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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

A origem da diversidade cultural da humanidade - Livro de Gênesis

[...] Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e, agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer” Gn 11.6


O capítulo 11 de Gênesis expõe a história de Babel, concluindo todos os relatos pré-abraâmicos. Além de encerrar a série de narrativas das origens, a história de Babel leva o leitor diretamente para a narrativa de Abraão e a conseqüente à formação do povo de Deus. A história de Babel tem como um de seus intuitos apresentar o ambiente pagão e politeísta do nosso pai na fé, Abraão.
Gênesis 11 mostra que a confusão do idioma, quando Deus decidiu confundir as línguas da humanidade, ocorreu na quarta geração pós-diluviana. O propósito por trás do relato da Torre de Babel está paralelamente ligado ao mesmo propósito da narrativa de Adão e Eva em Gênesis 3: mostrar a busca pela própria autonomia e usurpar a glória de Deus. O povo de Babel tinha o propósito de transcender às limitações humanas. Queria mostrar que não dependia do auxílio de Deus, pois buscava a glória humana, e não a divina. Isso fica claro quando fazemos uma comparação da Torre de Babel com o Dia de Pentecoste (At 2):



A Torre de Babel representa a eterna tentativa do ser humano em ser autônomo, ser independente e dono do seu próprio destino. Mas o texto deixa claro que quando o ser humano porfia por esse caminho, ele entra pelo caminho da morte, da rebelião contra a vontade de Deus. De outro modo, o Dia de Pentecoste representa o ideal de Deus, por intermédio da Igreja, o Corpo de Cristo, em viver uma comunhão verdadeira e uma vida que faça sentido para o ser humano. A Torre de Babel é a tentativa da emancipação do homem por si mesmo; o Dia de Pentecoste é Deus, por intermédio do Espírito Santo, emancipando o ser humano. Revista Ensinador Cristão nº64-pg.41

Apesar da multiplicidade de línguas e dialetos, decorrente da confusão de Babel, o Evangelho de Cristo pode ser perfeitamente entendido em todos os idiomas e culturas.


Neste estudo veremos que um dos fatores que contribuíram para que a depravação da humanidade viesse a crescer de forma vertiginosa foi o monolinguismo. A Terra havia sido purificada pelas águas do dilúvio, mas a semente do pecado estava em Noé e em seus descendentes. Não demorou muito para que o pecado se alastrasse novamente. Já que não havia impedimento quanto a língua, os homens cheios de soberba, e com um espírito de rebelião se unem para fazer um monumento que seria símbolo da sua empáfia. Deus não estava preocupado com a construção ou com o tamanho da torre, mas com a arrogância que dominava, mais uma vez o coração do homem. O Senhor abomina a altivez, o orgulho (Pv 6.17). Que venhamos guardar os nossos corações destes sentimentos tão nefastos.

Gênesis 11.1-9 - Torre de Babel, um monumento à soberba humana

INTRODUÇÃO
Só no Brasil, são falados, além do português, 187 idiomas. Alguns, por 11 pessoas; outros, por apenas duas. Tais números tendem a crescer se levarmos em conta as etnias ainda não contatadas. Num único país, já temos uma formidável Babel.

No mundo todo, segundo a Enciclopédia Ethnologue, há 6.912 línguas e dialetos. A mesma fonte acrescenta que, nas regiões da Ásia e do Pacífico, há mais de 300 unidades linguísticas ainda não catalogadas. Boa parte desses idiomas terá uma existência bastante efêmera. Alguns não demorarão a ser extintos; outros, sufocados, perderão a identidade.
Qual a origem da diversidade linguística e cultural da humanidade? Em Gênesis, Moisés narra como a civilização, a princípio monologuista e monocultural, veio a dividir-se em idiomas, dialetos e falares. Multiplicando-se a língua, subdividiu-se a cultura dos filhos de Noé.

I. A APOSTASIA DE CAM E A SEDIÇÃO DE CANAÃ
No capítulo anterior, vimos como a família de Noé acabou por dividir-se por causa da irreverência de Cam. À primeira vista, o fato mais parecia uma comédia de mau gosto. Aquele deboche, porém, viria a revelar o pecado que reinava no coração de Cam e já imperava na alma de Canaã, seu filho. O que era apostasia pessoal desdobra-se, agora, numa sedição coletiva.

1. A sedição de Canaã. Em toda a narrativa bíblica, devemos observar não somente o que diz o autor sagrado como também o que ele deixou de dizer. Alentemos à sedição de Canaã que, embora não declarada, foi ganhando corpo ao longo da História Sagrada. A partir do ignominioso episódio da embriaguez de Noé, pôs-se Canaã a aliciar a sua geração, levando-a a rejeitar a cultura divina que o patriarca buscava implantar na nova civilização.
À semelhança de Lameque, Canaã leva a segunda civilização a revoltar-se contra Deus. Sua influência foi tão poderosa que, em pouco tempo, induz a todos à incredulidade, à desobediência, à arrogância e ao ateísmo.

2. A incredulidade generaliza-se. Deus havia garantido àquela gente que não mais destruiria a terra através de um novo dilúvio. Iniciada alguma chuva, erguiam-se de imediato as cores de sua aliança, arquejando os hemisférios. Logo, qual a utilidade de uma torre, cujo topo arranhasse o céu?
Cidades e torres seriam construídas aos milhares desde então. Todavia, os discípulos de Canaã não intentavam erguer uma cidade, ou uma simples torre; porfiavam por um monumento contra Deus. Nessa metrópole, cujo epicentro seria pontificado por um zigurate, haveriam de se apinhar, impedindo o repovoamento e a lavratura do planeta.
Aquela geração não mais confiava em Deus. Seduzida já por Canaã, é tomada por um pavor mórbido de outra inundação. E, receando ser espalhada, rejeita coletivamente os desígnios que o Senhor lhe reservara. Juntos, supunham-se mui seguros; dispersos, imaginavam-se insulados, fracos e vulneráveis.
Era plano de Deus que os varões, deixando a casa paterna, constituíssem novas famílias. Desdobrar-se-iam estas em tribos, nações e povos. Todavia, isso somente seria possível se as novas unidades domésticas se propusessem a ocupar os continentes e ilhas. O Senhor buscava pioneiros e empreendedores. Logo, não há civilizações sem desafios e aventuras.

3. A desobediência espalha-se. Canaã possuía um excelente marketing. Sabia mentir, e tanto mentiu, que a sua mentira veio a fazer-se verdade aos ouvidos rebeldes. Dentro em pouco, ninguém mais ousava aventurar-se por terras estranhas, a fim de iniciar uma nova tribo, nação ou povo. O pecado daquela geração até que não parecia grave. Se todos buscam concentrar-se num só lugar, que mal pode haver nisso? Num primeiro momento, nenhum. Todavia, tal postura quebrantava o mandamento que o Senhor confiara a Adão, e, depois, a Noé. Talvez os filhos de Sem, Jafé e Cam ainda não soubessem que a confinação poderia ser-lhes fatal. A concentração urbana gera licenciosidade, violência, injustiça social e tirania.

4. Arrogância virulenta. No início da segunda civilização, apenas dois eram os desobedientes e revoltosos. Mas a apostasia de Cam e a sedição de Canaã não demoraram a espalhar-se entre os filhos de Sem e Jafé. O problema, agora, não era mais a violência, nem a promiscuidade sexual; era algo pior: o orgulho. Os descendentes de Noé construiriam uma torre, visando uma única coisa a perpetuação de seu nome. Por isso, desabrem-se arrogantemente: "Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra" (Gn 11.4). A soberba adora monumentos. Faraó ergueu as pirâmides. Nabucodonosor, os jardins suspensos. Nero, a nova Roma. Quanto aos governantes atuais, constroem grandes edifícios, mas são incapazes de estender, aos mais pobres, serviços tão básicos e mínimos como redes de água e esgoto. O soberbo pode não se preocupar com a sua descendência, mas faz questão de erguer pelo menos um monumento. Haja vista Absalão, filho de Davi (2Sm 18.18). Não sei a que altura Babel alcançou. De uma coisa, porém, estou certo: não era maior do que o ego daquela geração que se punha contra o Senhor.

5. Ateísmo, a nova religião. Tomados já pela soberba, os descendentes de Noé punham-se, agora, aberta e declaradamente contra Deus. Rejeitando o governo divino, optavam por uma governança humana. Não lhes interessava mais o Reino do Céu, mas o império da Terra. Fizeram-se ateus não por que desacreditassem do Criador, mas por se voltarem à criatura.

II. A CIVILIZAÇÃO MONOLINGUISTA
Já imaginou se toda a humanidade falasse alemão no período da Segunda Guerra Mundial? Providencialmente, havia muita gente, no século passado, pensando contrariamente a Hitler noutros idiomas e dialetos. Assim, puderam os homens livres congregar-se, a fim de preservar as conquistas da civilização.

1. Vantagens do monolinguismo. Quando viajo aos Estados Unidos sinto-me um pouco frustrado: “Por que todo mundo fala inglês, menos eu”. Aliás, até os alienígenas dominam o bendito idioma de Shakespeare. Nos filmes de ficção cientifica, os exploradores americanos deixam a galáxia, não se assustam com os buracos de minhoca, ignoram os vórtices temporais, e, no outro lado do Universo, a centenas de anos luz da Terra, encontram um alienígena que fala perfeitamente o inglês. Quanto a mim, tenho de contentar-me com uma comunicação monossilábica com os falantes da língua inglesa.

Já imaginou se todos falassem um único idioma? Não precisaríamos de interpretes, nem de tradutores para falar de Cristo aos alemães, chineses e belgas. Inexistindo barreiras idiomáticas, sentir-nos-íamos mais irmanados. A comunicação com os africanos e asiáticos fluiria como fluem os rios que cortam ambos os continentes. O conhecimento poderia ser transmitido com eficácia sem os perigos que representam as traduções apressadas e temerárias. Mas Deus, a fim de preservar a espécie humana, adiou por bem confundir-nos a língua, para que o caos não fosse maior.

2. Desvantagens do monolinguismo. Canaã não precisou de muito para induzir a nascente civilização à apostasia. Já que todos falavam a mesma língua e moravam num só lugar, compartilhando iguais costumes, foi-lhe relativamente fácil desviar os filhos de Sem e Jafé.
A ordem divina era que, espalhando-se todos, viessem a ocupar toda a terra Canaã, porém, queria ajuntar a todos em torno de uma torre, símbolo de sua tirania. O que ele pretendia, na verdade, era instaurar uma ordem mundial, cuja essência era o ateísmo. Ninguém podia negar a existência de Deus, pois a presença divina era ainda bem forte nos resquícios da arca e nos testemunhos de Sem e Jafé. Talvez o próprio Noé ainda vivesse quando do episódio de Babel. Se não podiam negar-lhe a existência, contra Ele colocaram-se abertamente.

3. O idioma dos antigos. Ao contrário do que muita gente imagina, o idioma de Adão e Eva não era o hebraico.
Aliás, a língua oficial de Israel nem existia quando Noé saiu da arca. Segundo depreendo do texto sagrado, nem o próprio Abraão falava a língua hebreia. Sendo o patriarca arameu, é de se supor que, ao deixar a sua terra, falava ele o mais puro aramaico (Dt 26.5). Mas, no decorrer do tempo, seus descendentes foram paulatinamente modificando o idioma de Ur, até que, no cativeiro egípcio, deu-se a formação do hebraico como hoje conhecemos.

O primeiro idioma humano foi um presente divino. Nos diálogos que o Senhor mantinha com Adão, na viração daqueles dias e noites, foi o homem aprendendo como se expressar. Primeiro deu ele nome aos animais; depois, à sua mulher. Dali em diante, não lhe foi difícil narrar suas experiências e expressar-se em proposições teológicas. No episódio da queda, o homem já possuía um vocabulário suficiente até para desculpar-se diante do Senhor. Do primeiro idioma humano, devemos ter apenas alguns indícios raros e bem longínquos. Que era perfeito e belo, não há dúvida, pois Adão e seus filhos não proseavam; expressavam-se em poesia. Num poema, Adão recebeu Eva, sua mulher. Eva, em versos, abraçou o primogênito como dádiva de Deus. Metrificando sua irritação, Caim demonstra todo o seu ódio contra Abel. A linguagem humana era linda e perfeita até mesmo na boca assassina de Lameque.
Mas o que era poético estava prestes a tornar-se prosaico e corriqueiro em decorrência da soberba dos filhos de Noé.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
*A Torre de Babel 
“Como a humanidade, descendendo novamente de uma única família, tornou-se tão dividida? A história da Torre de Babel explica. Deus introduziu idiomas que dividem o povo como um ato de julgamento quando os descendentes de Noé tentaram arrogantemente alcançar os céus.
O capítulo 11 de Gênesis nos mostra os descendentes de Sem, a linhagem da qual surgiram Abrão e, em última análise, Cristo.”
Para conhecer mais leia Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p.31.

“Façamos uma torre cujo cimo atinja os céus”, quadro de Hendrick III van Cleve (1525-1589).


III. A CONSTRUÇÃO DE BABEL
Até hoje, o Burj Khalifa é o edifício mais alto do mundo. Localizado em Dubai e medindo 828 metros de altura, o prédio é o símbolo da moderna engenharia. Conhecido como a Torre do Califa, o prédio assoberba-se num dos centros mais valorizados do mundo. Não acredito que a torre de Babel chegasse a essas alturas, pois os arquitetos da época, apesar de sua audácia e perícia, ainda não possuíam recursos técnicos e materiais para uma construção tão arrojada. Todavia, Babel era alta o bastante para provocar a ira de Deus.

1. A engenharia pós-diluviana. Qual a altura da atmosfera terrestre? O que sabemos é que o oxigênio só começa a ficar respirável abaixo de 11 quilômetros. Deduz-se, pois, que ninguém haveria de vislumbrar um edifício de 11 mil metros de altura. Os antigos também sabiam disso, pois eram inteligentes, argutos e cautos. Doutra forma, jamais teriam descoberto novos continentes, povoado a terra e dominado tantas ciências e artes. Aliás, eram eles mais inteligentes que nós. Se hoje, sabemos mais do que eles, é porque olhamos o mundo a partir de seus ombros.

Se eles eram tão inteligentes, por que ousaram descrever uma torre, cujo topo alcançasse os céus? Eis o que eles disseram “Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra” (Gn 11.4). Acaso não sabiam das impossibilidades técnicas de se construir um edifício de cinco, seis ou 10 mil metros de altura?
E claro que sabiam. Nós também o sabemos. Entretanto, quando erguemos um prédio alto e avantajado, chamamo-lo de arranha-céu. Aquela gente não era estúpida nem tola, como o próprio Deus reconhece: “Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer” (Gn 11.6). A humanidade é capaz inclusive de fazer o seu ninho entre as letras.

2. Uma cidade à prova d’água. Em linhas gerais, este era o projeto arquitetônico dos filhos e netos de Noé: “Vinde, façamos tijolos e queimemo-los bem. Os tijolos serviram-lhes de pedra, e o betume, de argamassa. Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra” (Gn 11.3,4).
A metrópole seria edificada com tijolos bem queimados e amarrados, entre si, por uma argamassa de betume. O que eles buscavam era uma cidade à prova d’água. Se houvesse outro dilúvio, estariam eles a salvo naquele centro urbano. E, caso este viesse a ser inundado, correriam todos à torre, onde, segundo imaginavam, estariam a salvo.

Todo esse complexo era alicerçado por uma filosofia deletéria e antagônica a Deus: concentrar a todos num só lugar, substituir a religião divina por um culto antropocêntrico e favorecer a ascensão do império do Anticristo. O Senhor Jesus ainda não havia nascido, mas já havia uma forte oposição à sua presença entre os filhos dos homens.
Parece que a nova geração desconhecia os efeitos do Dilúvio. Se o Senhor quisesse destruir a terra através de outra inundação, ninguém haveria de segurar o ímpeto de suas águas.

3. O primeiro ídolo humano. Até este momento, ainda não se tinha notícia de ídolos de barro, de pedra ou de metais. O ídolo do homem era o próprio homem. Mas eis que o ser humano ergue o seu primeiro deus. A torre que serviria para confinar os filhos de Noé haveria de conduzi-los a uma virulenta idolatria. Dessa forma, a sedição de Canaã seria mais deletéria que a de Lameque. Se isso ocorresse, não haveria mais um justo como Noé para assegurar, diante de Deus, a continuidade da espécie humana. A engenharia está intimamente associada à idolatria. Torres, zigurates, pirâmides e templos, tanto ontem quanto hoje, têm levado os homens a materializar o seu orgulho e soberba. Aliás, até o Santo Templo veio a fazer-se armadilha a Israel (Jr 7.4). Por isso mesmo, Deus não habita em templos feitos por mãos humanas, mas escolhe um coração humilhado e contrito para ai residir (Atos 17.24; Is 57.15).


O bem preservado zigurate de Ur (Templo da Lua), no Iraque. Essa construção foi a primeira do tipo a ser descoberta e teria sido erguida entre 2113 e 2096 a.C. por ordem do rei sumério Ur-Nammu. Detêm 21 metros de altura por 62,5 x 43 metros em suas bases. Fotografia: Josh McFall, 26.07.2005 / Fonte: Museu de Imagens.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
*ZIGURATE 
O zigurate era uma espécie de templo construído pelos assírios, babilônios e sumérios, povos da Antiga Mesopotâmia. Esta construção tinha o formato de uma pirâmide, porém com a presença de espécies de degraus.
Os zigurates possuíam de 3 a 6 andares. Eram construídos de pedra ou de tijolos cozidos ao Sol. A entrada era feita através do topo do templo, sendo que o acesso ocorria através de uma rampa espiralada, construída nas paredes externas do zigurate. Sua função religiosa era muito importante, pois os antigos mesopotâmicos acreditavam que os zigurates serviam de morada para os deuses. Através destas construções, acreditavam que os deuses estariam mais perto da sociedade. Logo, somente os sacerdotes poderiam acessar as partes internas do zigurate. (SuaPesquisa.com)

Apesar da semelhança com as pirâmides do Egito, sua estrutura interna e finalidade são bem distintas: os zigurates não possuem câmaras internas e são templos religiosos destinados à moradia dos deuses – diferentemente da complexa estrutura das pirâmides e destinação mortuária. “Nas cidades mesopotâmicas, as construções mais importantes eram as ligadas às grandes instituições, ao templo e ao rei. Sendo a moradia da divindade tutelar da cidade, o templo era o símbolo central do bem-estar local e, em geral, a estrutura mais alta. Os reis reformavam e reconstruíam os templos dos centros religiosos importantes como sinal da aprovação divina”. (Dominic Rathbone - História Ilustrada do Mundo Antigo,2011, p.118)

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"A história nos conta que, em assembleia, os novos habitantes de Sinar tomaram uma decisão totalmente fora da vontade de Deus. O propósito da ação é claro. Queriam fama (Gn 11.4). E desejavam segurança: 'Para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra'. Ambas as metas seriam alcançadas somente pelo empreendimento humano. Não há dúvida sobre a ingenuidade das pessoas. Não tendo pedras, fabricaram tijolos de barro e depois queimaram bem. Viram a utilidade do betume abundante na área e o usaram como argamassa.
O interesse principal desse povo não estava numa torre, embora também houvesse a construção de uma cidade. A torre ia alcançar os céus. Nada é dito sobre um templo no topo da torre, por isso não está claro se a torre era como os zigurates que houve mais tarde na Babilônia.
O paganismo está indiretamente envolvido nesta história, pois havia um ímpeto construtivo em direção ao céu e o único verdadeiro Deus foi definitivamente omitido de todo planejamento e de todas as etapas. Mas Deus não estava inativo. O julgamento de Deus logo veio. Para demonstrar que a unidade humana era superficial sem Deus, Ele introduziu confusão de som na língua humana. Imediatamente estabeleceu-se o caos. O grande projeto foi abandonado e a sociedade unida, sem temor de Deus, foi despedaçada em segmentos confusos. Em hebraico, um jogo de palavras no versículo 9 é pungente. Babel significa 'confusão' e a diversidade de línguas resultou em balbucis ou fala ininteligível" (Comentário Bíblico Beacon. Vol 1. 1.ed.  Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 55). 



IV. A PRONTA INTERVENÇÃO DE DEUS
Não sabemos em que ponto da empreitada de Babel interveio o Senhor. Talvez seus alicerces já houvessem sido lançados. Ou, quem sabe, os tijolos já começassem a ganhar os contornos de uma torre. O certo é que é o Senhor, intervindo a tempo, evitou que a segunda civilização experimentasse o mesmo destino da primeira.

1. A torre que Deus não viu. Narra o autor sagrado que o Senhor “desceu para ver a cidade e a torre, que os filhos dos homens edificavam” (Gn 11.5). Nesta passagem, há uma ironia fina e quase imperceptível. Apesar de os descendentes de Noé estarem construindo um arranha-céu, Deus precisou descer para vê-lo. Assim são os nossos projetos. Aos nossos olhos, tão altos e sublimes; aos de Deus, pequenos e desprezíveis.
Desde então, os homens pouco aprenderam, pois imaginam que seus monumentos são capazes de lhe garantir a vida eterna. O que dizer das pirâmides? Conta-se que Napoleão, ao contemplá-las teria declarado às suas tropas: “Soldados, do alto daquelas pirâmides quarenta séculos vos contemplam”. Ainda que se avultem perenes, não subsistirão para sempre. Um dia serão apenas pó e cinza. Pobre Babel! Mais que uma torre, um símbolo da rebeldia humana contra o Senhor.

2. A confusão que trouxe ordem. Já resolvido a paralisar a construção da torre, decreta o Senhor: “Eis que o povo é um, e todos têm a mesma linguagem Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer. Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro” (Gn 11.6,7).
Dessa forma, foram aqueles clãs dispersos por toda a terra. Agrupando-se de acordo com a sua identidade linguística, parte dos camitas deteve-se nas terras que o Senhor daria a Israel; a maior parte deles, todavia, foi parar na África. Os semitas espalharam-se pela Asia. Quanto aos jafetistas, encetaram uma grande caminhada em direção à Europa. No decorrer dos séculos, esses clãs, forçados por êxodos e imigrações, ditaram às ilhas mais distantes e ao Artico.
A diversidade linguística acentuaria não só o distanciamento geográfico entre os clãs, mas também o cultural. Nem a globalização foi capaz de eliminar tais compartimentos. No Evangelho de Cristo, porém, irmanamo-nos, transcendendo barreiras linguísticas e culturais.

3. Removido o perigo de extinção. Se a humanidade fosse confinada em Sinear, falando todos uma só língua, em torno de um único líder, acredito que a linhagem adâmica já teria desaparecido. Nossa reserva genética acabaria por estreitar-se de tal forma que, em poucas gerações, nos levaria à extinção.
Deus é sábio em todos os seus caminhos. A ordem de povoar a Terra, inicialmente dada a Adão, e, depois, confiada a Noé, tinha como objetivo guardar a humanidade de si mesma. A concentração urbana vem mostrando-se uma tragédia. Nesses conglomerados, multiplicam-se as enfermidades, conflitos e males espirituais. Em caso de catástrofes, as consequências ganham contornos apocalípticos.

CONCLUSÃO
A humanidade, com a dispersão de Babel, veio a ocupar, progressivamente, os mais distantes continentes e as ilhas mais desconhecidas. Desde então, idiomas e dialetos vêm-se multiplicando. Línguas nascem e morrem, culturas sedimentam-se; erguem-se fronteiras e derrubam-se fronteiras.
Não obstante toda essa diversidade, o Evangelho de Cristo vai chegando até aos confins da Terra. A confusão que o Senhor incitou em Babel foi, miraculosamente, desfeita no Pentecostes, visando a universalização do Evangelho. Ao narrar a descida do Espirito Santo no Pentecostes, escreve Lucas: “Todos ficaram cheios do Espirito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espirito lhes concedia que falassem. Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua. Estavam, pois, atônitos e se admiravam, dizendo: Vede! Não são, porventura, galileus todos esses que aí estão falando? E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna?” (At 2.4-8).
O Evangelho é a mensagem por excelência. Todos podem compreendê-lo e, plenamente, aceitá-lo. Em Cristo, as famílias de Sem, Jafé e Cam fazem-se irmãs; a comunhão é plena.



PARA REFLETIR
A respeito do livro de Gênesis:
O que levou os descendentes de Noé a construírem a torre de Babel?
Eles queriam fama e desejavam segurança. Foram movidos pelo orgulho.
Como eles construíram a torre?
Eles prepararam o material: tijolos bem queimados e betume.
O que teria acontecido se eles tivessem alcançado o seu intento?
O homem não teria cumprido o mandato cultural que Deus havia lhe dado.
O que, hoje, separa os seres humanos?
A diversidade linguística, cultural e geográfica.
Que episódio bíblico é considerado o contraponto da torre de Babel?
A proclamação do Evangelho, pois no Pentecostes, “todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” At 2.4

Fonte:
O começo de todas as coisas - Estudos sobre o Livro de Gênesis - 4ºtrim.2015
O começo de todas as coisas - Estudos sobre o Livro de Gênesis - Claudionor de Andrade (Livro de Apoio)
Rathbone. Dominic - História Ilustrada do Mundo Antigo, Publifolha_2011

Guia do Leitor da Bíblia - CPAD
Revista Ensinador Cristão - CPAD - nº64
Dicionário Bíblico Wycliffe
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia Defesa da Fé


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