos
seus filhos assentados em casa, e andando pelo caminho, e deitando-se, e
levantando-se (Dt 11.19).
"A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção a afugentará dela." Provérbios 22:15
2. Crise de
autoridade
A crise de
autoridade, observada como fenômeno no mundo moderno, tem se apresentado como
um problema cada vez mais grave, a qual tem atingido as instituições do Estado,
escolas, famílias e igrejas em todo o mundo.
Vislumbra-se um
sentimento coletivo de indignação com todo e qualquer tipo de autoridade. Isso,
obviamente, começa na família e é confirmado na escola, ou vice-versa. O fato é
que, cada vez mais, as pessoas não querem se submeter aos outros em amor. Os
ensinamentos legados pelos pais ou professores tradicionais não encontram, em
regra, recepção cognitiva adequada nos que deveriam ser educados.
Por conta desta presente
crise de autoridade, é relativamente comum vermos notícias informando sobre
professores agredidos por alunos, como a que aconteceu no dia 1º de julho de 2015, no Estado de Sergipe. A
diretora de uma escola pública foi agredida com socos e golpes de caneta por um
adolescente de dezesseis anos que, anteriormente, fazendo o uso de uma bomba,
destruiu um mictório do colégio e, em decorrência, foi suspenso. A diretora
vinha conversando com o aluno, demonstrando o erro cometido, só que sem “bater
de frente” com ele. Porém, mesmo assim, o discente não aceitou pacificamente a
disciplina e cometeu a agressão. A diretora informou que pedirá transferência
da escola, por não aguentar mais tanta violência.
Há trinta anos,
dificilmente se ouvia falar sobre episódios como esse, mas hoje tais narrativas
já se tornaram banais. Sem dúvida, a cosmovisão pós-modernista está na raiz do
problema, pela ação famigerada do relativismo moral. Ora, se não existe verdade
absoluta, então não deve existir submissão a quem quer que seja. A primeira
motivação dessa crise, portanto, é sociológica.
E óbvio que também
existe um componente espiritual em cada rebelião. A Bíblia nunca aprovou
rebelião alguma contra a autoridade constituída por Deus. Jesus, por exemplo,
censurou Pedro por ter usado uma espada contra o "policial" Malco (Mt
26.51,52), determinou o pagamento de tributo aos ditadores romanos e repreendeu
Tiago e João por quererem incendiar os samaritanos, que estavam, por direito,
em sua terra, mas que não deixaram Jesus entrar lá (Lc 9.54,55). Aliás, neste
último episódio, Jesus repreendeu os discípulos dizendo: “vós não sabeis de que
espírito sois.” Assim sendo, a origem da crise de autoridade, a qual,
praticamente, todas as instituições enfrentam hoje, tem um forte componente da
esfera espiritual — o princípio da rebelião de Satanás.
3. Crise de
identidade
Qual o papel de
pais e filhos na família?
E na escola, o que cabe aos professores fazer?
Bem,
como a maioria dos formadores de opinião acredita na validade teórica do
relativismo moral, então não há resposta para essas perguntas (Pelo menos para
eles!). O certo é que pais e professores tradicionais reclamam da dificuldade
de estabelecer limites e regras aos mais jovens, que querem impor seu desejo
por mais liberdade e autonomia, e o fazem de forma a romper com todos os
padrões pré-estabelecidos, comprometendo as regras mais básicas de convivência,
a ponto de, muitas vezes, tornar insustentável o relacionamento familiar e em
sala de aula (2 Tm 3.2).
Esta crise de
identidade é fomentada em todos os lugares. Por exemplo, o personagem Bart, do
desenho animado “Os Simpsons”, não respeita o pai, que é um homem bobo,
inoperante, que não lidera sua família (por isso que faz tanto sucesso) e, no
aspecto da moralidade, aprova o homossexualismo (inclusive de sua esposa!) e o
casamento gay. A referida série está no ar há muitos anos e possui um alto
índice de audiência, pois retrata o padrão da sociedade moderna.
"Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis.
Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus," 2 Timóteo 3:1-4
II. UMA FAMÍLIA EM CRISE
1.
Problemas de relacionamentos
A família dos dias
de hoje passa por uma forte crise de relacionamentos. É comum observar na mídia
pais que matam sutis crianças, filhos planejando a morte de pais e irmãos,
pelos motivos mais variados, conforme se vê na introdução deste capítulo.
Certamente, “há algo podre no reino das famílias dos dias atuais”,
parafraseando Hamlet, o príncipe dinamarquês.
O homem tem se
distanciado do seu Criador. O Senhor Jesus falou que a desagregação familiar
seria marcante a tal ponto que os inimigos do homem seriam seus próprios
familiares (Mt 10.21,36; 24.10). Isso é, sem dúvida, realidade em muitos lares,
onde não há entendimento conjugal, os irmãos são verdadeiros rivais e há toda
sorte de perturbação (Tg 3.16).
Como juiz de
direito, tenho presenciado muitos casos de relacionamentos familiares rompidos.
A família está em crise. O Altíssimo, entretanto, tem um propósito especial
para cada núcleo familiar. Ele sempre quis as famílias felizes e abençoadas (Gn
12.3b). Observa-se, porém, que a sociedade não procura fazer a vontade do
Eterno, e é por isso que ela está indo de mal a pior, enganando e sendo
enganada.
2.
Materialismo
Outro problema tem
atingido frontalmente as famílias, acirrando ainda mais a crise contemporânea:
o materialismo. Ele incute a ideia de que os bens materiais são mais
importantes que as riquezas espirituais. Ele cega, tira a esperança e
desconsidera as coisas da fé.
Recentemente, li
uma reportagem muito triste de um inglês chamado Tom Attwater, de 32 anos, que
tinha um tumor no cérebro e faleceu dia 29/9/2015, após arrecadar cerca de R$ 3
milhões (£ 500 mil) para garantir o futuro de sua enteada Kelli, de seis anos,
que já tinha tido um sério problema de saúde.
Sabendo de sua
morte iminente, ele escreveu uma carta de despedida para Kelli, na qual aborda
diversos assuntos. Ele disse lamentar que não pudesse vê-la crescer e diz suas
últimas palavras: “Por favor, não culpe as pessoas ou o mundo por isso”. Ele
continuou aconselhando Kelli sobre assuntos como escola, meninos, casamento,
família, amigos, carreira profissional, além de pedir a ela que aprenda a
dirigir e que seja feliz em primeiro lugar.
A história poderia
ter sido bonita e não triste se Tom Attwater não fosse um materialista. Ele
nada disse à Kelli acerca de Deus, bem como em relação às bênçãos que derivam
da obediência ao Altíssimo, ou sobre a importância de ajuntar tesouros no Céu.
Ele só pensava nos tesouros da Terra. Por isso, empreendeu uma campanha de
arrecadação de dinheiro. Ele não conseguia enxergar além do que seus olhos
podiam ver. Quanta pobreza existencial!
Com o rei Davi foi
bem diferente, pois, mesmo cheio de defeitos em relação à família, nos últimos
instantes de vida, quando aconselhou seu filho Salomão, recomendou a ele que
conhecesse o Deus de seu pai e que o servisse com integridade. Salomão era um
homem intelectual, um leitor voraz, porém Davi sabia que o conhecimento mais
importante dizia respeito a ter intimidade com o Criador. Quanta diferença
existe entre o fim das pessoas que conhecem a Deus e as que são materialistas!
Como na história do rico e Lázaro (mencionada em um capítulo anterior), na qual
o rico, no Inferno, ao ver o ex-mendigo no Céu, suplicou a Deus que Lázaro
fosse enviado à Terra para falar sobre a realidade do castigo eterno a seus
familiares, porém já era tarde demais. Os materialistas, na Bíblia e fora dela,
nunca terminam bem os seus dias, seja nesta dimensão da vida ou no porvir.
Enquanto a
cosmovisão judaico-cristã confere ao Todo-Poderoso a primazia na existência, o
materialismo ensina que as coisas desta vida ocupam o lugar proeminente. O
materialista olha para a vida sem a dimensão da eternidade, obtendo, por isso,
uma visão extremamente empobrecida da realidade. A Bíblia diz que o justo pode
ver mais, além, pois ele viverá da fé. Uma sociedade criada sob a orientação
materialista tem tudo para apresentar altos índices de criminalidade,
corrupção, prostituição, desesperança, etc. Será que essas características são
encontradas nesta geração?
3.
Desrespeito ao casamento
A sociedade não
valoriza o casamento, como acontecia no passado. Por isso, tantas mazelas nas
famílias são vistas cada vez mais. E extremamente comum, por exemplo, que
rapazes e moças saiam da casa de seus pais para morarem juntos antes do
casamento. Essa prática se dissemina por todo o mundo.
Há poucos dias, li
uma publicação que falava exatamente sobre os estágios de “desobediência” a
Deus no mundo, tendo como parâmetro o fim paulatino do casamento em diversos
países. A região na qual o casamento está sendo menos respeitado é a Escandinávia,
que, no século passado, enviou muitos missionários para diversos lugares da
terra, inclusive para o Brasil.
Isso é reflexo de
uma profunda falta de temor a Deus. Ocorre em tal circunstância, por incrível
que pareça, o cumprimento de uma mensagem profética de Jesus, ao falar sobre os
dias antecedentes à Sua vinda, os quais seriam como os dias de Ló, nos quais os
homens comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam (Lc 17.28),
porém o Redentor nada disse sobre as pessoas se casarem. No versículo anterior,
o Senhor, ao mencionar os dias de Noé, falou sobre a prática do casamento,
entretanto depois excluiu propositalmente o termo, para demonstrar o desprezo
da geração dos últimos dias pelo matrimônio. Quanta classe e inteligência, de
Jesus, para dizer a verdade!
"Assim como foi nos dias de Noé, também será nos dias do Filho do homem. O povo vivia comendo, bebendo, casando-se e sendo dado em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então veio o dilúvio e os destruiu a todos." Lucas 17:26,27
"Aconteceu a mesma coisa nos dias de Ló. O povo estava comendo e bebendo, comprando e vendendo, plantando e construindo. Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu fogo e enxofre do céu e os destruiu a todos." Lucas 17:28,29
III. A TERRA CAMBALEIA
1. A
cosmovisão pós-modernista
A experiência de
globalização atual não é única na história da humanidade. No tempo de Daniel,
havia, em certa medida, o processo da globalização babilônica; no tempo de
Timóteo, estava em curso a globalização greco-romana. No meio de um pensamento
dominante profundamente antagônico ao projeto de Deus para o homem, os pais de
Daniel e, também, a avó e a mãe de Timóteo conseguiram educá-los, quando ainda
eram muito jovens, com os valores fundamentais de uma vida com Deus. Eles se
mantiveram fiéis à cosmovisão aprendida de seus pais e fizeram a diferença em
sua geração.
Atualmente, as
famílias vivem em meio a um caos sem precedentes, como consequência da
cosmovisão pós-modernista, através da qual é ensinado o relativismo moral, o
pluralismo cultural e o questionamento da fé, dentre outras teses nocivas.
Prova deste
descalabro pode ser encontrada na guerra ideológica em curso, com o apoio de
Organismos Internacionais, que tem como objetivo primordial que a união entre
pessoas do mesmo sexo seja reconhecida como família, tendo tal fato acontecido,
pela primeira vez na história da humanidade, no ano de 1989, na Dinamarca.
Isso, entretanto,
apresenta-se como uma tragédia social e também como um atentado aos postulados
bíblicos, pois a ideia de casamento sempre se sustentou, desde o início, em
quatro pilastras: espécie (deve acontecer entre seres humanos), gênero
(masculino e feminino), número ("dois”: um espécime de cada gênero) e fidelidade
(casamento indissolúvel). Dessa maneira, ficou estabelecido por Deus o
paradigma monogâmico heterossexual para a formação inicial da família.
A legislação
brasileira admite o divórcio desde 1977, colocando, porém, alguns requisitos
para a anulação matrimonial. Isso durou até poucos anos atrás, quando o
ordenamento jurídico nacional passou a aceitar o divórcio irrestritamente. Ou
seja, o casamento passou a ser considerado um mero contrato, o qual, a qualquer
momento e sem nenhuma causa, pode ser desfeito. Os contratos de aluguel, por
exemplo, devem durar, no mínimo, um ano; já para o casamento não existe
qualquer previsão nesse sentido. Dessa forma, a legislação desconsiderou a
coluna da "fidelidade” (indissolubilidade do casamento).
Com o
reconhecimento das “uniões homoafetivas" como família, aconteceu o
desprezo ao segundo baluarte: “gênero”. Desta maneira, poderá existir o
entendimento de que não há mais razão para manter o casamento apenas entre duas
pessoas, pois o pilar "número” é consequência lógica do "gênero”.
Talvez seja por isso que já são reconhecidos, no Brasil, os denominados
“casamentos poliafetivos”.
Resta apenas o
pilar “espécie” para o casamento. A questão é: será respeitado por quanto
tempo? Qual a justificativa para valorizar tal fundamento? Se for a perpetuação
da espécie humana, isso já foi menosprezado com a possibilidade do casamento
gay. A ruína da sociedade contemporânea se apressa velozmente.
Na Alemanha, por
exemplo, ativistas conseguiram a aprovação de uma lei criminalizando a zoofilia
(sexo com animais), pois se constatou naquele país a morte de 500.000 animais
anualmente por causa de “abusos sexuais” de seus donos. O grupo zoófilo
“ZETA", no entanto, pretende ajuizar ação judicial a fim de derrubar a
lei. A queda do último pilar do casamento, ao que parece, na velocidade como
andam as coisas, pode ser apenas uma questão de tempo.
A mudança de
paradigmas humanos sobre o conceito de família não modificará a definição dada
pelo Altíssimo. Tudo o que está acontecendo é cumprimento de profecias bíblicas
(Mt 24.12; 2 Tm 3.1-4) e tornam desta uma Era turbulenta.
Há, como se vê, um
intento do mal para mudar os valores morais, com o objetivo da destruição do
projeto divino, que, ratifique-se: é a família monogâmica heterossexual. Apesar
disso, nem tudo está perdido. O Todo-Poderoso quer mudar este quadro e
estabelecer seu Reino nas famílias. "Entrega o teu caminho ao Senhor;
confia nele, e ele tudo fará” (SI 37.5).
Em entrevista para
a Seara News, o Pr. Antônio Gilberto, uma das maiores autoridades no ensino
teológico no Brasil, demonstrou grande preocupação com o estado atual da
família — dentro e fora da igreja. Ao ser perguntado sobre a afirmação que
fizera de que a família estava fragilizada, ele respondeu:
“Os irmãos sabem o
que é fragilizada? É uma coisa que se quebra com facilidade. Se não for dado um
jeito nisso, ela se fragmenta. A família dentro da igreja — fora da igreja,
Deus tenha misericórdia — está fragilizada. E qual é o passo seguinte se não
houver uma providência Divina? Fragmentar a família. Sabe o que é fragmentar?
Virar pedaços!"
2. A mídia
como instrumento de desconstrução familiar
No meio dessa
desordem moral que a sociedade pós-moderna está imersa, surge um elemento
decisivo na conquista e manutenção das mentes dos homens pelo mal: os meios de
comunicação em massa. Observa-se claramente um compromisso dos grandes estúdios
de Hollywood, das emissoras de TVs e dos jornais e revistas de maior
circulação, além de alguns sites da Internet, em divulgar o pensamento
pós-moderno. As novelas brasileiras, em sua maioria, igualmente promovem os
valores familiares de forma negativa. Há um projeto do mal para mudar o
conceito de família, e a mídia, infelizmente, está sendo usada para isso. Época
de palavrões, sexo ilícito, aborto, divórcio, adultérios, sexo fora do
casamento, homossexualismo, etc. Crianças sem referências paternas ou famílias
são constituídas com irmãos de vários pais e mães. Isso é a pós-modernidade, ou
melhor, biblicamente falando, são os sinais dos últimos dias (2Tm 3.1-4), e
tem por objetivo, sobretudo, a destruição da família!
3. Epidemia
de suicídios
A situação da
família no século XXI é bastante grave. Muita coisa está fora do lugar. Os
estudiosos, porém, fecham os olhos para as questões mais óbvias, como a
ausência de Deus dos lares. Segundo a OMS, tirar a própria vida já é a segunda
principal causa de morte em todo mundo para pessoas entre 15 e 29 anos de
idade. Isso, segundo os especialistas, já é uma epidemia. O relatório
apresentado mostra que 800 mil pessoas cometem suicídio todos os anos e, para
cada caso fatal, há pelo menos outras vinte tentativas fracassadas.
Os sinais do fim
dos tempos podem ser vistos abundantemente. O que mais falta acontecer? Somente
uma coisa: "Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos
dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de
olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos
ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (1Co 15.51,52).
A bem-aventurada esperança da família cristã é o retorno do Rei ainda nesta geração (Tt 2.13). Não há motivos para crer que a volta de Jesus vai demorar. Preparemo-nos para o grandioso encontro com Ele, o qual nos avisou que, quando essas coisas começassem a acontecer, nossa redenção estaria próxima (Lc 21.28). Está escrito:
"Porque ainda um poucochinho de tempo, e o que há de vir virá e não tardará" (Hb 10.37). Maranata! Ora, vem, Senhor Jesus!
Fonte:
Lições Bíblicas CPAD - 2ºtrim.2016 Eu e minha casa - Orientações da Palavra de Deus para a Família do Século XXI - Comentarista Reynaldo Odilo
Livro de Apoio - Eu e minha casa - Orientações da Palavra de Deus para a Família do Século XXI - Comentarista Reynaldo Odilo
A Família Cristã e os ataques do inimigo. Elinaldo Renovato 1ª.Ed.CPAD
Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia Defesa da Fé
Bíblia NVI
Aqui eu Aprendi!
Paz de Cristo!
ResponderExcluirÉ muito lamentável a situação da família nos dias atuais. A crise tem se instalado em diversos lares e muitas vezes os pais só conseguem perceber quando o processo já está bastante adiantado. O consumismo desenfreado, a avidez por conquistas materiais têm feito com que muitos pais substituam a convivência, o amor, o diálogo, a transmissão de valores, por coisas materiais. E o resultado é catastrófico, nunca vimos tantas crianças e adolescentes mal educadas e desrespeitosas como nos dias atuais. Os professores nunca enfrentaram tanta violência e indisciplina como nos dias atuais. E infelizmente muitos ditos cristãos também têm sido negligentes para com a família esquecendo do que diz Paulo a Timóteo: " Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel" (I Tm 5:8).
Que Deus abra os olhos do seu povo pra entender a importância dos valores dentro da família.
Deus continue abençoando sempre.
Oadoradorquesou.blogspot.com.br
Obrigado Fernanda. Paz do Senhor Jesus.
ExcluirUma grande verdade tudo o que comentou. Que Deus nos ajude!
abraço fraterno
Pastor Ismael
Parabéns,santo! Seu estudo é muito edificante. Que o Senhor Jesus te acrescente mais e mais da Sua graça e virtude.
ResponderExcluir🙌🙋🙏