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quinta-feira, 1 de março de 2018

A cerca das Últimas coisas

“E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” Mt 24.3

O Discurso no Monte das Oliveiras (Mt 24.1-25.46)
Esta seção é uma das mais complexas dos ensinos de Jesus. Sistemas escatológicos completos têm sido inventados para explicar a passagem, com muitos pontos desnorteantes e contrapontos e opiniões entre teorias competidoras. [...] Cada tipo de literatura usado na revelação do Novo Testamento deve ser respeitado por suas características próprias. Aqui os gêneros dominantes são profecia e apocalipse. Caracteristicamente a profecia avisa o relapso do iminente julgamento e promessas que abençoam os crentes. Também prediz eventos futuros. Frequentemente a profecia trata do julgamento ou libertação de Deus, os quais ocorrem por instituições terrenas existentes ou pessoas na história. Embora a profecia possa ter características apocalípticas, nos dias de Jesus o termo apocalipse (apocalypis, ‘revelação’) tinha se tornado um tipo distinto de literatura. Este tipo via o julgamento e as promessas de Deus vindo através da invasão de um cosmo divino ao mundo terreno, engolfando-o e transformando-o. Simbolismo e expressões figurativas são usados para exprimir a nova era divina e espiritual em termos compreensíveis para a era presente. [...] Para tornar o assunto mais complicado, na experiência apocalíptica não se pode estar completamente seguro quando determinado item deve ser entendido literal ou figuradamente, ou de ambas as formas” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, pp.129-130).

O mais importante não é saber o dia e a hora da segunda vinda de Jesus e do fim dos tempos, mas sim vigiar e estar preparado para esses eventos.

Texto Bíblico: Mateus 24.1-4,37,45,46; 25.1,2,14,15,31-33

INTRODUÇÃO

Jesus advertiu aos seus discípulos a respeito do apego demasiado às estruturas humanas e a necessidade de se estar atento à nossa conduta para com Deus e com o próximo, a fim de que não venhamos perder a visão correta do Reino de Deus, pois o fim de todas as coisas certamente virá.

O Mestre, ao anunciar a destruição de um dos maiores símbolos religioso dos judeus, o Templo de Jerusalém, estava dando a oportunidade para os discípulos fazerem duas indagações importantes: “Quando serão estas coisas?”; “Que sinal haveria de sua vinda e do fim do mundo?”. Estes são os temas que estudaremos nesta lição.

I. O ANÚNCIO DA DESTRUIÇÃO DO TEMPLO E OS SINAIS DO FIM DOS TEMPOS

1. Cristo anuncia a destruição do Templo (Mt 24.1,2).
Os primeiros versículos de Mateus 24 mostram que Jesus estava saindo do Templo quando os seus discípulos se aproximaram e começaram a lhe mostrar a estrutura do Templo que Herodes havia construído. Eles, apesar de já conhecerem bem o edifício, estavam admirados com o esplendor, a beleza e a grandiosidade da construção. Então, Jesus anuncia que tudo o que eles estavam vendo seria totalmente destruído. Não ficaria pedra sobre pedra. Os discípulos provavelmente ficaram espantados com o que ouviram do Mestre e, com certeza, muitas dúvidas e questionamentos devem ter surgido na mente deles, principalmente a respeito de quando se dariam estas coisas.

Jesus estava se referindo à destruição do Templo que ocorreu em 70 d.C. A cidade de Jerusalém foi sitiada pelo exército dos romanos, sob o comando de Tito. Tal cerco e destruição ocorreram devido a uma rebelião dos zelotes (70 d.C.). Nesta época o Templo era controlado pelos principais dos sacerdotes e seus auxiliares e pelo Império Romano. Por isso, a preocupação constante dos principais dos sacerdotes com relação à conduta e ao discurso de Jesus, pois a posição religiosa deles, o “poder” e seus privilégios estavam em jogo. Depois dos anos 70 d.C. a estrutura de poder que confrontou Jesus e provocou sua morte foi destruída.

2. O princípio das dores e os sinais do fim dos tempos.
Depois da conversa que Jesus teve com os seus discípulos na saída do Templo, eles vão para o Monte das Oliveiras. As palavras de Jesus a respeito da destruição do Templo ainda estavam incomodando os discípulos. Então, eles se aproximam de Jesus e perguntam: “[...] Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (Mt 24.3).

Jesus explica aos discípulos que a destruição do Templo e da cidade de Jerusalém seriam acontecimentos futuros. Não somente os discípulos, mas os crentes até os dias atuais ainda fazem confusão com relação à Segunda Vinda de Cristo e têm dificuldades para compreender o texto bíblico de Mateus 24.

Na sequência, Mateus discorre a respeito dos alertas do discurso de Jesus a respeito dos fatos que aconteceriam nos anos que antecederam a destruição de Jerusalém e do Templo (70 d.C.). Jesus aponta alguns sinais que antecederiam a sua vinda e o fim do mundo. Vejamos: falsos cristos se levantariam (v.5); guerras e rumores de guerras (vv.6,7); fomes, pestes e terremotos em vários lugares (v.7).

3. A necessidade de vigilância (Mt 24.37-51).
Jesus compara a sua vinda com os dias de Noé (vv.37-39). Ele equipara com a surpresa que as pessoas tiveram com o dilúvio, enquanto viviam suas vidas de perversidades e imoralidades.

Mateus apresenta neste capítulo dois grupos de pessoas: os que aguardavam o fim imediato dos tempos e o estabelecimento do Reino Messiânico, e o grupo dos distraídos, que não estavam preocupados com a vinda de Jesus e o fim dos tempos. O primeiro grupo, nos versículos anteriores, já havia recebido as orientações. Então, o segundo grupo, agora recebe a advertência de Jesus, pois estavam despercebidos e se continuassem assim seriam pegos de surpresa na segunda vinda. Em seguida, Jesus continua a exortação utilizando a Parábola dos Dois Servos (vv.45-51). O Mestre fala a respeito de um senhor e de dois servos. Um dos servos é fiel e sensato, pois obedeceu e fez tudo o que seu senhor havia ordenado. Tal servo é recompensado e posto como encarregado dos bens de seu senhor. O outro servo é mau, pois se aproveitou da ausência e aparente demora de seu senhor para se divertir e explorar os demais servos. Mas o senhor retornou em um dia em que o servo mau não estava esperando. Como recompensa, o mau servo foi destinado a um lugar onde haveria “pranto e ranger de dentes” (v.51). Jesus estava mostrando que os seus servos deveriam estar sempre preparados para a sua vinda e agir como o servo fiel e prudente.

Ponto Importante
Os discípulos deveriam estar sempre preparados, pois o Senhor poderia retornar a qualquer hora.

II. A RESPONSABILIDADE DO HOMEM E O JULGAMENTO DIVINO

1. A parábola das Dez Virgens (Mt 25.1-13).
Jesus dá continuidade ao seu sermão profético, utilizando a Parábola das Dez Virgens. O ambiente da parábola é uma festa de casamento, que acontece dentro dos costumes judeus do primeiro século. O ponto alto das bodas era o momento em que o noivo e sua comitiva seguiam até a casa da noiva, que também tinha o seu cortejo. Após a chegada do noivo, que era costume se atrasar devido o recolhimento dos presentes, todos se dirigiam para a casa da noiva para a festa que durava dias. O evento geralmente acontecia à noite, por isso a necessidade de se manter as lamparinas acesas.

Na parábola, a noiva estava na sua casa aguardando a chegada do noivo, acompanhada de dez virgens, damas de honra. Cinco virgens eram prudentes, pois levaram uma reserva de óleo para suas lâmpadas caso o noivo demorasse a chegar. Mas cinco virgens foram chamadas de insensatas, loucas, pois não providenciaram a reserva de azeite para suas lamparinas. Com a demora do noivo, como de costume, as dez virgens adormeceram. Então, quando é anunciada a chegada do noivo, as cinco insensatas percebem a falta de óleo e pedem azeite emprestado às outras cinco prudentes. Mas elas sabiamente negam, pois corriam o risco de todas ficarem sem e perderem o ponto mais importante da festa. As cinco insensatas saem para comprar o azeite, mas enquanto isso o noivo e a sua comitiva chegam. Quando as insensatas retornam a porta já havia sido fechada. Jesus estava mostrando que a preparação (prática da justiça) para a “vinda do noivo” é individual.

2. A parábola dos talentos (Mt 25.14-30).
O sermão profético continua e Jesus conta mais uma parábola. O Mestre fala de um senhor que sai em uma jornada, mas antes distribui talentos a três de seus servos. Os talentos foram doados de acordo com a capacidade individual de cada um (v.15). Um talento era um valor bem significativo. Os servos que ganharam cinco e dois talentos trabalham e conseguiram dobrar o valor do que haviam recebido. Mas já o que havia recebido um talento não fez nada para aumentar o seu valor, simplesmente foi e o enterrou por segurança. Quando o senhor retornou e pediu conta aos servos dos talentos, os dois primeiros apresentam os valores duplicados e com isso são elogiados e recebem a promessa de receber ainda maiores responsabilidades. Enquanto que o que havia recebido um talento, o devolve da mesma maneira que recebeu. Este é repreendido pelo seu senhor e chamado de “mau e negligente servo” (v.26). Além disso, o talento que lhe havia sido dado é retirado e entregue ao que estava com dez talentos. O ponto central dessa parábola é o uso dos talentos e capacidades recebidas por Deus em favor do seu Reino. Não importa quantos talentos são dados, mas Jesus ressalta que todos devem ser utilizados em favor do Reino dos Céus.

3. A vinda do Filho do Homem em glória.
Mateus anuncia a chegada do Filho do Homem em glória, uma figura apocalíptica que vem para julgar todas as nações (Mt 25.31,32). Quando Mateus fala a respeito de julgamento, ele está se referindo ao momento em que as obras, atitudes de todos, são expostas. Segundo Mateus, o Senhor Jesus irá separar as pessoas em dois grupos: as ovelhas (os que foram justificados mediante a fé em Cristo) e os bodes (os que não se arrependeram dos seus pecados e não creram em Cristo). O Senhor Jesus mostra que aqueles que são verdadeiramente suas ovelhas entrarão no Reino de Deus. Somente as ovelhas usaram de misericórdia para com essas pessoas. Os bodes simplesmente ignoraram as necessidades dos desvalidos.

Ponto Importante
Muitos estão tão preocupados em adquirir bens materiais, que se esquecem que um dia Jesus voltará e teremos que prestar contas a Ele das nossas ações e bens.


CONCLUSÃO

Nesta lição, aprendemos que os eventos da destruição do Templo tipificam os sinais da Segunda Vinda de Jesus e do julgamento final. Aprendemos também, que precisamos estar atentos para que não sejamos surpreendidos pelo Dia do Senhor.


SUBSÍDIO
“Filho do Homem
De todos os seus títulos, ‘Filho do Homem’ é o que Jesus preferia usar a respeito de si mesmo. E os escritores dos Evangelhos sinóticos usam a expressão 69 vezes. O termo ‘filho do homem’ tem dois possíveis significados principais. O primeiro indica simplesmente um membro da humanidade. E, neste sentido, cada um é um filho do homem. Tal significado era conhecido nos dias de Jesus e remonta (pelo menos) aos tempos do livro de Ezequiel, onde é empregada a fraseologia hebraica bem'adam, com significado quase idêntico. Essa expressão, na realidade, pode até mesmo funcionar como o pronome da primeira pessoa do singular, ‘eu’ (cf. Mt 16.13).

Por outro lado, a expressão é usada também a respeito da personagem profetizada em Daniel e na literatura apocalíptica judaica posterior. Essa personagem surge no fim dos tempos com uma intervenção dramática, a fim de trazer a este mundo a justiça de Deus, o seu Reino e o seu julgamento. Daniel 7.13,14 é o texto fundamental para esse conceito apocalíptico (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.310).


Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 1º Trimestre de 2018 - Título: Seu Reino não terá fim — Vida e obra de Jesus segundo o Evangelho de Mateus - Comentarista: Natalino das Neves


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