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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

O impiedoso mundo de Lameque

E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” Gn 6.5

O relato dos capítulos 5 e 6 se refere à linhagem familiar de Adão, mais particularmente à geração de Sete. Essa genealogia faz um contraste com a linhagem de Caim descrita no capítulo anterior (Gn 4.17-24). Neste contraste, há a presença de dois “Lameques”, um no capítulo 4 (vv.18,23) e outro no capítulo 5 (vv.28-31).

Qual a diferença entre esses dois “Lameques”?

O Lameque do capítulo 4 é o da linhagem de Caim, trata-se, pois, de um homem violento e odioso, conforme o autor sagrado descreveu: “E disse Lameque a suas mulheres: Ada e Zilá ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai o meu dito: porque eu matei um varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar. Porque sete vezes Caim será vingado; mas Lameque, setenta vezes sete” (vv.23,24). O Lameque do capítulo 4 cantava e entoava a impiedade e a violência. A intenção de fazer o mal pulsava em seu coração, pois Lameque matou um jovem só porque este o pisou.

O Lameque do capítulo 5 é o da geração de Sete. A geração que começou a buscar a face do Senhor Deus. Esse Lameque é o pai de Noé. Diferentemente das palavras do Lameque do capítulo 4, o pai de Noé se referiu ao seu amado filho, quando o nomeou, assim: “E chamou o seu nome Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou” (Gn 5.29). Este Lameque conhecia bem ao Senhor e sabia que a terra estava cheia de violência. Entretanto, ele depositou a sua esperança no seu filho, pois sabia que Noé agradaria o Senhor seu Deus.

Enquanto o Lameque do capítulo 4 simboliza a violência, o ódio, a desesperança, o mundo entregue ao mal, o plano de Caim que aprofundou o mal sobre a terra com a devassidão moral, a violência ilimitada e a terrível resistência à graça divina; o Lameque do capítulo 5 representa a esperança, o consolo de Deus a uma geração. Este Lameque é o Lameque que não prosperou em maldade, mas em bondade, misericórdia e consolação.

Por intermédio de Lameque, o pai de Noé, chegou o livramento de Deus para a humanidade. Lembremos de que Jesus de Nazaré é da linhagem de Noé. No Dilúvio, o plano de Deus apontava para o plano maior dEle para o mundo: a Cruz do Calvário.

Revista Ensinador Cristão-nº64-pg.39

"E saiu Caim de diante da face do Senhor, e habitou na terra de Node, do lado oriental do Éden. E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu, e deu à luz a Enoque; e ele edificou uma cidade, e chamou o nome da cidade conforme o nome de seu filho Enoque; e a Enoque nasceu Irade, e Irade gerou a Meujael, e Meujael gerou a Metusael e Metusael gerou a Lameque."
Gênesis 4:16-18 - Leia o texto: Caim era do maligno

INTRODUÇÃO
Como você classificaria um homem que, após haver matado duas pessoas, compõe um poema? Num verseto atrevido e insolente, ele garganteia a façanha às suas esposas: “Ada e Zilá, ouvi-me; vós, mulheres de Lameque, escutai o que passo a dizer-vos: Matei um homem porque ele me feriu; e um rapaz porque me pisou. Sete vezes se tomará vingança de Caim, de Lameque, porém, setenta vezes sete” (Gn 4.23,24). Sim, como você classificaria tal homem? No mundo que precedeu o Dilúvio, ele foi aclamado como herói. Embora soubesse que o Criador não lhe deixaria impune o duplo homicídio, Lameque continuou a viver como se não houvesse Deus. Sua atitude replicar-se-ia até mesmo entre os filhos de Sete. A partir daquele poema, a humanidade inicia um processo de depravação total e irreversível.
Nosso mundo em nada difere da sociedade lamequiana, exceto num pormenor estatístico. Naquele tempo, o número dos piedosos não chegava à casa da dezena. Hoje, os justos são contados aos milhões.
Entremos, pois, a conhecer o abominável mundo de Lameque.

O mundo de Lameque em nada diferia do nosso; resistindo à graça de Deus, entregaram-se à devassidão, à violência e à resistência ao Espírito Santo.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO 
"LAMEQUE"
1. Filho de Metusael, um descendente de Caim, que foi o primeiro polígamo, tendo se casado com Ada e Zilá (Gn 4.18-24). Seus filhos foram Jabal (pai dos que habitam em tendas e têm gado), e  Jubal (pai de todos que tocam harpa e órgão), e Tubalcaim (mestre de toda a obra de cobre e de ferro). Lameque cantou para suas esposas, vangloriando-se de ter matado os homens que o feriram ou o golpearam. Essa vanglória é geralmente entendida como sendo a confiança nas armas de metal de seu filho, em oposição à confiança em Deus. Estes filhos parecem torná-lo o pai dos nômades, músicos e artífices em metal.

2. Filho de Matusalém que, com a idade de 182 anos, se tornou o pai de Noé, e viveu até a idade de 777 anos (Gn 5.25-31). Por ocasião do nascimento de seu filho, ele expressou o desejo de que em Noé a maldição de Adão chegasse ao fim: 'Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o Senhor amaldiçoou' (Gn 5.29). Ele está incluído na genealogia do Senhor Jesus (Lc 3.36)" - Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed.RJ: CPAD, 2006, p.1130. 


I. A IMPERFEIÇÃO NUM MUNDO PERFEITO
Lançado em 2014, o filme Noé, roteirizado e dirigido por Darren Aronofsky, levou o leitor da Bíblia à frustração. Pelo menos, esse foi o meu sentimento ao desperdiçar mais de duas horas com aquela caricatura da primeira epopeia da História Sagrada. Para começar, Aronofsky mostra o mundo pré-diluviano como que arrasado por uma guerra nuclear. De acordo com a sua paródia, a Terra já não existia ecologicamente. Do texto sagrado, porém, inferimos outra realidade. Nosso planeta era farto e pródigo; a humanidade, saudável e longeva; e, no ambiente natural, reinava perfeita harmonia.

1. Um planeta farto e pródigo. Apesar do pecado, a Terra pré-diluviana era um habitat perfeito; proporcionava alimentos e regalos a todos. Por isso, os filhos de Adão davam-se ao luxo de viver irresponsável e impiamente. Observemos a descrição que faz o Senhor Jesus deste período: “Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca” (Mt 24.38).
Aquela geração não se angustiava com os problemas que, hoje, nos afligem. Ninguém se preocupava com a ecologia. Água? Rios e riachos não lhes faltavam. Como possuíssem tudo em abundância, gastavam as horas em orgias e truculências. Longevos, nem menção à morte faziam. Comiam e bebiam, e contavam a vida em séculos, não em décadas.

2. Vida longa e próspera. O Sr. Spock, personagem interpretado por Leonard Nimoy (1931-2015), sempre despedia-se de seus amigos com uma saudação quase rabínica: “Vida longa e próspera”. Oriundo de Vulcano, Spock, além de longevo, fazia questão de orientar-se por uma ética irretorquível e através de uma lógica superior e pura.
A geração de Lameque também usufruía de uma vida longa e próspera. Entretanto, vivia imoral e irracionalmente. Sua lógica era o pecado. Ora, se a sua iniquidade já tinha uma história de quase dois mil anos, por que mudar? Então, vida longa e próspera a um mundo que se compraz no Maligno.
Não era incomum deparar-se com um adúltero de seiscentos anos, com um assassino de oitocentos ou com um corrupto de quase mil. Imagine a folha corrida dos lamequianos.
Por isso, o Senhor resolve colocar um limite biológico à vida humana. Doravante, os filhos de Adão e Eva não irão além dos 120 anos (Gn 6.3). Se fizermos uma comparação entre as genealogias dos capítulos 5 e 11 de Gênesis, verificaremos que, na primeira, a vida humana era computada em séculos. Na segunda, nossa existência já pode ser contada em décadas. Se Matusalém chegou a 969 anos, Terá, pai de Abraão, morrerá aos 205 (Gn 11.32). Foi este, a propósito, o último dos longevos. Na conclusão do Gênesis, constata-se: a fronteira biológica do ser humano já estava fixada. José, filho de Jacó, falece aos 110 anos (Gn 50.26). Mais tarde, queixar-se-ia Moisés da efemeridade da existência (SI 90.10).

Com uma vida quase milenar, os pré-diluvianos viviam pendularmente entre a eternidade e a impunidade Como um homem de quase mil anos haveria de temer a morte? E se Deus já os entregara aos próprios erros, não lhes castigando de imediato a iniquidade, por que temer o Juízo Final se a História mal havia começado? Por essa razão, os contemporâneos de Noé viviam para pecar e pecavam para viver.

3. Harmonia ecológica. Até o Dilúvio, havia perfeita harmonia entre os reinos animal, vegetal e humano. Os animais selvagens não representavam qualquer ameaça A única ameaça era o próprio homem. Agressivo e irreconciliável, amedrontava até mesmo a mais brutal das feras. Após o Dilúvio, contudo, pavor e medo recairiam sobre o reino animal; sobre a natureza, gemido e angústia (Gn 9.2; Rm 8.22). O mundo ainda era perfeito, belo e sustentável. Mas o povo que o habitava era o antônimo de tudo isso. Ao invés de agradecer ao Criador por todas as benesses, os filhos de Adão aproveitavam tais favores para depravar-se totalmente. Um mundo perfeito para uma geração imperfeita.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Nos dias de Noé, o pecado abertamente se manifestava no ser humano, de duas principais maneiras: a concupsciência carnal (v.2) e a violência (vv.11,12). A degeneração humana não mudou; o mal continua irrompendo desenfreado através da depravação e da violência. Hoje em dia, a imoralidade, a incredulidade, a pornografia e a violência dominam a sociedade inteira.
Deus se revela já nestes primeiros capítulos da Bíblia, como um Deus pessoal para com o ser humano, e que é passível de sentir emoção, desagrado e reação contra o pecado deliberado e a rebelião da humanidade.
(1) A expressão ‘arrependeu-se’ (6.6) significa que, por causa do trágico pecado da raça humana, Deus mudou a sua disposição para com as pessoas; sua atitude de misericórdia e de longaminidade passou à atitude de juízo.
(2) A existência de Deus, o seu caráter e seus eternos propósitos traçados, permanecem imutáveis, porém, Ele pode alterar seu tratamento para com o homem, dependendo da conduta deste. Deus altera, sim, seus sentimentos, atitudes, atos e intenções, conforme as pessoas agem diante da sua vontade (Êx 32.14; 2Sm 24.16).
(3) Essa revelação de Deus como um Deus que pode sentir pesar e tristeza, deixa claro que Ele, em relação à sua criação, age pessoalmente, como no recesso de uma família. Ele tem um amor intenso pelos seres humanos e solicitude divina ante a penosa situação da raça humana (Sl 139.7-18)” Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.41.


II. O EFEITO LAMEQUE
Teologicamente, Adão foi o grande responsável pela introdução do pecado no mundo (Rm 5.12). Historicamente, porém, o pecado alastrou-se a partir de Lameque, filho de Metusael (Gn 4.18). Foi ele o primeiro pecador confesso da história da humanidade. De uma única feita, admitiu haver cometido duas transgressões contra Deus. Sua confissão, todavia, não foi acompanhada de arrependimento nem remorso; fez-se acompanhar de um medo que logo seria esquecido. Indiretamente, confessa a bigamia. E, diretamente, o duplo homicídio. Sua confissão jaz num poema que, hoje, é conhecido como o Cântico da Espada (Gn 4 23,24).

1. A bigamia. De conformidade com o projeto original de Deus, o casamento teria como fundamento a heterossexualidade, a monogamia e a indissolubilidade. Lameque, entretanto, corrompeu as bases do matrimônio, tomando para si duas esposas: Ada e Zilá.
Noutra circunstância, os nomes de suas mulheres até rima dariam. Mas, naquele momento, não havia ritmo nem harmonia, havia uma iniquidade que, assustadora e rapidamente, começava a alastrar-se por aquela região. De berço, a região do Éden ia transformando-se no túmulo da primeira civilização humana. Na vida de Lameque, as coisas ruins vinham aos pares: duas mulheres, dois homicídios, etc. Tivesse o seu poema mais versos, outras iniquidades apareceriam em duplas. Sua confissão duplicada basta para mostrar um processo irreversível de apostasia. Da poligamia à promiscuidade sexual foi apenas um passo. Seu exemplo contaminaria inclusive a linhagem de Sete que, apesar de um passado santo e piedoso, também se deixará contaminar pela libertinagem. Eis o testemunho da Bíblia: “Como se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas, vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhes agradaram” (Gn 6.1,2).

Os descendentes de Sete, aqui alcunhados de filhos de Deus, não somente fazem-se polígamos, como também ultrapassam todos os limites da decência. Tomando para si quantas mulheres lhes permitiam a luxúria e a libertinagem, transformaram o convívio social numa orgia desenfreada.

2. Duplo homicídio. Se Caim teve de ser duramente arguido por Deus para confessar o assassinato de Abel, não precisou Lameque de arguição alguma. Espontânea e livremente, declara haver assassinado banalmente dois homens. Um adulto, ele o matou porque o ferira. E um rapaz por lhe ter pisado. Se recorrermos ao original, constataremos que o segundo crime foi ainda mais grave. Lameque revela ter assassinado um jovem. Em hebraico, yeled pode aludir tanto a um adolescente quanto a uma criança. Logo, o seu crime, além de banal e covarde, foi singularmente brutal.

Nossos dias parecem não diferir em nada do mundo de Lameque. Por um grama de droga há muito jovem, adolescente e criança perdendo a vida. E, por causa de uns míseros centavos, muita gente não retorna ao lar. Banalmente, assassina-se, hoje, como banalmente assassinava-se naqueles começos da História. Tanto no princípio, quanto no fim, a índole criminosa do ser humano em nada melhorou, caminhamos de mal a pior.

Lameque deflagrou a iniquidade por todo o planeta. Hoje, somos angustiados por assassinatos, genocídios e crimes contra a humanidade. Haja vista os extermínios de judeus e armênios, e a matança promovida como política pública por monstros como Stalin, Hitler, Mao Tsé-Tung e Pol Pot.

*Maldade e violência
"Essas palavras são usadas para caracterizar os pecados que causaram o dilúvio de Gênesis.

Maldade é rasah, atos criminosos que violam os direitos dos outros e tiram proveito do sofrimento deles.

Violência é Hamas, atos deliberadamente destrutivos que visam prejudicar outras pessoas.

Quando qualquer pessoa é marcada por situações frequentes de maldade e violência corre o risco de receber o Juízo de Deus". Guia do Leitor da Bíblia, CPAD,p.29.


III. UM MUNDO PARADOXAL
O mundo de Lameque não era caracterizado apenas pela rebelião contra Deus. No exercício de seu mandato cultural, desenvolveu, desde cedo, a agropecuária, a metalurgia e a música. Foi uma época de grandes conquistas intelectuais e tecnológicas. Do texto bíblico, inferimos que a engenharia já estava bem desenvolvida, pois a geração pós-diluviana não teve dificuldades em construir a Torre de Babel. O curioso é que todo esse progresso proveio da geração de Caim. Os filhos de Sete, antes de se transviarem, haviam se dedicado mais às atividades espirituais e teológicas.

1. A primeira cidade. Banido da presença do Senhor, Caim habitou na terra de Node, ao oriente do Éden. Ali, teve o seu primogênito, a quem chamou Enoque. Como a sua linhagem se multiplicasse, organiza ele uma cidade, a qual dá o nome de seu filho mais velho. Em torno desse centro urbano, as atividades profissionais diversificam-se. Aparecem os pecuaristas como Jabal. Surgem os metalúrgicos como Tubalcaim. E despontam os artistas como Jubal. Também irrompem os primeiros conflitos, revelando grandes e notórios criminosos e malfeitores.

No campo e na cidade, a rebelião contra Deus alastra-se, contaminando toda a Terra. O fenômeno urbano encarrega-se de espraiar os maus exemplos, levando os filhos de Adão a um rápido processo de depravação essencial e total.

Apesar de a Bíblia nada dizer acerca da civilização setista, esta organizou-se também em cidades. Inexistindo barreiras linguísticas e geográficas, não demoraria para que a civilização caimita englobasse a setista, e lançasse os fundamentos da megalópole da iniquidade. Foi o primeiro ensaio do Anticristo no estabelecimento de seu império. Vejamos as atividades econômicas da civilização caimita.

2. Atividades agropecuárias. Embora os descendentes de Adão e Eva pudessem viver da caça e da coleta de frutas, verduras e legumes, desde cedo empenharam se em trabalhar seletiva e metodicamente a terra. Essa preocupação acentuou-se entre os filhos de Caim, o primeiro agricultor.
Jabal, filho de Lameque, deixando a cidade de Enoque, passou a dedicar-se à criação de gado. E, na busca por boas pastagens, faz-se nômade. Por isso, ele é conhecido como o “pai dos que habitam em tendas e possuem gado” (Gn 4.20). Observemos que, para construir e erguer tendas, necessitava Jabal de instrumentos cortantes e coberturas para suas moradias portáteis. Teriam aqueles antigos habilidades para fiar o algodão e o linho? Deveríamos pensar nesses detalhes, pois são bastante reveladores.

3. Atividades industriais. Não há agricultura nem pecuária sem uma indústria de base. Há de se ter, pelo menos, uma boa metalurgia para se forjar enxadas, pás e relhas aos agricultores, e os instrumentos próprios dos pecuaristas. E justamente aí que surge a indústria de Tubalcaim. Filho de Caim com Zilá, foi ele “artífice de todo instrumento cortante, de bronze e de ferro” (Gn 4.22).

Não foi, portanto, o homo erectus quem descobriu o fogo. Dizem os evolucionistas que este, ao observar os raios faiscando nas árvores, veio a intuir ser possível dominá-lo. Também não foi Prometeu quem no-lo proporcionou, roubando-os aos deuses do Olimpo. Se alguém descobriu o fogo não foi o homo erectus, nem os deuses da mitologia grega, mas o justo Abel que, ao fazer sua oferenda ao Senhor, queimou-a como cheiro suave. A partir dai, os filhos de Adão passaram a utilizá-lo, a fim de preparar alimentos, alumiar suas casas, etc.F

Tubalcaim viria a descobrir ser possível industriar o fogo e, assim, fundir os minérios de bronze e de ferro. Ora, se a região era rica em ouro, por que não explorá-lo? Acredito que, se a humanidade não tivesse pecado contra o Senhor, poderia ter começado a civilização não a partir do ferro, mas do ouro.

Segundo a história secular, a Idade do Ferro teria começado por volta do ano 1200 a C. Todavia, já na aurora da humanidade, havia um metalúrgico e fundidor que, admiravelmente, sabia como trabalhar o bronze e o ferro. Processando-os, forjava instrumentos cortantes. Das forjas de Tubalcaim deve ter saído também muita espada e punhal. Violência era o que não faltava àquela época.

4. Atividades intelectuais e artísticas. A música brotou da alma do homem, pois sempre esteve no Espírito de Deus. Quando o Senhor criava os céus e a terra, os anjos entoavam-lhe louvores altos e eternos (Jó 38.7). Acredito que a feitura de Adão fez-se também acompanhar dos coros angélicos. Por isso, somos naturalmente musicais. Jubal, também filho de Lameque, foi “o pai de todos os que tocam harpa e flauta” (Gn 4.21). Observando a sinfonia da natureza, logo descobriu ser possível arrancar harmonias e ritmos da madeira e do metal. Dessa forma, compôs músicas e madrigais. Terá ele musicado o poema de Lameque? O certo é que, não somente criou instrumentos, como também ensinou música. Ele inventou harpas e flautas. Os músicos subsequentes criariam a trombeta, o pífaro, a citara, o saltério e a gaita de foles (Dn 3.5).

Paradoxalmente, as finuras da mente eram livre e espontaneamente manifestadas, apesar da corrupção que campeava no mundo de Lameque. Longe de serem primitivos e involuídos, os primevos eram evoluídos, inteligentes e muito mais inventivos do que nós. Só lhes faltava uma coisa a verdadeira sabedoria que nos advém com o temor a Deus.



SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Os descendentes de Caim desenvolveram a primeira civilização:
Jabal adquiriu gado e é chamado o pai da agricultura. Jubal inventou instrumentos de música e é considerado pai das belas artes; Tubalcaim inventou ferramentas e armas, começando assim uma indústria em embrião.” - Paul Hoff, O Pentateuco.

IV. A RELIGIÃO DE LAMEQUE
No mundo de Lameque, não havia espaço aos ídolos de barro, madeira ou ferro. Ali, a religião era agressivamente antropológica. Seus ídolos eram os varões que se notabilizavam por atos violentos, por façanhas truculentas e por repetidas e agravadas blasfêmias contra o Espírito Santo. A geração de Lameque era uma raça de anticristos: homens, mulheres e crianças depravavam-se até ao inferno. Um mundo irremissível; votado à destruição. Era uma gente pior do que Satanás. Se não fosse destruída, arruinaria para sempre a criação divina.

1. A teologia. A geração de Lameque não desconhecia a presença de Deus. E, posto não haver ainda o governo humano, o próprio Criador era quem os governava. Aqueles ímpios, contudo, confrontavam o Eterno, não lhe aceitando a governança.

Aquela gente tinha a Deus como fraco e leniente; um criador distante da criação. E, como fossem todos longevos, desconheciam as noções de brevidade que, hoje, levam-nos a refletir seriamente sobre a morte. Para eles, a vida era longa e próspera. Havia gente mais velha que Portugal, mais antiga que os Estados Unidos e com mais história que o Brasil. Segundo imaginavam, Deus não fazia bem nem mal.

2. Os ídolos. O autor sagrado fala dos heróis daquela época: “Ora, naquele tempo havia gigantes na terra,- e também depois, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos; estes foram valentes, varões de renome, na antiguidade” (Gn6.4). Os tais não eram semideuses nem super-humanos, mas pecadores notórios. Nem após o arrebatamento da Igreja o mundo chegará a tal degradação, pois, nos últimos dias, ainda haverá arrependimentos e conversões. Portanto, o Dilúvio era inevitável.

3. A relação com o Espírito de Deus. Da geração de Lameque, falou o Senhor: “O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos” (Gn 6.3). Não sabemos por quantos anos, décadas, ou séculos, a geração de Lameque resistiu ao Espírito Santo. Da resistência ao Espírito de Deus, aqueles homens, mulheres e crianças passaram a blasfemar contra a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, depravando-se totalmente.
Imaginemos toda uma civilização a blasfemar contra o Espírito Santo. Fizeram-se aqueles homens piores do que os demônios. Estes, por não serem dotados de corpo, não podem estragar a criação física. Aqueles, pelo contrário, dotados de corpo e alma, transgrediam tanto no campo espiritual, como âmbito terreno. Os seguidores de Lameque eram duplamente endemoninhados.


CONCLUSÃO
Vivemos dias semelhantes aos de Lameque. Nosso mundo parece depravar-se total e irreversivelmente. Hoje, porém, temos um povo mais forte e numeroso que a família de Noé. Se naquele tempo os justos eram contados em unidades, agora, são computados em milhões. Portanto, como sal da terra e luz do mundo, evangelizemos, protestemos contra o pecado e, através de um testemunho ilibado, apregoemos a volta de Cristo.

Enquanto a Igreja for Igreja, o Anticristo não achará guarida completa neste mundo. Embora avance em todas as áreas, sempre encontrará homens, mulheres, jovens e até crianças dispostos a barrar-lhe a trajetória. Não podemos esquecer nossa vocação de sal e de luz. Se tivermos ambas as propriedades em nosso testemunho pessoal e coletivo, levaremos o Evangelho de Cristo até aos confins da terra sem impedimento algum.


Fonte:
O começo de todas as coisas - Estudos sobre o Livro de Gênesis - 4ºtrim.2015
O começo de todas as coisas - Estudos sobre o Livro de Gênesis - Claudionor de Andrade (Livro de Apoio)
Guia do Leitor da Bíblia - CPAD
O Pentateuco - Paul Hoff - ed.Vida
Revista Ensinador Cristão - CPAD - nº64
Dicionário Bíblico Wycliffe CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia Defesa da Fé
Aqui eu Aprendi

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