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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Israel, o relógio escatológico de Deus

Porei os meus olhos sobre eles, para seu bem, e os farei voltar a esta terra; e edificá-los-ei, e não os destruirei, e plantá-los-ei, e não os arrancarei” Jr 24.6

Trechos da Declaração de Independência de Israel, lida por David Ben Gurion no dia 14 de maio de 1948, e reproduzida integralmente no livro Jerusalém 3000 Anos de História (CPAD):
“Declaramos que, a vigorar desde o momento do término do Mandato, que se dará hoje à noite, véspera de Sábado, 6º dia de íar de 5708 (15 de maio de 1948), até a instalação das autoridades eleitas regulares do Estado de acordo com a Constituição que será adotada pela Assembléia Constituinte Eleita, o mais tardar a 1º de outubro de 1948, o Conselho do povo atuará como Conselho de Estado Provisório, e seu órgão executivo, a Administração do Povo, será o Governo Provisório do Estado judeu, a ser denominado Israel.
O ESTADO DE ISRAEL estará aberto à imigração judaica e para o Retorno dos Exilados; fomentará o desenvolvimento do país em benefício de todos os seus habitantes; basear-se-á nos princípios de liberdade, justiça e paz, conforme concebidos pelos profetas de Israel; assegurará completa igualdade de direitos sociais e políticos a todos os seus habitantes sem distinção de religião, raça ou sexo; garantirá a liberdade de culto, consciência, língua, educação e cultura; e manter-se-á fiel aos princípios da Carta das Nações Unidas.
“APELAMOS ao povo judeu em toda a Diáspora para que cerre fileiras em torno dos judeus de Eretz-Israel nas tarefas de imigração e reconstrução e para que esteja ao seu lado na grande luta pela realização do sonho secular — a redenção de Israel.
“Confiando no Todo-Poderoso, apomos nossas assinaturas a esta proclamação, nesta sessão do Conselho de Estado Provisório, no solo pátrio, na cidade de Tel-Aviv, nesta véspera de sábado, 5º dia de íar, de 5708 (14 de maio de 1948). Segue a assinatura de David Ben Gurion e dos demais fundadores do Estado de Israel.
Terminada a leitura da Declaração de Independência do Estado de Israel, é proferida a bênção hebraica: ‘Louvando sejas, ó Senhor, Deus nosso, Rei do Universo, que nos mantiveste vivos, que nos preservaste e nos permitiste ver este dia’”.

Israel é o relógio divino na Terra pelo qual conhecemos os desígnios de Deus para o final da história da humanidade.

Leitura Bíblica: Ezequiel 37 1-12

Tendo Israel como objeto principal de nosso estudo, veremos algumas profecias escatológicas que já tiveram seu cumprimento e outras que ainda hão de se cumprir. Através da situação atual de Israel iremos constatar a proclamação da iminente vinda de Jesus.

Ordem correta de acontecimentos escatológicos.
1  Dispersão e regresso de Israel;
2  Arrebatamento da Igreja;
3  Grande Tribulação;
4  Tribunal de Cristo;
5  Bodas do Cordeiro;
6  Batalha do Armagedom;
7  Implantação do Reino Milenial;
8  Juízo das Nações;
9  O Grande Trono Branco.


INTRODUÇÃO
Israel é um dos sinais mais evidentes na atualidade em relação à volta de Cristo. Sua restauração nacional, profetizada em Ezequiel 37.1-10 e, que, através de uma visão fala metaforicamente de “um vale cheio de ossos”, teve início no século em que vivemos.


I. EIXO CENTRAL DO PROGRAMA ESCATOLÓGICO DIVINO
A história do plano divino em relação à humanidade tem seu eixo central na existência do povo de Israel. É o relógio pelo qual podemos acompanhar todos os eventos históricos e escatológicos do mundo. Jesus apontou-nos esse sinal de Sua vinda no sermão profético registrado em Lc 21.27-30: “E, então, verão o Filho do Homem numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, quando essas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai a vossa cabeça, porque a vossa redenção está próxima. E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira e para todas as árvores. Quando já começam a brotar, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão”.
Encontramos respaldo para crer na Palavra de Deus através das profecias bíblicas cumpridas e, a se cumprirem, nos fatos da vida de Israel.

1. Dispersão e regresso.
Tanto as profecias sobre a dispersão do povo de Israel entre as nações quanto as referentes ao retomo à sua terra, têm tido o fiel cumprimento (Gn 12.1,2,7; Dt 32.9-11; Lv 26.33,36,37; Jr 24.6; Ez 36.24,28).

2. A reunião progressiva de Israel em sua terra.
Há duas importantes reuniões de Israel na sua terra que mostram a veracidade da profecia bíblica. A primeira diz respeito ao sentimento de volta ao lar que tiveram todos os israelitas dispersos pelas nações. Esse sentimento se tornou forte com o movimento sionista iniciado em 1897 por Teodoro Herzl. (veja mais sobre o assunto em INFORMATIVO SOBRE ISRAEL) Pouco a pouco, sistemática e continuamente, o povo começou a voltar. Não era um simples sentimento de um homem ou de um povo e, sim, um impulso do Espírito de Deus na mente e no coração de cada judeu disperso, em cumprimento da Palavra de Deus (Jr 24.6; Ez 36.24,28).
Em 1948, Israel já estava bem instalado na Palestina e a sua proclamação pela ONU como Estado foi o clímax da efetivação da promessa divina quanto ao seu retorno.

Leia também:


3. A segunda reunião de Israel.
Esta reunião acontecerá no futuro próximo por ocasião da “angústia de Jacó”, conhecida como a Grande Tribulação (Ap 16.12-21). Esse evento escatológico será terrível e indescritível para o povo de Israel. Ele estará mobilizado para a grande batalha do Armagedom. Os reis da terra, isto é, os governantes do mundo todo estarão reunidos com seus exércitos e armas destrutivas para o maior combate já registrado na história mundial. Talvez seja esta a terceira guerra mundial. Será no clímax dessa batalha que Jesus, o Messias, anteriormente rejeitado pelos israelitas, virá e destruirá os inimigos do seu povo, e implantará o Seu reino milenial (Ap 19.11-21).
A profecia de Ezequiel 37.1-11 trata da restauração nacional, moral e espiritual de Israel. Alguns aspectos dessa profecia já tiveram o seu cumprimento e outros estão se cumprindo. Porém, o cumprimento cabal só acontecerá no período da Grande Tribulação e com a intervenção de Cristo, o Messias, em Jerusalém. Nesse período, a Igreja não estará na Terra, porque foi antes arrebatada para estar com o Senhor.


II. A DESTRUIÇÃO PROGRESSIVA DO POVO DO NORTE
Os textos de Ezequiel 38 — 39 e Joel 2.20 tratam a respeito da profecia bíblica sobre um bloco de nações ao norte de Israel.

1. As nações do Norte.
Por causa da etnia dos povos que habitam aquela região vários nomes geográficos podem ser identificados. O profeta fala de Magogue, Meseque e Tubal (Ez 38.2,3), regiões ocupadas pelos antigos citas e tártaros, as quais hoje correspondem à Rússia. Nome como o de Meseque converteu-se em Moscou ou Moskva. Tubal é a moderna cidade russa de Tobolsk. Em Ez 38.2 temos a palavra “chefe”, tradução do termo rosh, dando a ideia do nome Rússia. No bloco das nações aliadas aparecem os nomes de Gômer, Togarma (Ez 38.6). Gômer veio a ser a Germânia (atual Alemanha) e, Togarma corresponde à Armênia e Turquia. Em Ez 38.5 destacam-se os persas, os etíopes e Pute. Hoje, os persas são o Irã; os etíopes, a Etiópia; e, Pute, a Líbia.

2. Queda e ressurgimento da confederação do Norte.
Devemos entender que a queda da União Soviética não significa que a profecia tenha perdido sua validade. Na verdade, essa potência mundial está se levantando e mostrando sua força, quando se esforça para participar das conversações de paz entre Israel e os países árabes, aos quais ela sempre apoiou. Ela perdeu o seu poder sobre o aludido bloco de nações, e alguns estudiosos interpretam essa queda como algo para acontecer em plenitude no futuro. Parte dessa profecia já começou a ter o seu cumprimento porque a Rússia caiu como potência bélica e econômica.

3. A Confederação do Norte combaterá a Besta na Grande Tribulação.
A profecia diz que a confederação do Norte, tendo como líder Gogue, colocará seus exércitos contra a autoridade da Besta, ou seja, o Anticristo (Ez 38.2-6). A profecia indica que Gogue, chefe da terra de Magogue invadirá a terra de Israel nos últimos dias (Ez 38.8,16). É possível que essa invasão venha acontecer no período da Grande Tribulação. Os motivos principais para a invasão do “rei do norte” estão expostos em Ez 38.11,12. A ideia de “tomar o despojo e de arrebatar a presa” não é difícil entender pelo fato de a antiga União Soviética ter perdido seus principais intelectuais e cientistas (na maioria judeus), os quais retornaram para Israel. Diz a Bíblia que esse invasor será destruído pela intervenção divina (Ez 38.20), nos montes de Israel (Ez 39.4). Então, as nações da Terra reconhecerão o Deus de Israel (Ez 39.21,22). Devemos entender que essa invasão nada tem a ver com a batalha do Armagedom, e a guerra decorrente que acontecerá no início da “semana profética” de Daniel (Dn 9.27). A batalha do Armagedom se dará no final da “semana”, pois o seu líder será o Anticristo, a Besta (Zc 12.3; 14.2; Ap 16.14).

III. O RESSURGIMENTO DO ANTIGO IMPÉRIO ROMANO
Os textos de Dn 2.33,34,44; 9.24-27; 7.7,8,24,25; Ap 13.3,7; 17.12,13 são relativos à profecia sobre uma confederação de nações formada na área geográfica do antigo Império Romano.

1. O sentido duplo de interpretação.
Essa profecia, numa parte refere-se literalmente àquelas nações adjacentes ao Mediterrâneo, as quais formavam o núcleo do Império Romano e, na outra parte, figuradamente refere-se apenas às características daquele Império. Tal como existiu o Império Romano, também, se levantará um da mesma forma dentro da realidade atual.

2. A União Européia, uma sombra do antigo Império Romano.
Especula-se muito sobre a atual União Européia como um retrato dessa confederação profetizada. Não temos base consistente na Bíblia para afirmar positivamente. Mas não podemos evitar o fato de que as características dessa confederação profetizada (Dn 2.33,34,44) conferem com a profecia de Daniel. E perigoso estabelecer suposições como fatos. Por isso, o aconselhável é ficarmos dentro dos limites impostos pela profecia bíblica. No entanto, a evidência dos sinais da vinda do Senhor Jesus em nossos dias é fortalecida pela clareza da profecia e do seu cumprimento.

Subsídio Teológico
“No dia 23 de maio de 1957, um tratado foi assinado em Roma, que sem dúvida foi o primeiro passo do cumprimento da antiga profecia de Daniel sobre a existência da futura confederação de nações, como última forma de expressão do poder gentílico mundial. A profecia está no capítulo 2, e repetida no capítulo 7 de Daniel. No Apocalipse ela é também vista a partir do capítulo 13. Esse tratado teve vigência a partir de 1 de abril de 1958. O seu objetivo fundamental é a unificação da Europa mediante a formação dos Estados Unidos da Europa. Os seis membros fundadores foram Itália, França, Alemanha Ocidental, Holanda, Bélgica e Luxemburgo. Novos membros foram mais tarde admitidos. Outros estão aguardando admissão.
“Essa coalização de nações a ser formada, segundo a profecia, na área geográfica do antigo Império Romano, está predita em Daniel 2.33,41-44; 7.7,8,24,25; Ap 13.3,7; 17.12,13. Não se trata de uma restauração literal e total do antigo Império Romano, tal como ele existiu, mas de uma forma de expressão final dele, pois, conforme a palavra profética em Daniel 2.34, a pedra feriu a estátua nos pés, não nas pernas. As duas pernas representam o Império Romano dividido em dois, fato que teve lugar em 395 d.C. O Império Ocidental, com sede em Roma e o Oriental, com sede em Constantinopla. Foi nessa condição que ele deixou de existir — como duas pernas. O Império Ocidental caiu em 476, e Oriental, em 1453 d.C. (O Calendário da Profecia, CPAD).

CONCLUSÃO
O sinal de Israel é revelado à Igreja pelo seu esplêndido florescimento na Terra que Deus lhe prometera — a figueira brotando — , e pela sua influência na marcha dos acontecimentos mundiais.


Fonte:
Escatologia - Doutrina das últimas coisas - Severino Pedro da Silva (CPAD)
Escatologia- o estudo das últimas coisas - Comentarista: Elienai Cabral - 3ºtrim/1998
O Calendário da Profecia - CPAD
Guia do Leitor da Bíblia
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia Defesa da Fé

Próximo assunto: O arrebatamento da Igreja 


Sugestão de leitura:
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