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quarta-feira, 6 de julho de 2016

O contexto da Profecia de Isaías

Aprendei a fazer o bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas” Is 1.17


“O nome ‘Isaías’ significa ‘o Senhor salva’. Como profeta designado por Deus, Isaías começou seu ministério em 740 a.C., no ano em que morreu o rei Uzias. Profetizou por mais de quarenta anos e morreu provavelmente cerca de 680 a.C..

O longo ministério profético de Isaías teve lugar na época do reino dividido.

O Reino do Norte — Liderança Jeroboão (capital Samaria) - chamado pelos diferentes nomes de ‘Israel’, ‘Samaria’ e ‘Efraim’ — abrangia dez tribos de Israel. (a saber: Rubén, Simeão, Dã, Naftali, Gade, Asser, Issacar, Zebulom, Manassés, Efraim)

O Reino do Sul — Liderança Roboão (capital Jerusalém) - comumente chamado de ‘Judá’, consistia das tribos de Judá e de Benjamim.

Os dois reinos, na época de Isaías, estavam desviados de Deus e de sua lei e recorriam às nações pagãs e seus deuses falsos para livrá-los dos seus inimigos. O Reino do Norte foi subjugado e destruído pela Assíria em 722 a.C. Isaías advertiu Judá de que esse reino, também, seria destruído por causa de seu pecado e apostasia” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, p.993).

Isaías escreveu seu livro num amplo e complexo contexto histórico, político, cultural, econômico e religioso, que, ao ser conhecido, torna mais vívida e compreensível sua mensagem.

“O ministério profético do Antigo Testamento ajuda-nos a compreender o do Novo Testamento. A missão principal dos profetas do Antigo Testamento era transmitir a mensagem divina através do Espírito para encorajar o povo de Deus a permanecer fiel, conforme os preceitos da Antiga Aliança. Às vezes, eles também prediziam o futuro, conforme o Espírito lhes revelava.

Cristo e os apóstolos são um exemplo do ideal do Antigo Testamento. A função do profeta na Igreja incluía o seguinte:

a) Proclamava e interpretava, cheio do Espírito Santo, a Palavra de Deus, por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar, exortar, animar, consolar e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1Co 12.10; 14.3).

b) Devia exercer o dom de profecia;

c) Às vezes era vidente (1Cr 29.29), predizendo o futuro (At 11.28; 21.10,11).

d) Era dever do profeta do Novo Testamento, assim como no Antigo Testamento, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus.

Por causa de sua mensagem de justiça, o profeta pode ser rejeitado por muitos nas igrejas, em tempos de mornidão e apostasia” (ARAUJO, Israel de. Dicionário do Movimento Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007).

Querido Leitor, Professor, algumas das profecias de Isaías não estão escritas em ordem cronológica. Assim, a narrativa do chamado do profeta só vai aparecer no capítulo 6. Seu texto é organizado dentro de uma lógica temática e não necessariamente cronológica. Podemos afirmar que existem no livro de Isaías três divisões principais. Sua profecia abrange um período histórico que vai da morte do rei Uzias até a vinda e o sacrifício vicário do Messias. Ainda prediz a manifestação final do reino messiânico no fim dos tempos apocalípticos e escatológicos.


INTRODUÇÃO
A profecia de Isaías pode ser dividida em três momentos específicos: período dos reis de Jerusalém, dentro do contexto em que ele vive (Isaías 1 — 39), com reis que foram tementes a Deus como Ezequias, mas também com reis que incentivaram a idolatria como Acaz; o segundo momento é quando ele prediz que o povo irá para o cativeiro babilônico, trazendo-lhes consolo e esperança para superarem as dificuldades e aguardarem o retorno com confiança em Deus (Isaías 40 — 55); e um terceiro momento é quando o povo voltaria do cativeiro para Jerusalém, predizendo um período de glória para Israel sob o reinado messiânico (Isaías 56 — 66). A mensagem de Isaías diante do contexto histórico e religioso é difícil, pois apontava para a quase destruição e rejeição do povo, porém, haveria um remanescente. Portanto, o profeta contrasta tempos de prosperidade material com muita injustiça bem como períodos de um efervescente culto a Deus contrastando com idolatria.

Conhecendo mais...
Isaías - A imponência da linguagem dramática de Isaías, a profundidade de seus temas teológicos e o vigor da sua leitura sobre a história do povo israelita justificam o fato de pregadores, teólogos e poetas descreverem que os 66 capítulos do livro constituem uma peça fundamental dos livros proféticos do Antigo Testamento.[1] Apesar de existirem outros profetas importantes, Isaías inaugura a tradição dos profetas literários. Sendo assim, todo o contexto a ser analisado compreende o cenário político, social e religioso desse período de tempo.

O profeta ganhou um senso de missão por meio de seu encontro com Deus descrito no capítulo 6 do livro. Esse fato grandioso não foi, provavelmente, o chamado inicial, e sim uma reconvocação para uma tarefa especifica de anunciar julgamento e promessa na nova situação do povo. Ao lermos a chamada do profeta, não devemos nos esquecer de que Isaías viu as glórias e o esplendor da corte terrena do rei Uzias. Logo após a morte do Rei, Isaías se depara com a visão do trono de Deus, indicando a novidade na sua missão profética: a glória de Deus será maior que a glória do reinado humano (Uzias).


Nesse sentido, a mensagem de Deus era que a atenção do profeta deveria se direcionar unicamente ao que o Senhor lhe ordenasse, pois o resultado da obediência do profeta implicaria numa visão glorioso da ação de Deus sobre o povo. Portanto, a vida de Isaías foi radicalmente mudada no instante em que ele assumiu a chamada de Deus para o novo momento da história de seu povo. Sua vida familiar e seu conhecimento da corte real foram utilizados por Deus para uma melhor compreensão de sua mensagem diante do povo.


Como ele era escriba ou cronista oficial do rei Uzias, fato este que pode justificar o conhecimento que o profeta tem do cenário político do mundo de sua época, Isaías transitava com facilidade em círculos oficiais do governo de Israel. Enquanto Amós e Oseias atuaram no Reino do Norte, Isaías é o primeiro profeta literário que atua no Reino do Sul. No entanto, sua mensagem se dirige às duas casas de Israel (cf. Is. 8.14).[2] O ministério do profeta foi marcado também por profundas angustias. Parte de seu desafio, paradoxalmente, era tornar impossível ao povo ver e ouvir a verdade divina, pois o julgamento de Deus já era uma realidade quase certa. Havia, no entanto, um remanescente do qual Isaías fazia parte.


Diante disse, fica agora a questão sobre o cenário político, econômico e social em que o profeta estava inserido no momento de seu oficio profético. Com o auxílio do Espírito Santo, o conhecimento dessas questões tornam muito mais clara e significativa a mensagem de Isaías.


CONTEXTO HISTÓRICO-POLÍTICO
1. A divisão do reino.
Após a morte do rei Salomão, filho de Davi, aconteceu uma disputa pela sucessão em Israel. As dez tribos do Norte, lideradas por Jeroboão, solicitaram a Roboão, filho de Salomão e herdeiro legítimo do trono, que aliviasse a carga tributária imposta por seu pai, Salomão; diante da negativa de Roboão, as tribos do Norte entronizaram como rei a Jeroboão. Com isso, Israel se dividiu em duas partes, chamadas de Reino do Norte, sob a liderança de Jeroboão, e Reino do Sul, sob a liderança de Roboão. Esse fato aconteceu em 922 a.C. A falta de amor e misericórdia entre as tribos irmãs foi a causa do cisma de toda uma nação. Quando a arrogância e a soberba prevalecem sobre o amor e respeito pelo outro, o fim sempre será trágico.

2. Os reis do profeta Isaías.

Adiante segue a relação de reis que governaram Judá (Reino do Sul), cuja capital era Jerusalém. Veja que pessoas sem a presença e temor de Deus em posições de liderança trazem ruína para seus liderados. Deus deseja contar com jovens que desde muito cedo compreendam que seu sucesso em todas as áreas da vida está na base da fé e na comunhão que cada um desenvolve com Deus.

a) Uzias.

Foi rei de Judá de 791 a 740 a.C. e é relatado no capítulo 6 de Isaías. Provavelmente o ministério profético se iniciou na data da morte deste rei.

b) Jotão.

Era filho de Uzias e o sucedeu no trono de 740 até 732 a.C. Acredita-se que tenha sido corregente com seu pai, após este ter adquirido lepra (2Rs 15.5) por ter oferecido sacrifício indevido no altar; no entanto, foi um bom rei, embora tenha permitido alguns locais de idolatria em Judá.

c) Acaz.

Foi filho de Jotão e tornou-se rei logo após o falecimento do seu pai. Reinou de 735 a 715 a.C.. Foi esse rei que, ao ter seu país invadido por tropas de Israel e da Síria, fez aliança com a Assíria (2Cr 28.16), o que denotou falta de confiança em Deus e trouxe sérias consequências para Judá. O profeta Isaías interferiu diretamente no reinado de Acaz lhe entregando uma profecia da parte de Deus (Is 7.1). A decisão de confiar na Assíria começou a enfraquecer o reino de Judá e trouxe consequências econômicas para o povo, devido ao pagamento de tributos para a Assíria. Foi um rei bastante idólatra (2Cr 28.19,24), principalmente a Baal, chegando a queimar um de seus filhos em oferta aos deuses (2Rs 16.3-4; 2Cr 28.2-4), quebrou utensílios do Templo e fechou locais de adoração a Deus (2Cr 28.23-25).

d) Ezequias.

Era filho do rei Acaz e reinou de 715 a 686 a.C., porém, provavelmente foi corregente com seu pai a partir de 729 a.C.. Foi durante seu reinado, graças a sua confiança em Deus, que aconteceu o grande livramento de Judá da invasão Assíria, quando morreram 185 mil soldados (2Rs 19.35), no ano de 701 a.C.; embora muitas cidades de Judá (Reino do Sul) terem sido saqueadas nessa invasão, Jerusalém foi milagrosamente poupada. Isaías animou o rei Ezequias durante a invasão do exército assírio (Is 37.5-7) e lhe trouxe uma mensagem de morte e outra de cura diante de seu arrependimento (2Rs 20) quando esteve doente. Embora esse rei tenha procurado honrar e adorar a Deus (2Rs 18.5,6), permitiu também determinados cultos aos deuses dos invasores assírios. No início de seu reinado, ele fez uma reforma religiosa reinstituindo algumas celebrações que haviam sido abandonadas (2Cr 29.2) pelo povo de Deus, tornando-se assim um dos melhores reis de Judá após a divisão do reino (2Rs 18.5).

e) Manassés.

Reinou de 686 a 642 a.C., mas deve ter sido corregente com seu pai (rei Ezequias) desde 696 a.C. Não há registros de que Isaías tenha profetizado durante o reinado desse rei, mas provavelmente foi no início desse reinado que o profeta foi martirizado, sendo serrado ao meio, segundo a tradição, pois esse rei era perversamente idólatra.

3. A ascensão dos impérios mundiais.

Com a subida ao poder de Tiglate-Pileser III ao trono da Assíria (745-727 a.C.) esta começou a subjugar algumas nações, dentre as quais o Reino do Sul. A Síria e Israel (Reino do Norte) haviam ameaçado invadir o Reino do Sul (735-732 a.C.). Com isso, Acaz, que nessa época era o rei, fez uma aliança com a Assíria, o que ocasionou ao Reino do Sul certa submissão ao Império Assírio, com pagamento de pesada carga de tributos. Em 722 a.C. o Reino do Norte foi destruído e levado cativo pela Assíria (2Rs 17.5) para nunca mais se restabelecer. Já o Reino do Sul teve uma duração mais longa, embora tenha sido invadido e ameaçado algumas vezes pela Assíria e outros países vizinhos. Entretanto, no ano de 586 a.C. foi invadido, após duas outras invasões babilônicas anteriores, e levado cativo por esta.

CONTEXTO ECONÔMICO E SOCIAL
1. Um período de prosperidade.
Durante o período do reinado de Uzias, o Reino do Sul experimentou um grande desenvolvimento econômico, tornando-se um dos mais prósperos de Judá desde a divisão do reino, sendo o luxo abundante. Este foi um dos motivos do afastamento do povo das leis de Deus, pois, com a ganância da prosperidade, começaram a praticar toda sorte de injustiças. Essa prosperidade permaneceu até o período dos reis Jotão e Acaz, vindo a declinar com este último.

"E, depois que se divulgou esta ordem, os filhos de Israel trouxeram muitas primícias de trigo, mosto, azeite, mel, e de todo o produto do campo; também os dízimos de tudo trouxeram em abundância." 2 Crônicas 31:5

Esse relato indica a prosperidade econômica e social no período de Ezequias.
Os outros reis de Judá, como Manassés, não possibilitaram uma situação econômica e social estabilizada; pelo contrário, trouxeram instabilidade.

Sempre que o sistema político não funcionava, a economia do povo de Judá sofria, pois os rendimentos baixavam, as relações sociais entravam em conflito e os mais pobres, os sacerdotes e levitas, e as crianças eram sempre os mais afetados do ponto de vista social.


A partir da leitura do cenário político do inicio do século VIII a.C., principalmente no espaço entre 783 a.C., a aproximadamente 560 a.C., fica claro um principio teológico que percebemos em quase toda a Teologia do Antigo Testamento: a estabilidade política, econômica e social de Israel estava sempre associada à vida religiosa. A fé assumia implicações concretas na vida política, econômica e social. Não havia uma dissociação dualista entre política, fé e espaço social. Tudo estava interligado, e a base comum era a fé em Deus. Por isso, os profetas sempre analisaram o cenário político, econômico e social a partir da visão da Torá, da Fé em Deus e do legado da Aliança com Ele.


2. As injustiças.

Este período do profeta Isaías foi de muita prosperidade entre o povo, mas em vez de fazerem uma justa distribuição de recursos e ganharem dinheiro de forma justa, passaram a oprimir e explorar os pobres, as viúvas e os órfãos (Is 1.17,23; 3.14; 10.2). Isso demonstra que a ganância leva a sociedade a praticar a injustiça social. Mas o profeta, discernindo a vontade de Deus, se levantou contra essas ações perversas.

1 João 5.21 nos adverte:
"Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém!".
CONTEXTO RELIGIOSO
1. A idolatria.
Alguns reis desse período profético foram extremamente idólatras. Isso levou o povo a apostatar da fé e da confiança em Deus. Duas formas de idolatria são combatidas na Bíblia: a primeira, de que não se poderia adorar outro Deus a não ser o Senhor Jeová; a segunda proíbe confecção de qualquer imagem ou ídolo que represente o Deus de Israel.

Nos tempos de Isaías, especialmente no reinado de Jotão e Acaz, a primeira forma de idolatria foi utilizada pelos judeus, o que agravou a situação do povo diante de Deus. Além disso, esse ambiente idólatra ajudou a incrementar as injustiças que eram praticadas na época. Uma das principais divindades adoradas pelos judeus era Baal, deus da fertilidade e do fogo, e por algumas vezes até mesmo chegaram a oferecer seus filhos em sacrifício aos deuses.


A Bíblia se refere à idolatria como sendo idêntica ao pecado da prostituição (Jr 3.2; Ez 23.27; Os 9.1; Mq 1.7), portanto, um ato de traição e uma abominação diante da bondade, fidelidade e amor de Deus para com seu povo. Nada pode ocupar o lugar dEle no coração do ser humano, pois isso também se torna em idolatria.


2. Uma religião de aparência.

Apesar de o Templo estar em Jerusalém e não ter sido destruído no primeiro momento, os impactos da deportação do Norte foram sentidos em Jerusalém. Os povos trazidos para Samaria, devido à política de mistura dos povos conquistados realizada pela Assíria, vieram de lugares tais como Babilônia, Cutá, Ava e Sefarvaim. Esses povos traziam suas práticas religiosas e seus deuses. O resultado disso foi um sincretismo religioso e a corrupção do sistema de adoração dos israelitas que haviam ficado.

Com a queda do Reino do Norte em 722 a.C., período que compreende também a ação profética de Isaías, existiu um sincretismo religioso em Samaria,[3] resultado da mistura anteriormente mencionada, associada à instrução dos sacerdotes enviados por Sargão III em Betel para ensinar o povo a adorar a Deus (2 Rs 17.27-28). Enquanto o povo adorava e servia ao Senhor apenas com os lábios, continuavam a servir outros deuses nos altares idólatras.


Com a mistura praticada pelo povo na adoração a Deus Jeová e aos deuses falsos, instalou-se uma falsa religiosidade, com alguns pecados bem graves cometidos: os sacerdotes se uniram aos assaltantes do povo e passaram a roubá-lo; criou-se uma religiosidade confusa e misturada com a idolatria da influência do culto a Baal multiplicaram-se os pecados morais e sociais. Entretanto, no reinado de Ezequias deu-se uma importante reforma religiosa.


Apesar de não durar por muito tempo, Ezequias tentou um retorno aos princípios da Torá, mas seus esforços terminaram com o fim de seu reinado. Nesse mesmo tempo, o profeta Isaías foi usado por Deus para profetizar a morte do rei, após este ter sido acometido de uma enfermidade mortal, e depois profetizar mais 15 anos de vida (Is 38.1-8). Portanto, Isaías participou do momento em que o rei Ezequias realizou algumas reformas em Judá, sendo um de seus principais ajudantes.


O cenário religioso de sincretismo, aparências e rituais vazios, ao que parece persistiu até aproximadamente 560 a.C., e talvez tenha continuado até o período das narrativas de Esdras e Neemias, no tempo pós-exílio.

Diante do cenário politico de opressão da Assíria, dada sua força bélica, deu-se também a fragilidade do sistema religioso do Norte, que influenciou o Sul na corrupção dos Sacerdotes e do sistema de culto.

Desse modo, o profeta Isaías realizou, a partir de 740 a.C., um dos ministérios mais complexos da Bíblia. Isaías estava envolvido entre o julgamento ao povo pelo abandono dos caminhos do Senhor e, ao mesmo tempo, ministrar a esperança de um novo começo diante da opressão, deportação, humilhação e escravização que o Norte sofreu e que, posteriormente, o Sul sofreria. Ele teria a difícil missão de profetizar a dura condenação que Deus estava realizando na história do povo e, ao mesmo tempo, profetizar que, após a condenação, viria a restauração. Na verdade, o profeta, assim como Moisés, não viu a restauração de Judá e a volta do exílio da Babilônia; mesmo assim, seu esforço em fazer a vontade de Deus e corajosamente anunciar sua palavra ficou de exemplo aos demais profetas que vieram depois dele.


O povo de Israel, em muitos momentos, quis imitar as nações pagãs a sua volta. Para obter favores políticos, aliançou-se com pessoas e nações idolatras e, para ter uma religião (como se a do Senhor não lhe fosse suficiente), envolveu-se com adoração a ídolos. Isso tudo levou a uma grande apostasia e falsidade no culto a Deus. Neste sentido, para os nossos dias, a cruz de Cristo é a perspectiva de uma constante inversão de valores vigentes na sociedade. A lógica da cruz é a opção em favor daquele que é fraco, pequeno e rejeitado, estabelecendo a justiça e a obediência a Deus na terra. É importante ao povo de Deus exercer um ministério profético transformador para tomada de posição diante de estruturas pecaminosas, opressoras, diabólicas e exploradoras que permeiam a sociedade, a política e o comercio. Essa é a lição de Isaías para hoje.

Servir a Deus é um estilo de vida, portanto, qualquer aparência pode ser enganosa.

CONCLUSÃO
Deus sempre terá um porta-voz, e nesta geração Ele conta com a voz de jovens que se ergam para denunciar, com coragem, o pecado. Mas ao mesmo tempo que ame o pecador, jovens que se comprometam não com este mundo e tudo que ele tem para oferecer, mas com Deus e com sua Palavra, que produz vida. Para isso, é necessário, como Isaías, discernir as estruturas de poder religiosas, políticas e sociais para agir de forma relevante.


ESTUDANDO SOBRE A LIÇÃO
1. Qual o principal motivo de separação do reino de Israel em Norte e Sul?
Porque solicitaram a Roboão, filho de Salomão, que aliviasse a carga tributária imposta por seu pai Salomão, caso contrário, seguiriam como rei a Jeroboão.
2. Qual foi o rei mais idólatra do período de Isaías e o que ele fez nesse sentido?
Acaz, queimou um de seus filhos em oferta aos deuses e adorou a Baal (2Re 16.3-4; 2Cr 28.2-4), quebrou utensílios do Templo e fechou locais de adoração a Deus (2Cr 28.23-25).
3. Quais foram os dois impérios mundiais que surgiram durante e logo após o ministério profético de Isaías?
Assíria e Babilônia.
4. Quais foram os principais pecados cometidos nesse período?
Os sacerdotes se uniram aos assaltantes do povo e passaram a roubá-lo, criou-se uma religiosidade confusa e misturada com idolatria da influência do culto a Baal, multiplicaram-se os pecados morais e sociais, e passou-se a falsificar a Palavra de Deus.
5. Qual foi considerado um dos maiores reis de Israel após a divisão do reino e por quê?
Foi Ezequias, porque incrementou uma grande reforma religiosa e cúltica.

Fonte:
Lições Bíblicas - Isaías - Eis-me aqui, envia-me a mim. 3º.trim_2016 CPAD - Comentarista Clayton Ivan Pommerening
Livro de Apoio - Isaías - Eis-me aqui, envia-me a mim. - Clayton Ivan Pommerening
ARAUJO, Israel de. Dicionário do Movimento Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia de Estudo Defesa da Fé
Dicionário Bíblico Wycliffe
[1]LASOR, S. William; HUBBARD, A. David; BUSH, W. Frederic. Introdução ao Antigo Testamento. Ed.Vida Nova.1999.p.299
[2]SCHMIDT, H. Werner. Introdução ao Antigo Testamento. Trad. Annmarie Hõhn. Saõ Leopoldo,RS:Sinodal, 1994.p.205
[3]MERRIL, H. Eugene. História de Israel no Antigo Testamento: o reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. Trad. Romell S. Carneiro. R.J:CPAD,2001
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2 comentários:

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