“Porque não recebestes o espírito de
escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de
adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai” Rm 8.15
Adotados por Deus
Além de justificar, regenerar e santificar,
características de mudança da nossa posição diante de Deus, o Pai deseja
estabelecer conosco um relacionamento mais próximo, íntimo, e o melhor termo
para conceituar esse processo é “Adoção”. Este é um termo técnico jurídico em
que os pais concedem direitos e privilégios à criança filiada de maneira não
biológica, mas voluntária. Foi assim que Deus tratou conosco! Éramos
merecedores da condenação eterna, mas por meio da obra de Jesus Cristo fomos
justificados, regenerados, santificados e adotados, acolhidos na família de
Deus, onde “o mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de
Deus” (Rm 8.16).
Um apontamento interessante que o teólogo
pentecostal Pecotafaz é que não há um termo para “adoção” no Antigo Testamento,
embora a ideia apareça em Provérbios 17.2: “O servo prudente dominará sobre o
filho que procede indignamente; e entre os irmãos repartirá”. Mas em o Novo
Testamento a palavra, do grego huiothesia, aparece cinco vezes nos
escritos do apóstolo Paulo. É uma doutrina que atesta que em Cristo fomos
eleitos e predestinados para sermos da família de Deus (Ef 1.4,5).
Diferentemente do tempo de trevas, de escravidão e de vergonha, na família de
Deus fomos chamados para sermos livres para andar no Espírito, viver no
Espírito e, assim, termos uma relação de pai e filho com Deus (Rm 8.15).
A doutrina da adoção nos dá a segurança da
salvação. Fazer parte da família de Deus é a certeza de que nEle estaremos
seguros. Fomos justificados, regenerados, santificados e adotados em Cristo
Jesus. É um privilégio fazer parte da família de Deus! Entretanto, sabemos que
ainda não vivemos a plenitude do que está prometido para nós. Embora sejamos
plenamente filhos de Deus, num futuro, quando deixarmos o nosso “tabernáculo
terreno”, receberemos a plenitude da adoção, “a saber, a redenção do nosso
corpo” (Rm 8.23). O que significa que vivemos a realidade da adoção neste tempo
presente, mas quando a ressurreição dentre os mortos for realizada, ou por meio
do Arrebatamento da Igreja, a nossa adoção será plena. Será o dia em que
veremos o Pai como Ele é. Por isso, o apóstolo Paulo disse: “Porque, agora,
vemos por espelho em enigma; mas, então, veremos face a face; agora, conheço em
parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13.12). Revista Ensinador Cristão nº72
A obra de salvação de Jesus Cristo nos
possibilitou ser adotados como filhos amados de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Romanos 8.12-17
Prezado(a) professor(a), sabemos que Deus ama
todas as criaturas e que o sacrifício de Cristo foi feito em favor de todos,
mas somente aqueles que, pela fé, recebem a Jesus como Salvador podem se tornar
filhos (Jo 1.12). Outrora éramos escravos do pecado e filhos da ira, mas pela
graça hoje somos filhos e herdeiros conforme a promessa. Como filho podemos
desfrutar do amor altruísta do Pai e da sua comunhão. Deus é Senhor e Soberano
nos céus e na Terra, contudo Ele é o nosso “Paizinho” (Aba). E como Pai
amoroso, Ele supre as nossas necessidades, sejam elas físicas, emocionais ou
espirituais. Permita que o Pai cuide de você? todos os dias da sua vida,
independente das suas limitações e fragilidades.
INTRODUÇÃO
A adoção espiritual é uma bênção proveniente
da obra salvífica de Cristo Jesus. Isso significa que deixamos a condição de
criaturas, servos e servas do pecado, para viver a condição de filhos libertos
que desfrutam dos privilégios da obra de salvação. Embora usufruamos das
inumeráveis bênçãos dessa condição atualmente, temos a esperança de, num futuro
bem próximo, desfrutarmos da adoção plena e gloriosa nos céus.
I. O CONCEITO BÍBLICO DE ADOÇÃO
1. Conceito bíblico e teológico.
No
sentido bíblico, o ser humano caído em pecado é uma criatura e não filho de
Deus. Para se tornar filho de Deus é preciso crer no sacrifício vicário de
Cristo para então ser recebido pelo Pai como filho por adoção (Jo 1.12; Gl
4.5). Assim, é possível fazer parte da família de Deus, desfrutando de uma
relação terna e amorosa cuja expressão mais peculiar para descrevê-la é Aba (paizinho),
Pai (Gl 4.6). É um privilégio ser membro de uma família em que todos passam a
chamar e a considerar uns aos outros, irmãos em Cristo (1Ts 2.14). Toda essa
bênção só é possível porque fomos feitos “filhos de adoção por Jesus Cristo”
(Ef 1.5).
2. Benefícios da adoção.
Fazer parte de
uma família, e nesse caso da família de Deus (Ef 2.19), traz inúmeros
benefícios: segurança, confiança e sentido de pertencimento a uma casa eterna.
Este termo lembra um lugar de refúgio, paz e descanso. Nesse sentido, num mundo
conturbado em que vivemos, encontrar a casa do Pai é um grande alívio e um
antídoto contra as perturbações, angústias e aflições nos dias atuais. Além
disso, a adoção divina nos tira o senso de inferioridade que o pecado carrega,
nos coloca num lugar elevado, tirando-nos “da potestade das trevas” e
transportando-nos “para o Reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13).
3. Herdeiros da promessa.
O Espírito Santo
testifica ao nosso coração que somos filhos de Deus (Rm 8.16). Somos filhos
porque fomos adotados pelo Pai, passamos a fazer parte de sua família e a
desfrutar do privilégio de sermos os seus herdeiros (Tt 3.7; Rm 8.17). Por meio
da adoção divina, deixamos de ser escravos, sem herança nem direito, para nos
tornarmos filhos portadores de todos os privilégios da casa do Pai (Gl 4.7).
Logo, temos uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível que está
reservada nos céus para nós (1Pe 1.4).
A fé no sacrifício vicário de Jesus Cristo
nos faz filhos de Deus.
SUBSÍDIO LEXICOGRÁFICO
Adoção
“Huiothesia, formado de huios, ‘filho’
e thesis, ‘posição’ cognato de tithemi, ‘pôr’, significa o lugar e
condição de filho dados àquele a quem não lhe pertence por natureza. A palavra
só é usada pelo apóstolo Paulo.
Em Romanos 8.15, é dito que os crentes
receberam ‘o espírito de adoção’, quer dizer, o Espírito Santo que, dado como
as primícias, os primeiros frutos de tudo o que será dos crentes, produz neles
a realização da filiação e a atitude pertencente a filhos. Em Gálatas 4.5, é
dito que eles receberam ‘adoção de filhos’, ou seja, a filiação dada em
distinção de uma relação que é meramente consequentemente no nascimento; aqui
dois contrastes são apresentados: (1) entre a filiação do crente e a não
originada filiação de Cristo; (2) entre a liberdade desfrutada pelo crente e a
escravidão, quer da condição natural pagã, quer de Israel sob a lei” (Dicionário
Vine: O significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e Novo
Testamento. 14ª Edição. RJ: CPAD, 2011, p.374).
II. A ADOÇÃO NO TEMPO PRESENTE
1. Parecidos com o Pai.
O apóstolo João
afirma que há uma esperança dos que são chamados filhos de Deus (1Jo 3.3):
“Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de
ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele;
porque assim como é o veremos” (1Jo 3.2). Aguardamos solenemente por esse dia.
Entretanto, portamos a imagem de Deus hoje (Gn 1.26) e, uma vez em Cristo, essa
imagem é potencializada pela manifestação do amor de Deus em nós (Ef 5.1,2; Jo
14.21 ), porque Deus é amor (1Jo 4.8). Quem é filho de Deus tem o “DNA” do Pai
impregnado nele. Em Cristo, somos filhos do mesmo Pai (Is 64.8; Jo 14.20) e,
por isso, temos a garantia da filiação eterna para sermos livres da condenação
do pecado.
2. Ser amado pelo Pai.
O processo de adoção
pelo qual passamos ao aceitar a obra de salvação de Cristo é a prova do grande
amor de Deus por nós, os seus filhos (1Jo 3.1). Assim, a culpa do pecado, as
angústias do medo da perdição eterna e a escravidão do pecado não nos afrontam
mais, pois em Cristo, não há mais condenação (Rm 8.1). Aqui, podemos
compreender exatamente o que o apóstolo João quis dizer, quando maravilhado,
afirmou: “nós o amamos porque ele nos amou primeiro” (1Jo 4.19).
3. Os direitos e os deveres na adoção.
Por
intermédio da adoção espiritual, os filhos de Deus têm alguns direitos
espirituais: foram legitimamente enxertados na Boa Oliveira, que é Cristo (Rm
11.17); passarão a ter um novo nome (Ap 2.17); passaram a fazer parte de uma
nova família (Ef 2.19); foram emancipados da lei que gera morte (Gl 3.25);
todos os povos e raças, desde que tenham aceitado a Cristo, tornam-se filhos de
Deus sem distinção (Gl 3.28). Mas da mesma forma que temos direitos, também
temos deveres espirituais: apartar-se do mundo e do que é imundo (2Co 6.17,18;
Ap 21.7); praticar a justiça e amar o irmão (1Jo 3.10); buscar a perfeição do
Pai (Mt 5.48); amar os inimigos, bendizer os que maldizem, fazer o bem aos que
nos odeiam e orar pelos que nos maltratam e perseguem (Mt 5.44); e glorificar a
Deus por meio de todos esses deveres espirituais (Mt 5.16).
SUBSÍDIO LÉXICO
“A ‘adoção’ é um termo que envolve a
dignidade da relação de crentes como filhos; não é um colocar na família por
meio do nascimento espiritual, mas um colocar na posição de filhos. Em Romanos
8.23, a ‘adoção’ do crente é algo que ainda ocorre no futuro, visto que incluiu
a redenção do corpo, quando a vida será transformada e aqueles que dormiram
serão ressuscitados. Em Romanos 9.4, a ‘adoção’ é pertencente a Israel,
conforme declaração em Êxodo 4.22; ‘Israel é meu Filho’ (cf. Os 11.1). Israel
foi colocado numa relação especial com Deus, uma relação coletiva, não
desfrutada por outras nações (Dt 14.1; Jr 31.9, etc.)” (Dicionário Vine: O
significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e Novo Testamento.
14ª Edição. RJ: CPAD, 2011, p.374).
III. A ADOÇÃO PLENA NO FUTURO
1. Filhos eternos.
Embora desfrutemos,
aqui na Terra, dos benefícios da adoção espiritual, a alegria plena dessa
realidade se dará somente quando da manifestação plena e literal de Jesus
Cristo, na ocasião da sua gloriosa vinda. Quando essa gloriosa realidade
celestial ocorrer, então, teremos acesso à “incorruptível coroa de glória”
prometida pelas Escrituras Sagradas (1Pe 5.4). É verdade que há uma luta
interna nos filhos de Deus quanto a essa esperança, conforme escreve o apóstolo
Paulo: “nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós
mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23). Mas
prevalece a esperança de que, no céu, a nossa redenção será completa, perfeita
e plena, em que o que é mortal será absorvido pela vida (2Co 5.4). Um dia,
assim como Cristo foi glorificado, nós o seremos. Uma realidade que não se pode
comparar com as aflições deste mundo (Rm 8.18). Bendita esperança!
2. Esperando a adoção completa.
Embora
estejamos adotados na família de Deus (1Jo 3.1), só conheceremos a plenitude do
que realmente isso significa quando o Senhor nos ressuscitar dentre os mortos
(1Ts 4.17). Então, receberemos a herança completa do Pai Celestial e viveremos
eternamente em sua maravilhosa presença.
3. A casa do pai.
Uma vez filhos de
Deus, somos peregrinos em terra estranha (1Pe 2.11), por isso experimentamos os
infortúnios e as dores do tempo presente (Rm 8.22,23). “Mas a nossa cidade está
nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20).
Ansiamos pelo momento em que adentraremos à casa do Pai Eterno, e habitaremos
com Ele eternamente. Ali, nossa relação com o Pai não se dará provisoriamente,
mas num tempo ininterrupto, em que estaremos para sempre diante de sua santa
presença (Ap 22.3-5).
Como filhos de Deus desfrutaremos de uma
alegria plena na ocasião da gloriosa vinda de Jesus Cristo.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A ‘adoção’, um termo jurídico, é o ato da
graça soberana mediante o qual Deus concede a todos os direitos, privilégios e
obrigações da filiação àqueles que aceitam Jesus Cristo. Embora o termo não
apareça no Antigo Testamento, a ideia se acha ali (Pv 17.2). A palavra
grega huiothesia, aparece cinco vezes no Novo Testamento, somente nos
escritos de Paulo e sempre no sentido religioso. Ressalve-se que, ao sermos
feitos filhos de Deus, não nos tornamos divinos. A divindade pertence ao único
Deus verdadeiro.
A doutrina da adoção, no Novo Testamento,
leva-nos, desde a eternidade passada e através do presente, até a eternidade
futura (se for apropriada semelhante expressão). Paulo diz que Deus ‘nos elegeu
nele [em Cristo] antes da fundação do mundo’ e ‘nos predestinou para filhos de
adoção por Jesus Cristo’ (Ef 1.4,5). Diz também, a respeito de nossa
experiência presente: ‘Porque não recebeste o espírito de escravidão, para,
outra vez, estardes em temor, mas recebeste o espírito de adoção de filhos [huiothesia],
pelo qual clamamos [em nosso próprio idioma]: Aba [aramaico: Pai],
Pai [gr. ho pater]’ (Rm 8.15). Somos plenamente filhos, embora ainda não
sejamos totalmente maduros. Mas, no futuro, ao deixarmos de lado a mortalidade,
receberemos ‘a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo’ (Rm 8.23). A adoção
é uma realidade presente, mas será plenamente realizada na ressurreição dentre
os mortos. Deus nos concede privilégios de família mediante a obra salvífica do
seu Filho incomparável, daquEle que não se envergonha de nos chamar irmãos”
(HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal.
1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.374).
CONHEÇA MAIS
A Testificação do Espírito Santo
“Os filhos de Deus têm o Espírito para que
opere neles a disposição de filhos; não têm o espírito de servidão sob o qual
estava o povo do Antigo Testamento, pela obscuridade dessa dispensação. O
Espírito de adoção não fora plenamente derramado. E refere-se ao Espírito de
servidão, ao qual estavam sujeitos muitos santos em sua conversão. [...] os
santificados têm o Espírito de Deus, e este testemunha aos seus espíritos que
lhes dá paz às suas almas”. Leia mais em Comentário Bíblico, de Matthew
Henry, CPAD, p.935.
CONCLUSÃO
A doutrina da adoção nos mostra que somos
filhos de Deus e que um dia fomos aceitos por Ele por causa do seu grande amor.
Foi a obra de Cristo na cruz que tornou esse processo de adoção possível.
Agora, nos tornamos herdeiros de todas as coisas juntamente com Cristo Jesus.
Firmados na doutrina gloriosa da adoção,
podemos nos sentir amados e cuidados por Deus, em Cristo Jesus, pois somos
objetos do seu inefável amor.
Fonte:
Livro de Apoio - 4º Trim/17 – A Obra da Salvação - Claiton Ivan Pommerening
Lições Bíblicas Adultos 4º trimestre/17 - A Obra da Salvação — Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida – Comentarista: Claiton Ivan Pommerening
Quão grande é o nosso Deus que deu seu único filho para morrer numa cruz e perdoar os nossos pecados e assim nos adotarmos como seus filhos mesmo sabendo que mereciam os a condenação eterna Jesus nos purificou de nossos pecados para todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna. Glória a Deus!
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