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sábado, 10 de outubro de 2015

A Criação dos Céus e da Terra - Livro de Gênesis

Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” Hb 11.3

“Se Deus criou o mundo, então parte de sua sabedoria e de Sua beleza está refletida na ordem da criação. Vemos a glória do Criador na beleza da criação. A ordem criada é de Deus, não nossa. Temos de aprender a respeitá-la como o lugar onde vivemos e cujo cuidado nos foi confiado” (Alister McGrath, “Criação”).

Hoje vivemos um caos no meio ambiente. Um caos que o apóstolo Paulo já havia exposto nestas linhas: “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, [...] Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora” (Rm 8.20,22). Este caos da criação se deve ao pecado, e não só no sentido dos efeitos diretos da Queda na criação, mas também da falta de cuidado que a humanidade caída tem com a criação de Deus.

Deus é o Criador do mundo e nós, os seres humanos, somos os responsáveis pela destruição do planeta, seja não honrando a Deus como o Supremo Criador do mundo, seja, em outros casos, usando a fé para legitimar uma prática predatória do meio ambiente. Quando estudamos o livro do Gênesis para reconhecer nEle, Deus, o Criador do mundo e do ser humano, isso deve trazer um sentimento de humildade e temor, pois habitamos um mundo criado por Deus pelo qual fomos nomeados seus mordomos e guardadores. De modo que quando não honramos tal condição, pecamos contra Ele e o próximo.

Martinho Lutero compreendeu bem as implicações de reconhecermos Deus como o Autor da Criação: “Creio que Deus me criou, junto com todas as criaturas. Ele me deu corpo e alma, olhos, ouvidos e todas as outras partes do meu corpo, minha mente e todos os meus sentidos, como também os preserva. Ele me deu as roupas e os sapatos, o alimento e a bebida, a casa e a terra, o cônjuge e os filhos, os campos, os animais e tudo que tenho. Todos os dias, Ele provê abundantemente tudo que preciso para alimentar meu corpo e minha vida. Protege-me contra todos os perigos, serve de escudo e defende-me de todo o mal. Faz tudo isso por causa de Sua bondade e misericórdia puras, paternais e divinas, e não porque conquistei ou mereço isso”.

Crer que Deus é o Criador do mundo é aceitar resignadamente a Sua vontade e, invariavelmente, assumir que é da Sua vontade que cuidemos da criação, pois é a partir desta que nos alimentamos, vestimos e vivemos: tudo como bênção de Deus para nós.
Cuidar da terra faz parte do propósito de entender o início do Gênesis. - Revista Ensinador Cristão nº64-pg.37

A primeira grande verdade da Bíblia é que Deus criou os Céus, a Terra e o ser humano.

Durante a redação deste capítulo, recorri diversas vezes  aos dois primeiros capítulos de Gênesis. E, a cada leitura, perguntava-me: “Por que essa passagem é tão combatida?” O referido texto, além de belo e piedoso, é mais lógico que o Big Bang e mais verossímil que Darwin. Não obstante, até mesmo alguns seminários evangélicos, influenciados por uma incredulidade crônica, já não aceitam como verdade histórica os 11 primeiros capítulos da Bíblia. Seus professores, arrogantemente, ensinam que a narrativa da Criação e a História Primeva só podem ser recebidas alegoricamente.
Analisando a redação sagrada do ponto de vista gramatical, verifico não haver aí parábola alguma. E, sim, um relato histórico muito bem elaborado que, sequer, abusa dos adjetivos. Por que um preconceito tão maligno contra o Santo Livro? Embora a História da Criação não seja científica, jamais será contraditada pela verdadeira ciência. Além do mais, é a resposta mais clara e confiável que possuímos à grande pergunta da vida: “Como vieram a existir tudo quanto há no Universo?” Levemos em consideração também que, sem o Criacionismo Bíblico, nenhuma doutrina cristã tem sentido.


I. A COERÊNCIA DO CRIACIONISMO BÍBLICO
Cada religião possui o seu criacionismo. Dos gregos à tribo mais escondida da Amazônia, é possível encontrar uma narrativa da criação do Universo. Algumas fantásticas; outras pueris. Mas todas igualmente absurdas. Tais mitologias são o resultado de uma tradição oral que, transmitida por Adão e Noé a seus filhos, foi corrompida pelo tempo. Em sua base, porém, há um fundo de verdade.

1. Criacionismo Bíblico.
É a doutrina da Bíblia Sagrada, cujo principal objetivo é mostrar como vieram a existir os Céus, a Terra e o ser humano. É uma verdade aceita não somente pela fé, mas também pela razão (Hb 11.3; Rm 1.19,20). O pecado de Adão e Eva, portanto, não conseguiu depravar absolutamente o homem; não impede a criatura de reconhecer o Criador na criação.

2. Os fundamentos do Criacionismo Bíblico.
Três são os fundamentos do Criacionismo Bíblico:
1) a Bíblia Sagrada; 2) a razão; e: 3) o testemunho da Criação.

a) A Bíblia Sagrada. As Sagradas Escrituras afirmam do início ao fim, que Deus é o Criador dos Céus e da Terra (Gn 1.1; Sl 95.6; Ap 10.6). Ora, basta o testemunho da Escritura, para que nos convençamos da verdade. Afinal, ela é a inspirada e inerrante Palavra de Deus. Ora, se a Bíblia não for capaz de convencer-nos, a quem recorreremos? (Lc 16.31).

b) A razão humana. Embora comprometida pelo pecado, a razão ainda é eficiente para conduzir-nos ao Criador, conforme Paulo enfatiza aos romanos: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas” (Rm 1.20). Todavia, não ignoramos que Satanás vem entenebrecendo a compreensão do homem moderno (2Co 4.4). Por isso, temos de proclamar a Palavra de Deus a tempo e a fora de tempo.

c) A criação. Finalmente, a própria Criação testemunha do Criador (Sl 19.1). No Salmo 104, o cantor sagrado enaltece a Deus por sua obra, pois esta discorre sobre o Ser que tudo criou e que a tudo preserva.

Salmos 104.1-14
1 -  Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! SENHOR, Deus meu, tu és magnificentíssimo; estás vestido de glória e de majestade.
2 - Ele cobre-se de luz como de uma veste, estende os céus como uma cortina.
3 - Põe nas águas os vigamentos das suas câmaras, faz das nuvens o seu carro e anda sobre as asas do vento.
4  - Faz dos ventos seus mensageiros, dos seus ministros, um fogo abrasador.
5 - Lançou os fundamentos da terra, para que não vacile em tempo algum.
6 - Tu a cobriste com o abismo, como com uma veste; as águas estavam sobre os montes;
7 - à tua repreensão, fugiram; à voz do teu trovão, se apressaram.
8 - Subiram aos montes, desceram aos vales, até ao lugar que para elas fundaste.
9 - Limite lhes traçaste, que não ultrapassarão, para que não tornem mais a cobrir a terra.
10 - Tu, que nos vales fazes rebentar nascentes que correm entre os montes.
11 - Dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos monteses matam com elas a sua sede.
12 -  Junto delas habitam as aves do céu, cantando entre os ramos.
14 - Ele faz crescer a erva para os animais e a verdura, para o serviço do homem, para que tire da terra o alimento

"Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém." 1 Timóteo 6:16

II. O MARAVILHOSO PRINCÍPIO DA CRIAÇÃO
O que Deus fazia no princípio? Não é fácil responder a essa pergunta, pois não dispomos de nenhuma informação acerca de suas atividades entre os três primeiros versículos do capítulo um de Gênesis. Todavia, permitam-me algumas conclusões, que acredito serem coerentes e razoáveis. Antes de Deus fazer a Terra, Ele criou o tempo, o espaço e a sua própria morada.

1. O tempo. Deus jamais faria a sua obra na eternidade, porquanto esta é um atributo exclusivamente seu (1Tm 6.16). O Criador é sempiterno; a criação, temporal. Ao contrário dos gregos que acreditavam na eternidade da matéria, os hebreus crêem que tudo quanto existe no tempo, foi criado pelo Eterno (Hb 11.3). Aliás, nem a própria morada de Deus é eterna. Sendo o tempo a duração relativa das coisas, gera-nos a noção de presente, passado e futuro: um período contínuo no qual se sucedem os eventos. Deus, porém, é o que é. Ele não está sujeito a qualquer sucessão de dias ou séculos. Presente, passado e futuro são-lhe a mesma coisa. Logo, somente o Eterno poderia criar o tempo.

2. O espaço. Contrariando o que muita gente supõe, o espaço não é sinônimo de vácuo. Este nenhum tecido possui. Aquele, entretanto, tendo a sua própria tela, não pode avançar além de suas fronteiras. O Senhor o criou, a fim de conter a sua obra que, embora vastíssima, é finita. Logo, o espaço também é finito. O Criador não se acha limitado quer pelo tempo, quer pelo espaço; a criação, sim. Até os mesmos anjos acham-se condicionados temporal e espacialmente, pois não podem estar em dois lugares ao mesmo tempo.

3. Os Céus. Tendo já estabelecido o tempo e o espaço, o Senhor cria, agora, a sua própria morada.
Na verdade, Ele não precisa de habitação alguma, pois nem o céu dos céus pode contê-lo (2Cr 6.18). Mas, Rei do Universo que é, delimita um lugar, para nele situar a sua corte.
Sim, até o próprio céu necessita do tempo e do espaço, pois é um lugar real, e não uma mera parábola. Embora não ocupe a nossa dimensão, a região celeste tem de ser vista como realidade. Para lá são levadas as almas dos que dormem em Cristo (Ap 6.9).

A Nova Jerusalém, a morada eterna dos santos, também é um lugar bem real. Em breve, estaremos ali com o Senhor. Ajuda-nos, Pai.
Já criados os céus, que não podem ser confundidos com os planetas de nosso sistema solar, o Senhor chama os anjos à existência. Assim o salmista descreve a ação divina: “Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles” (Sl 33.6). Os seres angelicais também foram criados pelo sopro divino, exatamente como o Senhor procederia com o homem (Gn 2.7). O Criador, pois, dedicou especial atenção às suas criaturas racionais; chamou-as à vida de maneira única e personalizada: cada anjo é um anjo, cada homem é um homem. Semelhantes, sim; iguais, não.

4. A Terra informe. Ainda no princípio, Deus criou a Terra, e pô-la exatamente naquela coordenada espacial, onde se encontra até ao dia de hoje. Nosso planeta, já delimitado pelo tempo e pelo espaço, ainda era vazio e não possuía a forma atual. O autor sagrado assim o descreve: “A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas” (Gn 1.2).

O que era a Terra nesse longínquo princípio? Era um todo disforme coberto pelas águas, que escondiam um grande abismo. Por essa razão, fazia-se necessária a presença do Espírito Santo que, pairando por sobre as águas, dava sustentação gravitacional ao nosso planeta. Pois o Sol, a Lua e os demais corpos do Sistema Solar ainda não haviam sido criados, para manter-lhe a gravidade naquele quadrante específico do espaço.


O Espírito Santo pairou sobre as águas (Gn 1.2). Ele esteve presente e desempenhou um papel ativo na obra da criação..

O Espírito Santo na criação. O Espírito Santo pairou sobre as águas (Gn 1.2). Ele esteve presente e desempenhou um papel ativo na obra da criação. O que vemos pelo relato bíblico é que a cada dia, Deus fez uma tarefa diferente, mas ordenada, para que a vida fosse possível em nosso planeta. 


III. A CRIAÇÃO DA LUZ
Deus não precisa de luz, pois a luz e as trevas são-lhe a mesma coisa. Além disso, habita Ele em luz inacessível (Sl 139.12; 1Tm 6.16). Sua obra, porém, dela necessita para subsistir. Por esse motivo, para dar forma à Terra, o Senhor ordenou-lhe o aparecimento: “Haja luz” (Gn 1.3).

1. A luz primeva. Somente o Pai das luzes para dar luz à luz (Tg 1.17). A luz do primeiro dia não era gerada pelo Sol, que só viria a existir no quarto dia da Criação. Alguns a denominam de primeva. Outros, de cósmica. Para mim, simplesmente divina, pois Deus mesmo é a sua fonte.
Na Jerusalém Celeste, não teremos qualquer necessidade do Sol, porque o próprio Criador será a luz da nova criação; a terra e os céus atuais já terão passado (Ap 21.23; 22.5). Eis que tudo se fará novo.
A partir daí, não precisaremos mais da luz primeva; nem da solar viremos a necessitar: a luz eterna, provinda do ser divino, iluminará a cidade que o Pai, em seu inexplicável amor, arquitetou e construiu para acolher-nos na eternidade. Aleluia!

2. Jesus, a luz do mundo. Sim, Deus é luz e, nele, não há treva alguma (1Jo 1.5). Por isso, aprouve-lhe enviar-nos o seu Unigênito como a luz do mundo (Jo 8.12). Em Jesus Cristo, somos recriados para uma nova realidade espiritual.
Sem o Cordeiro, onde estaríamos?
Aprisionados em trevas espirituais até sermos lançados à escuridão mais exterior (Mt 8.12). Mas, hoje, caminhamos na luz e vivemos no reino da luz e, como a luz, resplandecemos (Fp 2.15). Só em Cristo isso é possível.


"O dia da luz, das trevas e das águas divididas"
"Energia é necessidade vital para o habitat do homem, e a luz é energia. Por conseguinte, a primeira ordem de Deus foi: Haja luz. A ênfase na palavra falada de Deus é tão grande que cada dia criativo começa com uma ordem ou expressão da vontade divina. Em seguida, ocorre a execução da ordem e a declaração culminante: Era bom ou equivalente. As águas foram separadas, e acima da terra havia uma expansão. A palavra expansão ou firmamento transmite a ideia de solidez. Contudo, a ênfase na palavra hebraica original ragia não está no material em si, mas no ato de expandir-se ou na condição de estar expandido. Por isso, a palavra 'expansão' é apropriada". Para conhecer mais leia Comentário Bíblico Beacon, CPAD, p. 32. 


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"A palavra hebraica para 'luz' é 'or', e refere-se às ondas iniciais de energia luminosa atuando sobre a terra. Posteriormente, Deus colocou 'luminares' (hb. ma'or, literalmente 'luzeiros', v.14 nos céus como geradores e refletores permanentes das ondas de luz. O propósito principal desses luzeiros é servir de sinais demarcadores das estações, dias e anos (vv. 5-14)" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1991, p. 30).

IV. O FIRMAMENTO E A PORÇÃO SECA
Tendo já iluminado o espaço com a luz primeva, o Criador passa, agora, a separar as águas que se achavam acima e abaixo do firmamento. Não se pode explicar devidamente como isso aconteceu. Por esse motivo, requeiro a sua licença, querido leitor, para tirar algumas conclusões do texto sagrado.

1. Um planeta disforme e vazio. Até o segundo dia da Criação, a Terra ainda não possuía uma forma definida. Na ausência de atmosfera, suas águas ficavam tanto abaixo como acima do solo. Era um todo confuso e disforme. Era necessário, pois, que o Senhor ordenasse o caos, conforme registra o autor sagrado:
“E disse Deus: Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas e águas. Fez, pois, Deus o firmamento e separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento. E assim se fez. E chamou Deus ao firmamento Céus. Houve tarde e manhã, o segundo dia” (Gn 1.6-8).

2. O firmamento. Não posso definir o firmamento de Gênesis como o espaço sideral, pois este, como já vimos, fora criado logo no “princípio”. Também não posso confundi-lo com a porção seca do terceiro dia. Resta-me, pois, focá-lo como a atmosfera terrestre. Justamente, neste ponto, é que surge uma velha e incômoda pergunta: “Como explicar as águas que se achavam acima do firmamento”?

Penso que o nosso planeta, antes do Dilúvio, era envolvido por um escudo hídrico, que o protegia dos raios ultravioletas do Sol, proporcionando saúde e longevidade aos filhos de Adão. Sob uma atmosfera tão sadia, as feridas eram imediatamente cicatrizadas e a expectativa de vida, mesmo sob o pecado, era quase milenar (Gn 5.27). Depois, foi a existência humana definhando até chegar aos parâmetros atuais (Gn 50.26; Sl 90.10). Aliás, sob aquela atmosfera, o corpo humano bastava para se curar.
Por ocasião do singular cataclismo, porém, “as comportas dos céus se abriram, e houve copiosa chuva sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites” (Gn 7.11,12). A partir de então, a Terra ficou exposta aos raios daninhos do Sol. E, assim, deixou de ser aquele imenso e belo paraíso dos antigos. Enfermando-se, nosso planeta adoenta-nos e rouba-nos a vida. Quando, porém, o Senhor Jesus estabelecer o Milênio, a Terra será curada, mas a morte ainda reinará até a consumação final de todas as coisas.

3. A porção seca. Não era intenção do Senhor criar uma terra encharcada, nem um imenso deserto. Trabalhando harmonicamente a Criação, ideava um lugar com oceanos, mares e rios. E, cada um destes, banhando continentes e ilhas. Por isso, no terceiro dia, separou, de entre as águas, a porção seca, e fê-la aparecer simetricamente por todo o planeta.
A atmosfera, agora, envolvia uma terra que não era sem forma, nem vazia. A essas alturas, nosso planeta já era um globo bem definido. Faltava apenas o aparecimento das placas continentais. Então, ordena o Senhor: “Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca. E assim se fez. À porção seca Deus chamou Terra e ao ajuntamento das águas, Mares. E viu Deus que isso era bom” (Gn 1.9,10).


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Deus tinha razões específicas para criar o mundo. Deus criou os céus e a terra como manifestação da sua glória, majestade e poder. Ao olharmos a totalidade do cosmo criado — desde a imensa expansão do universo, à beleza e à ordem da natureza — ficamos tomados de temor reverente ante a majestade do Senhor Deus, nosso Criador. Deus criou os céus e a Terra para receber a glória e a honra que lhe são devidas. Todos os elementos da natureza rendem louvores ao Deus que nos criou. Quanto mais Deus deseja e espera receber glória e louvor dos seres humanos. Deus criou a terra para prover um lugar onde o seu propósito e alvos para a humanidade fossem cumpridos” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1991, p.31).

V. O APARECIMENTO DO REINO VEGETAL
Já havia mares e continentes, mas a porção seca do planeta achava--se despida de árvores e nua de ervas. A vida ainda não era possível no planeta. Para que ela se viabilizasse, Deus torna o reino vegetal uma estonteante realidade.

1. O reino vegetal. O Criador tudo planejou com sabedoria. Quando lemos o oitavo capítulo de Provérbios, maravilhamo-nos com a manifestação da sabedoria divina. Em dado momento, parece mais um monólogo do Cristo que, embora ainda no seio do Pai, descreve como tudo foi chamado à existência. Então, neste momento, decreta o Senhor o surgimento do reino vegetal: “E disse: Produza a terra relva, ervas que dêem semente e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim se fez. A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo a sua espécie e árvores que davam fruto, cuja semente estava nele, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom” (Gn 1.11,12). Sem dúvida, foi algo maravilhoso. Do solo ainda virgem e casto, brotaram árvores e ervas. Aquele chão, ainda tão jovem, cobria-se agora de verde e, como num grande milagre, acobertava-se de flores. Somente Deus poderia criar tanta maravilha.

2. A fotossíntese. A essa altura, cabe outra indagação: “Como a vegetação poderia vingar sem o processo de fotossíntese, já que o sol só viria a ser criado no quarto dia?” Ora, se ainda não havia o Sol, a luz do primeiro dia já existia. E, provinda ela de Deus, possuía os elementos necessários ao pleno desenvolvimento das árvores e ervas que, por toda a parte, juncavam a Terra.
Não há contradição alguma entre a Bíblia Sagrada e a verdadeira ciência. Afinal, aquele que criou as plantas haveria de esquecer-se de algo tão básico como a fotossíntese?

VI. A CRIAÇÃO DO SISTEMA SOLAR
Até ao quarto dia, o Espírito Santo ainda pairava por sobre a Terra, a fim de emprestar-lhe forma e mantê-la em suas coordenadas. Afinal, nosso planeta depende da força gravitacional do Sol. Doutra forma, seria um astro errante, no qual a vida seria impossível. Por isso, Deus cria o Sistema Solar.

1. A cosmologia bíblica. Nas Sagradas Escrituras, encontramos uma cosmologia superior a qualquer sistema humano. Ao repreender o povo de Judá, o profeta Jeremias descreve o mecanismo com que Deus dotara o Universo: “Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz do dia e as leis fixas à lua e às estrelas para a luz da noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas; Senhor dos Exércitos é o seu nome. Se falharem estas leis fixas diante de mim, diz o Senhor, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre” (Jr 31.35,36). Para o pós-modernismo, as leis fixas de que fala o profeta são inaceitáveis, porque tudo haverá de ser absolutamente relativo. Se o Universo está em expansão, como aceitar a cosmologia bíblica? Quanto a mim, sinto-me mais confortável com o Gênesis de Moisés do que com o relativismo de Einstein.

2. A criação do Sol e da Lua. Já de início, podemos afirmar que a Terra é mais velha do que o Sol e a Lua. Logo, jaz sem qualquer sentido a Teoria do Big Bang, segundo a qual os corpos do Sistema Solar e as galáxias vieram a existir em virtude da explosão de uma partícula subatômica incrivelmente densa e quente.
Tal explosão não existiu. De acordo com a Bíblia, o Sistema Solar veio a surgir como resultado desta ordem divina: “Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazer separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos. E sejam para luzeiros no firmamento dos céus, para alumiar a terra. E assim se fez. Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia, e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas” (Gn 1.14-16).
Já criado o Sol, a Lua e as estrelas, põe-se a Terra sob a sua influência gravitacional. No Universo, estabelecem-se as quatro grandes forças: gravidade, eletromagnetismo, força nuclear forte e força nuclear fraca.

3. A divisão do tempo. Se até agora, o tempo era contado apenas em dias, a partir da criação do Sol, da Lua e das estrelas, poderá ele ser dividido também em semanas, meses, anos, séculos e milênios. Acrescente-se, ainda, que, a partir de agora, a Terra ganha mais um movimento: a translação, a sua viagem anual em redor do Sol.

VII. O REINO ANIMAL
Estamos no sexto dia da criação. A terra já está devidamente preparada para acolher, nutrir e preservar a vida. Assim, Deus chama à existência o reino animal.


1. Os peixes e as aves. No quinto dia, os peixes enchem os mares, e as aves ocupam os céus (Gn 1.21,22). Todos segundo a sua espécie. Nenhuma espécie evolui de outra nem para outra; ao ambiente natural, adaptam-se naturalmente. Em tudo, Deus é perfeito. Não esqueceu nenhum detalhe. Ele fez desde os peixinhos que encerramos num aquário às enormes baleias e tubarões, que amedrontam os que se fazem ao mar. Quanto às aves, do rouxinol à soberba águia, há uma cadeia ininterrupta de pássaros. Somente um Deus como o nosso para criar tão perfeitamente tudo quanto existe.


2. Os animais selvagens e domésticos. No dia seguinte, vieram os animais domésticos e selvagens (Gn 1.24,25). Na obra divina, não há espaço à teoria de Darwin. Observemos, por exemplo, a cadeia que existe entre os felinos. Do gato mais diminuto ao leão mais orgulhoso, há uma cadeia impressionante de vida.
Nenhuma espécie necessita de outra para evoluir, pois todas já foram chamadas à vida exatamente como as vemos hoje.

"E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto." Gênesis 1:31

"Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor." Salmos 150:6

CONCLUSÃO
A criação de Deus é perfeita. Não só perfeita, mas belamente sustentável. É o que descobrimos em Gênesis. Por esse motivo, alegramo-nos todas as vezes que voltamos ao primeiro livro da Bíblia Sagrada. As perguntas que a ciência não logrou responder são, em suas páginas, todas elucidadas numa linguagem simples e claríssima. Portanto, voltemos a pregar o Gênesis. Afinal, tudo quanto existe tem, nele, início. Sim, até mesmo as doutrinas que tanto prezamos. No próximo capítulo, veremos como e por que Deus criou o ser humano.

"Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados. E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito." Gênesis 2:1,2

"E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem, por causa do sábado" Marcos 2.27

...até para a morte Deus tem uma solução. A Vida Eterna!

PARA REFLETIR
A respeito do livro de Gênesis:
O que é o Criacionismo Bíblico?
Criacionismo Bíblico é a doutrina segundo a qual Deus criou, a partir de sua palavra, tudo quanto existe: os Céus, a Terra, os reinos vegetal e animal e, finalmente, o ser humano (Hb 11.3).
Em que se fundamenta o Criacionismo?
Criacionismo fundamenta-se na Bíblia Sagrada, na manifestação silenciosa da natureza e nas observações e estudos que dela fazemos (Rm 1.20; Sl 119.1-6).
Segundo a lição, qual foi a primeira coisa que Deus criou?
Embora a Bíblia não o diga, é-nos permitido afirmar que a primeira coisa que Deus criou foi o tempo.
O que é o espaço?
Podemos defini-lo como o tecido cósmico que Deus criou para que, nele, se localizassem os corpos celestes. Portanto, o espaço também é criação divina.
O que Deus criou no sexto dia?
No sexto dia, Deus criou os animais selvagens e os domésticos (Gn 1.24,25).

Fonte:
O começo de todas as coisas - Estudos sobre o Livro de Gênesis - 4ºtrim.2015
O começo de todas as coisas - Estudos sobre o Livro de Gênesis - Claudionor de Andrade (Livro de Apoio)
Revista Ensinador Cristão - CPAD - nº64
Dicionário Bíblico Wycliffe CPAD
Comentário Bíblico Beacon
Manual do Pentateuco-CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia Defesa da Fé
Aqui eu Aprendi!

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