Membros / Amigos

Conheça mais de nossas Postagens

Research - Digite uma palavra ou assunto e Pesquise aqui no Blog

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O início do Governo Humano - Livro de Gênesis

Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus” Rm 13.1

“A democracia é a pior forma de governo, exceto todas as outras que têm sido tentadas de tempos em tempos” — frase atribuída a Winston Churchill.

Dizem alguns filósofos que a história da humanidade pode se resumir na luta pelo poder. Ou como disse Karl Marx: “A história de toda a sociedade até aos nossos dias nada mais é do que a história da luta de classes”. Se Churchil e Marx estão certos, esta não é a discussão que desejamos levantar aqui — é bom lembrar que Churchil e Marx são cosmovisões completamente distintas uma da outra, conservadorismo x socialismo.

Entretanto, desde Noé e sua descendência, quando se começou a estabelecer um governo humano, até os dias contemporâneos, muita coisa aconteceu. Reinos se levantaram e reinos foram abatidos. Imperadores chegaram ao poder e imperadores foram retirados do poder. Os governos deixaram de ser uma pessoa para ser uma Carta Magna, com o advento das constituições federais. O Estado não é mais o indivíduo, como disse Luis XV da França (“O Estado sou eu”).

Tudo isso faz parte do plano de Deus para o governo humano. Nosso Senhor disse: “Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado” (Jo 19.11a). Nosso Senhor deixa claro que todo poder que existe no mundo foi estabelecido por Deus. O apóstolo Paulo escreveu: “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus” (Rm 13.1).
A ideia bíblica de que a autoridade foi ordenada por Deus para garantir a ordem e o bom funcionamento para a sociedade é apresentada nas Escrituras desde a família de Noé, quando do novo começo da humanidade, passando pela história de toda civilização humana.

Essa é uma boa oportunidade para refletirmos sobre os governos atuais que flertam com a ditadura, com a falta de interesse de desenvolver a educação da nação e a prioridade de proteger o cidadão com estratégias de segurança pública. São questões atuais e necessárias para serem refletidas. Ainda em Romanos, o apóstolo Paulo diz: “Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela” (13.3). Neste texto, está implícito que o governo, segundo a perspectiva de Deus e das Escrituras, é para fazer o bem, proteger as pessoas de bem e fazer justiça a quem for vítima de um algoz que praticar o mal.
Todo poder estabelecido no mundo provém de Deus e prestará contas a Ele! - Revista Ensinador Cristão- nº64

Deus instituiu autoridades e leis, a fim de preservar a sociedade humana de uma depravação total e irreversível.

INTRODUÇÃO
Imaginemos o Dilúvio em nossos dias. Ao entrar no imenso navio, construído nalgum estaleiro asiático, Noé e sua família teriam de deixar, para trás, a maior parte das invenções e conquistas dos últimos cem anos. De nada lhes serviria o avião, o tablete ou o celular. Mas, sabiamente, aperceber-se-iam de provisões para uns 13 ou 14 meses, pois a vida, a bordo da arca, exigiria muita comida, ração e água potável.
Passada a grande inundação, e já fora da imensa nau, a família noética teria de iniciar um novo processo civilizatório. As invenções teriam de ser reinventadas, e as coisas já descobertas, redescobertas com urgência. Já imaginou recriar o motor elétrico, o automóvel, a televisão, o computador entre outras maravilhas de nossa era? Nem mencionaremos os avanços na área da medicina.
A humanidade, em apenas quarenta dias, seria arremessada, da era do conhecimento, à idade do bronze. A partir daí, teríamos de retrilhar os passos dos sábios, cientistas e inventores, para que voltássemos a usufruir de algum progresso tecnológico. Providencialmente, a civilização adâmica, naquele período, ainda era rudimentar se comparada à nossa. Mesmo assim, teve de haver um recomeço.

Noé e sua família permanecem a bordo da arca por quase um ano (Gn 7.11; 8.13). Ao deixarem a embarcação, conscientizam-se de que, de agora em diante, terão de se deparar com uma realidade inteiramente nova.

I. O RECOMEÇO DA CIVILIZAÇÃO
Os avanços da primeira civilização, embora admiráveis, ainda podiam ser razoavelmente dominados por uma única família. Que o patriarca fosse agricultor, não há dúvida. Quanto aos seus filhos, não lhes sabemos as profissões. Sei apenas que Noé, Sem, Jafé e Cam, eram excelentes marceneiros, por terem levado adiante o projeto de uma arca que, apesar do formidável cataclismo, deu-lhes abrigo e segurança por mais de um ano. Portanto, em sua construção, lograram eles preservar os princípios indispensáveis da ciência e da tecnologia do mundo antediluviano.

1. A continuidade história da humanidade. O Dilúvio rompeu um processo civilizatório, mas, paradoxalmente, deu prosseguimento à história da humanidade. A narrativa que teve início, com Adão, teria continuidade, agora, com Noé. Portanto, a grande inundação é apenas um trecho da longa peregrinação do ser humano sobre a face da Terra.
Hoje, narramos a História Sagrada aos nossos filhos e netos sem que seja preciso explicar-lhes hiatos ou lacunas. Arqueologicamente, os vestígios diluvianos não são expressivos. Teologicamente, porém, as evidências são fortes, irrespondíveis e racionais. Estamos diante de um fato, não de uma parábola ou alegoria.
A história ai está para lembrar-nos que, apesar de nossos pecados e iniquidades, o plano divino para os filhos de Adão será rigorosamente cumprido. Por isso, o Dilúvio não pode ser visto apenas como a maior tragédia natural do planeta, tem de ser encarado como a maior epopeia da espécie humana.

2. O repovoamento da terra. A história da humanidade terá continuidade com uma nova civilização. Mas, para que esta vingue, é necessário e urgente repovoar a terra. Por isso, o Senhor abençoa Noé e sua família “Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra” (Gn 9.1). A benção fazia-se imprescindível, porque o repovoamento do planeta haveria de ser efetuado a partir de três casais.
A reserva genética de que dispunha a espécie humana, naquele momento, era insignificante. Três casais para repovoar a Asia, a Europa, a África, as Américas e a Oceania. Os primeiros casamentos, por conseguinte, dar-se-iam entre primos. Noutras circunstâncias, as uniões endogâmicas acabariam por gerar homens e mulheres débeis, enfermiços e até mesmo desfigurados. Haja vista os desastres genéticos da casa de Faraó. Para que isso não viesse ocorrer na família de Noé, abençoa Deus extraordinariamente aqueles casais, cujos filhos teriam de nascer fortes, saudáveis e perfeitos, pois a sua missão civilizatória seria árdua e estressante.
Era a segunda vez que o Senhor abençoava geneticamente a raça humana. A primeira deu-se com Adão e Eva, cujos filhos tiveram de casar-se entre si. Agora, porém, isso não mais será necessário, pois, ao invés de um, há três casais prontos a dar sequência ao repovoamento do planeta. Abençoados, haveriam de gerar povos fortes, inteligentes e aguerridos que, em breve, espalhar-se-iam pelos cinco continentes.
Daqueles três casais saíram tribos, povos, reinos e impérios.

3. Uma nova realidade ecológica. Em consequência da grande inundação, a Terra já não teria a fartura e a prodigalidade do período pré-diluviano. Doravante, seus habitantes terão de experimentar longas estiagens, fomes e enfermidades. Se o planeta anteriormente era protegido por um escudo aquoso, este, por ocasião do Dilúvio, veio abaixo, engolindo boa parte dos continentes. Desde então, achamo-nos vulneráveis aos raios ultravioletas do Sol. E, sob tais condições, ninguém mais desfrutaria da longevidade tão comum à primeira civilização.
A Terra, agora, passaria a requerer maiores cuidados e empenhos. A nova realidade ecológica encurtar-nos-ia a vida, não nos permitindo avançar além dos 120 anos. Na realidade, quem chega aos 80 dá-se por feliz.



SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

"Quanto tempo durou o dilúvio?"
"Gênesis 7 e 8 registra detalhes sobre isso. Os animais entraram na arca no dia 10 do mês dois (7.8,9). A chuva começou sete dias depois (v. 11), e o volume de água foi aumentando até dia 27 do mês três (v. 12). A arca não toca a terra até dia 17 do mês sete (8.4). O cume de montanhas é visto no dia 1º do décimo mês (v. 4), e as portas da arca finalmente são abertas em 1º do mês um (v.13). A terra estava seca o suficiente para Noé e sua família saírem em 27 do mês dois (v. 14), um ano e dez dias depois que o dilúvio começou" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 30).

"O relato do dilúvio fala-nos, tanto do julgamento do mal, como da salvação (Hb 11.7).
(1) O dilúvio, trazendo a total destruição de toda a vida humana fora da arca, foi necessário para extirpar a extrema corrupção moral dos homens e mulheres e para dar à raça humana uma nova oportunidade de ter comunhão com Deus.
(2) O apóstolo Pedro declara que a salvação de Noé em meio às  águas do dilúvio, seu livramento da morte, figurava o batismo do cristão" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 42).

"Quando as águas do dilúvio baixaram?"
"Gradualmente, as águas do dilúvio baixaram. Noé e sua família começaram a viver a vida num novo mundo com sacrifício e adoração. Deus introduz o governo humano fazendo os homens resistirem ao mal em sociedade. O Senhor ainda se comprometeu em nunca mais destruir toda a vida por enchente. A terra foi purificada. A única família depois do dilúvio, porém, carregava a natureza humana decaída e o pecado que quase imediatamente se fez presente na embriaguez de Noé e na imoralidade do seu filho Cam." leia mais-Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 30


II. O ARCO DE DEUS
Segundo os antigos gregos, o arco-íris pertencia a uma deusa, cuja tarefa era unir o Céu e a Terra. Mensageira dos olimpianos, estava sempre pronta a derramar oráculos e mistérios sobre os pobres mortais. Íris, como era chamada, de vez em quando fazia o seu arco aparecer, a fim de acalmar as gentes do Mediterrâneo.
Se nos pusermos a pesquisar as mitologias europeias, africanas, asiáticas e ameríndias, constataremos: o arco, que nunca pertenceu a íris, acha-se na alma de todas as tribos, nações e povos. Mas, somente na Bíblia Sagrada, encontraremos o seu verdadeiro proprietário e significado.

1. Uma promessa bem visível. Já fora da arca, Noé erige um altar, e, sobre este, oferece aves e animais limpos ao Senhor, agradecendo-o pelo grande livramento. O sacrifício alcança os céus, e acalenta o coração de Deus. Em seguida, promete-lhe o Senhor: “Não tornarei a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade; nem tornarei a ferir todo vivente, como fiz” (Gn 8.21).

O Senhor deixa bem claro ao seu servo, que a Terra não será arrasada por outro dilúvio: “Enquanto durar a terra, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 6.22). Para que não pairasse dúvida alguma sobre as suas intenções, aprouve a Deus dar-lhes um sinal bem visível de sua aliança com a raça humana: “Este é o sinal da minha aliança que faço entre mim e vós e entre todos os seres viventes que estão convosco, para perpétuas gerações: porei nas nuvens o meu arco; será por sinal da aliança entre mim e a terra. Sucederá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, e nelas aparecer o arco, então, me lembrarei da minha aliança, firmada entre mim e vós e todos os seres viventes de toda carne; e as águas não mais se tornarão em dilúvio para destruir toda carne. O arco estará nas nuvens; vê-lo-ei e me lembrarei da aliança eterna entre Deus e todos os seres viventes de toda carne que há sobre a terra” (Gn 9.12-16).
A partir daquele momento, os seres humanos veriam a chuva não mais como ameaça, mas como parte das bênçãos divinas. Aos israelitas prestes a tomar posse de Canaã, promete o Senhor através de Moisés: “Se diligentemente obedecerdes a meus mandamentos que hoje vos ordeno, de amar o Senhor, vosso Deus, e de o servir de todo o vosso coração e de toda a vossa alma, darei as chuvas da vossa terra a seu tempo, as primeiras e as últimas, para que recolhais o vosso cereal, e o vosso vinho, e o vosso azeite” (Dt 11.13,14).
Hoje, faltando chuva num lugar, todos olham para o céu a esperar pela intervenção divina. Enquanto redijo estas linhas, a cidade de São Paulo acha-se inquieta, porque não houve chuva suficiente em seu principal reservatório.

2. A função do arco de Deus. Hoje, até poderíamos viver sem o arco-íris, porque todos sabemos que Deus não voltará a destruir a Terra através de um novo dilúvio. Aos descendentes de Noé, porém, o arco de Deus não era apenas um fenômeno ótico; era a garantia de que o Senhor estava no controle de todas as coisas. E, portanto, não permitiria que a segunda civilização tivesse qualquer ruptura, pois os seus desígnios são eternos.
Já imaginou se o arco de Deus não aparecesse por ocasião de uma chuvarada ou tempestade? A geração pós-diluviana seria arruinada por uma profunda e incurável depressão. Bastaria o tempo fechar e as nuvens sobrecarregarem-se, para que todos se apinhassem nos outeiros, montes e torres. Aliás, a humanidade não faria outra coisa a não ser construir barcos e navios, pois a imagem do Dilúvio era ainda aterradora.

Deus, por sua infinita misericórdia, estabeleceu um novo pacto com o homem. Este pacto teve como símbolo um arco nos céus.

III. UMA NOVA CIVILIZAÇÃO
A partir do altar que erguera ao Senhor, inicia Noé uma nova civilização. Ele invoca a Deus  que, prontamente, responde-lhe com uma promessa. Portanto, o início da civilização atual foi essencial e ostensivamente teocrática. Mas, para que os males da primeira não viessem a destruir a segunda, o Senhor toma uma série de medidas, a fim de viabilizá-la.

1. A extensão da vida humana. Os homens já não serão tão longevos quanto os antediluvianos. Se fizermos uma comparação entre a genealogia do capítulo cinco, que tinha como tronco o próprio Adão, e a do capítulo 11, cuja cepa é Noé, concluiremos que Deus, de fato, reduziu drasticamente a extensão da vida humana.

Doravante, o homem não mais contará a sua vida em séculos, mas em poucas e minguadas décadas. Se Matusalém alcançou 969 anos, José morrerá aos 110. E, hoje, os mais robustos logram chegar aos 70 ou, quando muito, 80 anos. Se por um lado os bons pouco viverão, os maus não durarão muito. Dessa forma, daremos sequência à civilização através de nossos filhos, netos, bisnetos e tataranetos. Senão podemos ter um John Wesley com 500 anos, não corremos o risco de um Hitler com 600. Sábia e amorosamente, o Senhor encurtou-nos os dias, para que viéssemos a contá-los e remi-los de acordo com a sua vontade.

2. A nova dieta humana. Na primeira civilização, a dieta humana era composta de frutas, verduras e legumes. Após o Dilúvio, porém, o Senhor permite aos filhos de Noé a dieta animal, para suplementarem a vegetariana, Eis a orientação que Deus deixa a Noé: “Tudo o que se move e vive ser-vos-á para alimento; como vos dei a erva verde, tudo vos dou agora. Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis” (Gn 9.3,4).
Se, no início, os animais serviam apenas para o culto ao Senhor e para as lidas do campo, a partir de agora hão de servir também como alimentação aos filhos de Noé.

IV. ORDENAMENTO JURÍDICO DA NOVA CIVILIZAÇÃO
Na era pré-diluviana, era o próprio Deus quem ministrava a justiça entre os filhos de Adão. Não havia medianeiros angélicos nem humanos. Por causa da morte de Abel, arguira o Senhor pessoalmente a Caim, punindo-o com o desterro. O assassino, temendo por uma vindicação terrena, supusera que o primeiro a encontrá-lo tirar-lhe-ia a vida. O Juiz de toda a Terra, contudo, havia proibido semelhante justiçamento. E, para tanto, colocara um sinal no homicida, para que este fosse poupado. Agora, porém, a realidade jurídica do planeta será mais rígida,- não admitirá contemplações. Somente com a vida poderá a vida ser vingada.

1. O fundamento jurídico da nova civilização. Nenhuma civilização é possível sem um sólido fundamento jurídico. Sem lei, não há convivência, mas uma sobrevivência hostil e nada solidária. Nas famílias, onde a disciplina é visível, todos progridem e desenvolvem-se. Onde reina a anarquia, a dissolução é mais que certa, é uma fatalidade anunciada.

Por essa razão, o Senhor entrega o governo da Terra a Noé, deixando-lhe um preceito que logo se faria universal: “Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu, porque Deus fez o homem segundo a sua imagem” (Gn 9.6). Tal princípio seria ratificado pelo Cristo. Utilizando o vocabulário da graça divina, afirma o Filho de Deus: ‘Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas” (Mt 7.12).

A essência de ambas assertivas é a mesma. Se quero viver, então que eu deixe viver. Se não quero ser ferido, que eu a ninguém fira. Se quero que me façam o bem, que eu não me prive de fazer o bem. Mas, fazendo-me alguém o mal, não devo retribuir-lhe com o mal; tenho de mostrar-lhe o bem que a tudo vence. A lei do amor cristão transcende essas fronteiras, pois espelha a ação do Nazareno.

2. A santidade da vida humana. A lei que o Senhor entregou a Noé é o germe de todo o ordenamento jurídico do planeta. Sua essência acha-se tanto nos Dez Mandamentos como no Sermão do Monte. Aliás, nenhum ordenamento jurídico respeitável pode dispensar tão precioso enunciado. Mesmo que seja formulado por idólatras como os gregos e romanos, ou por pragmáticos e quase ateus como os chineses, o princípio da santidade humana é imprescindível à comunidade humana. Doravante, fratricidas como Caim não mais serão tolerados. Se matou, haverá de morrer. E Lameque? Ainda que louve seus feitos, não ficará impune. A uma sociedade leniente e permissiva, como a brasileira, semelhante princípio avulta-se desamoroso e cruel. Em sua essência, entretanto, acha-se o mais amoroso dos preceitos: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas” (Mt 7.12).

Por que vida por vida? Antes de tudo, porque a vida é o dom mais precioso que nos concedeu o Senhor. Por isso mesmo, só uma vida para resgatar outra vida. Embora a pena de morte seja muito discutida, continua válida e aplicável. A vinda de Cristo não a anulou Ao cristão não cabe buscar vingança com as próprias mãos. Essa função cabe ao Estado que, se bem ordenado e justo, refletirá a justiça de Deus. E claro que não podemos ver a União Soviética de Stalin, a Alemanha de Hitler, o Camboja de Pol Pot ou a Cuba de Fidel Castro, como expressão da justiça divina. Todavia, há nações que, embora não cristãs, manifestam perfeitamente as leis de Deus.

O princípio da santidade da vida é contra todos os tipos de homicídio: aborto, eutanásia, crimes de guerra, genocídio, experimentos em células-tronco embrionárias e outras modalidades de crimes que hão de surgir com o avanço da ciência e da tecnologia.

3.  Quem mata um ser humano atenta contra Deus. O princípio da justiça divina, entregue a Noé, tem como essência a santidade da vida, fundamentando-se neste axioma quem atenta contra o ser humano contra o próprio Deus atenta, pois fomos criados à sua imagem e semelhança
Desta lei simples e direta surgem todas as demais. A iniquidade que levou o mundo à destruição começou com dois homicidas: Caim e Lameque. O primeiro foi poupado por Deus. Ao invés da pena capital, foi punido com o banimento. Tornou-se andarilho e vagabundo na Terra. Quanto ao segundo, banalmente matou e banalmente louvou seus feitos.

V. O PRINCÍPIO DO GOVERNO HUMANO
Até Noé sair da arca, era o próprio Deus quem governava o mundo. Agora, porém, o Senhor delegará a administração do planeta ao próprio homem.

1. O governo humano. Teologicamente, o governo humano é a autoridade que Deus entregou a Noé e a seus filhos, tendo como objetivo administrar a justiça, ordenar politicamente a sociedade e tornar sustentável a Terra. Embora o governo seja humano, a soberania é divina. O Senhor concede tal autoridade ao homem, para que este, cumprindo-lhe os mandamentos e fazendo-lhe a vontade, traga a plenitude do Reino dos Céus à Terra.

2. A intervenção ordinária do homem. O governo humano deve ter, como parâmetro, a soberania de Deus. Nossa autoridade, portanto, não deve ignorar a divina, nem nossas atribuições podem ir além dos limites que Ele nos estabeleceu. Na História Sagrada, não foram poucos os governantes que, menosprezando-lhe a presença, ousaram governar como se não houvesse Deus. Haja vista Faraó, Etbaal II, Nabucodonosor e Herodes, o Grande. Todos eles foram duramente castigados pelo Rei dos reis e Senhor dos senhores. Por conseguinte, quando o homem governa, intervém ordinariamente no mundo. Se for além, contraria a Deus. Revoltam-me governantes como Stalin, Hitler e certos tiranetes latino-americanos que, tão logo assumem o poder, escravizam seus povos, empenhando-se em apagar o nome divino de suas cartilhas ridículas, nas quais subvertem a moral e os bons costumes.

3. A intervenção extraordinária de Deus. Embora Deus haja delegado o governo do mundo ao homem, continua Ele a comandar todas as coisas. A todo instante vem intervindo quer na história das nações, quer na biografia de cada pessoa.
Quando necessário, intervém extraordinariamente. Interveio em Sodoma e Gomorra, destruindo ambas as cidades. Interveio no Egito, arrancando de lá a Israel.
Se lermos a história universal com as lentes da soberania divina, constataremos: Deus interveio em Roma, levando-a ao desaparecimento. Na Europa, criando nações e abatendo impérios. São intervenções divinas na comunidade humana.
De fato, o governo é nosso, mas o controle é de Deus. Ainda que o ignoremos, continuará Ele a reinar absoluto sobre todas as coisas.


SUBSÍDIO DIDÁTICO
"A Instituição do Governo Humano
No século antediluviano não havia nenhum governo humano. Todo homem tinha liberdade para seguir ou rejeitar qualquer caminho. Mesmo rejeitando o Caminho, não havia refreio contra o pecado. O primeiro homicida, Caim, foi protegido contra um vingador (Gn 4.15). Sucessivos homicidas (Lameque, por exemplo) exigiram semelhante proteção (Gn 4.23,24). Durante séculos os homens haviam abusado do amor e da graça de Deus, e gastaram seu tempo entregues a toda qualidade de pecado e vício. Após o dilúvio, o caminho, o único Caminho para a vida eterna, ainda permaneceria aberto diante deles, e cabia-lhes o direito de aceitar ou rejeitá-lo. Mas se o rejeitassem, continuando desobedientes às leis divinas, eram passíveis de punição imediata por parte dos seus contemporâneos, pois Deus instituiu um governo terrestre que serviria de freio sobre os delitos dos ímpios. A ordem divina foi esta: 'Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu' (Gn 9.6). A pena capital é a função de maior seriedade do governo humano, e uma vez que Deus concedeu ao homem essa responsabilidade judicial, automaticamente todas as demais funções de governo foram também conferidas. O governo humano, assim construído, exercendo a prerrogativa da pena capital, foi e é sancionada pelo próprio Deus como um meio de deter os desobedientes (Rm 13.1-7; 1 Tm 1.8-10). A investidura dessa autoridade e responsabilidade no homem foi uma novidade do novo pacto de Deus ao homem após o dilúvio.
Em comparação com a aliança adâmica, notamos que há:
1) maior domínio sobre o reino animal;
2) uma dieta mais ampla;
3) a promessa de Deus que não mais destruirá toda a carne;
4) e maior repressão sobre os ímpios, incluindo a prerrogativa da pena capital, que seria ao mesmo tempo uma ilustração do governo divino"
(OLSON, Lawrence N. O Plano Divino Através dos Séculos: As dispensações que Deus estabeleceu para Israel, a Igreja e para o mundo. 26.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp. 69-71).


CONCLUSÃO
O Dilúvio destruiu a raça, mas, em Noé, preservou a espécie humana. Se a primeira civilização teve um fim trágico, a segunda poderia haver começado de maneira responsável e amorosa. Mas, como mais adiante veremos, não demoraria para que o homem voltasse aos pecados e iniquidades do mundo de Lameque.

Agora, porém, haverá um diferencial: Deus começará a separar, desde Sem, um povo santo, zeloso e de boas obras, a fim de que lhe preserve o conhecimento e as leis até que venha Jesus Cristo, o desejado de todas as nações. A nação de Israel terá inicio com Sem, ancestral de Abraão, amigo de Deus.

O governo humano é uma instituição divina. Foi deixado pelo Senhor, objetivando levar a civilização a cumprir os seus objetivos, até que o seu Reino seja instaurado entre nós através de Jesus Cristo, seu Filho.
Enquanto isso, todos somos exortados a obedecer aos mandatários e governantes, desde que estes não baixem leis que contrariem a Palavra de Deus, que está acima de todas as legislações humanas. Por isso, eis o nosso texto áureo: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29).
...mesmo tendo sofrido açoites, os Apóstolos regozijaram-se ao sofrer por obedecer a Deus (At 5.40-42)

Fonte:
O começo de todas as coisas - Estudos sobre o Livro de Gênesis - 4ºtrim.2015
O começo de todas as coisas - Estudos sobre o Livro de Gênesis - Claudionor de Andrade (Livro de Apoio)
O Plano Divino através dos Séculos - N.Lawrence Olson - CPAD

Guia do Leitor da Bíblia - CPAD
Revista Ensinador Cristão - CPAD - nº64
Dicionário Bíblico Wycliffe
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia Defesa da Fé

Sugestão de leitura: A Escritura Sagrada
Aqui eu Aprendi!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O comentário será postado assim que o autor der a aprovação.

Respeitando a liberdade de expressão e a valorização de quem expressa o seu pensamento, todas as participações no espaço reservado aos comentários deverão conter a identificação do autor do comentário.

Não serão liberados comentários, mesmo identificados, que contenham palavrões, calunias, digitações ofensivas e pejorativas, com falsidade ideológica e os que agridam a privacidade familiar.

Comentários anônimos:
Embora haja a aceitação de digitação do comentário anônimo, isso não significa que será publicado.
O administrador do blog prioriza os comentários identificados.
Os comentários anônimos passarão por criteriosa analise e, poderão ou não serem publicados.

Comentários suspeitos e/ou "spam" serão excluídos automaticamente.

Obrigado!
" Aqui eu Aprendi! "

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...