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sexta-feira, 10 de março de 2017

Vivendo de forma Moderada - A Temperança

Melhor é o longânimo do que o valente, e o que governa o seu espírito do que o que toma uma cidade” Pv 16.32

Vivemos numa sociedade onde os excessos da vida são estimulados diariamente, como o acesso ao consumo diante das propagandas midiáticas prometendo “céus e terras”. Os Shoppings Centers talvez seja o maior exemplo do reflexo desse espírito consumista. A imagem dos rodízios, onde as pessoas comem muito mais do que seria o adequado para o seu bem estar. Os valores exorbitantes de aparelhos de telefone celular, bolsas importadas e tantos outros itens que não fazem parte da realidade econômica da maioria das pessoas, mas que impõem a ela a necessidade de adquirir sem poder. Esse é o “espírito” do nosso tempo!

O ser humano anda na corda bamba entre o equilíbrio e a falta de moderação. Em Gálatas, a palavra grega que aparece para prostituição é porneia. O termo se refere a todo tipo de imoralidade sexual. Note que as três palavras que aparecem no texto bíblico de Gálatas 5 — prostituição, impureza e lascívia —, embora tenham significados distintos, têm a mesma conotação: imoralidade sexual. Ou seja, a conduta que vai à contramão da vontade de Deus em relação à vida sexual. Aqui, há um grande apelo do apóstolo aos crentes da Galácia para cultivarem uma vida íntima de acordo com a vontade de Deus. Isso demandaria equilíbrio espiritual!

Junto com a glutonaria, podemos destacar também as bebedices. Com glutonaria, o texto bíblico se refere ao ato de comer demasiadamente ao ponto de se tornar em vício. Ao lado das bebedices, a glutonaria está numa posição onde o apóstolo Paulo rechaça o vício na vida dos que seguem a Jesus. Os vícios descritos em Gálatas revelam um estilo de vida hedonista, fruto da cultura pagã dos tempos de Paulo. Cada um vivia conforme seu gosto e sua maneira de ver a vida. O que não é diferente da realidade atual. Por isso, somos instados pelo apóstolo a ter uma vida equilibrada, manifestando a virtude da temperança em toda a nossa maneira de viver.

A palavra “temperança” também é apontada como “domínio próprio” ou “autodomínio”. Conforme 1 Coríntios 9.27, a palavra mostra que a temperança ou o autodomínio é uma virtude do Espírito Santo que nos ajuda a dominar nossos impulsos carnais. É a virtude de conter a si mesmo, conter todos os vícios enumerados pelo apóstolo Paulo: a prostituição, a impureza, a indecência, a glutonaria e as bebedices. Deus nos da poder para resistir e nunca nos deixarmos dominar por esses vícios. (Revista Ensinador Cristão nº69)

A temperança ajuda o crente a ser moderado em todas as áreas e circunstâncias da vida.

Texto Bíblico: 1 João 2.12-17

Na lição de hoje estudaremos a temperança, fruto do Espírito, em contraposição a prostituição e a glutonaria, obras da carne. Como crentes precisamos ter uma vida moderada, equilibrada e santa. A prostituição e a glutonaria são um pecado contra o nosso corpo, que é morada do Espírito Santo. Tudo que agride o nosso corpo é pecado, pois fere e macula a morada de Deus. Jamais podemos nos esquecer que o nosso corpo é habitação do Espírito Santo, por isso, precisamos cuidar bem dele evitando tudo que possa manchá-lo e fazê-lo adoecer.

“A palavra grega egkrateia significa ‘temperança’ ou ‘domínio próprio’ até sobre paixões sensuais. Inclui, portanto, a castidade. Essa ênfase não aparece nos textos de Romanos 12 e 1 Coríntios 12—14. Por outro lado, o contexto anterior oferece um tratamento completo do assunto. Em Efésios 4.17-22, a vida nova é contrastada nitidamente com a antiga. A imoralidade não tem lugar na vida de uma pessoa que procura ser vaso de bênçãos nas mãos de Deus. Se o viver santo não acompanhar os dons, o nome de Cristo é envergonhado. O ministério verdadeiramente eficaz perde seu impacto. Os milagres talvez continuem durante algum tempo, mas Deus não recebe nenhuma glória. Os milagres não garantem a santidade, porém a santidade é vital para o verdadeiro ministério espiritual” (HORTON, Stanley H. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.492).

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos que o crente deve ser livre de qualquer intemperança. Ele precisa ter o fruto do Espírito Santo, vivendo com equilíbrio, em tudo sendo moderado a fim de que o nome do Senhor seja exaltado mediante suas ações. Estudaremos a temperança como um dos aspectos do fruto do Espírito em oposição à glutonaria e à prostituição.

TEMPERANÇA
“A temperança não é apenas moderação. É controle próprio. O verbo correspondente é usado para os atletas que precisam se controlar em tudo para serem vitoriosos (1 Coríntios 9.25). O Espírito nem sempre remove todos os desejos da carne, e, certamente, nem todos os impulsos e tendências da carne. Mas parte do seu fruto é que Ele nos ajuda a desenvolver o autocontrole que domina esses desejos, impulsos, paixões e apetites. O autocontrole não aparece automaticamente. O que o Espírito faz é ajudar-nos a disciplinar a nós mesmos”. Para conhecer mais leia, A Doutrina do Espírito Santo, CPAD, p.194.

I. TEMPERANÇA, O DOMÍNIO DAS INCLINAÇÕES CARNAIS

1. Vivendo de modo sóbrio.
Podemos comparar o crente que vive segundo a carne, dominado pela velha natureza, a um vulcão ativo que está sempre prestes a entrar em erupção. O que o vulcão lança de seu interior? Gases venenosos, lava incandescente e fogo. A erupção pode devastar cidades inteiras e fazer milhares de vítimas. Assim é o crente que não tem o fruto do Espírito. Do seu interior, procede somente aquilo que é mau (Lc 6.45). Precisamos ser comedidos em nossas palavras e atitudes, procurando ser cheios do Espírito Santo diariamente (Ef 5.18). Fomos salvos pela graça divina e essa graça nos ensina a rejeitar as obras da carne e a vivermos de modo sóbrio, justo e piedoso (Tt 2.11).

No grego, a palavra temperança é enkráteia, que significa autocontrole, disciplina (2Pe 1.6; Tt 1.8). Este vocábulo é também utilizado por Paulo para tratar a respeito da pureza sexual (1Co 7.9). Já em 1 Coríntios 9.25, ele é empregado para destacar a disciplina de um atleta. Paulo desejava que os crentes entendessem que é o Espírito Santo que nos ajuda a ser disciplinados e comedidos. Com a ajuda de Deus, Paulo tinha suas vontades e desejos em sujeição (1Co 9.27).

Talvez você pense que as palavras mansidão e temperança sejam sinônimas, porém existe diferença entre elas. Mansidão é saber se controlar em um momento de ira, ou irar-se no momento certo. Já a temperança está relacionada à questão do impulso sexual, glutonaria e às questões da carne.

2. Temperança e qualidade de vida.
Temperança significa ter controle sobre seus desejos e atitudes. Quem tem temperança tem qualidade de vida. Deus não proíbe você de comer, beber e ter uma vida de conforto e felicidade. Contudo, Ele deseja que vivamos de modo sóbrio e equilibrado. Uma pessoa que tem domínio próprio sabe se controlar em toda e qualquer situação. Por não terem a temperança como fruto do Espírito, muitos estão vivendo sem pudor, cometendo toda a sorte de excessos, envergonhando o nome de Cristo e a Igreja do Senhor. Sabemos que o que é nascido da carne é carne, mas o que é nascido do Espírito é espírito, logo vive de modo equilibrado e não tem prazer nas concupiscências desse mundo (Jo 3.6). Precisamos diariamente nos encher do Espírito Santo para não cumprirmos os desejos da carne (Gl 5.16). As obras da carne são conhecidas, e sua mortificação só é possível quando somos completamente dominados pelo poder do Espírito Santo.

3. A temperança na vida de Cristo.
Jesus se fez homem e habitou entre nós (Jo 1.14), mas Ele não pecou e jamais experimentou as obras da carne. Jesus era cheio do Espírito Santo (Lc 4.18), razão pela qual pôde vencer as tentações da carne, do mundo e do Diabo (Hb 4.15). A velha natureza deseja apenas o que é desse mundo: comida, bebida e prazeres pecaminosos. Porém, quando vivemos orientados e guiados pelo Espírito, somos equilibrados e não deixamos que as paixões carnais nos vençam.

A temperança, fruto do Espírito, nos ajuda a termos domínio contra as inclinações carnais.

II. PROSTITUIÇÃO E GLUTONARIA, O DESCONTROLE DA NATUREZA HUMANA

1. Fugi da prostituição.
O vocábulo prostituição no grego é porneia e significa imoralidade, relações sexuais ilícitas. Como novas criaturas, precisamos abster-nos da prostituição e de todo o tipo de infidelidade conjugal. Vivemos em uma sociedade que aceita e propaga o sexo antibíblico e profano. Não podemos nos conformar com esse mundo e não podemos jamais esquecer de que devemos ser “sal” e “luz” neste mundo (Mt 5.13-16; Rm 12.2).

2. A disciplina em casos de prostituição.
Paulo teve sérios problemas com a imoralidade na igreja em Corinto (1Co 5.1). Um dos crentes estava mantendo relacionamento sexual com sua madrasta. O apóstolo tratou esse caso de imoralidade com seriedade e temor. O pecado precisa de disciplina, pois, caso contrário, haverá a corrupção generalizada (vv.6-8). O propósito da disciplina não é humilhar ou ferir aquele que pecou, mas preservar a pureza moral na igreja. A Palavra de Deus nos adverte a fugir da prostituição: “Fugi da prostituição [...]” (1Co 6.18). Nosso corpo pertence ao Senhor, pois Ele nos criou (1Co 6.13). Que jamais venhamos a usar nossos membros para a prostituição, mas para manifestar a glória de Deus.

3. A glutonaria e seus males.
Glutão é aquele que come em excesso e com voracidade. Tal atitude revela falta de equilíbrio espiritual e emocional. Até mesmo na hora de nos alimentarmos precisamos ter parcimônia. Enquanto a prostituição é um pecado com o corpo, a glutonaria é um pecado contra o corpo. Salomão adverte aos que comem em excesso (Pv 23.2). Nosso corpo é templo do Espírito Santo, por isso, precisamos cuidar bem dele, tendo uma alimentação saudável e equilibrada (1Co 6.19). Muitos estão enfrentando sérios problemas de saúde porque não foram equilibrados em sua alimentação. Sabemos que a gordura, o sal e o açúcar em excesso trazem sérios prejuízos para a nossa saúde. Porém, muitos continuam a ingerir tais alimentos, mesmo sabendo que trarão sérios prejuízos à saúde. Muitos maltratam o corpo e depois ficam a clamar a Deus por um milagre. Façamos a nossa parte.

A prostituição e a glutonaria, obras da velha natureza, são um descontrole da natureza humana.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Prostituição
“A Bíblia defende consistentemente a pureza moral e mantém uma posição firme contra a prostituição de qualquer tipo. Várias proibições podem ser encontradas na lei mosaica (Lv 19.29; 21.7,14; Dt 22.21). O livro de Provérbios está repleto de advertências àqueles que desejam procurar prostitutas. Os mesmos riscos eram enfrentados pelos crentes do Novo Testamento, pois vários cultos da fertilidade ainda prevaleciam no Império Romano e o aspecto geral da moralidade no primeiro século era bastante baixo. A proibição contra a prostituição era incluída nas proibições gerais sobre os relacionamentos sexuais ilícitos, claramente expressas no Novo Testamento” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.1254).

Glutonaria
Truphe, ‘luxo, suntuosidade, afetação, diversão, festança, folia’, é encontrada em 2Pe 2.13 (‘deleites’, literalmente, ‘contando se divertir no dia do prazer’). Em Lucas 7.25, é usada com a preposição em, ‘em’, e traduzido por ‘em delícias’.

Komos, ‘divertimento, folia, pândega, orgia’, a concomitância e consequência da bebedeira, é traduzido no plural em Romanos 13.13; Gl 5.21 e 1Pe 4.3 (‘glutonarias’).

Gaster (glutão) denota ‘barriga, ventre’. É usado em Tito 1.12, com o adjetivo argos, ‘ocioso, preguiçoso’, metaforicamente, para significar glutão; em outro lugar, ocorre em Lucas 1.31” (Dicionário Vine: O significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.676).

III. VIVENDO EM SANTIFICAÇÃO E DEIXANDO OS EXCESSOS

1. Agradando a Deus em tudo.
Pela graça de Jesus, somos salvos e já experimentamos a regeneração. Como novas criaturas, precisamos viver de modo a agradar ao Senhor. Seja santo na sua maneira de vestir, falar, comer, em seus relacionamentos, etc. Quem ama a Deus, deseja agradá-lo em tudo e tem prazer em cumprir a sua lei. A Bíblia diz que nos últimos dias, por aumentar a iniquidade, o amor de muitos esfriaria (Mt 24.12). É o que temos visto. Falta amor genuíno para com o Pai e, logo, também falta santidade, moderação e bom senso.

2. Santificação.
Que venhamos abandonar o pecado e buscar a santificação, pois sem ela não poderemos ver ao Senhor (Hb 12.14). Quando falamos em pecado, em geral, as pessoas pensam logo em adultério, homossexualismo e roubo. Mas pecado significa tudo o que não agrada a Deus. O Senhor deseja que tenhamos uma vida santa, produzindo o fruto do Espírito.

Vida santa significa honrar o próprio corpo, evitando os pecados sexuais: “Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra” (1Ts 4.4). É importante ressaltar que “vaso” neste contexto significa o corpo do crente. O sexo entre os cônjuges não é pecado, mas precisamos compreender que nossos corpos são santos. Marido e a esposa precisam respeitar um ao outro e cuidar um do outro.

3. Deixando os excessos.
Viver de maneira que agrade a Deus é difícil, mas é possível. É possível porque não estamos sozinhos. O Espírito Santo, que habita em nós, deseja nos ajudar a abandonar todo excesso e todo o pecado. Ele nos ajuda a ter uma vida equilibrada, sadia e santa.

Precisamos viver em santidade, deixando os excessos, em todas as áreas da nossa vida, de lado.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Embora vivessem numa sociedade onde o pecado sexual era comum e aceitável, os apóstolos não transigiam com a verdade e a santidade de Deus. Não rebaixaram os padrões morais para acomodá-los às ideias e tendências daquela sociedade. Sempre que se deparavam com baixo padrões morais em alguma igreja (cf. Ap 2.14,15,20), repreendiam-na e procuravam corrigi-la. Considerando padrões a baixa moralidade que prevalece em nossos dias, precisamos de dirigentes do tipo dos apóstolos, para conclamar a igreja a obedecer aos padrões divinos de retidão” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.1847).

CONCLUSÃO

A temperança, como fruto do Espírito Santo, nos ajuda a ter uma vida disciplinada e feliz. Que venhamos ser cheios do Espírito, aprendendo com Ele a disciplina espiritual em todas as áreas de nossa vida.


Fonte:
Livro de Apoio 1º trim 2017 - As Obras da Carne e o Fruto do Espírito - CPAD - Osiel Gomes
Revista Bíblica As Obras da Carne e os Frutos do Espírito - Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente - 1º sem_2017 - CPAD - Comentarista Osiel Gomes
Bíblia Defesa da Fé
Bíblia de Estudo Pentecostal
Dicionário Wycliffe
Aqui eu Aprendi!

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