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sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Como provar os Espíritos - por A.W.Tozer

"Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus,..." 1 João 4:1

Estes são os tempos que provam a alma dos homens. O Espírito afirmou expressamente que nos últimos dias alguns se desviariam da fé, atendendo a espíritos sedutores e doutrinas de demônios; falando mentiras com hipocrisia; tendo a consciência cauterizada a ferro quente.

Esses dias estão sobre nós e não podemos fugir deles; devemos triunfar em meio aos homens, pois essa é a vontade de Deus para nós. Por estranho que pareça, o perigo é maior hoje para os cristãos fervorosos do que para os mornos e os complacentes. Aquele que busca as melhores coisas de Deus está sempre disposto a ouvir quem quer que ofereça um caminho pelo qual possa alcançá-las.

Ele aspira por uma nova experiência, uma visão elevada da verdade, uma operação do Espírito que o faça transcender o nível apático da mediocridade religiosa que o circunda, e por esta razão está pronto a dar atenção a tudo que é novo e maravilhoso em matéria de religião, especialmente se for apresentado por alguém cuja personalidade seja atraente e que possua fama de grande santidade.

O Senhor Jesus, esse grande Pastor das ovelhas, não deixou seu rebanho à mercê dos lobos. Ele nos deu as Escrituras, o Espírito Santo e um poder natural de observação, e espera que façamos uso constante deles. “Julgai todas as coisas, retende o que é bom”, disse Paulo (1 Ts 5:21). “Amados, não deis crédito a qualquer espírito: antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora” (1 Jo 4:1). “Acautelai-vos dos falsos profetas”, advertiu o Senhor, “que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores” (Mt 7:15).

A seguir acrescentou as palavras pelas quais eles podem ser testados: “Pelos seus frutos os conhecereis”. Fica claro então que não só surgirão falsos espíritos, pondo em risco nossa vida cristã, como também eles podem ser identificados e conhecidos pelo que são. Como é natural, uma vez que saibamos a sua identidade e conheçamos as suas artimanhas, o poder de nos prejudicar fica anulado. “Pois debalde se estende a rede à vista de qualquer ave” (Pv 1:17).

Minha intenção é estabelecer um método pelo qual possamos provar os espíritos e todas as coisas religiosas e morais que se nos apresentem ou nos sejam oferecidas por alguém. Ao tratar desses assuntos, devemos ter em mente que nem todas as fantasias religiosas são obra de Satanás. A mente humana é capaz de muitos atos nocivos sem qualquer ajuda do diabo. Alguns têm positivamente a especialidade de confundir-se e irão tomar a ilusão por realidade em plena luz, com a Bíblia aberta diante deles.

Pedro pensava nisso quando escreveu: “O nosso amado irmão Paulo já falou com grande sabedoria acerca destas mesmas coisas em muitas das suas cartas. Algumas explicações dele não são fáceis de entender, e há pessoas intencionalmente ignorantes que sempre estão pretendendo alguma interpretação fora do comum; eles torceram as cartas dele de todos os lados, para significarem uma coisa completamente diferente daquilo que ele queria dizer, tal como fazem com as outras partes das Escrituras, mas o resultado é a ruína deles” (2 Pe 3:15-16).

Acho pouco provável que os confirmados apóstolos da confusão venham a ler o que está escrito aqui ou que tirassem grande proveito caso o fizessem; mas existem muitos cristãos sensatos que foram desviados, mas mostraram suficiente humildade para admitir seus erros e estão agora prontos a voltar para o Pastor e Bispo de suas almas. Esses podem ser resgatados dos caminhos falsos.

Mais importante ainda, existem sem dúvida inúmeras pessoas que não deixaram o caminho verdadeiro mas querem uma regra mediante a qual possam provar tudo e provar a qualidade do ensino e experiência cristãs quando entram em contato com elas, dia após dia, em sua vida ocupada. Para indivíduos assim vou contar um pequeno segredo que venho usando há muitos anos para testar minhas próprias experiências espirituais e impulsos religiosos.
Em resumo, o teste é este: Essa nova doutrina, esse novo hábito religioso, essa nova visão da verdade ou experiência espiritual — de que forma afetou minha atitude com relação a Deus e minha comunhão com Ele, com Cristo, com o Espírito Santo, comigo mesmo, com outros cristãos, com o mundo e o pecado?

Com este teste, composto de sete elementos, podemos testar tudo quanto pertence à religião e saber, sem sombra de dúvida, se vem ou não de Deus. Pelo fruto se conhece a árvore. Temos então apenas de perguntar a respeito de qualquer doutrina ou experiência: O que isto está fazendo para mim? E saberemos imediatamente se vem do alto ou das profundezas da terra.

Fonte: Extraído do livro Como provar os Espíritos (How to Try the Spirits) - Série Verdades que Transformam – A. W. Tozer - editora dos clássicos

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