"Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição," 2Tessalonicenses 2:3
O perverso...
Antíoco IV Epifânio foi um déspota selêucida cruel, vingativo e opressor.
Antíoco IV Epifânio foi um déspota selêucida cruel, vingativo e opressor.
Para a aula EBD do capítulo 11 do livro de Daniel, precisamos conhecer um pouco mais sobre as ações desse rei que procurou "helenizar" a Palestina entre 168-164 a.C.
A história nos conta que a partir das rixas locais em Jerusalém —Jasão, por exemplo, tentou se reconduzir ao cargo de Sumo-Sacerdote matando partidários de Menelau (II Macabeus)— Antíoco Epifânio invadiu a Cidade Santa massacrando muitos judeus, saqueando o Templo e reempossando Menelau a função de Sumo-Sacerdote. Note que o Sumo-Sacerdócio há muito havia deixado de ser uma instituição nomeada por Deus. Era uma instituição marcada pela conquista do poder pelo poder. Essa cultura permaneceria assim com o advento do Senhor Jesus. Através dessa cultura de poder o nosso Senhor foi assassinado em plena Palestina.
A história nos conta que a partir das rixas locais em Jerusalém —Jasão, por exemplo, tentou se reconduzir ao cargo de Sumo-Sacerdote matando partidários de Menelau (II Macabeus)— Antíoco Epifânio invadiu a Cidade Santa massacrando muitos judeus, saqueando o Templo e reempossando Menelau a função de Sumo-Sacerdote. Note que o Sumo-Sacerdócio há muito havia deixado de ser uma instituição nomeada por Deus. Era uma instituição marcada pela conquista do poder pelo poder. Essa cultura permaneceria assim com o advento do Senhor Jesus. Através dessa cultura de poder o nosso Senhor foi assassinado em plena Palestina.
Anos mais tarde Antíoco Epifânio voltou a atacar a Palestina. Dentre as suas intenções para com aquela região estava não somente o ataque, mas a mudança da mentalidade cultural dos judeus, da sua religião e da sua identidade como povo.
Veja as seguintes ações de Epifânio:
1. Forçou a aculturação dos judeus na cultura helênica.
2. Ordenou uma perseguição amarga e sangrenta aos que resistiram à cultura e à religião helenísticas na Palestina.
3. Em 167 a.C., erigiu um ídolo consagrado a Zeus e sacrificou porcos sobre o altar no Templo de Jerusalém.
4. Proclamou-se divino. Seu sobrenome, "Epifânio", significa "deus manifestado".
A figura de Antíoco Epifânio representa o ápice do cumprimento da profecia bíblica. Foi um ser cruel e histórico. Entrou no lugar santo o blasfemou. Voltou-se contra o Deus de Israel profanando o altar do Templo. Antíoco Epifânio é uma prova de como uma profecia bíblica cumpri-se na história. Mostra como Deus é atemporal e encontra-se para além da história. De acordo com os estudiosos da linha dispensasionalista, até o versículo trinta e cinco do capítulo onze de Daniel vemos a exata descrição de Antíoco Epifânio.
Pelo caráter traiçoeiro, cruel, astuto e enganador de Antíoco Epifânio é que muitos estudiosos colocam como um tipo do Anticristo de acordo com o Novo Testamento. Estudar a história de um povo para compreendermos o todo de uma profecia é uma tarefa importantíssima. Revista Ensinador Cristão. Editora CPAD
Déspota: que Chefia, dirige ou governa de modo completamente autoritário; que é capaz de exercer sua autoridade de modo opressor; despótico.
Que se comporta de maneira tirânica para obter o poder completo; tirano.
Helenizar: ajustar aos moldes gregos. Dedicar-se às coisas gregas.
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Déspota: que Chefia, dirige ou governa de modo completamente autoritário; que é capaz de exercer sua autoridade de modo opressor; despótico.
Que se comporta de maneira tirânica para obter o poder completo; tirano.
Helenizar: ajustar aos moldes gregos. Dedicar-se às coisas gregas.
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INTRODUÇÃO
Neste capítulo trataremos de um personagem que se destaca dentro da profecia de Daniel e envolve fatos que já aconteceram e se cumpriram historicamente. O cumprimento dessas profecias fortalece a confiança e a credibilidade das visões e revelações de Daniel. Porém, o personagem que aparece é um dos últimos reis do Império Grego, chamado Antíoco Epifânio IV, da família dos ptolomeus, o qual será destacado pela crueldade e pelo desprezo às coisas sagradas. Ele aparece mais no final do capítulo 11.
O capítulo 11 traz uma profecia que abrange os dois últimos Impérios, o Medo-persa e o Grego. O seu cumprimento se inicia, literalmente, a partir do final dos dias da vida de Daniel sob o reinado de Dario, o medo. Neste capítulo Deus revela a Daniel eventos proféticos que se cumpriram no período interbíblico, ou seja, aquele período entre o Antigo e o Novo Testamentos. Porém, a revelação maior dessa profecia diz respeito ao personagem histórico Antíoco Epifânio. Esse personagem refere-se a um futuro rei com as mesmas caraterísticas que aparecerá, escatologicamente, no futuro, como o Anticristo revelado no Novo Testamento. As profecias do capítulo 11 se cumpriram e ocorreram entre os reinados de Dario, o medo (539 a.C.) e Antíoco Epifânio (175-163 a.C.). Porém, a parte do texto dos versículos 36-45 diz respeito a Israel em tempos ainda não cumpridos e que estão relacionados intimamente com os capítulos 12 de Daniel e 13 de Apocalipse.
A Babilônia caiu pela mão de Deus. Stuart Olyott descreve essa verdade assim: “O império babilônico foi derrubado pelo poder de Cristo. Os medos e persas foram Seus instrumentos terrenos, mas a efetiva queda de Babilônia foi um ato divino realizado pelo próprio Filho de Deus”. Agora, os reis da Pérsia também cairão. Cairá também o grande rei da Grécia. As lutas internas que se travarão entre os reinos do Norte e do Sul estão profetizadas e nada escapará ao controle divino. *
"Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, entenda;" Mateus 24:15
I - PREDIÇÕES PROFÉTICAS CUMPRIDAS COM EXATIDÃO (11.2-20)
1. A revelação sobre o fim do Império Medo-Persa.
“Eu, porém, no primeiro ano de Dario, o medo” (11.1). A importância dessa profecia é constatar a fidelidade e exatidão do cumprimento das profecias especialmente no período interbíblico. O primeiro ano do reinado de Dario foi em 539 a.C., conforme se pode constatar nos textos de Dn 6.1 e 9.1. O anjo de 11.1 é mesmo anjo de 10.20,21 que veio a Daniel, não apenas para confortá-lo, mas continuar a revelar o futuro de dois Impérios: o medo-persa (com todos os seus reis) e o grego (11.2-4).
A revelação sobre o fim do Império Medo-persa (11.2). Aparece no versículo 1 o rei “Dario, o medo” que é o mesmo de Dn 5.31. No capítulo 9.1, ele é chamado “Dario, filho de Assuero”. A história bíblica diz que Ciro constituiu a Dario como rei enquanto ele estava no campo de batalha na conquista de outras terras e nações. Porém, o versículo 2 fala de três reis e destaca um quarto.
Os três primeiros reis persas em sequência normal são, segundo Scofield, em seu comentário: Ciro II (550-530 a.C.), Cambises II (529-522 a.C.) e Dario I Histapes (521-486 a.C.). O quarto rei é Xerxes (486-465 a.C). Existe pouca informação acerca desses reis, sobre os quais Daniel citou que reinariam em sequência, não por muito tempo. Porém, os dados proféticos são precisos e confirmados pela própria história. As evidências históricas do cumprimento da profecia são tão reais, que os críticos da Bíblia sugerem que a profecia foi escrita, pelo menos 400 anos depois de Daniel, depois que tudo tinha acontecido. Entretanto, a revelação futura dada a Daniel encontra respaldo histórico e credibilidade porque Deus cumpre sua palavra. Além dos fatos cumpridos, a profecia aponta para o futuro, com o aparecimento do Anticristo, um tipo de Antíoco Epifânio.
Os REINOS
[Quem estuda a Bíblia e a História precisa saber que houve mais de um Dario e mais de um Assuero nas Escrituras. Por falar em Dario e Assuero, convém saber que esses termos são títulos e não nomes propriamente ditos.
Dario significa mantenedor, e Assuero, poderoso. Muitos desses monarcas têm mais de um nome. Também alguns deles têm nomes diferentes na Bíblia e na história secular, como é o caso de Assuero, que na história secular é conhecido por Xerxes. Xerxes é palavra grega, ao passo que Assuero é hebraica.
"três reis se levantarão na Pérsia, e o quarto..." (v. 2). Quatro reis da Pérsia são aqui mencionados, isso além de Ciro, pois este já estava no trono (10.1).
Esses quatro reis são:
a. Assuero, filho de Ciro. Reinou de 529 a 522 a.C. É conhecido na história por Xerxes I e Cambises II. É mencionado em Esdras 4.6.
b. Artaxerxes I. Reinou de 522 a 521 a.C. É conhecido na história por Smeredis. É mencionado em Esdras 4.7-11. Determinou a suspensão das obras do templo do pós-cativeiro.
c. Dario II. Filho de Artaxerxes. Reinou em 521 a 485 a.C. É mencionado em Esdras 4.5. É conhecido na história por Dario Histaspes, ou simplesmente Histaspes. Foi ele quem ordenou a conclusão das obras do templo, conforme Esdras capítulo 6. Ele é o famoso Dario registrado na Pedra de Behistum, perto de Hamadã, no Irã, a antiga capital dos medos, chamada então Ecbátana. Foi derrotado na famosa Batalha de Maratona, na Grécia, em 490 a.C.
d. Assuero, o esposo de Ester (Et 1.1). Foi o mais rico e o mais poderoso rei persa. Reinou de 485 a 465 a.C. A história chama-o Xerxes II. (Não confundir esse Assuero com o de Esdras 4.6.) Era filho de Dario II e foi derrotado pela esquadra grega de Salamina, Chipre, em 480 a.C.
Aqui termina a história da Pérsia na profecia. Nada é dito dos reis restantes, uns cinco, pelo menos. É que a glória da Pérsia entrou em rápido declínio com a morte de Assuero ou Xerxes II. Os reis restantes nada realizaram de importante para a história. [1] ]
2. Um rei valente
A revelação profética sobre o Império Grego (11.3).
Xerxes I, sucessor de Dario, o persa, foi o quarto e último rei do Império Medo-persa. Foi um rei que juntou muita riqueza, mas ao enfrentar a Grécia, conquistou a cidade de Atenas e isto irritou aos gregos. Despontava naquele tempo a liderança de Alexandre, o Grande, que reuniu todas as forças bélicas e humanas dos seus exércitos e derrotou a Xerxes, da Pérsia, vingando a nação grega. Portanto, em 331 a.C., Alexandre, o grande, “o rei valente” se levantou e suplantou o último rei dos medos-persas com grande força e domínio sem qualquer resquício de misericórdia (v. 3). Era jovem e cheio de energia, inteligente e perspicaz, porque foi capaz de persuadir com carisma seus subordinados para que se unissem a ele a fim de conquistar o mundo de então. Com força pujante e implacável, Alexandre foi aumentando seu domínio geográfico e cultural conquistando outras nações. Ele procurou agregar os povos conquistados e tornar o seu domínio num “império unido”. Ele promoveu a miscigenação das nações conquistadas, para ter o domínio sobre todos. Ele formou um exército coeso e forte recrutando homens de todas as nações conquistadas. Em pouco tempo, para o contexto da época, suas conquistas ultrapassaram todos os índices de tempo para dominar e fazer o que lhe aprouvesse. Cumpria-se, de fato, a soberania de Deus dirigindo a história e fazendo valer a sua soberana vontade. Era a sua vontade exercida nos destinos das nações e, acima de tudo, especialmente para Israel.
[Daniel previu as conquistas de Alexandre e a divisão do seu reino (v. 3). Alexandre é aquele poderoso rei que iria se opor aos reis da Pérsia e governar com grande autoridade e um poder despótico sobre muitos reinos, pois agia de acordo com a sua vontade, e da mesma forma desfazia o que havia feito. [2] ]
[Alexandre morreu com apenas 32 anos de idade, devido à malária e às complicações com o alcoolismo. Talvez seu extraordinário poder e sucesso tenha decorrido do poder concedido pelo anjo guardião da Grécia (ver Dan. 10.20). [3] ]
3. A divisão do reino entre quatro generais.
“estando ele em pé, o seu reino será quebrado” (11.4). Muito cedo, entre seus 32 e 33 anos de idade, Alexandre morreu na Babilônia. Ele era “chifre ilustre” ou “a ponta grande” do bode peludo do capítulo 8.8, que representava a Grécia. Esse chifre foi quebrado (8.8) que representa o rei grego, cujo reino foi quebrado em 11.4. Sem seu líder principal, Alexandre, o Magno, o seu reino perdeu a força da unidade imperial e foi dividido por seus quatro generais: Cassandro, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu. Ainda que os historiadores neguem a questão da soberania de Deus no destino das nações, não temos o que duvidar. Fazendo uma relação comparativa das visões dos capítulos 7, 8 e 11, temos no texto de Dn 7.6 a figura das quatro cabeças do leopardo alado, e depois, no texto de Dn 8.8 temos a visão do bode peludo com quatro chifres notáveis. As figuras são diferentes, mas as representações dessas figuras são as mesmas, porque falam do Império Grego e sua divisão, depois da morte de Alexandre, pelos quatro generais. São eles: Cassandro que reinou na Macedônia; Lisímaco que reinou sobre a Trácia e a Ásia Menor; Ptolomeu que reinou no Egito e, por último, Seleuco que reinou sobre a Síria e o restante do Oriente Médio. Essa divisão de reinos aguçou a vaidade e a presunção desses generais que se fizeram reis e tramas de traição e morte envolveram esses reinos.
(11.5-20) Nos versículos 5 a 20 temos uma sucessão de guerras entre esses quatro reis, especialmente, entre Egito e Síria, entre os reinos do norte e do sul. Suplantou o rei do Norte, Antíoco Epifanio (entre 175 e 164 a.C.) o qual se tornou um tipo perfeito do Anticristo. Porém, dois desses reis da divisão do império se destacam: o rei do Sul e o rei do Norte. Da divisão do império, o rei do Sul é Ptolomeu. Com ele se iniciou a dinastia dos ptolomeus. O texto diz que ele (o rei do sul — Egito) seria mais forte que o outro rei (o rei do norte — Síria). O sul era representado pelo Egito e o norte pela Síria. Detalhes históricos envolvendo esses dois reinos culminam com conflitos entre ambos e com a superação do reino do sul (Síria). Nos versículos 5 a 20 temos uma sucessão de guerras entre esses quatro reis, especialmente, entre Egito e Síria, entre os reinos do norte e do sul. Esse conflito entre os reis do norte e do sul (Egito e Síria), revelou ao final um personagem por nome Antíoco Epifânio, quando no ano 198 a.C., Jerusalém e Judeia passaram a ser província da Síria. No versículo 15, o rei do norte, Antíoco III, o Grande, se impõe sobre a Judeia e Egito e se apodera fortemente da Palestina (11.16). Esse rei, por causa da dívida com Roma, a fim de pagá-la, estabeleceu impostos financeiros pesados, tirando-os dos tesouros da Casa de Deus em Jerusalém. O filho de Antíoco III foi Antíoco IV, conhecido como Antíoco Epifânio.
II - O CARÁTER PERVERSO DE ANTÍOCO EPIFÂNIO (11.21-35)
1. Antíoco Epifânio foi um rei perverso e bestial.
Antíoco Epifânio, o glorioso
A presunção desse rei o fez adotar um novo nome e ele chamava a si mesmo “Teos Epifanes” , isto é, “deus revelado”. Ele ascendeu ao trono da Síria em 175 a.C., e mesmo sendo rejeitado por muitos, fez questão de impor seu domínio pela crueldade. Sua ascensão foi ilegal, porque, para abrir caminho para o trono da Síria, ele o fez pelo modo mais ignominioso e detestável. Suas caraterísticas diabólicas o tornaram o tipo mais próximo do futuro Anticristo.
“Depois, se levantará em seu lugar um homem vil” (11.21). Os quatro generais que se tornaram reis depois da morte de Alexandre, não se contentaram com suas regiões geográficas porque suas ambições os fizeram tramar intrigas entre si, matando e assassinando opositores para ostentarem mais riquezas do que já tinham. Queriam mais e mais e começaram a buscar mais terras e partiram para a luta entre si. Seleuco IV, da Síria, ocupava o trono da Síria em Antioquia e reinou de 187 a 175 a.C., morreu envenenado e seu filho deveria assumir o trono, mas seu tio Antíoco Epifânio tomou o trono da forma mais ignominiosa e detestável possível. Antíoco Epifânio assumiu o trono sírio e mudou seu título de Antíoco IV para Antíoco Epifânio, isto é, o glorioso.
Antíoco Epifânio foi um rei perverso
“mas ele virá caladamente e tomará o reino com engano” (11.21). Ele chegou ao poder em 175 a.C. e tinha apenas 40 anos de idade. Segundo a história, reinou apenas onze anos, e morreu em 164 a.C. Porém, em seus poucos anos de reinado usou de todos os artifícios de mentira, engano, astúcia, lisonjas e crueldade como ninguém o fizera. Para se manter no poder Antíoco Epifânio não tinha qualquer escrúpulo. Sua ascensão ao trono da Síria foi através de intrigas e engano (11.21) e tinha sede de conquista derramando o sangue dos seus adversários em muitas guerras. Enriqueceu com os despojos das guerras, quando lutou contra o Egito (11.25-28).
O versículo 21 o chama de “homem vil”, porque fingindo amizade e aliança, entrou no Egito e se apoderou do reino de Ptolomeu Filometer.
2. Antíoco Epifânio invadiu Jerusalém.
(11.25-28) Antíoco Epifânio, depois de ter entrado no Egito e ter tomado posse do reino de Ptolomeu VI ( w. 25,26), resolveu investir contra a Terra Santa, especialmente, Jerusalém. Ele tinha um ódio enorme contra Israel. Por isso, partiu para a profanação do templo dos judeus e fez cessar os sacrifícios diários (11.30,31). Houve resistência da parte de judeus fiéis que não cederam aos abusos de poder e de arrogância desse rei sírio. Ele ordenou o sacrifício de porcos sobre o altar sagrado dos judeus para profanar o Santuário.
3. Antíoco Epifânio era cruel.
[As perseguições e a tirania insana que Antíoco exerceu sobre os judeus e sua religião (29-35) o tornaram um dos monstros da história. Sua indignação contra o santo concerto (30), tirando o contínuo sacrifício e estabelecendo a abominação desoladora (31; a imagem de Zeus do Olimpo) no Templo são exemplos da sua fúria profana. Ele baniu todas as leis, costumes e cultos judaicos. Antíoco matou à espada as mães e crucificou os pais que circuncidavam seus filhos. Embora tenha queimado uma grande parte de Jerusalém, assassinado boa parte dos homens e escravizado mulheres e crianças, ele não conseguiu destruir a resistência. Embora muitos tenham apostatado e se submetido a Antíoco, outros ousaram resistir (32-35). Um exército de fiéis e corajosos judeus se reuniu sob o comando de Matatias para resistir ao exército de Antíoco.
Quando Matatias morreu, seu filho Judas ficou à frente do exército rebelde. Suas táticas de guerrilha (de ataques e fugas repentinos) tornaram-se famosas e lhe deram o nome de “Martelo” ou Macabeu. Em três anos os macabeus tinham dividido e derrotado os exércitos sírios de Antíoco e recapturado Jerusalém. O Templo foi restaurado, o altar purificado e a adoração restituída (em 25 de dezembro de 165 a.C.). Até o dia de hoje a Festa da Dedicação ou Hanukkah é observada pelos judeus, comemorando esse evento. A família dos macabeus, chamada Hasmoneana, tornou-se a reconhecida linhagem de governantes até que os romanos conquistaram a Palestina sob o comando de Pompeu, em 63 a.C.
Em meio à escuridão do quadro profético amedrontador apresentado nesse capítulo, uma clara luz de fé e heroísmo começa a brilhar. O povo que conhece ao seu Deus se esforçará e fará proezas (32). Aqui é sugerido “Um Programa de Ação para uma Minoria Piedosa”.
1) Eles conhecem a Deus.
2) Eles são fortes.
3) Eles fazem proezas. Eles agem com um claro sentido de direção.
4) Sua batalha está no alto nível do espírito, uma batalha de idéias santas. Eles ensinarão a muitos (33).
5) Sua causa triunfa. Para serem provados, e purificados, e embranquecidos, até ao fim do tempo (35). [4]
III - ANTÍOCO EPIFÂNIO, TIPO DO ANTICRISTO
1. O “homem vil” que chega ao poder.
O rei obstinado — o Anticristo (11.36-45). Jerônimo deu uma dupla interpretação a essa parte (11.21-45): a primeira, em referência a Antíoco Epifânio, e a segunda, ao Anticristo. Mas muitos comentaristas conservadores, incluindo Young e Seiss, entendem que os versículos 21-35 se referem de maneira apropriada a Antíoco e secundariamente ao Anticristo, e os versículos 36-45 devem referir-se a alguém maior, mais profano e ímpio do que Antíoco.
E esse rei fará conforme a sua vontade, e se levantará, e se engrandecerá sobre todo deus; e contra o Deus dos deuses falará coisas incríveis e será próspero (36). Aqui a figura clara de Antíoco começa a desvanecer no meio da escuridão e um aspecto disforme do Anticristo começa a tomar forma nas sombras do pano de fundo. Lembramo-nos das advertências de Paulo acerca do “homem do pecado” (2Ts 2.3-4) e da visão de João acerca da “besta” (Ap 13.5-8). Vemos claramente refletido o “pequeno chifre” dos capítulos 7 e 8 de Daniel. Uma diferença interessante aparece quando comparamos os dois pequenos chifres com esse rei furioso do capítulo 11. Enquanto o pequeno chifre do capítulo 8 e o rei furioso do capítulo 11 estão relacionados ao terceiro reino da profecia de Daniel, a Grécia, o pequeno chifre do capítulo 7, surge do quarto reino, Roma. Talvez isso nos deve lembrar que o Anticristo vai procurar tomar para si toda a glória e poder do empreendimento humano e combinar a cultura da Grécia e a glória de Roma. Não nos deveria surpreender que o caráter culminante do mal buscará usurpar para si toda a bondade humana bem como a adoração divina. [4] ]
2. O futuro governante mundial no “tempo do fim”.
“E no fim do tempo” (11.40). Na verdade, os versículos 40 a 45 retratam as lutas finais de Antíoco Epifânio com o Egito, o rei do Sul, seu rival maior naquele tempo. Porém, a descrição desses conflitos prenunciam os atos futuros do Anticristo. No versículo 45 está descrito o fim de Antíoco Epifânio. Ninguém ostenta uma glória que só pertence ao Deus Todo-Poderoso. Nos versículos 36-45 está descrito que ele fará conforme sua própria vontade. Quando o versículo 40 fala do “fim do tempo” estava apontando, não só para o fim do personagem histórico Antíoco Epifânio, mas estava apontando para um tempo especial que a Bíblia descreve como sendo a Grande Tribulação, identificada como a 70ª Semana do capítulo 9.27.
(11.41) Segundo o texto, os reis do norte e do sul (Egito e Síria) se unirão numa coligação de nações na “terra gloriosa”(11.41) para a grande batalha do Armagedom, onde o Anticristo será derrotado na Segunda Vinda de Cristo (Ap 19.11-20).
(11.41-43) Escatologicamente, esses versículos falam da extensão do reino do Anticristo. Ele entrará na “terra gloriosa” que é Jerusalém e promoverá grande perseguição aos judeus existentes. Os povos que rodeiam como Edom, Moabe e Amon, identificados hoje, como a Jordânia e pequenas nações próximas estarão sob o seu domínio. Porém, os povos do Oriente, como a China e rumores vindos do Norte, a Rússia, mobilizarão seus exércitos e poderes bélicos para combater o Anticristo na “terra santa”.
(11.44,45) A destruição do Anticristo. Esses versículos indicam que a força de governo do Anticristo será arrojada por terra e suplantada pela vinda gloriosa de Jesus Cristo, o glorioso Messias, desejado e sonhado dia e noite pelos judeus (Zc 14.1,2). Depois de sete anos da Grande Tribulação, no seu final, o Senhor matará com o sopro da sua boca e com o esplendor da sua vinda (2Ts 2.7,8).
“mas o seu fim virá” (11.44,45). Subtende-se que a expressão “entre o mar Grande e o monte santo” refere-se ao Mar Mediterrâneo (“o mar grande”, e “o monte santo e glorioso”) não é outro que não o lugar do Templo de Deus em Jerusalém. O Anticristo armará suas tendas militares em Jerusalém, nas cercanias do vale do Armagedon (Ap 16.16; Zc 14), mas será neste vale que ele será derrotado pelo Messias glorioso. O falso Profeta e ele serão lançados no lago de fogo para sempre, e o Senhor instalará seu reino de mil anos (Ap 19.11-21).
3. Precisão profética.
[Dn 11.45 "... as tendas do seu palácio...” Cremos que o objetivo do Anticristo, ao armar sua tenda entre o mar Mediterrâneo e a cidade de Jerusalém, é alcançar o monte Moriá, ou seja a área do templo, para estabelecer nele um culto à sua própria pessoa e seu primeiro ato, após a conquista do lugar santo, é “se assentar como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2 Ts 2.4).
“Mas virá o seu fim”. Finalmente chegará o “grande dia do Senhor” e a pedra cairá “nos pés” da estátua (nos dias do Anticristo). Então... o ferro, o barro, o cobre, a prata, e o ouro ,serão esmiuçados como a pragana das eiras, no estio. (Ver Dn 2.34, 35; 8.25; 9.27; 11.45; Mt 21.44; 2 Rs 2.8; Ap 19.20).
Todos sabemos que este império de ferro tem atravessado séculos e até milênios, mas “chegará ao seu fim” como está predito na “Escritura da Verdade”. Cristo (a grande pedra) como sabemos, não cairá na cabeça (Império Babilônico) da estátua, nem em seu peito (Império Medo-persa), nem no ventre (Império Greco-macedônio), nem nas suas pernas (Império-Romano) compreendendo de 754 a.C. a 455 d.C.). Todos sabemos que, quando Jesus veio a este mundo como meigo Salvador, não destruiu o Império Romano, pelo contrário, este poder de ferro o crucificou, e prosperou ainda por cinco séculos. Mas, como já ficou demonstrado acima, chegará o dia em que a pedra cairá “nos pés” da estátua (no Armagedom), e tudo que diz respeito a esse sistema político mundial terminará no vale de Armagedom pelo triunfo de Cristo (Ap 19.11-21). [5]
A Bíblia declara que o “último dia” não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja manifestado “o homem da iniquidade, o filho da perdição” que é o Anticristo (2Ts 2.3). Isto se dará no período da Grande Tribulação, todavia, a Igreja do Senhor não estará mais na Terra e assim não verá o Anticristo.
Subsídio Teológico
ASPECTOS DA GRANDE TRIBULAÇÃO
Nos primeiros três anos e meio, seguindo uma sequência que inclui os capítulos 38 e 39 de Ezequiel, teríamos então, no início desse período de sete anos, primeiramente a invasão de Israel por parte da Rússia e de seus aliados, aproveitando-se do caos em que ficará o mundo em virtude do desaparecimento de milhões de pessoas. Esta invasão de Israel está assim profetizada: Tu, pois, ó filho do homem, profetiza contra Gogue, e dize: Assim diz o Senhor Deus: Eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal. Far-te-ei virar, e te porei seis anzóis, e te farei subir do extremo norte, e te trarei aos montes de Israel (Ezequiel 39:1-2).
Em seguida, haverá um rápido conflito nuclear de âmbito mundial. Diz o Senhor: “Enviarei um fogo sobre Magogue e sobre os que habitam seguros nas ilhas, e saberão que eu sou o Senhor” (Ezequiel 39:6). O fogo, aqui, é figura muito apropriada para as armas nucleares. Magogue é o território russo, e as ilhas podem ser continentes desconhecidos do profeta.
Finalmente, o caos mundial e o gênio da besta. A Bíblia descreve a pessoa do anticristo como sendo um homem muito inteligente:
Estando eu observando os chifres, vi que entre eles subiu outro chifre pequeno; e três dos primeiros chifres foram arrancados diante dele. Neste chifre havia olhos como os olhos de homem, e uma boca que falava com vanglória (Daniel 7.8).
“Olhos de homem” significa inteligência, e “uma boca que falava com vanglória” significa uma tremenda capacidade oratória.
Embora todo o período de tribulação tenha a duração de sete anos, será mais acentuada nos últimos três anos e meio. Eis as passagens bíblicas:
Daniel 7:25: Proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e as leis. Eles serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo.
Apocalipse 11:2: Mas deixa o átrio que está fora do templo; não o meças, porque foi dado aos gentios. Estes pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses.
Apocalipse 12:6,14: A mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias. E foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente.
Apocalipse 13:5: Foi-lhe dada uma boca para proferir arrogâncias e blasfemias, e deu-se-lhe autoridade para continuar por quarenta e dois meses.
O anticristo firmará uma aliança com muitos por uma semana: “Ele confirmará uma aliança com muitos por uma semana, mas na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de cereais. E sobre a asa das abominações virá o assolador, até a destruição determinada, a qual será derramada sobre o assolador (Daniel 9.27).
Esta aliança não será com todos, o que indica que muitos judeus terão o pressentimento de que terá chegado o tempo de Deus tratar de novo com eles como o fazia durante a vigência da lei.
A voz do arcanjo relacionada com o arrebatamento da Igreja é um sinal para os israelitas. Diz a Bíblia: “Pois o mesmo Senhor descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro” (1 Tessalonicenses 4:16). Leia estas outras passagens: Judas 9; Daniel 10:13,21; Daniel 12:1; Apocalipse 12:7.
Deus nunca ficou sem um remanescente fiel. Um bom exemplo está em 1 Reis 19:14,18: Respondeu ele: Eu tenho sido em extremo zeloso pelo Senhor Deus dos exércitos. Os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada. Só eu fiquei, e agora estão tentando matar-me também... Também conservei em Israel sete mil, todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que não o beijou.
Abraão de Almeida. Manual de Profecia Bíblica. Editora CPAD. 147-150.
"A MARCA DA BESTA (APOCALIPSE 13 16-18)
O versículo 18 oferece uma pequena lista para se entender o sentido da marca e do nome, ou caráter, da besta. O número 666, no entanto, tem-se tornado mui controvertido, e vem promovendo mais especulações que qualquer outra coisa da Bíblia.
Antes da invenção dos números arábicos (0,1,2,3...), os judeus e gregos tinham de escrever os números por extenso. Com o passar do tempo, começaram a substituir as letras do alfabeto pelo nome dos números. Assim, as primeiras dez letras eram usadas para os números de 1 até 10. A letra seguinte designava o 20, a outra 30, e daí por diante.
Vem se constituindo num passatempo popular adicionar letras aos mais diversos nomes para se obter a identidade da besta. Alguns concluem que o Anticristo haja sido Nero César, pois tal nome em caracteres hebraicos soma 666. Contudo, o Apocalipse está no grego, e fala do Alfa e do Ômega, letras do alfabeto grego; e não ‘Alefe’ e ‘Tau’, letras do alfabeto hebraico. Assim há somente especulação ao atribuir-se o número 666 a Nero.
Através da história, vem-se tentando identificar nos ditadores e tiranos. Quando me encontrava em Israel em 1962, um judeu convertido disse-me para prestar atenção no nome de Richard Nixon, pois vertido em hebraico soma exatamente 666. Mais tarde, um irmão da Itália contou-me que a inscrição dedicada ao papa, e que pode ser vista no interior da basílica de São Pedro, em Roma, em algarismos latinos, também soma 666. É digno de nota que alguns escribas antigos substituíssem o número 666, por 6I6, para que se encaixasse com o nome de calígula. A igreja primitiva, unanimemente, rejeitou o artifício.
O Apocalipse, contudo, nada fala sobre a soma de números do nome da besta. A única chave é esta: ‘é o número de um homem’. Expositores da Bíblia interpretam o seis para simbolizar a raça humana. O três para designar a Trindade. A tripla repetição — 666 — pode simplesmente significar que o Anticristo é um homem que crê ser um deus, membro de uma trindade composta pelo Anticristo, Falso Profeta e Satanás (2Ts 2.4; Ap 13.8)”
HORTON, Stanley M. Apocalipse: As
coisas que brevemente devem acontecer. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2001, p.185
Fonte:
Lições Bíblicas - 4º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos - Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD
*LOPES Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos
Revista Ensinador Cristão. Editora CPAD.*LOPES Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje.
[1]Antônio Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos dias. Editora CPAD.
[2]HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD
[3]CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos
[4]Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 541-542.
[5]Severino Pedro da Silva. Daniel versículo por versículo. Editora CPAD. pag. 226
Abraão de Almeida. Manual de Profecia Bíblica. Editora CPAD
HORTON, Stanley M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. 2ª Edição. RJ: CPAD
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