“Assim nós, sendo-vos tão afeiçoados, de boa
vontade quiséramos comunicar-vos, não somente o evangelho de Deus, mas ainda a
nossa própria alma; porquanto nos éreis muito queridos” 1Ts 2.8
Não há razão importante para duvidar das
palavras que iniciam 1 Tessalonicenses 1.1, esta epístola é certamente um
trabalho do apóstolo Paulo. O que temos diante de nós é certamente sua primeira
contribuição ao Novo Testamento, que podemos datar de aproximadamente 50 ou 51
a.C.
Paulo está escrevendo acerca de sua breve
estada em Atenas (1Ts 3.1; cf. At 17.16-34), ou mais provavelmente sobre sua
próxima e prolongada viagem missionária a Corinto (At 18.1-18). É um grupo
pioneiro de crentes em Tessalônica que receberá essa iminente carta,
Tessalônica, a ostentosa capital da Macedônia, um porto no Mar Egeu, situava-se
na principal via leste-oeste do Império Romano — a Via Egnatia. Sua população
relativamente grande, cerca de 200.000 habitantes, incluía um grupo de judeus
suficientemente grande para apoiar a sinagoga que viria a ser o ponto inicial
da pregação de Paulo na cidade.
O ministério de Paulo em Tessalônica é
reconhecido pela orquestração divina. Devia ser muito mais do que um simples
povoado no itinerário de um ministério ocupado. Antes de passarmos à ocasião
precisa da epístola, um cronograma de eventos foi elaborado para facilitar a
compreensão da visita de Paulo” (ARRINGTON, French L.; ARRINGTON e STRONSTAD,
Roger (Ed). Comentário Bíblico Pentecostal. 1 Tessalonicenses. 4ª
Edição. RJ: CPAD, 2006. p.1363).
O estudo das Cartas de Paulo aos
Tessalonicenses realça a Igreja como um lugar de relacionamentos saudáveis e
edificantes, porque Jesus está entre nós.
Caro professor(a), que alegria poder mais uma
vez compartilhar com você a jornada de mais um trimestre de ensinamentos e
aprendizagem, desta vez a partir da leitura e reflexão das duas Epístolas do
apóstolo Paulo à igreja em Tessalônica.
Texto Bíblico - Atos 17.1-10
INTRODUÇÃO
Você acredita que fortes amizades podem
crescer em pouco tempo? Bem, isso aconteceu entre Paulo e os irmãos da igreja
em Tessalônica. Depois de uma breve estadia naquela cidade, que foi
interrompida em virtude de uma forte perseguição contra Paulo, o apóstolo
precisou sair às pressas — praticamente numa fuga, realizada na calada da noite
— para Bereia, em seguida para Atenas, e por fim para uma pousada mais longa em
Corinto. Apesar da brevidade da permanência de Paulo entre os tessalonicenses,
o seu coração aliançou-se com aqueles irmãos. Talvez o cuidado do apóstolo com
os crentes em Tessalônica envolvesse o caráter neófito da fé daquela
comunidade. Para além de nossas conjecturas, o fato é que Paulo demonstra,
textualmente, forte carinho e afeição por aquela igreja com quem conviveu tão
pouco tempo. É sobre relacionamentos assim, que produzem edificação mútua, que
refletiremos durante todo este trimestre.
1. Quando nosso cuidado manifesta o amor do
Pai.
Por que deveria Paulo demonstrar tanta afeição por um grupo de irmãos
com quem conviveu tão pouco tempo? Aquela não era uma igreja rica e Paulo
recebeu apoio financeiro de outra igreja para evangelizar Tessalônica (Fp
4.16). A multidão dos que creram também não foi capaz de garantir a segurança
física de Paulo e sua equipe (At 17.4,5). Diante destas condições contrárias, o
que poderia justificar tal atitude do apóstolo? Uma resposta adequada, ainda
que muito abrangente, é o amor de Deus pelos tessalonicenses. Ou seja, a
postura de Paulo materializa o zelo do Senhor por aquela jovem igreja, que
mesmo sem muito destaque diante dos homens, era importantíssima para o Pai.
Quando vivenciamos amizades num nível adequado de maturidade cristã, tornarmo-nos a manifestação encarnada do amor do Senhor para com os outros.
2. Quando nem a distância enfraquece um
relacionamento.
Paulo afirma que desejou ir ter novamente com os
tessalonicenses, mas uma série de circunstâncias, até aquele momento, impedira
o reencontro (1Ts 2,17.18). Entretanto, não era a distância ou a ausência
física que faria aquela relação deteriorar-se; numa época de enormes
dificuldades para comunicação à distância, o apóstolo testificou que o seu
coração estava com os tessalonicenses e que eles eram um dos motivos da sua
alegria diante do Senhor (1Ts 2.19,20).
Pelo exemplo de Paulo e dos tessalonicenses
percebemos que a qualidade de nossos relacionamentos está associada diretamente
ao valor que damos a cada pessoa, pelo que ela é, e não, necessariamente, pela
quantidade de tempo que passamos ao seu lado. Em um tempo de comunicação
instantânea à distância, vamos ficar atentos para não tratarmos com mais
carinho nossos telefones do que nossos amigos.
3. Quando uma correspondência amorosa
torna-se Palavra de Deus.
As notícias que Timóteo trouxe sobre os
tessalonicenses animaram Paulo para que este escrevesse cartas àquela
comunidade (1Ts 3.6). É claro que Paulo não imaginou ao escrever estas
correspondências: “Agora vou escrever um texto que se tornará sagrado para
todos aqueles que servem a Cristo!”. Porém, não há dúvidas sobre a canonicidade
destes textos; eles são a inerrante e infalível Palavra de Deus historicamente
reconhecidos pela Igreja. Contudo, é a simplicidade do contexto de sua
composição que nos salta aos olhos: as cartas de um amigo, um discipulador,
para seus amados irmãos que estão a quilômetros de distância, constituem-se em
inspirada instrução não apenas para aquela comunidade, mas para toda a
cristandade. Que nossos relacionamentos sejam assim, tão genuínos, que nossas
mensagens, postagens, compartilhamentos, sirvam sempre para a edificação de
quem nós amamos.
Ponto Importante
Na sociedade da comunicação, onde escrevemos
e falamos o tempo todo, será que nossos relacionamentos são de fato tão
edificantes que uma simples mensagem eletrônica, que enviamos para alguém, pode
tornar-se um meio de comunicação da vontade de Deus para aqueles que precisam
ouvir a voz do Senhor?
1. A mais antiga das cartas paulinas.
É
um consenso entre os especialistas que 1 Tessalonicenses, por ter sido redigida
em Corinto durante a segunda viagem missionária, por volta dos anos 50/51 d.C,
é o mais antigo texto de Paulo registrado na Bíblia. Na verdade esta epístola
seria a mais antiga obra do Novo Testamento. Este fato deve levar-nos a
compreender que uma leitura mais cuidadosa da Primeira Carta aos
Tessalonicenses nos revelará não só o pensamento paulino em sua estrutura mais
original, mas também questões e demandas — teológicas e sociais — que
preocupavam as comunidades cristãs do primeiro século. Deste modo o contexto da
redação desta Carta refere-se ao momento histórico em que o apóstolo dos
gentios está desenvolvendo suas grandes sistematizações doutrinárias, as quais
serão importantíssimas para o crescimento posterior de todo o Cristianismo.
2. Sobre uma possível estrutura da epístola.
O
texto inicia-se, como tradicionalmente Paulo faz em seus escritos, com uma
apresentação dele e de sua equipe, seguida imediatamente de uma calorosa
saudação pastoral. Após a saudação, na primeira parte do texto, o apóstolo
concentra-se num testemunho de louvor pela vida dos tessalonicenses e de
gratidão pela comunhão tão profunda que se desenvolveu entre ele, Paulo, e os
crentes em Tessalônica. Como não podia ser diferente, neste momento da carta o
apóstolo fala de seus sentimentos para com aquela comunidade, e reconhece as
virtudes e cuidados daqueles irmãos para com ele e seu ministério. A segunda
grande divisão, que naturalmente apresenta-se no texto, engloba o
esclarecimento de Paulo quanto à paradosis (tradições judaicas) para
aquela jovem comunidade. Logo em seguida há uma seção dedicada a uma série de
exortações práticas. O texto finaliza-se com uma orientação para leitura
coletiva da correspondência — daí o caráter epistolar desta obra paulina —, e
com uma palavra de despedida.
3. Uma escrita pastoral.
Um dos aspectos
mais destacáveis desta epístola paulina é o tipo de linguagem utilizada pelo
apóstolo. Não encontramos neste texto uma rigidez cerimonial ou mesmo um
distanciamento formal; este texto é uma típica correspondência pastoral. 1
Tessalonicenses trata-se de uma carta redigida por um pastor amoroso e atento a
uma comunidade de novos convertidos. Esta postura adotada por Paulo deve levar-nos
a reavaliar constantemente nossos procedimentos relacionais: de que modo trato
as pessoas à minha volta? Sou alguém que por meio de minhas ações reflito o
amor de Deus pela humanidade? Estes são alguns dos questionamentos que devemos
constantemente fazer-nos, tomando por base a vida de Cristo, e por que não,
também o tratamento de Paulo para com os tessalonicenses.
Ponto Importante
É necessário que nossos relacionamentos sejam
literalmente desenvolvidos na Igreja, isto é, que tenhamos a capacidade de
partir de um momento inicial de estranhamento para uma amizade verdadeira.
1. Sobre a autenticidade desta carta.
A
partir do século XIX, uma série de teólogos colocou em cheque a autenticidade,
com especial modo a questão da autoria paulina deste texto. Os argumentos
seriam que há consideráveis diferenças entre a escatologia apresentada nas
epístolas: o estilo, a estrutura e as palavras da Segunda Carta seriam muito
similares ao da Primeira o que apontaria para um plágio. Todavia, é necessário
notar que os mesmos argumentos podem ser utilizados para demonstrar a
autenticidade do texto: as mudanças na abordagem escatológica dão-se em razão
deste ser um ensinamento em série para uma mesma comunidade — não faria sentido
simplesmente repetir as mesmas ideias de uma carta para outra. A similaridade
(estilística e vocabular) deve ser percebida como algo natural para dois textos
de um mesmo autor. Defendemos assim a autoria paulina e a autenticidade da
epístola.
2. Por que uma Segunda Carta?
Ao
assumirmos o caráter canônico do texto de 2 Tessalonicenses surge uma questão
central: qual o propósito desta Segunda Carta (escrita num curto espaço de
tempo depois da primeira)? Uma resposta natural seria a forte ligação entre o
apóstolo e aqueles irmãos — acrescentado ainda o fato de os tessalonicenses
serem novos na fé em Cristo e estarem debaixo de forte perseguição (2Ts
1.3-12). Outra possível resposta, tomando como referência a centralidade da
temática escatológica na Segunda Carta (2Ts 2.1-17), seria o interesse do
apóstolo em esclarecer àquela jovem comunidade cristã, pontos obscuros e
dúvidas que surgiram a partir da divulgação da Primeira Carta. Em termos
gerais, pode-se dizer que enquanto na Primeira Epístola o autor anima os
tessalonicenses diante das perseguições que sofrem/sofreram; neste segundo
texto o objetivo é preveni-los e consolá-los quanto às perseguições que virão.
3. Sobre o conteúdo desta epístola.
Menor
que a primeira, 2 Tessalonicenses pode ser subdividida em três grandes partes:
O capitulo 1, no qual o apóstolo procura animar os irmãos que estão aflitos
diante da perseguição que os assola. Já no capítulo 2, Paulo concentra-se numa
discussão sobre escatologia, com o objetivo de demonstrar que a vinda do Senhor
será precedida por uma série de eventos que precisam ser discernidos e
compreendidos pela Igreja. Por fim, no capítulo 3, o apóstolo oferece uma série
de orientações para o bem-estar da comunidade local e para seus relacionamentos
interpessoais.
Ponto Importante
A fragilidade dos argumentos geralmente
apresentados como contrários à canonicidade de 2 Tessalonicenses é tão notória
que para desmontá-los não é necessário apresentar nenhum contra-argumento, mas
apenas reposicioná-los como teses favoráveis à autenticidade do texto e da
autoria de Paulo.
CONCLUSÃO
O estudo sistemático da Bíblia nos traz
inúmeros benefícios; talvez um dos mais relevantes é a percepção de que os
princípios que nortearam a obra de Deus no início da Igreja ainda são
praticáveis hoje. As estratégias e os mecanismos podem mudar para dialogar com
a sociedade atual, mas nossos princípios — dentre eles o amor, cuidado e
respeito com o outro são simplesmente inegociáveis.
“Ocasião e propósito de 2 Tessalonicenses
Esclarecer confusões a respeito da segunda
vinda de Cristo. Depois de ter enviado a sua primeira carta à igreja de
Tessalônica, Paulo recebeu notícias adicionais sobre os crentes dali. Eles
estavam enfrentando intensa perseguição e grandes aflições, mas, apesar dos
seus problemas, perseveravam na fé. Alguns, no entanto, estavam afirmando que
Jesus já teria retornado. Estes crentes podiam ter entendido mal a afirmação
que Paulo fez, de que a volta de Cristo seria tão inesperada como a vinda de um
ladrão no meio da noite (1Ts 5.1-3). Ou talvez eles tivessem recebido outra carta
que, afirmando ser de Paulo, simplesmente declarava que Cristo já teria
retornado (2.2,3). Estes rumores, juntamente com a perseguição, estavam
dividindo e enfraquecendo a jovem igreja. Pensando que já estavam nos últimos
dias, alguns crentes recusavam-se a trabalhar (compare 1 Tessalonicenses 5.14
com 2 Tessalonicenses 3.11.12).
Paulo percebeu que tinha que escrever uma
segunda carta, para dissipar os rumores e para orientar a jovem igreja. Em
resumo, esta carta revela o coração de um pastor preocupado. Paulo não queria
que nenhum falso ensino afastasse seus novos convertidos da fé cristã. Eles já
tinham sofrido muito por Cristo, para serem desviados por mexericos de gente
ociosa” (Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. 1ª Edição. RJ:
CPAD, 2010. pp.458,459).
Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 2º Trimestre de 2018 - Título: A Igreja do Arrebatamento — O padrão dos Tessalonicenses para estes últimos dias - Comentarista: Thiago Brazil
Aqui eu Aprendi!
Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 2º Trimestre de 2018 - Título: A Igreja do Arrebatamento — O padrão dos Tessalonicenses para estes últimos dias - Comentarista: Thiago Brazil
Aqui eu Aprendi!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O comentário será postado assim que o autor der a aprovação.
Respeitando a liberdade de expressão e a valorização de quem expressa o seu pensamento, todas as participações no espaço reservado aos comentários deverão conter a identificação do autor do comentário.
Não serão liberados comentários, mesmo identificados, que contenham palavrões, calunias, digitações ofensivas e pejorativas, com falsidade ideológica e os que agridam a privacidade familiar.
Comentários anônimos:
Embora haja a aceitação de digitação do comentário anônimo, isso não significa que será publicado.
O administrador do blog prioriza os comentários identificados.
Os comentários anônimos passarão por criteriosa analise e, poderão ou não serem publicados.
Comentários suspeitos e/ou "spam" serão excluídos automaticamente.
Obrigado!
" Aqui eu Aprendi! "