“Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala” Hb 11.4
A importância da narrativa de Caim e Abel
A narrativa sobre os dois irmãos, Caim e Abel,
filhos de Adão e Eva, é uma das mais famosas e inquietantes histórias da
Bíblia. Tão importante que teve uma impressionante versão moderna na literatura
de ficção. A obra Abel Sanches — Uma História de Paixão, do filósofo,
romancista, ensaísta e dramaturgo espanhol Miguel de Unamuno, retratou a
experiência humana moderna retomando o fratricídio entre as duas personagens
bíblicas que inauguraram o primeiro homicídio da história da humanidade. É uma
trama que põe em xeque a natureza humana dominada pela inveja, que por
intermédio do contorno trágico dessa grande história, revela a primeira
injustiça praticada pelo gênero humano após a Queda. Caim e Abel saíram das
páginas da Bíblia para o mundo, pois apesar dos milênios, continua sendo a
história contemporânea da natureza humana dominada pelo pecado e tecida de
maneira nua e crua.
Abel é a antítese da injustiça de Caim
O capítulo 4 de Gênesis revela que o objeto
desse trágico acontecimento foi uma oferta. Evidente que a atenção do autor
sagrado não se volta meramente para o objeto, mas à intenção das pessoas que
portam o objeto e o apresentam a Deus (Gn 4.7). Segundo o relato das
Escrituras, a oferta de Caim foi trazida como fruto da terra, isto é, oferta de
grãos; a de Abel, das primícias dos animais, ou seja, oferta de sangue. Há quem
pense que Deus rejeitou a oferta de Caim por ela ter sido de grãos e não de
sangue. Tal interpretação não há fundamentação bíblica, a não ser por mera
indução. Parece-nos que a nota explicativa do teólogo Donald Stamps, Editor
Geral da Bíblia de Estudo Pentecostal, é permeada de melhor senso: “O Senhor
aceitou a oferta de Abel, porque este compareceu diante dEle com fé genuína e
consagração (Hb 11.4; 1Jo 3.12; Jo 4.23,24). A oferta de Caim foi rejeitada
porque ele estava destituído de fé sincera e obediente, e porque as suas obras
eram más (vv.6,7; 1Jo 3.12)”. Corrobora com essa assertiva o teólogo
pentecostal J. Wesley Adams, quando ele escreve: “[...] o sacrifício de Abel
era uma expressão de adoração que envolvia toda a sua vida e fé. Apresentou
toda a sua fé a Deus; não manteve qualquer reserva”. Diferentemente, Caim não
era justo. Deus disse que se ele fizesse o que era certo a sua oferta seria
aceita (Gn 4.3-7). Portanto, Caim foi devorado pela inveja, pelo ódio e pela
injustiça. - Revista Ensinador Cristão
O cristão deve viver de forma que agrade a Deus, ainda que sofra por causa disso.
Leitura Bíblica em classe: Gênesis 4.8-16
“Abel
Segundo filho de Adão. Era pastor. Ele oferecia a Deus ‘os primogênitos do
rebanho’, uma oferta mais aceitável que a de Caim, composta de grãos e vetais.
Não está explícito se ele era o preferido porque sua oferta incluía a vida e,
portanto, representava o símbolo da vida, ou porque era oferecida com um
espírito mais sincero. Num ímpeto de ira, Caim mata-o e tentou se eximir-se
dessa responsabilidade. Abel tornou-se o modelo de um mártir que sofreu por sua
fé (Mt 23.35). Foi honrado por Jesus e aparece na galeria dos heróis da fé (Hb
11.4). Embora sua oferenda fosse superior à de Caim, era inferior à de Jesus
Cristo (Hb 12.24). Pode ser dito a respeito dele que foi o primeiro pastor, o
primeiro a oferecer sacrifícios de animais, o primeiro homem justo (Mt 23.35; 1
Jo 3.12) e, o primeiro mártir. Ele foi vítima da mesma espécie de ciúme insano
que tirou a vida de Jesus.” (Dicionário
Bíblico Wycliffe Rio de Janeiro: CPAD, pg.2)
“Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta” (Mt 5.23,24).
Jamais poderemos comprar a Deus ou impressioná-lo com as nossas ofertas, pois tudo que existe nos céus e na Terra pertence a Ele. O Senhor não deseja apenas a nossa oferta, Ele almeja ser o primeiro em nossos corações. Somente quando Ele tem o primeiro lugar pode-nos transformar e fazer de nós pessoas melhores, cujo caráter revele a sua glória.
Nesta lição, estudaremos o caráter de Abel, o segundo filho de Adão e Eva. Abel nasceu depois da Queda e, com certeza, conhecia a vontade de Deus para a humanidade. Veremos que Abel tinha um caráter espiritual e digno. Conduzia-se de modo correto, demonstrando ter um relacionamento saudável com Deus e um coração bondoso, por isso, sua oferta foi aceita pelo Senhor.
ABEL: O HOMEM QUE AGRADOU A DEUS
O exemplo de Abel, homem espiritual e digno, em
sua conduta séria e voltada para o relacionamento correto com Deus em sua
adoração, mostra a sua escolha em ser fiel a Deus e o quanto foi terrível o
efeito do pecado na vida dos homens. Ao procurar oferecer a Deus um sacrifício
agradável e santo, Abel fez irromper no coração de seu irmão Caim, que era
carnal, o sentimento da inveja e da amargura sem sentido. A natureza carnal
mostrava, ali, no cenário familiar, a inveja, o ódio, a ira e a violência em
sua forma mais covarde e cruel. Um inocente sendo morto por motivo torpe, sem
chance de defesa.
Abel, homem
fiel, santo e inocente, foi morto pelo próprio irmão por causa de sua
fidelidade a Deus. Por permissão do Senhor, que respeita o livre-arbítrio
humano, teve início a tragédia da violência no seio da humanidade, em sua
marcha contínua e destruidora de vidas preciosas. Há quem diga que o sacrifício
de Abel foi aceito por Deus pelo fato de ser um sacrifício cruento, com sangue,
dos animais de que ele cuidava. Certamente, perante Deus, o sacrifício com
sangue já tinha o sentido profético do sacrifício de Cristo. Deus, porém,
também aceitava o sacrifício de vegetais. “As primícias, os primeiros frutos da
tua terra, trarás à casa do Senhor, teu Deus [...]” (Êx 23.19 a;
34.22; Lv 23.10 e ref.).
Na
realidade, o sacrifício de Caim foi rejeitado não por causa do tipo de oferta —
por ser de frutos da terra —, mas, sim, por causa do seu coração maligno, de
seus sentimentos maus. Antes de olhar para a oferta de alguém, Deus olha e vê o
coração (1 Sm 16.7c). Não adianta apresentar uma oferta ou um
sacrifício que chama a atenção dos homens em quantidade e/ou qualidade se o
interior estiver cheio de maldade, ódio ou presunção. Na verdade, Caim era mau.
A Palavra de Deus diz sobre seu caráter: “Porque esta é a mensagem que ouvistes
desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do
maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram
más, e as de seu irmão, justas” (1 Jo 3.11,12).
Nesse texto,
vemos, em poucas palavras, o caráter de Abel e o de Caim. Este “era do
maligno”. Por isso, deixou ser carregado pela inveja, malícia, ira e ódio
mortal contra seu irmão. Suas obras, ou seja, suas atitudes “eram más”. O
caráter de um homem não se mede ou se vê por sua personalidade, e sim por seus
atos, suas ações e atitudes. O caráter de Abel era totalmente diferente do de
seu irmão. Abel não era do maligno. Era homem de Deus; temente ao Senhor; grato
a Ele; suas obras eram “justas”.
Àquela
altura da história da família de Adão e Eva, já havia muitas pessoas na Terra
nascidas de uniões consanguíneas permitidas por Deus para a procriação
da raça humana e povoamento de todo o planeta. Como Abel, é possível que muitas
pessoas tenham voltado para Deus. Entretanto, havia outras, certamente, que se
afastavam para longe dos caminhos do Senhor, para as coisas do Diabo. Caim foi
um representante desse grupo que se desviou por caminhos pecaminosos, dominados
pelo pecado, que desvirtuou e degradou a natureza humana. Infelizmente, a
maioria das pessoas no mundo, em todos os tempos e em todos os lugares,
afasta-se de Deus por causa de sua natureza decaída, inclinada ao mal desde a
meninice (Gn 8.21).
I – A OFERTA DE ABEL
Adão e sua esposa já
tinham sido lançados para fora do ambiente edênico, com a missão de “lavrar a
terra” (Gn 3.23). As primeiras atividades humanas, portanto, eram a
agricultura e a pecuária. Em seus primórdios, essas atividades eram bastante
agregadoras da família. Pais e filhos trabalhavam para o sustento familiar de
forma bem rudimentar em caráter de sobrevivência. Como não puderam ficar no
Éden por causa do pecado, eles tiveram que obter seu pão com o suor
de seu rosto (Gn 3.19), ou seja, com muito esforço físico e desgaste em
seu organismo. Plantar e colher certamente eram atividades de grande
significado para os primeiros habitantes da terra. Adão foi o primeiro
agricultor. Seu primogênito, Caim, também se dedicou à agricultura — era
lavrador —, enquanto que Abel, o segundo filho, dedicou-se à pecuária, sendo o
primeiro pastor de ovelhas (Gn 4.2). Há quem diga que Caim e Abel eram
gêmeos, mas tal afirmação não tem fundamento bíblico. Pouco se sabe sobre Abel.
Muito mais está escrito sobre Caim. O testemunho de Abel, no entanto, é muito
mais eloquente por causa de sua fidelidade a Deus.
1. Uma Oferta Agradável a Deus
A oferta
ou o sacrifício oferecido a Deus não é visto por Ele pela oferta em si, e sim
pelo que está no coração do ofertante. A oferta de Abel foi aceita por Deus
porque ele entrava na presença do Senhor com o coração sincero e cheio de amor.
Suas obras eram justas porque ele era justo (Hb 11.4; 1 Jo 3.12),
íntegro e fiel. Deus dá tanto valor à integridade do coração que, mais à
frente, Ele elogiou Jó perante Satanás, dizendo: “Porque ninguém há na terra
semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a Deus, e desviando-se do
mal” (Jó 1.8b). A oferta só tem valor quando expressa o que está no íntimo de
quem a oferece. A oferta de Abel foi agradável porque ele era um verdadeiro
adorador. Ele adorava a Deus “em espírito e em verdade” (Jo 4.23,24).
Alguém pode até mesmo oferecer um dízimo ou uma oferta de grande valor
monetário, mas se não tiver retidão interior, não será aceito por Deus. Disse o
salmista: “Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a
sabedoria” (Sl 51.6). Na vida cristã, não se oferecem mais sacrifícios de
animais. Deus quer que ofereçamos a nós mesmos, com o nosso corpo, “[...]
em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1).
Podemos dizer que a oferta de Abel tinha essas características, de um
sacrifício que não era vivo, mas que era “santo e agradável a Deus”.
2. Uma Oferta de Grande Valor
Abel adorou a
Deus, oferecendo o melhor que tinha como fruto de seu trabalho. Ele não
ofereceu um sacrifício qualquer, mas dentre os primogênitos do seu rebanho. “E
Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e
atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta” (Gn 4.4). Notemos que Deus
atentou primeiro “para Abel” e, depois, “para a sua oferta”. “Pela fé, Abel
ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de
que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de
morto, ainda fala” (Hb 11.4). A oferta de Abel foi considerada “maior
sacrifício” do que a oferta de Caim. Primeiramente, porque foi “Pela fé”.
Abel não
viu a Deus como Adão viu, mas cria no Deus de seus pais; cria no Deus Criador
dos céus e da terra; cria que Deus deveria ser adorado e digno de louvor. Mas,
além de oferecer um sacrifício pela fé, Abel também tinha uma vida de justiça e
santidade; ele “alcançou testemunho de que era justo”. Essa é a razão principal
pela qual Deus avaliou sua oferta. Foi tão grande o valor da oferta de Abel
que, “por ela, depois de morto, ainda fala”! Jesus deu testemunho de Abel,
considerando-o “o justo” (Mt 23.35). Tal declaração feita por Jesus
demonstra o quão elevado era o caráter santo de Abel. Somente o sangue de
Cristo foi considerado o que “fala melhor que o ‘sangue’ de Abel”.
II – A INJUSTIÇA
CONTRA ABEL
1. Abel Era um Homem Justo
Diz a Bíblia: “Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo
qual alcançou testemunho de que era justo”. Não se sabe quantos anos Abel
tinha quando oferecia seu sacrifício a Deus e foi assassinado por seu irmão.
Mas, em toda a sua vida, ele demonstrou ser homem de bem, que andava em
retidão, de caráter ilibado e reconhecido por Deus. Abel representa a parte da
humanidade que se volta para Deus e que é formada por homens justos. Caim
representa a parte má da humanidade, que dá as costas para Deus e que busca os
interesses egoístas e imediatos. Contra Abel, foi perpetrado o terrível crime
de homicídio e fratricídio, não porque praticara qualquer ato indigno, mas
porque era homem como Jó: “reto, sincero, temente a Deus” e desviava-se do mal.
Em qualquer tribunal imparcial, a morte de Abel seria considerada uma terrível
injustiça, sujeita ao mais severo castigo. Caim poderia ter sofrido a pena de
morte se seu crime fosse cometido séculos mais tarde; pena esta por decreto do
próprio Deus (Gn 9.6) e na vigência da Lei de Moisés (Êx 21.12,14).
Abel era justo e morreu injustamente — permissão de Deus. Diz a Bíblia que o
que acontece ao ímpio acontece também ao justo (Ec 9.2).
2. Abel, o Primeiro Mártir
Abel foi protagonista primário de algumas coisas: foi o primeiro pastor
de ovelhas; o primeiro a oferecer sacrifício de animais no culto a Deus; e
também o primeiro homem justo; porém, também foi o primeiro mártir; e o
primeiro homem a ser morto por seu próprio irmão. Abel também foi o primeiro a
entrar para a galeria dos mártires por causa de sua fé e também o primeiro a
ter seu nome registrado na galeria dos heróis da fé (Hb 11.4). Jesus foi
morto por inveja: “Porque ele bem sabia que, por inveja, os principais dos
sacerdotes o tinham entregado” (Mc 15.10). Da mesma forma que Jesus, Abel
também foi morto por inveja. Caim ficou irado pelo fato de Deus ter aceitado a
oferta de Abel e, tomado de ódio, assassinou friamente o seu irmão sem dar a
ele chance alguma de defesa. Hoje, seu crime seria considerado homicídio
qualificado doloso por motivo torpe.
3. O Sangue de Abel Clama
O Deus de
Abel é o Deus da suprema justiça. Nada está encoberto a seus olhos. Caim matou
Abel às escondidas, num momento em que os dois irmãos estavam a sós, no campo,
cada um fazendo seu trabalho. Seus pais não perceberam o ódio que o primogênito
nutria por seu irmão mais novo, mas Deus tudo via. Quando Caim matou Abel,
enterrou-o para não ter seu crime descoberto. Porém, para Deus, que tudo vê (Gn 16.13),
o Deus Onisciente, nada fica em oculto. Jesus disse: “Porque nada há encoberto
que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser
descoberto” (Mc 4.22). Ao longo da História, muitos assassinos, fossem eles
isolados ou detentores de poder, como ditadores sanguinários e cruéis, mataram
muitos inocentes, enterrando-os em valas comuns, onde nunca foram achados.
Entretanto, no Juízo Final, os “Cains” da História serão todos confrontados
pelo Supremo Juiz do Universo e receberão o juízo que merecem. Todos terão o
mesmo destino de Judas, que traiu o seu mestre e salvador.
Quando Deus chamou Caim para responder por seu crime, o homicida demonstrou
arrogância e falta de respeito ao Criador. Deus sabia onde estava o cadáver,
porém quis que o assassino confessasse seu crime de viva voz. “E disse o Senhor
a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do
meu irmão?” (Gn 4.9). O pecado causou grande transtorno na mente humana.
Caim teve a audácia de mentir perante Deus e ainda afrontá-lo sobre a guarda do
irmão. O Criador, contudo, inquiriu gravemente e declarou a sentença de juízo e
maldição contra o criminoso: “E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu
irmão clama a mim desde a terra” (Gn 4.10). Onde houver um crime de morte,
um assassinato, o sangue clamará por justiça. O sangue de Abel clamava por
justiça e por vingança. Diferentemente do sangue de Cristo, que clamava por
perdão.
Depois daquele
encontro entre o Juiz Supremo e o criminoso, este ouviu a sentença de que seria
“maldito” desde a terra e que seu trabalho não mais seria produtivo, e sim
penoso. E mais do que isso: ele não teria mais paz, seria fugitivo e errante na
terra e viveria toda a sua vida com medo de ser morto. Mesmo assim, por sua
infinita misericórdia, Deus colocou um sinal em Caim para que não fosse morto (Gn 14.11-16).
Vejamos no quadro abaixo as características de Abel e as lições que podemos extrair de sua vida e conduta. Embora os dois irmãos tenham tido a mesma criação, o coração de Caim era mau.
A educação dos pais é importante para a formação do caráter cristão, mas não é fator determinante, pois temos livre-arbítrio para fazermos escolhas, ainda que erradas, como fez Caim.
III – UM HOMEM QUE AGRADOU A DEUS
Abel Soube Agradar a Deus
O
episódio envolvendo Caim e Abel é o mais destacado na história de Adão. O
relato bíblico autoriza-nos a dizer que Abel buscou a Deus com mais afinco e
amor, pois ele entendeu que seu sacrifício deveria ser do melhor daquilo que
possuía: “E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua
gordura; e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta” (Gn 4.4). Além
de oferecer sacrifício “dos primogênitos” das ovelhas, o texto também diz que
ele levou a Deus “da sua gordura”. O sacrifício com a gordura sobre o altar era
“cheiro suave” e agradável a Deus (cf. Êx 29.13; Lv 4.31) e
fazia parte do “sacrifício pacífico” e “oferta queimada ao Senhor” (cf. Lv 3.3,14).
Que Deus nos ajude e nos guarde e também nos dê sabedoria e amor para
oferecermos sempre “sacrifício de louvor” (Sl 50.14). “Portanto,
ofereçamos sempre, por ele, a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos
lábios que confessam o seu nome” (Hb 13.15).
Caim agradou ao
Diabo. Seu caráter foi deformado porque ele deu lugar ao Diabo. Encheu-se
de inveja, quando percebeu que Deus aceitara o sacrifício do irmão e não o seu.
A inveja é tão prejudicial que provoca “podridão dos ossos” (Pv 14.30). A ira,
por sua vez, é um sentimento carnal que se transforma em ódio, agressão e
crime. É um sentimento perigoso e destrutivo: “Porque a ira destrói o louco; e
o zelo mata o tolo” (Jó 5.2). Ao invés de buscar a Deus, Caim deu lugar ao
maligno. “Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão. E por que
causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas” (1Jo
3.12).
CONCLUSÃO
A humanidade começou mal com a desobediência dos primeiros habitantes da
terra. Adão pecou ao ouvir o Diabo através de sua mulher. Toda a tragédia
humana decorre daquele gesto precipitado sob a insinuação maliciosa do Diabo.
Expulsos do Éden, Adão e Eva certamente criaram seus filhos mostrando os
preceitos e mandamentos de Deus para eles. Caim, o primogênito, preferiu seguir
o exemplo do pai quando desobedeceu ao Criador. Seu irmão, Abel, pelo
contrário, preferiu dedicar-se a adorar a Deus e oferecer o melhor dos seus esforços e trabalho.
Deus aceitou a oferta de Abel e rejeitou a oferta de Caim. Por isso, por
inveja, este foi tomado de ira e matou o seu irmão. Foi o primeiro homicídio,
que foi seguido de milhões de atos semelhantes que causaram e ainda causam dor
e tristeza. Em pleno século XXI, a ciranda da violência prossegue ceifando
vidas preciosas. Somente com a intervenção de Deus na terra, essa onda maligna
de infelicidade cessará. No Milênio, o planeta será restaurado em seu ambiente
ecológico, social e espiritual.
Fonte: Livro de apoio - O Caráter do Cristão - Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro - Elinaldo Renovato de Lima
Lições Bíblicas CPAD - 2º trim.2017 adultos - O Caráter do Cristão - Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro - Elinaldo Renovato de Lima
Dicionário Bíblico Wycliffe
Bíblia de Estudo Pentecostal - CPAD
Não concordo com alguns escritores que diz que o sangue de abel clama por vingança, é totalmente à pessoas de abel, e também este sangue faz referência ao sangue de Cristo, ou seja, o sangue de abel clamou pelo seu irmão, e de Cristo clama por toda a humanidade
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