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quinta-feira, 1 de junho de 2017

As Duas Portas e os Dois Caminhos

Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” Jo 14.6

Entrai pela porta estreita (7.13,14)
A imagem fica mais clara no texto original. Devemos escolher entre dois caminhos. Um caminho é ‘apertado’ ou ‘difícil’ (tehlimmene, não ‘estreito’), e a porta a que ele leva é ‘estreita’ (stene). Assim, poucos o escolhem. Por outro lado, multidões fluem ao caminho que parece mais espaçoso e fácil, que leva a uma porta larga e de fácil entrada. Aqui, como sempre, as multidões estão erradas, pois é o caminho difícil e a porta estreita que levam à vida.
Se parece fácil, e é popular entre a multidão, é provavelmente a escolha errada” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, p.33).

Dois Caminhos (7.13,14). A ideia de dois caminhos é familiar no Antigo Testamento (cf. Sl 1; Jr 21.8). Mas Jesus chamou a atenção para as portas. Estreita (13); a mesma palavra do versículo 14. A tradução literal é ‘apertada’. O termo grego para larga significa ‘espaçosa’. O ‘cristianismo do caminho largo’ não levará ninguém para o céu. Este é um pensamento solene que Jesus declarou; poucos encontrariam o caminho que leva à vida” (CHILDERS, Charles L.; EARLE, Ralph; SANNER, A. Elwood (Eds.) Comentário Bíblico Beacon. Mateus a Lucas. Volume 6. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, pp.68-69).

SUBSÍDIO
Dois Caminhos: O Largo e o Estreito (7.13,14)
O caminho da morte e o da vida aparecem no Antigo Testamento, na literatura intertestamental, nos escritos de Qumran e na literatura cristã primitiva (Dt 11.26-28; 30.15-20; Sl 1.6; 119.29,30; Jr 21.8, 2 Enoque 30.15; Testamento de Aser 1.3,5; 4 Esdras 7.1-9; Didaquê 1.1; 5.1; Normas da Comunidade 3.20,21). Na literatura de Qumran os dois caminhos são expostos como o ‘caminho da luz’ e o ‘caminho das trevas’. Jesus, de forma típica, apresenta as opções diante da audiência em paralelismo antitético: uma porta para a vida ou uma porta para a morte. A maioria das pessoas toma o caminho fácil, o qual é desastroso. A porta para a vida é difícil e restritiva; os verdadeiros discípulos são minoria. Dado o contexto de Mateus, a dificuldade da porta estreita é o caminho da justiça, na qual Jesus há pouco instruiu as pessoas” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.61).

Seguir o fluxo é o comportamento normal e corriqueiro, porém, o discípulo é convidado a tomar o caminho da justiça do Reino.


O tempo atual não comporta a ideia de as coisas não darem certo. O pensamento corrente é que servir a Deus significar blindar-se ou proteger-se de todo e qualquer tipo de problema. Contudo, o caminho feito por Jesus Cristo evidencia uma trajetória que nenhuma semelhança tem com a época de hoje e a expectativa messiânica daquele tempo. Por mais que se queira romantizar, a vida cristã implica o esforço de seguir a Cristo, tomando decisões que leva o crente a fazer o mesmo caminho que o Salvador fez. Não apenas o caminho é apertado, mas a própria porta, que leva a este caminho, é estreita. Portanto, caminhar com o Mestre é estar disposto a entrar pela porta estreita. E a dificuldade não estará apenas na decisão de entrar por esta porta, mas durará por todo o caminho, pois “larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela”. A salvação não é uma conquista particular de quem quer que seja, pois foi conquistada na cruz por Cristo, mas a decisão de adentrar a porta da salvação, e a permanência no “caminho que leva à vida”, são de nossa livre e espontânea vontade e, por isso mesmo, “poucos há que a encontrem”.

TEXTO BÍBLICO  Mateus 7.13,14

13 — Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;
14 — E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.



INTRODUÇÃO

Encaminhando-se para o final do Sermão do Monte, o Mestre agora inicia seu apelo e desafio à escolha da justiça do Reino (Mt 7.13-27). Trata-se de um momento decisivo, pois Jesus Cristo não convida as pessoas para se reunir em torno dEle e, posteriormente, em seu nome a fim de discutir, teoricamente, o que foi ensinado. O convite é à prática, e isso ninguém pode fazer por outro, antes é uma decisão individual que interpela a uma ou a outra opção, sem meio-termo, pois essa possibilidade não existe (Jo 14.6).


I. A METÁFORA DA PORTA E DO CAMINHO

1. Uma metáfora conhecida.
Desde os tempos do Antigo Pacto, a imagem dos dois caminhos é muito conhecida (Dt 11.26,28; 30.11-20; Sl 1.6; 119.29,30; Jr 21.8). Trata-se de um recurso linguístico apropriado para se demonstrar a impossibilidade de se andar, simultaneamente, nos dois caminhos, ou de se pensar que possa existir um “terceiro caminho”. O raciocínio é simples, se o caminhante está em um não pode, automaticamente, estar no outro. O uso do plural também é recorrente e abundante, mas de igual forma, há caminhos do Senhor e há caminhos da perdição, isto é, existem apenas dois tipos de caminho (Dt 8.6; 10.12; 19.9; 26.17; 28.9; 32.4; Jz 2.19; 5.6; 1Rs 15.26; 2Rs 17.13 etc.).

2. A metáfora da porta.
O Mestre utilizou a metáfora da porta para dizer aos seus discípulos que Ele era a “porta das ovelhas” (Jo 10.7) e reiterou: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens” (Jo 10.9). A indicação é oportuna, sobretudo, se nos lembrarmos da lição passada que falou acerca de “bater” (Mt 7.7,8). Só se bate em uma porta, e essa porta que abre passagem para outra realidade, é o próprio Mestre e não algum conhecimento teórico de que alguns se acham proprietários (Lc 11.52). Quem se dirige a essa “Porta”, certamente encontrará a liberdade que procura (Jo 10.9).

3. A metáfora do caminho.
Jesus igualmente ensinou que Ele era o Caminho (Jo 14.6). O Mestre é a porta e o caminho que conduz ao Pai. Não existe qualquer subterfúgio ou atalho, é preciso comprometer-se em entrar por Ele, caminhar nEle e assim permanecer até o destino final (Mt 24.13).

Como porta e caminho de acesso a Deus, Jesus está à disposição de todos que quiserem aceitá-lo, pois Ele não é propriedade de ninguém.

II. A PORTA LARGA E O CAMINHO DA PERDIÇÃO

1. A opção pela porta estreita.
Antes de apresentar a porta larga e ao que conduz o caminho espaçoso, o Mestre convida os discípulos a entrar “pela porta estreita” (v.13). Por quê?

2. Porta larga e caminho espaçoso.
Sob qualquer ângulo que se analisar, é muito mais fácil que, entre uma porta larga e outra estreita e entre um caminho espaçoso e outro apertado, o caminhante opte pelos primeiros (v.13). O “normal” é seguir a multidão que, pelo próprio “tamanho” da porta e a largueza do caminho, é a maioria. No ensinamento de Jesus, tais metáforas representavam a religiosidade oficial de Israel que, com todo o seu legalismo, era incomparavelmente mais “fácil” de seguir que a justiça do Reino (Mt 15.14; Lc 11.52).

3. O destino final da porta larga e do caminho espaçoso.
Não obstante, serem a porta larga e o caminho espaçoso mais convidativos, o destino final de ambos é trágico, pois “conduz à perdição” (v.13). Muitos, porém, ignorando o destino, valorizam a facilidade do trajeto. Isso porque, no momento da peregrinação, não há necessidade alguma de renunciar a nada, e a aceitação popular acaba falando mais alto. Todavia, ao final a perdição será eterna (Lc 12.4-12 cf. Mt 10.16-30).

III. A PORTA ESTREITA E O CAMINHO DA VIDA

1. A conformidade com a porta larga e o caminho espaçoso.
O convite só acontece em relação à porta estreita e o motivo é óbvio: o estar na vida leva as pessoas a seguirem pelo rumo mais fácil. Neste caso, o da porta larga e do caminho espaçoso que, visivelmente, é mais bem popular (v.13).

2. Porta estreita e caminho apertado.
São poucos os que decidem por entrar pela porta estreita e andar pelo caminho apertado (v.14). A justiça do Reino exige renúncia. Mesmo tendo razão, abrir mão de si em favor dos outros, amar os inimigos e não retribuir o mal, ser rejeitado até mesmo pela família por causa da fé e assim por diante (Mt 5.20; Lc 14.25-27,33; Jo 15.18-21; 16.1-3, etc.). Em outras palavras, abrir mão de seguir o fluxo para tornar-se discípulo exige uma decisão radical.

3. A vida plena como destino final dos que são discípulos.
Como o próprio caminho e também a vida (Jo 14.6), Cristo promete vida em abundância (Jo 10.10). Tal vida inicia-se aqui e prolonga-se até a eternidade (Jo 4.13,14). Por isso, o discípulo é informado acerca dos percalços que certamente serão encontrados durante o trajeto. Nesse caso, não há uma negação mágica prometida pela religiosidade retributiva, onde o certo é feito para se obter o bem e o errado evitado apenas para não se atrair o mal. Na perspectiva da justiça do Reino, o bem é realizado sem que haja nenhuma expectativa de retorno ou reciprocidade, mas sim porque a nova natureza leva-nos a agir assim (Mt 5.13-16). Só é possível viver dessa forma sob a égide do Reino (Mc 8.34-38; Lc 9.23-26).

O caminho feito por Jesus Cristo — da rejeição popular e da aceitação e aprovação divinas — é o caminho que o discípulo deve também trilhar.



CONCLUSÃO

A mensagem do Mestre é clara e não permite devaneios linguísticos, quem quiser segui-lo o fará através da passagem por uma porta estreita e da permanência em andar em um caminho apertado. Já em seu tempo, relata-nos João em seu Evangelho, que “apesar de tudo, até muitos dos principais creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga” (Jo 12.42). Na verdade, informa-nos ainda o apóstolo do amor, tais pessoas não assumiram a fé no Mestre, “porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus” (Jo 12.43).


Fonte: Lições Bíblicas CPAD Jovens - 2º trim.2017 - O Sermão do Monte - A Justiça sob a ótica de Jesus - Comentarista César Moisés Carvalho 


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