“Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso” Lc 6.36
Esta passagem é uma das declarações de Jesus
mais equivocadamente interpretadas e erroneamente citadas. Sempre que a pessoa
quer obstar críticas sobre atitudes, ações ou estilo de vida de alguém,
objeções são encontradas na ordem: ‘Não julgueis’. Obviamente não é o que Jesus
pretendia aqui. Ele espera que julgamentos de valor sejam feitos, que o certo e
o errado sejam identificados e que o digno e o indigno sejam discernidos, como
vemos nos versículos seguintes (especialmente o v.6). O discípulo deve poder ver
a falta no irmão de forma que tal pessoa seja trazida a uma correção gentil,
mas firme (cf. Mt 18.15-17). Jesus nunca disse que o bem e o mal são ideias
relativas determinadas por cada pessoa. A tradição profética pede discernimento
e correção. A oferta de Deus de perdão não envolve libertinagem impenitente.
O que Jesus proíbe nesta passagem é a mania de
criticar, a condenação e o espírito de hipocrisia. O imperativo presente em
‘não julgueis’ (ou ‘parai de julgar’) indica um estilo de vida e uma atitude
habitual de condenação. Tal atitude obsta a misericórdia e sujeita o
participante à mesma justiça rigorosa e implacável. A expressão: ‘Com a medida
com que tiverdes medido vos hão de medir a vós’ (v.2) conota a retribuição
divina e era usada nas obras rabínicas judaicas (e.g., M. Sotá 1.7). Esta
declaração de Jesus remonta à Oração do Senhor no capítulo prévio, na qual Ele
deixou claro que um espírito irreconciliável ou condenador revoga o perdão já
recebido (Mt 6.14,15; cf. Mt 18.23-35)” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger
(Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2ª Edição.
RJ: CPAD, 2004, pp.59-60).
A trave e o argueiro
“Para ampliar seu ensino contra o julgamento,
Jesus focaliza a imagem do argueiro e da trave (vv.3-5). A trave, ou tábua, é
uma hipérbole que Jesus usa para condenar a pessoa que, com uma tábua no olho
(i.e., uma grande falta), tenta tirar um farelo de serragem (um defeito menor)
dos olhos de outra pessoa. Esta imagem ridícula intensifica a imperfeição e
autoilusão da hipocrisia. Normalmente Jesus reserva o título ‘hipócrita’ para
os inimigos, mas Ele o aplica aos discípulos. Ninguém está imune desta miopia
ética; assim devemos provar a percepção da profundidade espiritual da pessoa”
(ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico
Pentecostal: Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.60).
“Não julgueis, para que não sejais julgados
(7.1)
A palavra krinō tem o sentido de
‘avaliar, distinguir’ e também de ‘julgar, condenar’. Aqui ‘não julguei’
refere-se a uma atitude crítica e cáustica com relação a outros. Por quê? Jesus
dá três razões poderosas.
Em primeiro lugar, a maneira como tratamos os
outros definirá a maneira como eles nos tratam (7.2). Em segundo lugar, estar
alertas às nossas próprias faltas já é um trabalho suficiente (7.3-5). E, em
terceiro lugar, se os outros não valorizam o que você valoriza (‘Nem deiteis
aos porcos as vossas pérolas’ [7.6]), sua condenação irá enfurecê-los ao invés
de convencê-los do pecado” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007, p.33).
A nossa natural disposição em sentenciar as pessoas, coloca-nos em uma posição que não nos cabe.
Em 1 Coríntios 11.31,32 o apóstolo Paulo diz
que “se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seriamos julgados. Mas quando
somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com
o mundo”. Este texto utilizado, tradicionalmente, em reuniões de celebração da
Ceia revela uma grande verdade. Se cada um de nós exercesse sobre, e acerca de
si, um autoexame perfeito, não haveria o perigo de sermos julgados. Contudo,
devido ao fato de não sermos perfeitos, terminamos não nos avaliando
corretamente, ou seja, fazemos isto de forma desequilibrada, sendo, muito
vezes, autoindulgentes ou severos demais. Entretanto, quando somos avaliados
pelo Senhor, acabamos corrigidos para o nosso bem, para não sermos condenados
com o mundo. Na realidade, como diz a Palavra de Deus, “Quando somos
corrigidos, isso no momento nos parece motivo de tristeza e não de alegria.
Porém, mais tarde, os que foram corrigidos recebem como recompensa uma vida
correta e de paz” (Hb 12.11 — ARA).
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
A fim de contribuir
para um melhor entendimento acerca das três posturas e/ou práticas a serem
estudadas nesta lição, apresente a seguinte atividade: Solicite aos alunos que
se dividam em três grupos. Um grupo representará a prática do julgamento, o
outro a da capacidade de autoavaliação e o último, a do discernimento. A ideia
é que cada grupo apresente, ao menos, dez palavras relacionadas a cada uma das
práticas para posteriormente compará-las com as expressões das demais. Exemplo:
O objetivo é que ao comparar as expressões, os
alunos compreendam não apenas a diferença entre elas, mas o lugar de cada
prática e o que cabe a cada um. No sentido em que o Senhor Jesus ensina no
Sermão do Monte, só a Deus cabe o julgamento, pois Ele é o único capaz de
julgar perfeitamente e sentenciar. Nosso papel é “julgarmos” a nós mesmos, isto
é, nos autoavaliarmos e discernirmos todas as coisas para que possamos agir com
sabedoria.
TEXTO BÍBLICO: MATEUS 7.1-6
INTRODUÇÃO
A vida em comunidade é fascinante. Não podemos
existir saudavelmente vivendo em isolamento. Contudo, o viver em sociedade tem
os seus desafios. Um dos principais diz respeito ao relacionamento
interpessoal. Na convivência surgem rusgas, discordâncias e até ofensas. Apesar
de essas práticas não serem positivas e cristãs, muitas vezes são inevitáveis.
A Bíblia, porém, nos ensina a tratar de tais conflitos para que eles não se
tornem raízes de amargura e, com isso, venham contaminar a muitos (Hb 12.15).
Outro fator perigoso é que discordâncias podem formar grupos e nestes as
pessoas se transformam em juízes (1Co 3.1-8; Rm 14.1-12), postura altamente
reprovável pelo Senhor, conforme iremos aprender nesta aula (Mt 7.1-5). Não
podemos esquecer de que o ensinamento desse texto dirige-se aos discípulos,
portanto, aos filhos do Reino de ontem e de hoje.
1. Não podemos julgar.
O texto é claro e não permite outras
interpretações. O Mestre é enfático: “Não julgueis” (v.1). Como pessoas de uma
sociedade estratificada, ou seja, dividida em partidos e grupos, tanto
políticos quanto religiosos, era atitude corriqueira entre eles a disputa pela
“verdade” (Mt 22.15,23; Mc 3.18; Lc 7.18; 20.1; Jo 12.20-22; At 5.36,37). Cada
facção reivindicava a posse da verdade e assim punha-se a julgar as demais
pessoas ou grupos. Na realidade, os discípulos foram forjados nessa sociedade
e, mesmo depois de estarem com o Mestre, eles ainda disputavam entre si (Mc
9.33,34; Lc 9.46). Quem entra em uma disputa não o faz sem intenção de ganhar
e, para isso, lança mão de todos os tipos de artifícios e argumentos para que o
seu ponto de vista prevaleça. Ao final, o comportamento é o de alguém que se
acha capaz de julgar as demais pessoas, tendo a si mesmo como base e
referência. Infelizmente, quem se acostuma com essa prática, faz do costume de
julgar os outros seu estilo de vida.
2. A consequência para quem se comporta como juiz.
O Mestre adverte que o discípulo não deve julgar para que não venha a ser julgado (v.1). Ele desdobra o seu ensino e mostra a consequência, ou o resultado, do exercício do julgamento por parte de quem se acha capaz de julgar, dizendo que da mesma forma que a pessoa julga, ela será julgada, e que a medida utilizada para medir será também a mesma com que ela também será medida (v.2). A pergunta inevitável é: Se tal for feito, qual será o destino de todos? Se não falhamos em uma área da vida em que alguém sempre tropeça, por outro lado temos defeitos que, às vezes, nos passam despercebidos, mas que prejudicam outras pessoas do nosso convívio (Sl 19.12). Entretanto, esse “nível de julgamento” ainda é simples diante do que o Senhor está advertindo a que não se faça (Mt 18.15-35).
3. Por que não podemos julgar?
A Bíblia de Estudo Palavras-Chave, em seu Dicionário do Novo Testamento, afirma que o verbo krinō, traduzido no versículo primeiro como “julgar”, significa “propriamente distinguir”, ou seja, “decidir (mentalmente ou judicialmente)” e, sendo assim, “julgar, condenar, punir: — vingar, concluir, condenar, maldizer, decretar, determinar, estimar, julgar, recorrer a Lei, ordenar, questionar, sentenciar a, pensar”. Considerando os versículos posteriores, não seria forçado dizer que a expressão tem um sentido de julgar com o objetivo de “sentenciar”, isto é, condenar e proferir um castigo à altura. Ocorre, porém, que nesse sentido, o julgamento só cabe a Deus, que conhece perfeitamente a tudo. Nem mesmo o Mestre colocou-se nessa condição (Lc 12.14; Jo 12.47,48). Assim, os discípulos, ao menos agora, não devem sentenciar a ninguém, pois não têm prerrogativa para tal. Quanto ao exercício do julgamento futuro, tanto Jesus, como os salvos, no dia determinado pelo Pai, deverão exercê-lo (Jo 5.22,23; 1Co 6.2,3).
II. AUTOAVALIAÇÃO, AUTOCORREÇÃO E O AUXÍLIO A TERCEIROS
1. A disposição natural para corrigir aos outros.
Pensando na possibilidade de exercer um juízo de correção, portanto, de menor alcance sobre as pessoas, o discípulo, como ser humano em transformação, é tentado a observar a conduta alheia e apontar o erro do próximo sob a desculpa de estar sendo cuidadoso (v.3). A este comportamento, o Senhor Jesus interpõe uma observação fundamental: Se a pessoa tem capacidade para enxergar um pequeno “cisco” no olho de alguém, é estranho que não verifique que há uma tábua na frente dos seus próprios olhos! Quem tem capacidade para observar pequenos detalhes nos outros, precisa exercer o mesmo rigor consigo mesmo. Nessa mesma linha é que Jesus faz duas censuras ao comportamento dos que se achavam justos aos seus próprios olhos, mas não “conseguiam” ver os sinais que Ele fazia como sendo provenientes de Deus (Lc 12.54-57; Jo 7.19-24). Somos ávidos para corrigir e avaliar os outros, mas lentos e parcimoniosos quando se trata de ver os próprios erros e corrigi-los da mesma forma.
2. Autoavaliação.
Quem é competente para perceber um pequeno defeito nos demais, deve ser suficientemente capaz para perceber os seus grandes erros e mudar de atitude (v.4). Se essa não for a postura, torna-se impossível corrigir alguém. Na verdade, querer consertar os outros antes de fazer o mesmo consigo é hipocrisia (Rm 2.1-16). Mesmo porque, a correção alheia não redime os meus defeitos e pecados.
3. Autocorreção e auxílio ao próximo.
A instrução do Mestre é clara quanto ao comportamento de quem quer corrigir aos outros no intuito de “ajudá-los”: Tirar a trave, ou seja, remover os seus graves desvios e se autocorrigir. Só assim estará apto a auxiliar o próximo na remoção do “cisco do olho” (v.5). Vale lembrar que, posteriormente, Jesus instrui acerca da correção ao próximo, isto é, como ela deve ser feita e as reais motivações que devem levar alguém a fazê-lo (Mt 18.15-17).
Por que será que somos rápidos para reparar os defeitos dos outros, mas tão lentos para nos autocorrigir?
III. A NECESSIDADE DE DISCERNIMENTO
1. Discernir é preciso.
O versículo seis demonstra claramente que o ensino do Mestre acerca de “julgar” nos versículos anteriores não se refere ao indispensável exercício do discernimento nem da autoavaliação. É necessário e urgente que se faça. Todavia, é preciso que isso se dê de forma consciente, inclusive, dos nossos próprios erros e do valor das coisas sagradas.
2. Cães e porcos.
Os destinatários da justiça do Reino são os discípulos. Como eles são judeus, sabem claramente o que essa palavra quer dizer ao utilizar a figura de dois animais imundos, ou cujo comportamento remete à imundície (Lv 11.7; 2Pe 2.22).
3. Coisas santas e pérolas.
Novamente não é possível entender o ensinamento do Mestre se não tivermos em mente o fato de que Ele se dirige a uma audiência imediata composta por judeus. “Coisas sagradas” lembram claramente o sacrifício destinado á expiação da culpa que era propriedade de Deus e do sacerdote, portanto, sagrado (Lv 7.5-38). Quanto às pérolas, lembra-nos o que o Senhor falou em Mateus 13.45,46. Como os cachorros são animais carnívoros, a carne do sacrifício lhes era certamente atrativa, mas nem isso os impediam de satisfazerem-se e, depois de empanzinados, voltarem-se contra quem lhes ofereceu. É importante lembrar que o cachorro não era um animal de estimação como se vê nos dias de hoje. A respeito dos porcos, a ideia é simples: Em um chiqueiro do mundo antigo, e até mesmo em época mais recente, a comida dos porcos consistia de restos e sobras, muitas vezes estragados. Pérola para um animal como esse só tinha um destino: ser despedaçada. Assim, a mensagem do Reino levada a pessoas que a desprezavam, davam de ombros e desdenhavam, seria como dar coisas sagradas aos cães e pérolas ao porcos. Um desperdício que os discípulos não podiam se dar ao luxo de cometer (Mt 10.5-15).
CONCLUSÃO
A lição de hoje ensinou-nos grandes princípios, mas o principal deles é que a única pessoa que cada um de nós pode realmente melhorar através da correção somos nós mesmos.
Leia também:
2. A consequência para quem se comporta como juiz.
O Mestre adverte que o discípulo não deve julgar para que não venha a ser julgado (v.1). Ele desdobra o seu ensino e mostra a consequência, ou o resultado, do exercício do julgamento por parte de quem se acha capaz de julgar, dizendo que da mesma forma que a pessoa julga, ela será julgada, e que a medida utilizada para medir será também a mesma com que ela também será medida (v.2). A pergunta inevitável é: Se tal for feito, qual será o destino de todos? Se não falhamos em uma área da vida em que alguém sempre tropeça, por outro lado temos defeitos que, às vezes, nos passam despercebidos, mas que prejudicam outras pessoas do nosso convívio (Sl 19.12). Entretanto, esse “nível de julgamento” ainda é simples diante do que o Senhor está advertindo a que não se faça (Mt 18.15-35).
3. Por que não podemos julgar?
A Bíblia de Estudo Palavras-Chave, em seu Dicionário do Novo Testamento, afirma que o verbo krinō, traduzido no versículo primeiro como “julgar”, significa “propriamente distinguir”, ou seja, “decidir (mentalmente ou judicialmente)” e, sendo assim, “julgar, condenar, punir: — vingar, concluir, condenar, maldizer, decretar, determinar, estimar, julgar, recorrer a Lei, ordenar, questionar, sentenciar a, pensar”. Considerando os versículos posteriores, não seria forçado dizer que a expressão tem um sentido de julgar com o objetivo de “sentenciar”, isto é, condenar e proferir um castigo à altura. Ocorre, porém, que nesse sentido, o julgamento só cabe a Deus, que conhece perfeitamente a tudo. Nem mesmo o Mestre colocou-se nessa condição (Lc 12.14; Jo 12.47,48). Assim, os discípulos, ao menos agora, não devem sentenciar a ninguém, pois não têm prerrogativa para tal. Quanto ao exercício do julgamento futuro, tanto Jesus, como os salvos, no dia determinado pelo Pai, deverão exercê-lo (Jo 5.22,23; 1Co 6.2,3).
II. AUTOAVALIAÇÃO, AUTOCORREÇÃO E O AUXÍLIO A TERCEIROS
1. A disposição natural para corrigir aos outros.
Pensando na possibilidade de exercer um juízo de correção, portanto, de menor alcance sobre as pessoas, o discípulo, como ser humano em transformação, é tentado a observar a conduta alheia e apontar o erro do próximo sob a desculpa de estar sendo cuidadoso (v.3). A este comportamento, o Senhor Jesus interpõe uma observação fundamental: Se a pessoa tem capacidade para enxergar um pequeno “cisco” no olho de alguém, é estranho que não verifique que há uma tábua na frente dos seus próprios olhos! Quem tem capacidade para observar pequenos detalhes nos outros, precisa exercer o mesmo rigor consigo mesmo. Nessa mesma linha é que Jesus faz duas censuras ao comportamento dos que se achavam justos aos seus próprios olhos, mas não “conseguiam” ver os sinais que Ele fazia como sendo provenientes de Deus (Lc 12.54-57; Jo 7.19-24). Somos ávidos para corrigir e avaliar os outros, mas lentos e parcimoniosos quando se trata de ver os próprios erros e corrigi-los da mesma forma.
2. Autoavaliação.
Quem é competente para perceber um pequeno defeito nos demais, deve ser suficientemente capaz para perceber os seus grandes erros e mudar de atitude (v.4). Se essa não for a postura, torna-se impossível corrigir alguém. Na verdade, querer consertar os outros antes de fazer o mesmo consigo é hipocrisia (Rm 2.1-16). Mesmo porque, a correção alheia não redime os meus defeitos e pecados.
3. Autocorreção e auxílio ao próximo.
A instrução do Mestre é clara quanto ao comportamento de quem quer corrigir aos outros no intuito de “ajudá-los”: Tirar a trave, ou seja, remover os seus graves desvios e se autocorrigir. Só assim estará apto a auxiliar o próximo na remoção do “cisco do olho” (v.5). Vale lembrar que, posteriormente, Jesus instrui acerca da correção ao próximo, isto é, como ela deve ser feita e as reais motivações que devem levar alguém a fazê-lo (Mt 18.15-17).
Por que será que somos rápidos para reparar os defeitos dos outros, mas tão lentos para nos autocorrigir?
III. A NECESSIDADE DE DISCERNIMENTO
1. Discernir é preciso.
O versículo seis demonstra claramente que o ensino do Mestre acerca de “julgar” nos versículos anteriores não se refere ao indispensável exercício do discernimento nem da autoavaliação. É necessário e urgente que se faça. Todavia, é preciso que isso se dê de forma consciente, inclusive, dos nossos próprios erros e do valor das coisas sagradas.
2. Cães e porcos.
Os destinatários da justiça do Reino são os discípulos. Como eles são judeus, sabem claramente o que essa palavra quer dizer ao utilizar a figura de dois animais imundos, ou cujo comportamento remete à imundície (Lv 11.7; 2Pe 2.22).
3. Coisas santas e pérolas.
Novamente não é possível entender o ensinamento do Mestre se não tivermos em mente o fato de que Ele se dirige a uma audiência imediata composta por judeus. “Coisas sagradas” lembram claramente o sacrifício destinado á expiação da culpa que era propriedade de Deus e do sacerdote, portanto, sagrado (Lv 7.5-38). Quanto às pérolas, lembra-nos o que o Senhor falou em Mateus 13.45,46. Como os cachorros são animais carnívoros, a carne do sacrifício lhes era certamente atrativa, mas nem isso os impediam de satisfazerem-se e, depois de empanzinados, voltarem-se contra quem lhes ofereceu. É importante lembrar que o cachorro não era um animal de estimação como se vê nos dias de hoje. A respeito dos porcos, a ideia é simples: Em um chiqueiro do mundo antigo, e até mesmo em época mais recente, a comida dos porcos consistia de restos e sobras, muitas vezes estragados. Pérola para um animal como esse só tinha um destino: ser despedaçada. Assim, a mensagem do Reino levada a pessoas que a desprezavam, davam de ombros e desdenhavam, seria como dar coisas sagradas aos cães e pérolas ao porcos. Um desperdício que os discípulos não podiam se dar ao luxo de cometer (Mt 10.5-15).
CONCLUSÃO
A lição de hoje ensinou-nos grandes princípios, mas o principal deles é que a única pessoa que cada um de nós pode realmente melhorar através da correção somos nós mesmos.
Fonte: Lições Bíblicas CPAD Jovens - 2º trim.2017 - O Sermão do Monte - A Justiça sob a ótica de Jesus - Comentarista César Moisés Carvalho
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