“Portanto, ide, ensinai
todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” Mt
28.19
A evangelização do mundo é
o imperativo do Novo Testamento. ‘O evangelho deve ser proclamado [anunciado]
entre todas as nações’ (Mc 13.10, tradução livre). O Advogado a realizar a
tarefa é o Espírito Santo, enquanto que a instituição escolhida divinamente para
a proclamação é a Igreja de Jesus Cristo. Essas são afirmações sérias e
bíblicas.
Até mesmo uma leitura
superficial do Novo Testamento irá convencer o leitor da relevância da Igreja
na atual administração de Deus. Cristo amava a Igreja e deu-se a si mesmo por
ela. Somos assegurados de que no momento Ele está edificando sua Igreja e que,
por fim, irá ‘apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula nem ruga, mas
santa é irrepreensível’. Tudo isso está de acordo com o propósito eterno que
Deus tinha em Cristo Jesus nosso Senhor (Ef 5.25-27; 3.10,11).
A Igreja é a geração
eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido por Deus. O propósito
desse grande chamado é que a Igreja exponha as virtudes dEle, que a tirou da
escuridão para sua maravilhosa luz. A Igreja é uma criação proposital em Cristo
Jesus; ela é o corpo de Cristo (sua manifestação visível) e o templo do
Espírito Santo. Ela foi criada no dia de Pentecostes para personificar o
Espírito Santo na realização do propósito de Deus neste mundo” (PETERS, George
W. Teologia Bíblica de Missões.1ª Edição. RJ: CPAD, 2000, p.244).
Jesus, depois de morrer e ressuscitar, comissionou novamente os discípulos, mas a abrangência da missão agora é maior, todas as nações do mundo.
Professor(a), chegamos à última aula do primeiro trimestre do ano. Esperamos que o estudo do Evangelho de Mateus tenha contribuído para o seu crescimento espiritual e, consequentemente dos seus alunos. Estudar a vida e o ministério de Jesus é sempre gratificante e surpreendente, pois por mais que já tenhamos ouvido falar a seu respeito, sempre temos algo novo a aprender.
Nesta última lição, vimos que o Evangelho de Mateus é concluído com uma promessa gloriosa do nosso Redentor para todos os seus discípulos: “[...] eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.20). Segundo A. T. Robson, “a história cristã tem sido o cumprimento dessa promessa na medida em que o poder de Deus trabalha em nós. O Salvador ressurreto e todo-poderoso permanece com o seu povo todo o tempo”. Então, não desanime, pois apesar das dificuldades não estamos sozinhos.
Texto Bíblico - Mateus 28.16-20
INTRODUÇÃO
Os discípulos vão para a Galileia e ali encontram o Cristo ressurreto. Então, Jesus faz uso da autoridade recebida do Pai e pela segunda vez comissiona os discípulos. Porém desta vez o Mestre ordena a ida deles a todas as nações. Eles não somente iriam pregar as boas-novas, mas também batizar os que cressem em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. O Mestre ordena a evangelização e o discipulado, o ensino.
Os discípulos não cumpririam a Grande Comissão sozinhos, pois Senhor Jesus prometeu estar com eles “todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mt 20.20).
I. A APARIÇÃO DE JESUS AOS DISCÍPULOS NA GALILEIA (Mt 28.16-18)
1. O reencontro de Jesus com os discípulos (vv.16,17).
Os discípulos retornam à Galileia, local do início do ministério de Jesus, do qual fizeram parte, obedecendo à ordem dEle para o reencontro após a sua ressurreição. As aparições de Jesus e o testemunho dos discípulos que se encontraram com Ele foram os primeiros elementos que fundamentaram a fé no Cristo ressurreto.
2. O reencontro com Jesus traz de volta a vida.
Até aquele momento, a comunidade dos discípulos se sentia vencida, fracassada naquilo que tinham acreditado e defendido. Eles ainda estavam assombrados e perturbados com a morte do seu Mestre. A expectativa messiânica com os feitos e autoridade do ensino de Jesus, que tinha crescido nas últimas semanas enquanto caminhavam para Jerusalém, foram frustradas. A crucificação e a morte de Jesus abalaram a fé de seus discípulos. No entanto, agora na mesma região em que foram chamados por Jesus, eles se reencontram com o Mestre, agora ressurreto e glorificado. Com a aparição do Cristo ressurreto, os discípulos também ressuscitaram da apatia e do medo que tinha tomado conta deles. Mateus afirma que alguns ao verem Jesus o adoram, enquanto outros ainda duvidam.
Paulo afirma, que certa vez, Jesus foi visto por mais de quinhentos irmãos (1Co 15.6). Era o clímax das aparições, justamente na Galileia onde havia vários convertidos que o adoraram. Agora os discípulos estavam prontos para receber a nova ordem suprema de Jesus.
3. Jesus anuncia a autoridade recebida do Pai (v.18).
Jesus aproveitou o momento de adoração e entusiasmo dos discípulos para fazer uma revelação especial: Ele havia recebido a completude da autoridade de Deus: “É-me dado todo o poder no céu e na terra”. Os discípulos haviam presenciado o poder na vida terrena de Jesus, e sabiam que todas as coisas foram entregues a Ele pelo Pai (Mt 11.27). Mas, neste momento, Jesus Cristo anuncia que o seu poder agora não tem mais limites. Tal revelação desperta a fé dos seus seguidores. Anteriormente, naquela mesma região, eles haviam recebido de Jesus autoridade para pregar, expulsar demônios e curar enfermos (Mt 10.1).
Durante a tentação de Jesus no deserto pelo Diabo, uma das ofertas do Inimigo foram os reinos do mundo e a glória deles (Mt 4.8,9). Mas, agora, depois de cumprir sua missão pela morte de cruz, Ele recebe toda autoridade do próprio Pai, como filho amado que o honrava com sua fidelidade (Mt 3.17).
Mateus não registra o evento da ascensão, mas nessa frase da autoridade recebida por Jesus está implícita a autoridade de quem está sentado à direita do trono do Pai, símbolo do poder e autoridade no céu e na Terra.
Ponto Importante
Jesus, enquanto estava sendo tentado no deserto pelo Diabo, resistiu ao impulso de usufruir do poder humano. Com sua vitória na cruz, Ele recebe a plenitude do poder do próprio Pai.
II. JESUS ORDENA QUE SE FAÇAM DISCÍPULOS (Mt 28.19,20)
1. Fazer discípulos em todas as nações (v.19).
Jesus comissiona seus discípulos para uma nova missão, diferente da primeira, que era restrita aos judeus (Mt 10.6). Agora, eles deveriam fazer discípulos em todas as nações (tradução de ethnos, grupos étnicos e não primariamente a países). Segundo o dicionário Houaiss etnia é a “coletividade de indivíduos que se diferencia por sua especificidade sociocultural, refletida principalmente na língua, religião e maneiras de agir”. No mundo há aproximadamente 24.000 etnias e apenas pouco mais da metade já foi evangelizada. Logo, temos muito trabalho a fazer.
2. A relação Mestre-discípulo.
No relacionamento com seus discípulos, Jesus demonstrou, pelo exemplo, o quanto um mestre deve abdicar de seus interesses para a formação de discípulos. Jesus investiu seu tempo e paciência para ensinar e treinar os doze. Agora Ele os envia a todos os povos para que fizessem o mesmo. Assim, o Evangelho seria reproduzido pelos novos discípulos, para crescimento do Corpo de Cristo.
O livro de Atos discorre como se deu o movimento dos apóstolos no início da Igreja. Eles ficaram dentro do próprio território pregando para seus patrícios, os judeus. Isso mudou somente quando veio a grande perseguição, liderada por Saulo. Com o aumento da perseguição eles saem da Judeia para Samaria e chegam aos “confins da terra”. O ideal do cristão deve ser fazer a vontade de Deus (fazer discípulos) de forma espontânea e prazerosa.
3. Batizando em nome do Pai, e do Filho, do Espírito Santo.
Jesus ordena que os novos convertidos sejam inseridos formalmente na nova comunidade por meio do batismo. O batismo torna mais forte o vínculo da pessoa com Cristo e com a Igreja. É uma ordenação do Senhor. O próprio Jesus deu o exemplo (Mt 3.13-17).
Ponto Importante
Na primeira comissão dos discípulos, Jesus os envia estrategicamente somente para os judeus. Após a ressurreição, para todas as nações.
III. A PERMANÊNCIA DE JESUS NO CUMPRIMENTO DA MISSÃO (Mt 28.20)
1. Ensinando a guardar todas as coisas que Jesus ensinou.
Para ensinar, primeiro é preciso aprender, logo, para conhecer todas as coisas que Jesus ensinou é necessário, antes de tudo, um estudo apurado dos Evangelhos que contam a vida e a obra de Jesus.
A ordem para ensinar, no texto grego, está no particípio presente, traduzido por “ensinando” e indica uma ação contínua. Não pode ser um estudo superficial e realizado sem um planejamento e uma sequência lógica e sistemática. O ensino deve ser contínuo e envolver a mente e a vontade do novo crente, produzindo mudança de comportamento e um desenvolvimento espiritual maduro e saudável.
2. Falso ensino e hipocrisia religiosa.
Nos diálogos entre Jesus e os líderes religiosos judaicos, o Mestre por várias vezes combateu a falsa religiosidade e a hipocrisia. Os líderes religiosos e os fariseus viviam uma vida de aparência. Eles se preocupavam apenas com o exterior e “vendiam” a imagem (mentirosa) de que eram homens puros e bondosos, que viviam de acordo com a Lei. Mas o Senhor Jesus os chama de sepulcros caiados, “[...] que por fora realmente parecerem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia” (Mt 23.27).
3. A presença de Jesus, o Emanuel.
Os discípulos que recebem novamente a tarefa de continuar a missão de Jesus são encorajados com a plenitude do poder recebido por Ele e com a promessa da sua presença contínua entre eles. Trata-se do resgate da promessa feita no anúncio do nascimento de Jesus em Mateus 1.23: “[...] e ele será chamado pelo nome de EMANUEL. (EMANUEL traduzido é: Deus conosco)”. Deus-Filho, se fez carne e caminhou com seres humanos imperfeitos e simples, mas treinados e comissionados por Ele. Jesus conviveu de perto com os pobres e excluídos que viviam à margem da sociedade.
Os discípulos haviam experimentado, ainda que em um curto espaço de tempo, ficar sem a presença de Jesus, devido à sua morte e sepultamento. Esta foi uma prova amarga e terrível. Eles sentiram muito a falta do Mestre e não queriam mais passar por essa experiência. Todavia, agora tinham a promessa de que Jesus estaria com eles constantemente. Esta promessa também é para os nossos dias e para os dias que virão. Não estamos sozinhos. O Cristo ressurreto está conosco!
Ponto Importante
Os discípulos abandonaram tudo para seguir Jesus. Por isso a morte dEle os abalou profundamente. Mas, a ressurreição do Mestre renovou suas vidas e fé.
CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que no reencontro de Jesus com seus discípulos na Galileia Ele revela ter recebido do Pai a completude do poder. Aprendemos também que Jesus ordenou fazer discípulos de todas as nações e batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Mas os discípulos não estariam sozinhos, pois Jesus prometeu estar presente onde quer que eles fossem. Então, concluímos o nosso estudo a respeito do Evangelho de Mateus com a Grande Comissão e com a promessa da presença constante de Jesus.
SUBSÍDIO
“Como Devemos Evangelizar
Para começar, o ganhador de almas tem de ter experiência própria de salvação. É um paradoxo alguém conduzir um pecador a Cristo, sem ele próprio conhecer o Salvador. Isto é apontar o caminho do céu sem conhecê-lo. Quem fala de Jesus deve ter experiência própria da salvação.
Estando nosso coração cheio da Palavra de Deus, nossa boca falará dela (Mt 12.34). É evidente que o ganhador de almas precisa de um conhecimento prático da Bíblia; conhecimento esse, não só quanto à mensagem do Livro, mas também quanto ao volume em si, suas divisões, estrutura em geral, etc. Sim, para ganhar almas é preciso ‘começar pela Escritura’ (At 8.35). Aquilo que a eloquência, o argumento e a persuasão humana não podem fazer, a Palavra de Deus faz, quando apresentada sob a unção do Espírito Santo. Ela é qual espelho. Quando você fala a Palavra, está pondo um espelho diante do homem. Deixe o pecador mirar-se neste maravilhoso espelho. Assim fazendo, ele aborrecerá a si mesmo ao ver sua situação deplorável. [...] No estudo da obra de ganhar almas, há muito proveito no manuseio de livros bons e inspirados sobre o assunto. [...] A igreja de Éfeso foi profundamente espiritual pelo fato de Paulo ter ensinado a Palavra ali durante três anos, expondo todo o conselho de Deus (At 20.27-31)” (GILBERTO, Antonio. Prática do Evangelismo Pessoal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1983, p.30).
Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 1º Trimestre de 2018 - Título: Seu Reino não terá fim — Vida e obra de Jesus segundo o Evangelho de Mateus - Comentarista: Natalino das Neves
Leia também:
Jesus, depois de morrer e ressuscitar, comissionou novamente os discípulos, mas a abrangência da missão agora é maior, todas as nações do mundo.
Professor(a), chegamos à última aula do primeiro trimestre do ano. Esperamos que o estudo do Evangelho de Mateus tenha contribuído para o seu crescimento espiritual e, consequentemente dos seus alunos. Estudar a vida e o ministério de Jesus é sempre gratificante e surpreendente, pois por mais que já tenhamos ouvido falar a seu respeito, sempre temos algo novo a aprender.
Nesta última lição, vimos que o Evangelho de Mateus é concluído com uma promessa gloriosa do nosso Redentor para todos os seus discípulos: “[...] eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.20). Segundo A. T. Robson, “a história cristã tem sido o cumprimento dessa promessa na medida em que o poder de Deus trabalha em nós. O Salvador ressurreto e todo-poderoso permanece com o seu povo todo o tempo”. Então, não desanime, pois apesar das dificuldades não estamos sozinhos.
Texto Bíblico - Mateus 28.16-20
INTRODUÇÃO
Os discípulos vão para a Galileia e ali encontram o Cristo ressurreto. Então, Jesus faz uso da autoridade recebida do Pai e pela segunda vez comissiona os discípulos. Porém desta vez o Mestre ordena a ida deles a todas as nações. Eles não somente iriam pregar as boas-novas, mas também batizar os que cressem em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. O Mestre ordena a evangelização e o discipulado, o ensino.
Os discípulos não cumpririam a Grande Comissão sozinhos, pois Senhor Jesus prometeu estar com eles “todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mt 20.20).
I. A APARIÇÃO DE JESUS AOS DISCÍPULOS NA GALILEIA (Mt 28.16-18)
1. O reencontro de Jesus com os discípulos (vv.16,17).
Os discípulos retornam à Galileia, local do início do ministério de Jesus, do qual fizeram parte, obedecendo à ordem dEle para o reencontro após a sua ressurreição. As aparições de Jesus e o testemunho dos discípulos que se encontraram com Ele foram os primeiros elementos que fundamentaram a fé no Cristo ressurreto.
2. O reencontro com Jesus traz de volta a vida.
Até aquele momento, a comunidade dos discípulos se sentia vencida, fracassada naquilo que tinham acreditado e defendido. Eles ainda estavam assombrados e perturbados com a morte do seu Mestre. A expectativa messiânica com os feitos e autoridade do ensino de Jesus, que tinha crescido nas últimas semanas enquanto caminhavam para Jerusalém, foram frustradas. A crucificação e a morte de Jesus abalaram a fé de seus discípulos. No entanto, agora na mesma região em que foram chamados por Jesus, eles se reencontram com o Mestre, agora ressurreto e glorificado. Com a aparição do Cristo ressurreto, os discípulos também ressuscitaram da apatia e do medo que tinha tomado conta deles. Mateus afirma que alguns ao verem Jesus o adoram, enquanto outros ainda duvidam.
Paulo afirma, que certa vez, Jesus foi visto por mais de quinhentos irmãos (1Co 15.6). Era o clímax das aparições, justamente na Galileia onde havia vários convertidos que o adoraram. Agora os discípulos estavam prontos para receber a nova ordem suprema de Jesus.
3. Jesus anuncia a autoridade recebida do Pai (v.18).
Jesus aproveitou o momento de adoração e entusiasmo dos discípulos para fazer uma revelação especial: Ele havia recebido a completude da autoridade de Deus: “É-me dado todo o poder no céu e na terra”. Os discípulos haviam presenciado o poder na vida terrena de Jesus, e sabiam que todas as coisas foram entregues a Ele pelo Pai (Mt 11.27). Mas, neste momento, Jesus Cristo anuncia que o seu poder agora não tem mais limites. Tal revelação desperta a fé dos seus seguidores. Anteriormente, naquela mesma região, eles haviam recebido de Jesus autoridade para pregar, expulsar demônios e curar enfermos (Mt 10.1).
Durante a tentação de Jesus no deserto pelo Diabo, uma das ofertas do Inimigo foram os reinos do mundo e a glória deles (Mt 4.8,9). Mas, agora, depois de cumprir sua missão pela morte de cruz, Ele recebe toda autoridade do próprio Pai, como filho amado que o honrava com sua fidelidade (Mt 3.17).
Mateus não registra o evento da ascensão, mas nessa frase da autoridade recebida por Jesus está implícita a autoridade de quem está sentado à direita do trono do Pai, símbolo do poder e autoridade no céu e na Terra.
Ponto Importante
Jesus, enquanto estava sendo tentado no deserto pelo Diabo, resistiu ao impulso de usufruir do poder humano. Com sua vitória na cruz, Ele recebe a plenitude do poder do próprio Pai.
II. JESUS ORDENA QUE SE FAÇAM DISCÍPULOS (Mt 28.19,20)
1. Fazer discípulos em todas as nações (v.19).
Jesus comissiona seus discípulos para uma nova missão, diferente da primeira, que era restrita aos judeus (Mt 10.6). Agora, eles deveriam fazer discípulos em todas as nações (tradução de ethnos, grupos étnicos e não primariamente a países). Segundo o dicionário Houaiss etnia é a “coletividade de indivíduos que se diferencia por sua especificidade sociocultural, refletida principalmente na língua, religião e maneiras de agir”. No mundo há aproximadamente 24.000 etnias e apenas pouco mais da metade já foi evangelizada. Logo, temos muito trabalho a fazer.
2. A relação Mestre-discípulo.
No relacionamento com seus discípulos, Jesus demonstrou, pelo exemplo, o quanto um mestre deve abdicar de seus interesses para a formação de discípulos. Jesus investiu seu tempo e paciência para ensinar e treinar os doze. Agora Ele os envia a todos os povos para que fizessem o mesmo. Assim, o Evangelho seria reproduzido pelos novos discípulos, para crescimento do Corpo de Cristo.
O livro de Atos discorre como se deu o movimento dos apóstolos no início da Igreja. Eles ficaram dentro do próprio território pregando para seus patrícios, os judeus. Isso mudou somente quando veio a grande perseguição, liderada por Saulo. Com o aumento da perseguição eles saem da Judeia para Samaria e chegam aos “confins da terra”. O ideal do cristão deve ser fazer a vontade de Deus (fazer discípulos) de forma espontânea e prazerosa.
3. Batizando em nome do Pai, e do Filho, do Espírito Santo.
Jesus ordena que os novos convertidos sejam inseridos formalmente na nova comunidade por meio do batismo. O batismo torna mais forte o vínculo da pessoa com Cristo e com a Igreja. É uma ordenação do Senhor. O próprio Jesus deu o exemplo (Mt 3.13-17).
Ponto Importante
Na primeira comissão dos discípulos, Jesus os envia estrategicamente somente para os judeus. Após a ressurreição, para todas as nações.
III. A PERMANÊNCIA DE JESUS NO CUMPRIMENTO DA MISSÃO (Mt 28.20)
1. Ensinando a guardar todas as coisas que Jesus ensinou.
Para ensinar, primeiro é preciso aprender, logo, para conhecer todas as coisas que Jesus ensinou é necessário, antes de tudo, um estudo apurado dos Evangelhos que contam a vida e a obra de Jesus.
A ordem para ensinar, no texto grego, está no particípio presente, traduzido por “ensinando” e indica uma ação contínua. Não pode ser um estudo superficial e realizado sem um planejamento e uma sequência lógica e sistemática. O ensino deve ser contínuo e envolver a mente e a vontade do novo crente, produzindo mudança de comportamento e um desenvolvimento espiritual maduro e saudável.
2. Falso ensino e hipocrisia religiosa.
Nos diálogos entre Jesus e os líderes religiosos judaicos, o Mestre por várias vezes combateu a falsa religiosidade e a hipocrisia. Os líderes religiosos e os fariseus viviam uma vida de aparência. Eles se preocupavam apenas com o exterior e “vendiam” a imagem (mentirosa) de que eram homens puros e bondosos, que viviam de acordo com a Lei. Mas o Senhor Jesus os chama de sepulcros caiados, “[...] que por fora realmente parecerem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia” (Mt 23.27).
3. A presença de Jesus, o Emanuel.
Os discípulos que recebem novamente a tarefa de continuar a missão de Jesus são encorajados com a plenitude do poder recebido por Ele e com a promessa da sua presença contínua entre eles. Trata-se do resgate da promessa feita no anúncio do nascimento de Jesus em Mateus 1.23: “[...] e ele será chamado pelo nome de EMANUEL. (EMANUEL traduzido é: Deus conosco)”. Deus-Filho, se fez carne e caminhou com seres humanos imperfeitos e simples, mas treinados e comissionados por Ele. Jesus conviveu de perto com os pobres e excluídos que viviam à margem da sociedade.
Os discípulos haviam experimentado, ainda que em um curto espaço de tempo, ficar sem a presença de Jesus, devido à sua morte e sepultamento. Esta foi uma prova amarga e terrível. Eles sentiram muito a falta do Mestre e não queriam mais passar por essa experiência. Todavia, agora tinham a promessa de que Jesus estaria com eles constantemente. Esta promessa também é para os nossos dias e para os dias que virão. Não estamos sozinhos. O Cristo ressurreto está conosco!
Ponto Importante
Os discípulos abandonaram tudo para seguir Jesus. Por isso a morte dEle os abalou profundamente. Mas, a ressurreição do Mestre renovou suas vidas e fé.
CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que no reencontro de Jesus com seus discípulos na Galileia Ele revela ter recebido do Pai a completude do poder. Aprendemos também que Jesus ordenou fazer discípulos de todas as nações e batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Mas os discípulos não estariam sozinhos, pois Jesus prometeu estar presente onde quer que eles fossem. Então, concluímos o nosso estudo a respeito do Evangelho de Mateus com a Grande Comissão e com a promessa da presença constante de Jesus.
SUBSÍDIO
“Como Devemos Evangelizar
Para começar, o ganhador de almas tem de ter experiência própria de salvação. É um paradoxo alguém conduzir um pecador a Cristo, sem ele próprio conhecer o Salvador. Isto é apontar o caminho do céu sem conhecê-lo. Quem fala de Jesus deve ter experiência própria da salvação.
Estando nosso coração cheio da Palavra de Deus, nossa boca falará dela (Mt 12.34). É evidente que o ganhador de almas precisa de um conhecimento prático da Bíblia; conhecimento esse, não só quanto à mensagem do Livro, mas também quanto ao volume em si, suas divisões, estrutura em geral, etc. Sim, para ganhar almas é preciso ‘começar pela Escritura’ (At 8.35). Aquilo que a eloquência, o argumento e a persuasão humana não podem fazer, a Palavra de Deus faz, quando apresentada sob a unção do Espírito Santo. Ela é qual espelho. Quando você fala a Palavra, está pondo um espelho diante do homem. Deixe o pecador mirar-se neste maravilhoso espelho. Assim fazendo, ele aborrecerá a si mesmo ao ver sua situação deplorável. [...] No estudo da obra de ganhar almas, há muito proveito no manuseio de livros bons e inspirados sobre o assunto. [...] A igreja de Éfeso foi profundamente espiritual pelo fato de Paulo ter ensinado a Palavra ali durante três anos, expondo todo o conselho de Deus (At 20.27-31)” (GILBERTO, Antonio. Prática do Evangelismo Pessoal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1983, p.30).
Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 1º Trimestre de 2018 - Título: Seu Reino não terá fim — Vida e obra de Jesus segundo o Evangelho de Mateus - Comentarista: Natalino das Neves
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