“Assim diz o Senhor: Eis que trarei mal sobre
este lugar e sobre os seus habitantes, a saber, todas as maldições que estão
escritas no livro que se leu perante o rei de Judá” 2Cr 34.24
Num tempo onde o ofício profético era exercido
majoritariamente por homens, Deus levantou uma mulher dentre os profetas para
exercer esse santo ofício.
A nação de Israel estava afastada dos caminhos
de Deus. Segundo o livro de Deuteronômio 28, havia uma profecia proferida por
Moisés sobre o povo de Israel que determinaria a exaltação ou a humilhação da
nação: “E será que, se ouvires a voz do Senhor, teu Deus, tendo cuidado de
guardar todos os seus mandamentos que eu te ordeno hoje, o Senhor, teu Deus, te
exaltará sobre todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e
te alcançarão, quando ouvires a voz do Senhor, teu Deus” (vv.1,2). Ora, quando
essa profecia foi proferida o povo de Israel estava próximo de entrar na terra
prometida. O conteúdo do texto é claro: o sucesso da nação na nova terra estava
condicionado à obediência do povo aos mandamentos de Deus.
Enquanto o povo fosse fiel a Deus, o eterno o
abençoaria (Dt 28.3-14). Mas quando essa fidelidade fosse interrompida o povo
sofreria as consequências de sua decisão: “Será, porém, que, se não deres
ouvidos à voz do Senhor, teu Deus, para não cuidares em fazer todos os seus
mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então, sobre ti virão
todas estas maldições e te alcançarão” (Dt 29.15). Ou seja, no lugar de bendito
na cidade, o povo seria maldito; de bendito no campo, maldito; de bendito ao
entrar ou sair, maldito. Consequências inumeráveis viriam sobre o povo eleito
por Deus em decorrência da sua desobediência.
Nos tempos do rei Josias a nação de Israel
estava completamente alheia aos princípios e propósitos dos mandamentos de
Deus. Quando o Hilquias, sumo sacerdote, achou o livro da Lei e o levou ao rei
Josias e leu ao rei, ao tomar conhecimento do conteúdo da Lei, Josias temeu.
Imediatamente procurou a profetisa Hulda para ouvir de Deus sobre o que fazer.
Ele sabia que a nação estava afastada de Deus e as consequências para isso eram
irreparáveis.
Aqui, Hulda aparece como a profetisa que não se
cala e confirma o que Deus faria à Judá devido à desobediência da nação. A
mensagem de Hulda era de maldição, não de bênção. Deus faria cumprir sua
vontade. A profetisa Hulda não teria outra atitude a tomar, senão a de entregar
o que Deus havia determinado, embora o conteúdo fosse duro e pessimista. A
coragem e a determinação de Hulda são dignas de nossa admiração. Revista Ensinador Cristão nº70
Quando o povo se corrompe, Deus levanta homens e mulheres como instrumentos de advertência contra o pecado.
Hulda foi uma mulher sábia e prudente que
entrou em cena num período da história de Judá e de Israel em que os reis
corromperam-se mais do que os povos ímpios que não reconheciam a Deus. Mesmo
vendo a situação calamitosa de seu povo, não se apressou em emitir profecia ou
mensagem de sua própria vontade. Porém, no tempo de Deus, ela foi tirada do
anonimato e foi usada para transmitir uma mensagem muito dura contra o povo de
Judá, no reinado de Josias, filho de Amom e neto de Manassés, que foram reis
perversos que levaram a nação inteira a dar as costas para Deus e voltar-se
para a idolatria mais perversa que a Bíblia registra. Josias foi contemporâneo
dos profetas Jeremias (Jr 1.2) e Sofonias (Sf 1.1), que o ajudaram em sua
missão de reconduzir o povo aos caminhos do Senhor. Mas Deus não quis usar
nenhum desses homens para entregar a mais tremenda mensagem de condenação a seu
povo por suas iniquidades. Ele quis usar a profetisa Hulda para advertir o povo
da grande tragédia que haveria de cair sobre Judá e Jerusalém. Hulda entrou em
cena na história do povo de Judá, mas logo desapareceu após cumprir a missão
árdua que Deus lha confiara. Pouco se sabe sobre ela, a não ser que era esposa
de Salum, guardador das vestiduras, e que habitava em Jerusalém, “na segunda
parte” da cidade, ou na “cidade baixa” (2 Rs 22.14). Ela entrou para a história quando o rei Josias tomou
conhecimento do conteúdo do livro da Lei, que fora perdido na Casa do Senhor.
Ao ouvir a leitura do livro da Lei e as maldições que cairiam sobre seu povo, o
rei mandou consultar ao Senhor sobre tamanha desgraça causada pela
desobediência do povo. E o sacerdote Hilquias procurou Hulda, a profetisa, para
saber como proceder. E Hulda, usada por Deus, proferiu terrível profecia contra
Judá, mostrando que Deus derramaria terrível juízo sobre a desobediência do
povo. Apesar disso, a mensagem de Deus para o rei Josias foi de amor e
misericórdia. Por meio de Hulda, Deus mandou dizer ao jovem monarca que vira o
seu coração humilde e o seu quebrantamento e que não traria mal algum que
previra sobre Judá no tempo de seu reinado. De pronto, o rei tomou as medidas
urgentes e necessárias para levar o povo ao arrependimento. Ele próprio fez
concerto com Deus de obedecê-lo em seu reinado. Depois, levou o povo a fazer o
concerto com Deus. E, de forma mais concreta, mandou retirar todas as abominações
que o povo adotara em Judá e Jerusalém.
1. Quem Foi Hulda
Foi uma serva de Deus que demonstrou ter um caráter firme,
decidido e discreto, num tempo em que reis e profetas desviaram-se dos caminhos
do Senhor. Pouco se sabe acerca dela. Seu nome, no hebraico, significa
“doninha”. O texto em estudo diz que ela era esposa de Salum, filho de Ticva,
que era guardador das vestiduras e habitava em Jerusalém, “na segunda parte” da
cidade, ou na “cidade baixa” (2 Rs 22.14). Ela exerceu a atividade de profetisa
num tempo em que esse ofício era predominantemente confiado a homens. A Bíblia
registra que houve apenas mais duas profetisas em toda a história do Antigo
Testamento: Miriã, irmã de Moisés (Ex 15.20), e Débora, que, além de profetisa,
era Juíza (Jz 4.4). Hulda entrou em cena num momento especial e dramático da
história do reino de Judá, no reinado de Josias (639-609 a.C).
Deus não fica
impedido de operar quando os homens fogem à sua responsabilidade como líderes
para servir a seu povo. Em termos espirituais e morais, a situação de Israel
era das piores. Avaliamos melhor o papel de Hulda no meio de seu povo, bem como
o seu testemunho eloquente de mulher de Deus, quando vemos, ainda que de forma
resumida, o pano de fundo histórico em que ela vivia. O texto bíblico dá a
entender que Hulda reconhecia o seu lugar como profetisa, mas ela só entrou em
ação quando foi solicitada.
2. Ascensão e Decadência do Reino
Hulda viveu no
tempo do reinado do rei Ezequias. Ele foi um grande rei usado por Deus de forma
extraordinária (716-687 a.C). Porém, ele terminou mal os seus dias por ter dado
lugar à exaltação em sua vida. O sucesso em seu reinado e o êxito como
administrador fizeram-no sentir-se orgulhoso (2 Cr 32.25). A Bíblia adverte: “A
soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Pv 16.18).
Sua prosperidade superou a de muitos reis que o antecederam (2 Cr 32.27-30),
mas ele não soube administrar o sucesso sem perder a humildade. Quando cometeu
a imprudência de revelar segredos a emissários da Babilônia, Deus repreendeu-o,
prometendo juízo sobre seu povo em tempos posteriores. Numa demonstração de
egocentrismo, ele disse que era boa aquela palavra (2 Rs 20.19). Ezequias é o
exemplo de líder que foi escolhido por Deus, que realizou um excelente
ministério, mas que não soube consolidar os resultados até o fim. Ele começou
bem e terminou de forma melancólica.
Podemos afirmar que Hulda era uma mulher de oração, de profunda comunhão com
Deus em seu ofício incomum de profetisa, num tempo em que os homens eram as
referências no ministério profético de caráter nacional. Ela testemunhou os
desvios e desmandos de Ezequias e seus sucessores. Certamente, com angústia na alma, ela
pedia a Deus a mudança daquele quadro. Humanamente, isso era impossível, mas
quando Deus quer agir, o impossível não faz parte de sua linguagem. Se os
outros reis não tomaram conhecimento de seu ministério profético, Hulda viu
Deus trabalhar de forma evidente para ouvir suas orações e levantou um menino
para promover mudanças impactantes no reino de Judá.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Josias foi o último dos reis justos de Judá.
Já em tenra idade começou a buscar o Senhor com toda a dedicação e, quatro anos
mais tarde, começou a expurgar de Judá a religião falsa. Enquanto o Templo
estava sendo restaurado, Hilquias achou o livro da Lei escrito por Moisés.
Surgiu daí um novo compromisso com a Palavra de Deus, e todo o país
experimentou uma renovação espiritual. Os profetas Jeremias, Sofonias e
Habacuque ajudaram Josias no seu esforço de reconciliar o povo com Deus; quanto
à condição espiritual do povo nos tempos de Josias.
O ‘livro da lei’ que Hilquias achou, tratava-se
da lei que fora dada ‘pelas mãos de Moisés’; era, sem dúvida, um exemplar do
Pentateuco, ou seja: os cinco livros da Bíblia. Essa descoberta dá testemunho
da mão providente e soberana de Deus, cuidando da sua Palavra inspirada,
protegendo-a da destruição pelos idólatras e apóstatas. Realmente, a inspirada
Palavra de Deus escrita é indestrutível” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ:
CPAD, p.609).
1. A Dura Mensagem de Deus
Hulda poderia ter sido usada como outros
profetas que, ao contemplarem os desvios do povo, levantaram-se para combater
reis, sacerdotes e o povo em geral. Ela, porém, ficou no seu lugar. Essa
atitude fazia parte do seu caráter reservado. No tempo de Deus, ela foi
apresentada a serviço do seu povo. O sumo sacerdote Hilquias e os demais
assessores do rei foram procurar a profetisa Hulda para saber o que iria
acontecer com Judá, tendo em vista a grande pecaminosidade de seu povo,
motivada pela desobediência à palavra de Deus. Os emissários relataram o grave
acontecimento por terem tomado conhecimento dos terríveis castigos previstos na
Lei de Deus para as transgressões deliberadas do povo. Desse modo, cumprindo
sua missão, ainda que num tempo bastante curto como fiel mensageira do Senhor,
Hulda deu a resposta ao rei: “E ela lhes disse: Assim diz o Senhor, Deus
de Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim: Assim diz o Senhor: Eis
que trarei mal sobre este lugar e sobre os seus habitantes, a saber, todas as
maldições que estão escritas no livro que se leu perante o rei de Judá. Porque
me deixaram e queimaram incenso perante outros deuses, para me provocarem à ira
com toda a obra das suas mãos; portanto, o meu furor se derramou sobre este
lugar e não se apagará” (2Cr 34.23-25).
Tanto o rei como os seus assessores já
sabiam da gravidade da situação quando ouviram a leitura do livro da lei que
foi achado na Casa do Senhor. Talvez, o povo mais abençoado por Deus, o
povo de Israel, por motivos estranhos, nunca permaneceu por longo período em
obediência plena ao Senhor. O livro de Juízes mostra a obstinação do povo em
pecar, em afastar-se dos caminhos do Senhor. Quando obedeciam a Deus, havia
paz, havia bonança e prosperidade. Quando desobedeciam, havia guerra, opressão,
cativeiro, escassez e miséria. Por misericórdia, Deus sempre dava um escape,
mas a desobediência sempre foi recorrente no meio daquele povo. No texto em
estudo, vemos o povo do reino do Sul, em Judá, numa situação espiritual
deplorável. Dá a entender que já fazia muito tempo que a lei sequer era lida
perante o povo. O livro da Lei estava perdido!
A resposta profética de Hulda
resume a situação de miséria espiritual do povo: idolatria vergonhosa, a ponto
de deixarem de adorar ao Deus de seus pais, que os tirou do cativeiro egípcio e
os levou pelo deserto abrasador em segurança até Canaã; o povo inclinava-se
perante ídolos ou deuses feitos pelas mãos dos homens, provocando a ira do
Senhor. A sentença de Deus através de Hulda foi: “ [...] o meu furor se
derramou sobre este lugar e não se apagará” (v. 25). Era o prenúncio do
cativeiro de Judá anos depois.
2. Hulda Profetiza para o Rei Josias
Deus sabe
separar aquele que é bom no meio dos maus; ele sabe ver o justo no meio da
injustiça; Ele reconhece o caráter de homens que não se corrompem no meio da
multidão dos corrompidos. Ele viu Noé e sua família no meio da população
mundial de sua época e considerou-os dignos de serem poupados da destruição do
Dilúvio. Na crise espiritual de Judá e Jerusalém, Deus mostrou à profetisa Hulda
que o rei Josias não seguiu os maus caminhos de seus pais, mas humilhou-se
diante de Deus, reconhecendo a calamidade espiritual de seu povo quando tomou
conhecimento do que estava escrito no livro da Lei, além das maldições que eram
previstas por Deus para a nação desobediente e idólatra. E, assim, ela fez
saber a Josias que tinha visto o seu coração sincero perante seu Deus. A
profecia de Hulda para Josias foi um alento para ele, face o seu desespero
diante da tragédia que estava prevista sobre seu povo.
Disse Hulda aos mensageiros do
rei: “Porém ao rei de Judá, que vos enviou a consultar ao Senhor, assim
lhe direis: Assim diz o Senhor, Deus de Israel, quanto às palavras que
ouviste: Como o teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante Deus,
ouvindo as suas palavras contra este lugar e contra os seus habitantes, e te
humilhaste perante mim, e rasgaste as tuas vestes, e choraste perante mim,
também eu te tenho ouvido, diz o Senhor. Eis que te ajuntarei a teus
pais, e tu serás recolhido ao teu sepulcro em paz, e os teus olhos não verão
todo o mal que hei de trazer sobre este lugar e sobre os seus habitantes. E
voltaram com esta resposta ao rei” (2 Cr 34.26-28).
Deus teve misericórdia do
jovem rei de Judá. Sua resposta para ele, através de Hulda, mostra que o Senhor
considerou as atitudes corretas de Josias. O seu coração ficou enternecido, ou
seja, ficou sensível, quebrantado; ele humilhou-se perante Deus quando ouviu a
leitura do livro sagrado, que fora desprezado de forma tão irresponsável por
seus pais; num sinal de profunda tristeza, vergonha e dor pela situação de seu
povo perante Deus, ele rasgou suas vestes; mais que isso, Josias chorou diante
de Deus. O Senhor agrada-se quando um homem prostra-se humilhado ante os
próprios pecados ou então quando se humilha, intercedendo por outros ou por seu
povo. É interessante notar que Josias não viu tais comportamentos em seu pai (Amom) e
em seu avô (Manassés). Pelo contrário, ele viu a desobediência, a rebeldia e a obstinação
deles em andar de modo contrário à vontade de Deus. Porém, mesmo sendo muito
jovem, ele entendeu que o caminho seria o do retorno à vontade do Senhor.
Por isso, quebrantou-se e foi reconhecido por Deus. Diz a Bíblia: “Os
sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e
contrito não desprezarás, ó Deus” (SI 51.17). A resposta de Deus a Josias foi
altamente positiva e confortadora para ele: “Eis que te ajuntarei a teus pais,
e tu serás recolhido ao teu sepulcro em paz, e os teus olhos não verão todo o
mal que hei de trazer sobre este lugar e sobre os seus habitantes” (2Cr
34.28).
3. O Efeito da Profecia sobre Judá e Jerusalém
Quando um profeta
merece credibilidade, sua palavra é reconhecida como sendo da parte de Deus por
ser diferente da dos falsos profetas (Dt 18.18-22). Após ouvir a mensagem
profética de Hulda, Josias tomou de imediato algumas medidas que demonstram o
seu cuidado e zelo em ouvir a voz de Deus. Ele fez uma convocação urgente “a
todos os anciãos de Judá e Jerusalém”. As mudanças numa nação ou numa igreja só
têm efeito se começarem pela liderança. Em segundo lugar, ele próprio “subiu à
Casa do Senhor com todos os homens de Judá e os habitantes de Jerusalém, e
os sacerdotes, e os levitas, e todo o povo, desde o maior até ao menor”. Depois
de reunir todo o povo, “ [...] ele leu aos ouvidos deles todas as palavras do
livro do concerto, que se tinha achado na Casa do Senhor” (2Cr
34.29,30). Até então, apenas o rei e seus assessores tinham conhecimento do
conteúdo do livro da Lei e das maldições previstas contra a desobediência do
povo. Por isso, Josias providenciou para que a leitura do livro fosse feita
perante todo o povo, a exemplo do que fizera Esdras, o sacerdote, no tempo de
Neemias, diante todo o povo (Ne 8.2,3).
Todas essas medidas eram de caráter
conscientizador, mas faltavam as medidas de caráter prático. Somente a
conscientização e o arrependimento sem as mudanças concretas, na prática, no
dia-a-dia do povo, nada resolvem. O rei foi sábio e corajoso. Primeiramente,
ele próprio fez concerto com Deus para obedecer a sua palavra: “E pôs-se o rei
em pé em seu lugar e fez concerto perante o Senhor, para andar após o Senhor e para guardar os seus mandamentos, e os seus testemunhos, e os seus
estatutos, com todo o seu coração e com toda a sua alma, cumprindo as palavras
do concerto, que estão escritas naquele livro” (2Cr 34.31). Ele entendeu que
precisava dar o exemplo de liderança e, antes de propor um concerto do povo com
Deus, assumiu o compromisso diante de Deus e do povo de pautar seu reino pelos
mandamentos do Senhor.
Em seguida, ele levou o povo a fazer o concerto com
Deus: “E fez estar em pé a todos quantos se acharam em Jerusalém e em Benjamim; e os
habitantes de Jerusalém fizeram conforme o concerto de Deus, do Deus de seus
pais” (2Cr 34.32). Por fim, Josias usou da autoridade que Deus concedera a ele
e determinou que “todas as abominações” fossem tiradas do meio de Israel. Tais
abominações eram os ídolos perante quem seus pais ficavam curvados, afrontando
a santidade de Deus, e também as práticas abomináveis que provocaram a ira do
Senhor sobre Israel e Judá, como oferecer sacrifícios humanos aos demônios,
incluindo crianças inocentes. E Josias usou da sua autoridade respaldada na
palavra de Deus para obrigar o povo a oferecer o verdadeiro culto ao Senhor: “E
Josias tirou todas as abominações de todas as terras que eram dos filhos de Israel;
e a todas quantos se achara em Israel obrigou a que com tal culto servissem ao
Senhor, seu Deus; todos os seus dias não se desviaram de após o Senhor, Deus de seus pais” (2Cr 34.33).
Depois das reformas necessárias, Josias
cumpriu o que Deus determinara e, então, celebrou a Páscoa ao Senhor em
Jerusalém (2Cr 35.1-19).
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“O grupo designado por Josias procurou a profetisa
Hulda. É difícil explicar porque eles desconsideraram servos de Deus como
Sofonias, Jeremias ou possivelmente Habacuque, que viviam naquele tempo. Ela
era rara exceção, já que os homens normalmente ocupavam o cargo de profeta.
Hulda, presumivelmente, havia se estabelecido como uma confiável porta-voz de
Deus. A sua inspiração profética nesta ocasião é justificativa suficiente para
os servos do rei a terem procurado.
A palavra do Senhor através de Hulda consistia
de dois pontos principais: (a) A ira de Deus havia sido acesa e o julgamento
viria sobre o povo por causa das práticas idólatras; Josias, o rei de Judá não
viveria para ver a destruição e a desolação resultante da ira de Deus.
A importância das Escrituras tanto na vida
pessoal como nacional é realçada nos versículos de 2 Reis 22.8-20. O tema desta
passagem é ‘trazendo o livro de volta’. (1) A lei estava perdida dentro do
próprio Templo; (2) Sua repercussão levou ao arrependimento; (9) O
arrependimento leva ao reavivamento; (4) O reavivamento possibilita a
prorrogação da pena, e inclina os corações à busca do perdão” (Comentário
Bíblico Beacon. 1ª Edição. Volume I. RJ: CPAD, 2005, p.385).
JOSIAS - "Tinha Josias oito anos de idade quando começou a reinar, e reinou trinta e um anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe, Jedida..." 2 Reis 22:1
“A intenção de Deus em trazer desastre sobre
Judá como punição é confirmada pela profetisa Hulda. Porém, a Josias é
prometido que o julgamento não acontecerá em seu tempo. Josias responde a essa
palavra de graça ao redobrar seus esforços em direção ao Senhor. Nesse mesmo
ano, Josias conclama seu povo para novamente celebrar a Páscoa, com cerimônia
sem igual desde o tempo de Samuel. Com a idade de 39 anos, o reinado devoto de
Josias finaliza subitamente. Ele é morto lutando contra o faraó Neco que,
aparentemente, está correndo para ajudar as forças assírias presentes a serem
esmagadas pelos babilônios”. Para conhecer mais leia, Guia do Leitor da
Bíblia, CPAD, p.301.
CONCLUSÃO
A profetisa Hulda foi uma mulher de Deus
que teve um papel significante para a história de seu povo, ainda que de modo
muito passageiro. Todavia, o que importa é a qualidade de seu trabalho, e não a
extensão de seu ministério. Hulda soube colocar-se discreta e humildemente no
lugar que Deus reservou a ela. Mas, no momento certo, entregou a mensagem de
condenação de Deus ao povo de Judá, que, de maneira contumaz, afastara-se dos
caminhos do Senhor.
Fonte: Livro de apoio - O Caráter do Cristão - Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro - Elinaldo Renovato de Lima
Lições Bíblicas CPAD - 2º trim.2017 adultos - O Caráter do Cristão - Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro - Elinaldo Renovato de Lima
Dicionário Bíblico Wycliffe
Bíblia de Estudo Pentecostal - CPAD
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