"Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo;" Tito 2:13
O
regresso de Jesus à terra é considerado pelo apóstolo Paulo a “bendita esperança”
dos cristãos.
Numa época em que o pessimismo e o juízo apocalíptico
caracterizam a perspectiva dos cientistas numa extensão quase tão grande como a
dos teólogos, ousamos afirmar diretamente, baseados na autoridade da Palavra de
Deus, que aguardamos novos céus e nova terra enquanto esperamos pelo Senhor da
Glória.
A doutrina da segunda vinda não tem
sentido se, pelo que nos diz respeito, não nos fizer compreender que em
qualquer momento do ano se pode aplicar devidamente à nossa vida a pergunta de
Donne: “Que seria, se fosse esta a última noite do mundo?”. Por vezes,
incomoda-nos essa ideia, acompanhada de profundo terror, o qual é incutido em
nós por aqueles que nem sempre se aproveitam devidamente dela.
Não é justo, creio eu, pois estou
longe de aceitar que se pense no temor religioso como algo desumano e
degradante, a ponto de se optar por sua exclusão da vida espiritual. Sabemos
que o amor, quando puro, não admite nenhuma espécie de temor. O mesmo já não
sucede com a ignorância, o álcool, as paixões, a presunção e até a estupidez.
Seria bom que todos alcançássemos aquele amor puro, em que o temor já não
existe; mas não convinha que qualquer outro agente inferior pudesse bani-lo,
enquanto não conseguíssemos chegar àquela perfeição.
Quanto a mim, é um caso diferente o
argumento que não raro surge de que a ideia da segunda vinda de Cristo pode
provocar um terror contínuo nas almas. Decerto não é fácil, pois o temor é uma
emoção e, como tal, mesmo fisicamente não pode se manter por muito tempo. Pela
mesma razão, não é fácil admitir uma ânsia contínua de esperança na segunda
vinda.
O sentimento–crise é essencialmente
transitório, já que os sentimentos vêm e vão, e só se pode fazer bom uso deles
nesta altura. De forma alguma poderiam constituir o nosso alimento de todos os
dias na vida espiritual. O que importa não é o terror (ou a esperança) que
possamos ter em relação ao fim; o que é necessário é não esquecê-lo, tendo-o em
devida conta.
Vejamos um exemplo. Uma pessoa normal
em seus setenta anos não vai pensar (muito menos falar) na morte que se aproxima;
mas não procede assim o avisado, o inteligente, embora os anos ainda não lhe
pesem. Seria loucura se aventurar em ideais baseados em esquemas que supõem
mais uns vinte anos de vida; loucura seria não satisfazer a sua vontade.
Ora, a morte está para cada indivíduo
como a segunda vinda está para a humanidade inteira. Todos acreditamos,
suponho, que o homem tem de se desprender da sua vida individual, lembrando-se
de que essa vida é breve, precária e provisória, e não abrindo o coração a nada
que possa findar com ela. O que os cristãos de hoje parecem esquecer com
facilidade é que a vida de toda a humanidade neste mundo é também breve,
precária e provisória.
Qualquer moralista nos dirá que o
triunfo pessoal de um atleta ou de uma dançarina é certamente provisório, mas o
principal é lembrar que um império ou uma civilização são também transitórios.
Sob o aspecto meramente mundano, todos os empreendimentos e triunfos nada
significarão quando chegar o fim.
De parabéns, os cientistas e os
teólogos: a terra não será sempre habitada. E o homem, por mais que viva, não
deixa de ser mortal. Há apenas uma diferença: enquanto os cientistas esperam
uma desagregação lenta, vinda do interior, nós a temos como uma interrupção
rápida vinda do exterior, a qualquer momento. Será então a “última noite deste
mundo”.
(Artigo publicado originalmente na
revista americana “His”).
Clive
Staples Lewis (1898-1963) foi um professor universitário, escritor, romancista,
poeta, crítico literário, ensaísta e apologista cristão britânico. Considerado
o mais relutante dos convertidos, ele creu no Senhor em 1931. Lewis vendeu mais
de 200 milhões de cópias dos seus 38 livros escritos, os quais foram traduzidos
para mais de 30 idiomas.
Aqui eu Aprendi!
A paz do Senhor pastor Ismael.
ResponderExcluirÉ certo que a última noite vem. Importa que venhamos a cumprir o propósito de Deus em nossas vidas exalando constantemente a fragrância do bom perfume de Cristo por onde quer que andemos.
Maranata!
A Paz do Senhor minha grande amiga em Cristo.
ExcluirVerdade, irmã Neiva, é certo, ELE vem! Aleluia!
abraço fraterno
Pastor Ismael