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quinta-feira, 29 de junho de 2017

Tempo para todas as coisas

E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos” Gn 1.14

“O que Deus fazia no princípio? Não é fácil responder a essa pergunta, pois não dispomos de nenhuma informação acerca de suas atividades entre os três primeiros versículos do capítulo um de Gênesis. Todavia, permitam-me algumas conclusões, que acredito serem coerentes e razoáveis. Antes de Deus fazer a Terra, Ele criou sua própria morada.

Deus jamais faria a sua obra na eternidade, porquanto esta é um atributo exclusivamente seu (1Tm 6.16). O Criador é sempiterno; a criação, temporal. Ao contrário dos gregos que acreditavam na eternidade da matéria, os hebreus creem que tudo quanto existe no tempo, foi criado pelo Eterno (Hb 11.3). Aliás, nem a própria morada de Deus é eterna.

Sendo o tempo a duração relativa das coisas, geramos a noção de presente, passado e futuro: um período contínuo no qual se sucedem os eventos. Deus, porém, é o que é. Ele não está sujeito a qualquer sucessão de dias ou séculos. Presente, passado e futuro são-lhe a mesma coisa. Logo, somente o Eterno poderia criar o tempo.

[...] O Criador não se acha limitado quer pelo tempo, quer pelo espaço; a criação, sim. Até mesmo, os anjos não podem estar em dois lugares ao mesmo tempo” (ANDRADE, Claudionor. O Começo de Todas as Coisas. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2015, p.23).

Deus criou o tempo (chronos) e seu objetivo era poder se relacionar com a raça humana.

Caro professor, neste trimestre estudaremos a respeito do tempo. Você verá que as lições de 1 a 8 têm um enfoque prático e devocional, mas voltadas para a vida cristã saudável. Já as lições de 9 a 13 são mais apologéticas. Seus alunos terão uma grande oportunidade de compreender a vontade do Senhor na administração do tempo. Que possamos fazer uso do nosso tempo com sabedoria para que venhamos alcançar corações sábios.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Querido professor, você foi escolhido por Deus para o ministério do ensino, portanto, considere-se privilegiado. O Senhor confiou a você a tarefa de contribuir, de forma significativa, com a formação espiritual de uma pequena parte de seus filhos. Quanta responsabilidade! No entanto, apesar do imenso desafio inerente a essa tarefa, somado às muitas atividades do dia a dia, até aqui o Senhor tem o fortalecido. Creia que neste trimestre não será diferente. Dedique-se ao seu ministério e invista nele. O Mestre dos mestres é o maior interessado no êxito desta obra e Ele lhe ajudará a, num mundo em que as pessoas valorizam apenas o que é instantâneo, falar sobre “tempo para todas as coisas”! Inspire-se! Você será o instrumento de Deus para ensinar que não se deve querer atrasar ou apressar o kairós.

TEXTO BÍBLICO:  Eclesiastes 3.1-8

INTRODUÇÃO

Os céus e a terra, e tudo quanto neles existem, pertencem ao Senhor (Dt 10.14; Jó 41.11). No que diz respeito ao tempo, essa assertiva se torna ainda mais forte, uma vez que o homem não pode produzir, ou reter, um único momento do seu tempo. Cada minuto da vida é um presente do Criador. Deus dá a todos apenas a mordomia sobre o tempo, ofertando-lhes oportunidade de realizar todas as coisas. No fim de tudo, porém, o Senhor pedirá contas pelo gasto equivocado do tempo.

I. O TEMPO E SUAS IMPLICAÇÕES

1. Considerações preliminares.
Após a criação (Gn 1.1), Deus estabeleceu um tempo para todas as coisas debaixo do sol (Ec 3.1). Ele tem um propósito para todas as suas obras, pois não faz nada ao acaso. Na eternidade, onde Deus habita (Is 57.15), não se mede o tempo como nós medimos. O Senhor pode, simultaneamente, responder as orações de milhões de pessoas (Jr 33.3), dar comida aos corvos (Lc 12.24), fazer maravilhas (Sl 72.18), e ainda compadecer-se e abençoar o parto das cabras monteses, bem como das gazelas nas savanas africanas (Jó 39.1-3), dentre muitas outras tarefas espalhadas por todo o imenso universo de aproximadamente trezentos bilhões de galáxias. Mas isso não é nada para o Todo-Poderoso, o qual é o Pai da eternidade.

2. A origem do tempo (chronos).
A partir do século XX, com o surgimento da teoria do Big Bang, a maioria dos cientistas passou a defender que o universo teve um marco inicial há mais de 13 bilhões de anos, quando um “átomo primordial” teria explodido, dando origem a tudo. Porém, inexistem dados aferíveis cientificamente que comprovem a hipótese do Big Bang, como também não há revelação bíblica que indique a ocorrência de uma grande explosão no passado remoto, que tivesse liberado energia criadora. No entanto, tanto a Bíblia como a ciência concordam que o universo teve um início. Assim, se houve um início para o universo, é inegável admitir que existiu uma época — antes de Gênesis 1.1 — em que não havia matéria, nem espaço para a conter, como também não havia tempo a ser contado (chronos). Era apenas a eternidade. Então, Deus decidiu criar todas as coisas, submetendo-as às regras do tempo.

3. Importância do tempo.
A importância do tempo (chronos) se dá, dentre outras coisas, pela necessidade do estabelecimento de ciclos para todas as obras formadas, bem como para que o homem, a obra prima da criação, pudesse conhecer e buscar a Deus.

Deus é Criador e Senhor do tempo, do espaço e da matéria e, por isso, Ele não está sujeito a nenhuma das limitações e contingenciamentos deste mundo.

II. DEUS E O TEMPO

1. A atemporalidade de Deus.
A Bíblia afirma que Deus é atemporal. Ele é Deus de eternidade a eternidade, ou seja, não teve início e nem terá fim (Sl 90.2). Nem mesmo todo o universo pode contê-Lo (2Cr 6.18). Ademais, Ele não pode ser provado empiricamente porque nunca foi criado e, portanto, não teve início. Então, como o Criador poderia se relacionar com os homens, tão finitos, para salvá-los? Para resolver este problema, Ele enviou o seu Filho Unigênito (Jo 3.16). O Verbo se fez carne (homem) e habitou entre nós. A encarnação de Jesus era a única forma da imagem de Deus se tornar tangível por um tempo, para que os seres humanos “vissem, contemplassem e tocassem da Palavra da Vida” (1Jo 1.1,2), e assim fossem conduzidos à salvação.

2. Relacionando-se no tempo com uma pessoa atemporal.
A partir de Jesus, os homens puderam ver, enfim, a glória de Deus. Antes, se vissem, morriam, pois o finito não pode conter, e nem ao menos ver, o Infinito (Êx 33.20). Jesus, o Filho de Deus, para vir ao mundo precisou “aniquilar-se” a si mesmo, fazendo-se semelhante aos homens (Fp 2.7). A Bíblia mostra que Deus é completamente ilimitado em relação ao tempo, não seguindo, portanto, o calendário humano, pois, para Ele, mil anos são como “o dia de ontem” ou a “vigília da noite” (Sl 90.4). Precisamos entender que Deus tem o seu tempo para agir. Ele não se adianta ou chega atrasado. Como filhos precisamos aprender a confiar nEle, independentemente do tempo.

3. Kairós X Chronos.
Kairós é uma palavra de origem grega, que significa “momento certo”, “tempo oportuno”, em oposição a chronos, que traz a ideia de tempo sequencial, cronológico, quantitativo. Essas duas formas de definir, no grego, o tempo, trazem consigo um conflito épico, por assim dizer. De um lado o tempo linear, quantitativo, marcado pelos relógios e calendários — chronos —, do outro o tempo qualitativo, o momento ideal, próprio, para os fatos acontecerem — kairós.

A encarnação de Jesus foi uma oportunidade para que, por algum tempo, os homens pudessem ver a glória de Deus.

III. A VIDA NO TEMPO

1. Vivendo no tempo.
Deus colocou a eternidade no coração do homem, no seu espírito e alma. Mas o nosso corpo é corruptível e está sujeito a ação do tempo (Sl 90.10). Talvez, por isso, seja tão difícil nos conformarmos com a morte, pois existe uma fagulha divina acesa em nosso espírito e que anela pela eternidade.

2. Conhecendo o tempo.
Conhecer o tempo (kairós) faz toda a diferença, como aconteceu com alguns dos filhos de Issacar, os quais eram “destros na ciência dos tempos, para saberem o que Israel devia fazer” (1Cr 12.32). Eles tinham discernimento e, por isso, foram indispensáveis para a prosperidade da nação de Israel e ganharam muito destaque.

3. Contando o tempo.
Moisés, certa vez, orou a Deus pedindo: “Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio” (Sl 90.12). O grande problema de muitas pessoas é que deixam para pensar sobre o fim da existência terrena somente quando lhes resta bem pouco tempo. Contar os dias é uma atitude de sabedoria, pois significa ter em perspectiva a iminência da morte, o que garante um melhor entendimento sobre como aproveitar os dias de vida.

Se o timing perfeito existe, ele consiste em “acertar” o nosso relógio (chronos) com o relógio de Deus (kairós). Para tanto, é necessário estar em comunhão com Ele.

CONCLUSÃO

Deus, ao estabelecer que as coisas teriam um tempo oportuno (kairós) para serem realizadas, criou a possibilidade dos homens cumprirem, não o seu destino, mas o propósito para o qual foram criados.

Fonte: Lições Bíblicas 3º Trimestre de 2017 Título: Tempo para todas as coisas — Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá - Comentarista: Reynaldo Odilo

SUBSÍDIO
“Deus não tem que se apressar no decurso do tempo deste Universo, assim como um autor não está sujeito ao tempo imaginário do romance que escreve. Deus tem uma atenção infinita para dispensar a cada um de nós. Não tem que lidar conosco em conjunto. Você está tão a sós com Deus como se fosse o único ser que Ele criou. [...] Deus, creio, não vive absolutamente numa sucessão temporal. [...] Porque Ele é a sua própria vida.

Deus está num ambiente sem sucessões temporais e que me faz ter certeza de que pode atender-me no mesmo instante em que atende aos rogos de outros, mesmo quando estes são milhões. 

[...] Deus não prevê os fatos, Ele os vê, e concomitantemente. Chegamos, então, à conclusão de que o meu tempo, ou o nosso tempo, não afeta aiónios [o tempo de Deus]. Isso é algo confortante. E a explicação é que Deus é extrapolante, infinito, sempiterno, imensurável; logo, só pode estar na eternidade. Mas, por ser tudo isso, o tempo também pode estar nEle, pois o tempo é finito. O finito é um ponto fixo no infinito. O finito cabe no infinito. [...] 

Deus não é afetado pelo tempo, mas Ele afeta o tempo. Deus enche o mundo com uma parte de sua infinitude e por meio de sua onipresença” (DANIEL, Silas. Reflexões sobre a Alma e o Tempo. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2001, p.142).

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