“Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” Hb 11.3
“Se
Deus criou o mundo, então parte de sua sabedoria e de Sua beleza está refletida
na ordem da criação. Vemos a glória do Criador na beleza da criação. A ordem
criada é de Deus, não nossa. Temos de aprender a respeitá-la como o lugar onde
vivemos e cujo cuidado nos foi confiado” (Alister McGrath, “Criação”).
Hoje
vivemos um caos no meio ambiente. Um caos que o apóstolo Paulo já havia exposto
nestas linhas: “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade,
mas por causa do que a sujeitou, [...] Porque sabemos que toda a criação geme e
está juntamente com dores de parto até agora” (Rm 8.20,22). Este caos da
criação se deve ao pecado, e não só no sentido dos efeitos diretos da Queda na
criação, mas também da falta de cuidado que a humanidade caída tem com a
criação de Deus.
Deus
é o Criador do mundo e nós, os seres humanos, somos os responsáveis pela
destruição do planeta, seja não honrando a Deus como o Supremo Criador do
mundo, seja, em outros casos, usando a fé para legitimar uma prática predatória
do meio ambiente. Quando estudamos o livro do Gênesis para reconhecer nEle,
Deus, o Criador do mundo e do ser humano, isso deve trazer um sentimento de
humildade e temor, pois habitamos um mundo criado por Deus pelo qual fomos
nomeados seus mordomos e guardadores. De modo que quando não honramos tal
condição, pecamos contra Ele e o próximo.
Martinho
Lutero compreendeu bem as implicações de reconhecermos Deus como o Autor da
Criação: “Creio que Deus me criou, junto com todas as criaturas. Ele me deu
corpo e alma, olhos, ouvidos e todas as outras partes do meu corpo, minha mente
e todos os meus sentidos, como também os preserva. Ele me deu as roupas e os
sapatos, o alimento e a bebida, a casa e a terra, o cônjuge e os filhos, os
campos, os animais e tudo que tenho. Todos os dias, Ele provê abundantemente
tudo que preciso para alimentar meu corpo e minha vida. Protege-me contra todos
os perigos, serve de escudo e defende-me de todo o mal. Faz tudo isso por causa
de Sua bondade e misericórdia puras, paternais e divinas, e não porque
conquistei ou mereço isso”.
Crer
que Deus é o Criador do mundo é aceitar resignadamente a Sua vontade e,
invariavelmente, assumir que é da Sua vontade que cuidemos da criação, pois é a
partir desta que nos alimentamos, vestimos e vivemos: tudo como bênção de Deus
para nós.
Cuidar
da terra faz parte do propósito de entender o início do Gênesis. - Revista Ensinador Cristão nº64-pg.37
A primeira grande verdade da Bíblia é que Deus criou os Céus, a Terra e o ser humano.
Durante
a redação deste capítulo, recorri diversas vezes aos dois primeiros
capítulos de Gênesis. E, a cada leitura, perguntava-me: “Por que essa passagem
é tão combatida?” O referido texto, além de belo e piedoso, é mais lógico que o
Big Bang e mais verossímil que Darwin. Não obstante, até mesmo alguns
seminários evangélicos, influenciados por uma incredulidade crônica, já não
aceitam como verdade histórica os 11 primeiros capítulos da Bíblia. Seus
professores, arrogantemente, ensinam que a narrativa da Criação e a História
Primeva só podem ser recebidas alegoricamente.
Analisando
a redação sagrada do ponto de vista gramatical, verifico não haver aí parábola
alguma. E, sim, um relato histórico muito bem elaborado que, sequer, abusa dos
adjetivos. Por que um preconceito tão maligno contra o Santo Livro? Embora a
História da Criação não seja científica, jamais será contraditada pela
verdadeira ciência. Além do mais, é a resposta mais clara e confiável que
possuímos à grande pergunta da vida: “Como vieram a existir tudo quanto há no
Universo?” Levemos em consideração também que, sem o Criacionismo Bíblico,
nenhuma doutrina cristã tem sentido.
I.
A COERÊNCIA DO CRIACIONISMO BÍBLICO
Cada
religião possui o seu criacionismo. Dos gregos à tribo mais escondida da
Amazônia, é possível encontrar uma narrativa da criação do Universo. Algumas
fantásticas; outras pueris. Mas todas igualmente absurdas. Tais mitologias são
o resultado de uma tradição oral que, transmitida por Adão e Noé a seus filhos,
foi corrompida pelo tempo. Em sua base, porém, há um fundo de verdade.
1. Criacionismo Bíblico.
É
a doutrina da Bíblia Sagrada, cujo principal objetivo é mostrar como vieram a
existir os Céus, a Terra e o ser humano. É uma verdade aceita não somente pela
fé, mas também pela razão (Hb 11.3; Rm 1.19,20). O pecado de Adão e Eva,
portanto, não conseguiu depravar absolutamente o homem; não impede a criatura
de reconhecer o Criador na criação.
2. Os fundamentos do Criacionismo
Bíblico.
Três
são os fundamentos do Criacionismo Bíblico:
1) a Bíblia Sagrada; 2) a razão; e:
3) o testemunho da Criação.
a) A Bíblia Sagrada. As Sagradas
Escrituras afirmam do início ao fim, que Deus é o Criador dos Céus e da Terra
(Gn 1.1; Sl 95.6; Ap 10.6). Ora, basta o testemunho da Escritura, para que nos
convençamos da verdade. Afinal, ela é a inspirada e inerrante Palavra de Deus.
Ora, se a Bíblia não for capaz de convencer-nos, a quem recorreremos? (Lc
16.31).
b) A razão humana. Embora
comprometida pelo pecado, a razão ainda é eficiente para conduzir-nos ao
Criador, conforme Paulo enfatiza aos romanos: “Porque os atributos invisíveis
de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade,
claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio
das coisas que foram criadas” (Rm 1.20). Todavia, não ignoramos que Satanás vem
entenebrecendo a compreensão do homem moderno (2Co 4.4). Por isso, temos de
proclamar a Palavra de Deus a tempo e a fora de tempo.
c) A criação. Finalmente, a
própria Criação testemunha do Criador (Sl 19.1). No Salmo 104, o cantor sagrado
enaltece a Deus por sua obra, pois esta discorre sobre o Ser que tudo criou e
que a tudo preserva.
Salmos 104.1-14
1 - Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! SENHOR, Deus meu, tu és magnificentíssimo; estás vestido de glória e de majestade.
2 - Ele cobre-se de luz como de uma veste, estende os céus como uma cortina.
3 - Põe nas águas os vigamentos das suas câmaras, faz das nuvens o seu carro e anda sobre as asas do vento.
4 - Faz dos ventos seus mensageiros, dos seus ministros, um fogo abrasador.
5 - Lançou os fundamentos da terra, para que não vacile em tempo algum.
6 - Tu a cobriste com o abismo, como com uma veste; as águas estavam sobre os montes;
7 - à tua repreensão, fugiram; à voz do teu trovão, se apressaram.
8 - Subiram aos montes, desceram aos vales, até ao lugar que para elas fundaste.
9 - Limite lhes traçaste, que não ultrapassarão, para que não tornem mais a cobrir a terra.
10 - Tu, que nos vales fazes rebentar nascentes que correm entre os montes.
11 - Dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos monteses matam com elas a sua sede.
12 - Junto delas habitam as aves do céu, cantando entre os ramos.
14 - Ele faz crescer a erva para os animais e a verdura, para o serviço do homem, para que tire da terra o alimento
"Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém." 1 Timóteo 6:16
II.
O MARAVILHOSO PRINCÍPIO DA CRIAÇÃO
O
que Deus fazia no princípio? Não é fácil responder a essa pergunta, pois não
dispomos de nenhuma informação acerca de suas atividades entre os três
primeiros versículos do capítulo um de Gênesis. Todavia, permitam-me algumas
conclusões, que acredito serem coerentes e razoáveis. Antes de Deus fazer a
Terra, Ele criou o tempo, o espaço e a sua própria morada.
1. O tempo. Deus jamais faria a
sua obra na eternidade, porquanto esta é um atributo exclusivamente seu (1Tm
6.16). O Criador é sempiterno; a criação, temporal. Ao contrário dos gregos que
acreditavam na eternidade da matéria, os hebreus crêem que tudo quanto existe
no tempo, foi criado pelo Eterno (Hb 11.3). Aliás, nem a própria morada de Deus
é eterna. Sendo o tempo a duração relativa das coisas, gera-nos a noção de
presente, passado e futuro: um período contínuo no qual se sucedem os eventos.
Deus, porém, é o que é. Ele não está sujeito a qualquer sucessão de dias ou
séculos. Presente, passado e futuro são-lhe a mesma coisa. Logo, somente o
Eterno poderia criar o tempo.
2. O espaço. Contrariando o
que muita gente supõe, o espaço não é sinônimo de vácuo. Este nenhum tecido
possui. Aquele, entretanto, tendo a sua própria tela, não pode avançar além de
suas fronteiras. O Senhor o criou, a fim de conter a sua obra que, embora
vastíssima, é finita. Logo, o espaço também é finito. O Criador não se acha
limitado quer pelo tempo, quer pelo espaço; a criação, sim. Até os mesmos anjos
acham-se condicionados temporal e espacialmente, pois não podem estar em dois
lugares ao mesmo tempo.
3. Os Céus. Tendo já estabelecido
o tempo e o espaço, o Senhor cria, agora, a sua própria morada.
Na
verdade, Ele não precisa de habitação alguma, pois nem o céu dos céus pode
contê-lo (2Cr 6.18). Mas, Rei do Universo que é, delimita um lugar, para nele
situar a sua corte.
Sim,
até o próprio céu necessita do tempo e do espaço, pois é um lugar real, e não
uma mera parábola. Embora não ocupe a nossa dimensão, a região celeste tem de
ser vista como realidade. Para lá são levadas as almas dos que dormem em Cristo
(Ap 6.9).
A
Nova Jerusalém, a morada eterna dos santos, também é um lugar bem real. Em
breve, estaremos ali com o Senhor. Ajuda-nos, Pai.
Já
criados os céus, que não podem ser confundidos com os planetas de nosso sistema
solar, o Senhor chama os anjos à existência. Assim o salmista descreve a ação
divina: “Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o
exército deles” (Sl 33.6). Os seres angelicais também foram criados pelo sopro
divino, exatamente como o Senhor procederia com o homem (Gn 2.7). O Criador,
pois, dedicou especial atenção às suas criaturas racionais; chamou-as à vida de
maneira única e personalizada: cada anjo é um anjo, cada homem é um homem.
Semelhantes, sim; iguais, não.
4. A Terra informe. Ainda no
princípio, Deus criou a Terra, e pô-la exatamente naquela coordenada espacial,
onde se encontra até ao dia de hoje. Nosso planeta, já delimitado pelo tempo e
pelo espaço, ainda era vazio e não possuía a forma atual. O autor sagrado assim
o descreve: “A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a
face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas” (Gn 1.2).
O
que era a Terra nesse longínquo princípio? Era um todo disforme coberto pelas
águas, que escondiam um grande abismo. Por essa razão, fazia-se necessária a presença
do Espírito Santo que, pairando por sobre as águas, dava sustentação
gravitacional ao nosso planeta. Pois o Sol, a Lua e os demais corpos do Sistema
Solar ainda não haviam sido criados, para manter-lhe a gravidade naquele
quadrante específico do espaço.
O Espírito Santo pairou sobre as águas (Gn 1.2). Ele esteve presente e desempenhou um papel ativo na obra da criação..
O Espírito Santo na criação. O Espírito Santo pairou sobre as águas (Gn 1.2). Ele esteve presente e desempenhou um papel ativo na obra da criação. O que vemos pelo relato bíblico é que a cada dia, Deus fez uma tarefa diferente, mas ordenada, para que a vida fosse possível em nosso planeta.
III.
A CRIAÇÃO DA LUZ
Deus
não precisa de luz, pois a luz e as trevas são-lhe a mesma coisa. Além disso,
habita Ele em luz inacessível (Sl 139.12; 1Tm 6.16). Sua obra, porém, dela
necessita para subsistir. Por esse motivo, para dar forma à Terra, o Senhor
ordenou-lhe o aparecimento: “Haja luz” (Gn 1.3).
1. A luz primeva. Somente o Pai
das luzes para dar luz à luz (Tg 1.17). A luz do primeiro dia não era gerada
pelo Sol, que só viria a existir no quarto dia da Criação.
Alguns a denominam de primeva. Outros, de cósmica. Para mim, simplesmente
divina, pois Deus mesmo é a sua fonte.
Na
Jerusalém Celeste, não teremos qualquer necessidade do Sol, porque o próprio
Criador será a luz da nova criação; a terra e os céus atuais já terão passado (Ap 21.23; 22.5). Eis que tudo se fará novo.
A
partir daí, não precisaremos mais da luz primeva; nem da solar viremos a
necessitar: a luz eterna, provinda do ser divino, iluminará a cidade que o Pai,
em seu inexplicável amor, arquitetou e construiu para acolher-nos na
eternidade. Aleluia!
2. Jesus, a luz do mundo. Sim,
Deus é luz e, nele, não há treva alguma (1Jo 1.5). Por isso, aprouve-lhe
enviar-nos o seu Unigênito como a luz do mundo (Jo 8.12). Em Jesus Cristo,
somos recriados para uma nova realidade espiritual.
Sem
o Cordeiro, onde estaríamos?
Aprisionados em trevas espirituais até sermos
lançados à escuridão mais exterior (Mt 8.12). Mas, hoje, caminhamos na luz e vivemos
no reino da luz e, como a luz, resplandecemos (Fp 2.15). Só em Cristo isso é
possível.
"O dia da luz, das trevas e das águas divididas"
"Energia é necessidade vital para o habitat do homem, e a luz é energia. Por conseguinte, a primeira ordem de Deus foi: Haja luz. A ênfase na palavra falada de Deus é tão grande que cada dia criativo começa com uma ordem ou expressão da vontade divina. Em seguida, ocorre a execução da ordem e a declaração culminante: Era bom ou equivalente. As águas foram separadas, e acima da terra havia uma expansão. A palavra expansão ou firmamento transmite a ideia de solidez. Contudo, a ênfase na palavra hebraica original ragia não está no material em si, mas no ato de expandir-se ou na condição de estar expandido. Por isso, a palavra 'expansão' é apropriada". Para conhecer mais leia Comentário Bíblico Beacon, CPAD, p. 32.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"A palavra hebraica para 'luz' é 'or', e refere-se às ondas iniciais de energia luminosa atuando sobre a terra. Posteriormente, Deus colocou 'luminares' (hb. ma'or, literalmente 'luzeiros', v.14 nos céus como geradores e refletores permanentes das ondas de luz. O propósito principal desses luzeiros é servir de sinais demarcadores das estações, dias e anos (vv. 5-14)" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1991, p. 30).
IV.
O FIRMAMENTO E A PORÇÃO SECA
Tendo
já iluminado o espaço com a luz primeva, o Criador passa, agora, a separar as
águas que se achavam acima e abaixo do firmamento. Não se pode explicar
devidamente como isso aconteceu. Por esse motivo, requeiro a sua licença,
querido leitor, para tirar algumas conclusões do texto sagrado.
1. Um planeta disforme e vazio.
Até o segundo dia da Criação, a Terra ainda não possuía uma forma definida. Na
ausência de atmosfera, suas águas ficavam tanto abaixo como acima do solo. Era
um todo confuso e disforme. Era necessário, pois, que o Senhor ordenasse o
caos, conforme registra o autor sagrado:
“E
disse Deus: Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas e águas.
Fez, pois, Deus o firmamento e separação entre as águas debaixo do firmamento e
as águas sobre o firmamento. E assim se fez. E chamou Deus ao firmamento Céus.
Houve tarde e manhã, o segundo dia” (Gn 1.6-8).
2. O firmamento. Não posso definir
o firmamento de Gênesis como o espaço sideral, pois este, como já vimos, fora
criado logo no “princípio”. Também não posso confundi-lo com a porção seca do
terceiro dia. Resta-me, pois, focá-lo como a atmosfera terrestre. Justamente,
neste ponto, é que surge uma velha e incômoda pergunta: “Como explicar as águas
que se achavam acima do firmamento”?
Penso
que o nosso planeta, antes do Dilúvio, era envolvido por um escudo hídrico, que
o protegia dos raios ultravioletas do Sol, proporcionando saúde e longevidade
aos filhos de Adão. Sob uma atmosfera tão sadia, as feridas eram imediatamente
cicatrizadas e a expectativa de vida, mesmo sob o pecado, era quase milenar (Gn
5.27). Depois, foi a existência humana definhando até chegar aos parâmetros
atuais (Gn 50.26; Sl 90.10). Aliás, sob aquela atmosfera, o corpo humano
bastava para se curar.
Por
ocasião do singular cataclismo, porém, “as comportas dos céus se abriram, e
houve copiosa chuva sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites” (Gn
7.11,12). A partir de então, a Terra ficou exposta aos raios daninhos do Sol.
E, assim, deixou de ser aquele imenso e belo paraíso dos antigos.
Enfermando-se, nosso planeta adoenta-nos e rouba-nos a vida. Quando, porém, o
Senhor Jesus estabelecer o Milênio, a Terra será curada, mas a morte ainda
reinará até a consumação final de todas as coisas.
3. A porção seca. Não era intenção
do Senhor criar uma terra encharcada, nem um imenso deserto. Trabalhando
harmonicamente a Criação, ideava um lugar com oceanos, mares e rios. E, cada um
destes, banhando continentes e ilhas. Por isso, no terceiro dia, separou, de
entre as águas, a porção seca, e fê-la aparecer simetricamente por todo o
planeta.
A
atmosfera, agora, envolvia uma terra que não era sem forma, nem vazia. A essas
alturas, nosso planeta já era um globo bem definido. Faltava apenas o
aparecimento das placas continentais. Então, ordena o Senhor: “Ajuntem-se as
águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca. E assim se fez. À
porção seca Deus chamou Terra e ao ajuntamento das águas, Mares. E viu
Deus que
isso era bom” (Gn 1.9,10).
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Deus tinha razões específicas para criar o mundo. Deus criou
os céus e a terra como manifestação da sua glória, majestade e poder. Ao
olharmos a totalidade do cosmo criado — desde a imensa expansão do universo, à
beleza e à ordem da natureza — ficamos tomados de temor reverente ante a
majestade do Senhor Deus, nosso Criador. Deus criou os céus e a Terra para
receber a glória e a honra que lhe são devidas. Todos os elementos da natureza
rendem louvores ao Deus que nos criou. Quanto mais Deus deseja e espera receber
glória e louvor dos seres humanos. Deus criou a terra para prover um lugar onde
o seu propósito e alvos para a humanidade fossem cumpridos” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1991, p.31).
V.
O APARECIMENTO DO REINO VEGETAL
Já
havia mares e continentes, mas a porção seca do planeta achava--se despida de
árvores e nua de ervas. A vida ainda não era possível no planeta. Para que ela
se viabilizasse, Deus torna o reino vegetal uma estonteante realidade.
1. O reino vegetal. O Criador tudo
planejou com sabedoria. Quando lemos o oitavo capítulo de Provérbios, maravilhamo-nos com a manifestação da sabedoria divina. Em dado momento, parece
mais um monólogo do Cristo que, embora ainda no seio do Pai, descreve como tudo
foi chamado à existência. Então, neste momento, decreta o Senhor o surgimento
do reino vegetal: “E disse: Produza a terra relva, ervas que dêem semente e
árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja
nele, sobre a terra. E assim se fez. A terra, pois, produziu relva, ervas que
davam semente segundo a sua espécie e árvores que davam fruto, cuja semente
estava nele, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom” (Gn 1.11,12).
Sem dúvida, foi algo maravilhoso. Do solo ainda virgem e casto, brotaram
árvores e ervas. Aquele chão, ainda tão jovem, cobria-se agora de verde e, como
num grande milagre, acobertava-se de flores. Somente Deus poderia criar tanta
maravilha.
2.
A fotossíntese. A essa altura, cabe outra indagação: “Como a vegetação poderia
vingar sem o processo de fotossíntese, já que o sol só viria a ser criado no
quarto dia?” Ora, se ainda não havia o Sol, a luz do primeiro dia já existia.
E, provinda ela de Deus, possuía os elementos necessários ao pleno
desenvolvimento das árvores e ervas que, por toda a parte, juncavam a Terra.
Não
há contradição alguma entre a Bíblia Sagrada e a verdadeira ciência. Afinal,
aquele que criou as plantas haveria de esquecer-se de algo tão básico como a
fotossíntese?
VI.
A CRIAÇÃO DO SISTEMA SOLAR
Até
ao quarto dia, o Espírito Santo ainda pairava por sobre a Terra, a fim de
emprestar-lhe forma e mantê-la em suas coordenadas. Afinal, nosso planeta
depende da força gravitacional do Sol. Doutra forma, seria um astro errante, no
qual a vida seria impossível. Por isso, Deus cria o Sistema Solar.
1. A cosmologia bíblica. Nas
Sagradas Escrituras, encontramos uma cosmologia superior a qualquer sistema
humano. Ao repreender o povo de Judá, o profeta Jeremias descreve o mecanismo
com que Deus dotara o Universo: “Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz do
dia e as leis fixas à lua e às estrelas para a luz da noite, que agita o mar e
faz bramir as suas ondas; Senhor dos Exércitos é o seu nome. Se falharem estas
leis fixas diante de mim, diz o Senhor, deixará também a descendência de Israel
de ser uma nação diante de mim para sempre” (Jr 31.35,36). Para o
pós-modernismo, as leis fixas de que fala o profeta são inaceitáveis, porque
tudo haverá de ser absolutamente relativo. Se o Universo está em expansão, como
aceitar a cosmologia bíblica? Quanto a mim, sinto-me mais confortável com o
Gênesis de Moisés do que com o relativismo de Einstein.
2. A criação do Sol e da Lua. Já
de início, podemos afirmar que a Terra é mais velha do que o Sol e a Lua. Logo,
jaz sem qualquer sentido a Teoria do Big Bang, segundo a qual os corpos do
Sistema Solar e as galáxias vieram a existir em virtude da explosão de uma
partícula subatômica incrivelmente densa e quente.
Tal
explosão não existiu. De acordo com a Bíblia, o Sistema Solar veio a surgir
como resultado desta ordem divina: “Haja luzeiros no firmamento dos céus, para
fazer separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações,
para dias e anos. E sejam para luzeiros no firmamento dos céus, para alumiar a
terra. E assim se fez. Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior para governar
o dia, e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas” (Gn 1.14-16).
Já
criado o Sol, a Lua e as estrelas, põe-se a Terra sob a sua influência
gravitacional. No Universo, estabelecem-se as quatro grandes forças: gravidade,
eletromagnetismo, força nuclear forte e força nuclear fraca.
3.
A divisão do tempo. Se até agora, o tempo era contado apenas em dias, a partir
da criação do Sol, da Lua e das estrelas, poderá ele ser dividido também em
semanas, meses, anos, séculos e milênios. Acrescente-se, ainda, que, a partir
de agora, a Terra ganha mais um movimento: a translação, a sua viagem anual em
redor do Sol.
VII.
O REINO ANIMAL
Estamos no
sexto dia da criação. A terra já está devidamente preparada para acolher,
nutrir e preservar a vida. Assim, Deus chama à existência o reino animal.
1.
Os peixes e as aves. No quinto dia, os peixes enchem os mares, e as aves ocupam
os céus (Gn 1.21,22). Todos segundo a sua espécie. Nenhuma espécie evolui de
outra nem para outra; ao ambiente natural, adaptam-se naturalmente. Em tudo,
Deus é perfeito. Não esqueceu nenhum detalhe. Ele fez desde os peixinhos que
encerramos num aquário às enormes baleias e tubarões, que amedrontam os que se
fazem ao mar. Quanto às aves, do rouxinol à soberba águia, há uma cadeia
ininterrupta de pássaros. Somente um Deus como o nosso para criar tão
perfeitamente tudo quanto existe.
2.
Os animais selvagens e domésticos. No dia seguinte, vieram os animais
domésticos e selvagens (Gn 1.24,25). Na obra divina, não há espaço à teoria de
Darwin. Observemos, por exemplo, a cadeia que existe entre os felinos. Do gato
mais diminuto ao leão mais orgulhoso, há uma cadeia impressionante de vida.
Nenhuma
espécie necessita de outra para evoluir, pois todas já foram chamadas à vida
exatamente como as vemos hoje.
"E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto." Gênesis 1:31
"Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor." Salmos 150:6
CONCLUSÃO
A
criação de Deus é perfeita. Não só perfeita, mas belamente sustentável. É o que
descobrimos em Gênesis. Por esse motivo, alegramo-nos todas as vezes que
voltamos ao primeiro livro da Bíblia Sagrada. As perguntas que a ciência não
logrou responder são, em suas páginas, todas elucidadas numa linguagem simples
e claríssima. Portanto, voltemos a pregar o Gênesis. Afinal, tudo quanto existe
tem, nele, início. Sim, até mesmo as doutrinas que tanto prezamos. No próximo
capítulo, veremos como e por que Deus criou o ser humano.
"Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados. E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito." Gênesis 2:1,2
"E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem, por causa do sábado" Marcos 2.27
...até para a morte Deus tem uma solução. A Vida Eterna!
PARA REFLETIR
A respeito do livro de Gênesis:
O que é o Criacionismo Bíblico?
Criacionismo Bíblico é a doutrina segundo a qual Deus criou, a partir de sua palavra, tudo quanto existe: os Céus, a Terra, os reinos vegetal e animal e, finalmente, o ser humano (Hb 11.3).
Em que se fundamenta o Criacionismo?
Criacionismo fundamenta-se na Bíblia Sagrada, na manifestação silenciosa da natureza e nas observações e estudos que dela fazemos (Rm 1.20; Sl 119.1-6).
Segundo a lição, qual foi a primeira coisa que Deus criou?
Embora a Bíblia não o diga, é-nos permitido afirmar que a primeira coisa que Deus criou foi o tempo.
O que é o espaço?
Podemos defini-lo como o tecido cósmico que Deus criou para que, nele, se localizassem os corpos celestes. Portanto, o espaço também é criação divina.
O que Deus criou no sexto dia?
No sexto dia, Deus criou os animais selvagens e os domésticos (Gn 1.24,25).
Fonte:
O começo de todas as coisas - Estudos sobre o Livro de Gênesis - 4ºtrim.2015
O começo de todas as coisas - Estudos sobre o Livro de Gênesis - Claudionor de Andrade (Livro de Apoio)
Revista Ensinador Cristão - CPAD - nº64
Dicionário Bíblico Wycliffe CPAD
Comentário Bíblico Beacon
Manual do Pentateuco-CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia Defesa da Fé
Aqui eu Aprendi!
Maravilhoso estudo,qto mais aprendo sobre Deus mais eu o amo e adoro.
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