“E Jesus, clamando outra
vez com grande voz, entregou o espírito.” Mt 27.50
Jesus não foi forçado à
cruz. Nada fez contra a sua vontade. Submeteu-se à aflição espontaneamente.
Humilhou-se até à morte, e morte de cruz. Deixou-se crucificar. Que graça espantosa
por parte daquEle que tudo podia fazer para evitar tamanho suplício. Ele tinha
o poder de entregar a sua vida e tornar a tomá-la – e de fato fez isso. Sim,
eterno Salvador não foi forçado ao Calvário, mas atraído para ele, por amor a
Deus e à humanidade perdida.
Sua morte foi vicária e sem
dúvida, o profeta Isaías tinha em mente o cordeiro pascal, oferecido em lugar
dos israelitas pecadores. Sobre a cabeça do cordeiro sem mancha realizava-se
uma transferência dupla. Primeiro, assegurava-se o perdão divino mediante o
santo cordeiro, oferecido e morto. Segundo, o animal, sendo assado, servia de
alimentação para o povo eleito. O sacrifício de Cristo foi duplo: morreu para
nos salvar, e ressuscitou para nossa justificação. Cristo também é o Pão da
vida, o nosso ‘alimento diário’.
Sua morte foi cruel. Ele
foi levado ao matadouro, esta palavra sugere brutalidade. Não é de admirar que
a natureza envolvesse a cruz em um manto de trevas, cobrindo, assim, a maldade
dos seres humanos” (SILVA, Severino Pedro da. Teologia Sistemática
Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p. 156).
Depois de muito sofrimento e dor, a morte de Cristo, na cruz,
proporciona a justificação de todo aquele que nEle crê.
Texto Bíblico – Mateus 27.32-37, 45-51
INTRODUÇÃO
O capítulo 27 do Evangelho
de Mateus descreve o suicídio de Judas, o julgamento de Jesus, a sua
crucificação e sepultura. Mateus retrata com precisão os momentos que
antecedem a crucificação, inclusive os horários dos acontecimentos. Tudo
aconteceu conforme as Escrituras Sagradas e com a permissão de Deus.
Ao longo de sua viagem para
Jerusalém, Jesus por três vezes anunciou a sua crucificação e morte (Mt
16.21; 17.22,23; 20.18). Então, o momento chega como Ele havia
predito. Depois de um julgamento forjado e repleto de falsos testemunhos das
autoridades religiosas e políticas, Jesus é condenado e conduzido à morte de
cruz. Este é o tema que estudaremos na lição de hoje.
ACONTECIMENTOS TEXTOS
BÍBLICOS DO A.T.
A entrada triunfal de Jesus
em Jerusalém. Is 62.11;
Zc 9.9
A purificação do Templo. Is
56.7
Indicação de que haveria um
traidor. Sl
41.9
Na última ceia a alusão ao
sangue da aliança. Êx
24.8
A prisão de Jesus e a fuga
dos discípulos. Zc 13.7
Condenação à morte pelo
Sinédrio. Sl
31.11-13
Traição de Judas. Zc
11.12
Flagelos de Jesus. Is
50.6
I – CRUCIFICAÇÃO DE JESUS
1. A vida e o sofrimento de Jesus foi previsto nas Escrituras Sagradas.
O relato da vida e da obra de Jesus seguiu um plano previamente estabelecido pelo Senhor e que foi relatado já no Antigo Testamento. Observe o quadro acima:
Como podemos observar, a paixão e a ressurreição de Cristo são os fundamentos do cristianismo. Por isso, podemos encontrar referências a respeito deste assunto tanto no Antigo como no Novo Testamento.
2. Os flagelos e escárnios no caminho do Gólgota.
O caminho para a cruz foi um caminho de dor e tristeza, onde Jesus teve que enfrentar a zombaria e o escárnio. O sarcasmo a respeito da realeza de Jesus começou com os principais líderes religiosos (Mt 26.67; 27.39-44), continuou com os soldados e oficiais romanos, após a condenação à morte por Pilatos (Mt 27.27-31). A caminhada até o monte da crucificação foi marcada por atos de violência e opressão. Diante da fragilidade física de Jesus, devido aos maus tratos, Simão, o Cirineu, é obrigado a ajudar Jesus a carregar a cruz.
Ao chegarem ao lugar da crucificação é oferecido a Jesus vinho misturado com fel; tal mistura tinha um efeito entorpecente, mas, Jesus ao prová-lo, não quis beber. Mateus é o único evangelista que registra que antes de recusar, Jesus o prova.
3. A acusação de Jesus: “Rei dos Judeus”.
Como os demais crucificados, Jesus ficou pendurado até que, lentamente, as dores e a exaustão física os levassem a morte. Se a perda de sangue e as consequências da flagelação não o matassem, a asfixia o faria. A vítima, geralmente, ficava fraca demais e não conseguia levantar o corpo para respirar.
Mateus registra que os soldados repartiram as vestes de Jesus entre eles lançando a sorte (Mt 27.35), uma referência ao Salmo 22.18. Em cima de sua cabeça, na cruz, puseram uma tabuleta com a acusação contra Ele: “ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS”. Mais uma vez, Jesus é escarnecido e desprezado. Mas, no Dia do Senhor, todas as pessoas, de todas as nações, terão que se dobrar diante dEle para serem julgadas (Mt 25.31-34). Afinal, Ele é o Rei dos reis.
Ponto Importante
A partir da crucificação, as relações dos acontecimentos com o Antigo Testamento se intensificam, pois a paixão e a ressurreição são fundamentos da fé cristã.
II – MORTE DE JESUS
1. Morte de cruz.
A morte de cruz era desprezada pelos judeus e pelos romanos. Os judeus a rejeitavam por questões religiosas e os romanos por questões políticas. Para os judeus a morte de cruz era uma maldição (Dt 21.22,23). Por isso, os judeus não esperavam um Messias sofredor e muito menos um condenado à morte na cruz. Paulo afirma, quando escreve aos Gálatas, que Cristo nos resgatou da maldição da Lei, fazendo-se maldição por nós, morrendo na cruz (Gl 3.13). Ele faz uma referência a Deuteronômio 21.23.
Os romanos reservavam a morte de cruz somente para os inimigos políticos, pessoas consideradas rebeldes e subversivas que se recusavam a obedecer as ordens impostas pelas autoridades romanas. Essa morte era tão desprezível que um cidadão romano não poderia ser executado dessa forma.
2. A morte de Cristo foi necessária para a justificação da humanidade.
O primeiro clamor de Jesus na cruz demonstrou um grande desespero, e o texto utilizado por Mateus foi uma referência ao Salmo 22.1, onde o justo, ao enfrentar uma oposição obstinada de seus oponentes, não encontra uma solução aparente e se vê abandonado por Deus. Por isso, clama: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas das palavras do meu bramido e não me auxilias?” Jesus, neste momento, sente a separação de Deus, pois os pecados da humanidade estavam sobre si. Ao ouvir as palavras de Jesus, o povo pensou que Ele estava pedindo socorro a Elias (Mt 27.47). Por isso, mais uma vez zombam dEle. Então, o Salvador deu o seu último brado, ao entregar o espírito ao Pai. As palavras utilizadas por Jesus são uma referência ao Salmo 31.5: “Nas tuas mãos encomendo o meu espírito; tu me remiste, SENHOR, Deus da verdade.”
3. A morte de Jesus rasgou o véu do Templo em dois.
Mateus não somente fala a respeito do véu que foi rasgado, mas também menciona o fato de ter havido um terremoto (Mt 27.51). O véu era símbolo da inacessibilidade do ser humano à presença de Deus. Ele tornava o sumo sacerdote o único intermediário entre Deus e o homem. Com a morte de Jesus o véu se rasgou, nos dando livre acesso ao Todo-Poderoso.
Jesus demonstrou que, por meio de sua própria vida e obra, cumpriu toda a Lei e os profetas. A obra de Cristo satisfez a justiça de Deus e conquistou o direito da justiça perfeita que é atribuída a todo o que crê e aceita o sacrifício vicário de Cristo.
Ponto Importante
O sacrifício vicário de Cristo foi perfeito e cumpriu a Lei. Por isso, não é mais necessário oferecer sacrifícios a Deus.
III – O SEPULTAMENTO DE JESUS
1. José de Arimateia.
Ele é apresentado pelos Evangelhos sinóticos como um homem rico, membro do Sinédrio, justo, bom e discípulo secreto de Jesus. Mateus informa que ele rompeu a barreira do anonimato ao pedir o corpo de Jesus a Pilatos. Os discursos de Jesus também alcançaram as pessoas da elite de Israel. João menciona que Nicodemos também foi com José de Arimateia sepultar Jesus.
Enquanto os discípulos mais próximos abandonaram Jesus após sua prisão, surge um discípulo secreto que se expõe e coloca em risco sua posição e a própria vida. Se o corpo não fosse requisitado, como costume, seria sepultado com os criminosos ou deixado para ser consumido por bestas selvagens e pássaros. Assim, dois discípulos secretos acabam por participar de um momento importante do término da missão terrena de Jesus, e para dar cumprimento às Escrituras como veremos a seguir.
2. Jesus é sepultado em túmulo emprestado.
José de Arimateia envolveu o corpo de Jesus em um lençol de linho. Ele e Nicodemos fizeram uma cuidadosa e completa unção do corpo, conforme o costume judaico, e depois o colocaram em um sepulcro novo, uma tumba talhada na rocha. João acrescenta que o sepulcro nunca havia sido usado e ficava em um jardim, próximo ao Gólgota, lugar estratégico devido ao pouco tempo para sepultamento (Jo 19.41). O que José de Arimateia não sabia é que o túmulo novo no domingo pela manhã já estaria vazio. José pode não ter tido coragem durante o ministério de Jesus, mas agora ele se expõe e entra para a história como o homem que emprestou a própria tumba talhada na rocha para sepultar Jesus, o Filho de Deus.
3. A guarda do sepulcro.
Duas mulheres permanecem ali sentadas, Maria Madalena e a outra Maria. Elas dão continuidade ao testemunho da morte e sepultamento de Jesus (Mt 27.55,56). Os chefes dos sacerdotes também ficaram preocupados com o túmulo de Jesus. Os discípulos se esqueceram da promessa que Jesus havia feito de que ressuscitaria ao terceiro dia, mas estes não se esqueceram. Os chefes dos sacerdotes vão até Pilatos e pedem para que o túmulo seja guardado para evitar que os discípulos roubassem o corpo e testificassem uma suposta ressurreição. Pilatos atende ao pedido deles e envia um destacamento para selar o túmulo e guardá-lo. Indiretamente, eles acabaram por colaborar com a comprovação da ressurreição de Jesus.
SUBSÍDIO
“José de Arimateia, conseguiu permissão de Pilatos para tirar o corpo da cruz. E, com Nicodemos, levando quase cem arráteis dum composto de mirra, aloés, envolveram o corpo do Senhor em lençóis com as especiarias, como era costume dos judeus. Havia no horto daquele lugar um sepulcro em que ainda ninguém havia sido posto. Ali puseram Jesus (Jo 19.38-42). Sepultar os mortos era considerado um ato de piedade. Também era comum que se sepultassem os mortos no mesmo dia de seu falecimento. O corpo de um homem executado não tinha permissão para ficar pendurado na cruz a noite inteira (Dt 21.23), pois isso, para a mente judaica, poluiria a Terra. Às seis horas, começaria o sábado da semana da Páscoa, durante a qual estava proibida qualquer execução” (SILVA, Severino Pedro da. Teologia Sistemática Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p. 156).
CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos que Mateus demonstra que o sofrimento, o escárnio e a crucificação de Jesus aconteceram segundo o que estava previsto nas Escrituras Sagradas. A morte de cruz, desprezada pelos judeus e romanos, passou a ser motivo de vitória e vida eterna para todos aqueles que creem, mediante a justificação alcançada por Cristo.
Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 1º Trimestre de 2018 - Título: Seu Reino não terá fim — Vida e obra de Jesus segundo o Evangelho de Mateus - Comentarista: Natalino das Neves
Leia também:
1. A vida e o sofrimento de Jesus foi previsto nas Escrituras Sagradas.
O relato da vida e da obra de Jesus seguiu um plano previamente estabelecido pelo Senhor e que foi relatado já no Antigo Testamento. Observe o quadro acima:
Como podemos observar, a paixão e a ressurreição de Cristo são os fundamentos do cristianismo. Por isso, podemos encontrar referências a respeito deste assunto tanto no Antigo como no Novo Testamento.
2. Os flagelos e escárnios no caminho do Gólgota.
O caminho para a cruz foi um caminho de dor e tristeza, onde Jesus teve que enfrentar a zombaria e o escárnio. O sarcasmo a respeito da realeza de Jesus começou com os principais líderes religiosos (Mt 26.67; 27.39-44), continuou com os soldados e oficiais romanos, após a condenação à morte por Pilatos (Mt 27.27-31). A caminhada até o monte da crucificação foi marcada por atos de violência e opressão. Diante da fragilidade física de Jesus, devido aos maus tratos, Simão, o Cirineu, é obrigado a ajudar Jesus a carregar a cruz.
Ao chegarem ao lugar da crucificação é oferecido a Jesus vinho misturado com fel; tal mistura tinha um efeito entorpecente, mas, Jesus ao prová-lo, não quis beber. Mateus é o único evangelista que registra que antes de recusar, Jesus o prova.
3. A acusação de Jesus: “Rei dos Judeus”.
Como os demais crucificados, Jesus ficou pendurado até que, lentamente, as dores e a exaustão física os levassem a morte. Se a perda de sangue e as consequências da flagelação não o matassem, a asfixia o faria. A vítima, geralmente, ficava fraca demais e não conseguia levantar o corpo para respirar.
Mateus registra que os soldados repartiram as vestes de Jesus entre eles lançando a sorte (Mt 27.35), uma referência ao Salmo 22.18. Em cima de sua cabeça, na cruz, puseram uma tabuleta com a acusação contra Ele: “ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS”. Mais uma vez, Jesus é escarnecido e desprezado. Mas, no Dia do Senhor, todas as pessoas, de todas as nações, terão que se dobrar diante dEle para serem julgadas (Mt 25.31-34). Afinal, Ele é o Rei dos reis.
Ponto Importante
A partir da crucificação, as relações dos acontecimentos com o Antigo Testamento se intensificam, pois a paixão e a ressurreição são fundamentos da fé cristã.
II – MORTE DE JESUS
1. Morte de cruz.
A morte de cruz era desprezada pelos judeus e pelos romanos. Os judeus a rejeitavam por questões religiosas e os romanos por questões políticas. Para os judeus a morte de cruz era uma maldição (Dt 21.22,23). Por isso, os judeus não esperavam um Messias sofredor e muito menos um condenado à morte na cruz. Paulo afirma, quando escreve aos Gálatas, que Cristo nos resgatou da maldição da Lei, fazendo-se maldição por nós, morrendo na cruz (Gl 3.13). Ele faz uma referência a Deuteronômio 21.23.
Os romanos reservavam a morte de cruz somente para os inimigos políticos, pessoas consideradas rebeldes e subversivas que se recusavam a obedecer as ordens impostas pelas autoridades romanas. Essa morte era tão desprezível que um cidadão romano não poderia ser executado dessa forma.
2. A morte de Cristo foi necessária para a justificação da humanidade.
O primeiro clamor de Jesus na cruz demonstrou um grande desespero, e o texto utilizado por Mateus foi uma referência ao Salmo 22.1, onde o justo, ao enfrentar uma oposição obstinada de seus oponentes, não encontra uma solução aparente e se vê abandonado por Deus. Por isso, clama: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas das palavras do meu bramido e não me auxilias?” Jesus, neste momento, sente a separação de Deus, pois os pecados da humanidade estavam sobre si. Ao ouvir as palavras de Jesus, o povo pensou que Ele estava pedindo socorro a Elias (Mt 27.47). Por isso, mais uma vez zombam dEle. Então, o Salvador deu o seu último brado, ao entregar o espírito ao Pai. As palavras utilizadas por Jesus são uma referência ao Salmo 31.5: “Nas tuas mãos encomendo o meu espírito; tu me remiste, SENHOR, Deus da verdade.”
3. A morte de Jesus rasgou o véu do Templo em dois.
Mateus não somente fala a respeito do véu que foi rasgado, mas também menciona o fato de ter havido um terremoto (Mt 27.51). O véu era símbolo da inacessibilidade do ser humano à presença de Deus. Ele tornava o sumo sacerdote o único intermediário entre Deus e o homem. Com a morte de Jesus o véu se rasgou, nos dando livre acesso ao Todo-Poderoso.
Jesus demonstrou que, por meio de sua própria vida e obra, cumpriu toda a Lei e os profetas. A obra de Cristo satisfez a justiça de Deus e conquistou o direito da justiça perfeita que é atribuída a todo o que crê e aceita o sacrifício vicário de Cristo.
Ponto Importante
O sacrifício vicário de Cristo foi perfeito e cumpriu a Lei. Por isso, não é mais necessário oferecer sacrifícios a Deus.
III – O SEPULTAMENTO DE JESUS
1. José de Arimateia.
Ele é apresentado pelos Evangelhos sinóticos como um homem rico, membro do Sinédrio, justo, bom e discípulo secreto de Jesus. Mateus informa que ele rompeu a barreira do anonimato ao pedir o corpo de Jesus a Pilatos. Os discursos de Jesus também alcançaram as pessoas da elite de Israel. João menciona que Nicodemos também foi com José de Arimateia sepultar Jesus.
Enquanto os discípulos mais próximos abandonaram Jesus após sua prisão, surge um discípulo secreto que se expõe e coloca em risco sua posição e a própria vida. Se o corpo não fosse requisitado, como costume, seria sepultado com os criminosos ou deixado para ser consumido por bestas selvagens e pássaros. Assim, dois discípulos secretos acabam por participar de um momento importante do término da missão terrena de Jesus, e para dar cumprimento às Escrituras como veremos a seguir.
2. Jesus é sepultado em túmulo emprestado.
José de Arimateia envolveu o corpo de Jesus em um lençol de linho. Ele e Nicodemos fizeram uma cuidadosa e completa unção do corpo, conforme o costume judaico, e depois o colocaram em um sepulcro novo, uma tumba talhada na rocha. João acrescenta que o sepulcro nunca havia sido usado e ficava em um jardim, próximo ao Gólgota, lugar estratégico devido ao pouco tempo para sepultamento (Jo 19.41). O que José de Arimateia não sabia é que o túmulo novo no domingo pela manhã já estaria vazio. José pode não ter tido coragem durante o ministério de Jesus, mas agora ele se expõe e entra para a história como o homem que emprestou a própria tumba talhada na rocha para sepultar Jesus, o Filho de Deus.
3. A guarda do sepulcro.
Duas mulheres permanecem ali sentadas, Maria Madalena e a outra Maria. Elas dão continuidade ao testemunho da morte e sepultamento de Jesus (Mt 27.55,56). Os chefes dos sacerdotes também ficaram preocupados com o túmulo de Jesus. Os discípulos se esqueceram da promessa que Jesus havia feito de que ressuscitaria ao terceiro dia, mas estes não se esqueceram. Os chefes dos sacerdotes vão até Pilatos e pedem para que o túmulo seja guardado para evitar que os discípulos roubassem o corpo e testificassem uma suposta ressurreição. Pilatos atende ao pedido deles e envia um destacamento para selar o túmulo e guardá-lo. Indiretamente, eles acabaram por colaborar com a comprovação da ressurreição de Jesus.
SUBSÍDIO
“José de Arimateia, conseguiu permissão de Pilatos para tirar o corpo da cruz. E, com Nicodemos, levando quase cem arráteis dum composto de mirra, aloés, envolveram o corpo do Senhor em lençóis com as especiarias, como era costume dos judeus. Havia no horto daquele lugar um sepulcro em que ainda ninguém havia sido posto. Ali puseram Jesus (Jo 19.38-42). Sepultar os mortos era considerado um ato de piedade. Também era comum que se sepultassem os mortos no mesmo dia de seu falecimento. O corpo de um homem executado não tinha permissão para ficar pendurado na cruz a noite inteira (Dt 21.23), pois isso, para a mente judaica, poluiria a Terra. Às seis horas, começaria o sábado da semana da Páscoa, durante a qual estava proibida qualquer execução” (SILVA, Severino Pedro da. Teologia Sistemática Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p. 156).
CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos que Mateus demonstra que o sofrimento, o escárnio e a crucificação de Jesus aconteceram segundo o que estava previsto nas Escrituras Sagradas. A morte de cruz, desprezada pelos judeus e romanos, passou a ser motivo de vitória e vida eterna para todos aqueles que creem, mediante a justificação alcançada por Cristo.
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