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sábado, 16 de dezembro de 2017

A educação secular em tempos trabalhosos

“Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente” Hb 13.8

TEXTO BÍBLICO - 2 Timóteo 3.1-7

1 — Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos;
2 — porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
3 — sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
4 — traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,
5 — tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.
6 — Porque deste número são os que se introduzem pelas casas e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências,
7 — que aprendem sempre e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade.

INTRODUÇÃO

No final do século XX o mundo passou por profundas mudanças sociais, culturais e tecnológicas, dando início à pós-modernidade. Acompanhando o espírito desta época, a filosofia educacional das escolas e faculdades de hoje é marcada pelo relativismo, pelo naturalismo ateísta e pela doutrinação ideológica, representando, assim, enorme desafio aos estudantes cristãos.

O intuito desta lição é demonstrar que a Bíblia não aprova o anti-intelectualismo e a aversão ao estudo sistematizado. Ao mesmo tempo, veremos a necessidade de preparo bíblico e apologético do jovem cristão, para confrontar os ataques proferidos pelos inimigos da cruz.

I. EDUCAÇÃO EM TEMPOS PÓS-MODERNOS

1. Relativismo.
A filosofia educacional que dita grande parte do ensino nas salas de aula de hoje fundamenta-se no relativismo, o qual nega a existência da verdade objetiva e afirma que cada pessoa pode construir a sua própria verdade. Nessa concepção, a sua verdade é a sua verdade, e a minha verdade é a minha verdade; e as crenças são, em última análise, questão de contexto social, gostos e interesses pessoais. “O que é certo para nós talvez não o seja para você” e “o que está errado em nosso contexto talvez seja aceitável ou até mesmo preferível no seu”, dizem os relativistas. Ao desconstruir valores e princípios imutáveis, o relativismo pedagógico promove inversão de valores e acaba com os referenciais éticos para a sociedade e consequentemente, os que se submetem a esse tipo de educação aprendem sempre, mas nunca chegam ao conhecimento da verdade (2Tm 3.7).

Isso não é perigoso somente para a fé cristã — que têm na existência da verdade objetiva um de seus fundamentos — mas é perigoso para a sociedade em geral. Ao desconstruir valores e princípios imutáveis, o relativismo pedagógico promove inversão de valores e acaba com os referenciais éticos para a sociedade.

2. Naturalismo ateísta.
Apesar de ser fruto da modernidade, período que depositou a confiança no método científico, o naturalismo ateísta predomina ainda hoje nas escolas e universidades. Ao desconsiderar antecipadamente a existência de Deus como algo possível (Rm 1.21), tal pensamento defende que o universo, a vida e o ser humano são resultantes de fatores aleatórios e acidentais, destituídos de qualquer sentido, propósito e valor intrínseco.

Esse tipo de pensamento que dita hoje as aulas da grande maioria das universidades seculares, a partir da premissa que o avanço científico fez desaparecer a necessidade de um Criador para explicar a origem do universo e da espécie humana. Essa é a razão pela qual hoje boa parte dos estudantes universitários são convidados a deixarem suas “crenças religiosas ultrapassadas” longe das salas de aulas, pois esse espaço, segundo dizem, é destinado à produção imparcial de conhecimento segundo evidências cientificas (e não baseado na fé). Essa filosofia está presente não somente nas ciências naturais, mas em todas as áreas da produção acadêmica, incluindo-se aí as ciências exatas, biológicas, humanas e sociais.

3. Doutrinação ideológica.
De muitas maneiras, o ensino contemporâneo está impregnado de ideologias partidárias, antirreligiosas e até mesmo imorais. Educadores tendenciosos, em vez de ensinarem tão somente o conteúdo de suas disciplinas, buscam realizar verdadeira doutrinação ideológica dos alunos, enredando-os com filosofias e vãs sutilezas (Cl 2.8). Em outros casos, o próprio poder público tenta induzir os alunos a assimilarem noções distorcidas sobre ética, sexualidade e religião em sintonia com as ideias daqueles que ocupam o poder, mediante programas e adoção de material literário que sirvam aos seus interesses.

Pense!
“Os homens se tornaram cientistas porque esperavam haver leis na natureza, porque acreditavam num legislador” (C. S. Lewis).

Ponto Importante!
A filosofia educacional que dita grande parte do ensino nas salas de aula de hoje fundamenta-se no relativismo, o qual nega a existência da verdade objetiva e afirma que cada pessoa pode construir a sua própria verdade.

II. A CONTRIBUIÇÃO DO CRISTIANISMO PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO E DA CIÊNCIA

1. O valor da educação.
Somente a fé cristã fornece adequadamente o pressuposto que fundamenta a necessidade da educação. A doutrina da depravação humana (Rm 3.23) explica a natureza do homem e ao mesmo tempo exige um processo pedagógico de constante instrução acerca da Lei de Deus. Nessa perspectiva, a educação não é um fim e si mesmo. Ela serve para nos proporcionar conhecimento e desenvolver habilidades e atitudes que honrem o propósito de Deus para o ser humano. Certo teólogo inglês captou essa verdade ao dizer que “o conhecimento deve, em primeiro lugar, nos conduzir à adoração a Deus, a quem nos submetemos com plena admiração” (Rm 11.33).

2. O surgimento das universidades.
Em decorrência disso, a história da educação e do surgimento das primeiras universidades no Ocidente (Paris, Bolonha, Oxford, Cambridge) está intimamente ligada ao cristianismo. A própria palavra “universidade” foi concebida com a ideia de encontrar unidade na diversidade. Com base nas Escrituras, acreditava-se numa verdade fundamental, que interligava todas as áreas do pensamento humano. Como o Deus cristão é único, a fonte de todas as verdades, o currículo era unificado pois esperava-se que toda disciplina lançasse luz sobre as demais e com elas se harmonizasse.

3. Fé cristã e a ciência.
Igualmente, não há como falar em ciência sem mencionar a contribuição cristã. O pensamento de que o universo obedece a um conjunto de leis fixas e que o papel do cientista é basicamente desvendar tais leis, surge da concepção cristã. Nesse sentido, C. S. Lewis escreveu: “Os homens se tornaram cientistas porque esperavam haver leis na natureza, porque acreditavam num legislador”. Isso explica porque proeminentes cientistas do passado acreditavam em Deus, homens como Galileu, Kepler, Pascal, Boyle, Newton, Faraday, Babbage e Mendel. A boa ciência, portanto, não refuta a existência do Criador! Ela revela as maravilhas da criação de Deus (Rm 1.19,20).

Pense!
“A Educação Cristã, tendo como base o Evangelho de Cristo, transforma radicalmente o ser humano, tornando-o útil a Deus, à sociedade e a si mesmo” (Claudionor de Andrade).

Ponto Importante!
O pensamento de que o universo obedece a um conjunto de leis fixas e que o papel do cientista é basicamente desvendar tais leis, surge da concepção cristã.


CONCLUSÃO

Não há, afinal, incompatibilidade entre fé cristã e intelectualidade. Assim como Daniel e seus amigos, os crentes podem sobressair no meio estudantil, inclusive no ambiente universitário, visto que somente a Palavra de Deus fornece as bases adequadas para a plena formação do ser humano.


Fonte: Lições Bíblicas CPAD - Jovens - 4º Trimestre de 2017
Título: Seguidores de Cristo — Testemunhando numa Sociedade em ruínas - Comentarista: Valmir Nascimento

Aqui eu Aprendi!

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