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sábado, 2 de maio de 2015

Jesus escolhe seus Discípulos - Jesus, o Homem Perfeito

E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo Lucas 14.27

Quem eram os discípulos escolhidos por Jesus? Pessoas simples, habitantes de uma cidade sem importância para a antiga Palestina. Pessoas que não tinham alto grau de instrução, mas que acreditaram na mensagem do meigo nazareno.

Na presente aula, devemos ressaltar que o nosso Senhor não chamou os doze homens para serem apóstolos objetivamente, mas, primeiramente, para discípulos. Pessoas disponíveis a aprender, e igualmente, desaprender os equívocos aprendidos ao longo da vida religiosa e, principalmente, ansiosos em imitar o Mestre de Nazaré.

O discipulado de Jesus é assim. Chama pessoas, do ponto de vista humano, incapazes de desenvolver algum projeto de vida. E mostra-lhe o maior projeto que ser humano algum pôde imaginar: o Reino de Deus. Quando fomos chamados por Jesus a viver o Evangelho, percebemos que não estávamos prontos a dizer "sim" para o seu projeto. O nível do Evangelho é alto de mais para a nossa natureza caída. Mas ao despirmo-nos de nós mesmos e procurarmos ser mais parecido com Jesus, o Evangelho será parte da nossa vida e ficará impregnado à nossa natureza. Então passamos a ser uma nova criação, ter outra mente e outra perspectiva de vida que só encontramos com o meigo nazareno.

O chamado de Jesus é um convite para não mais olhar para si mesmo, uma convocação para olhar para o outro. Uma decisão de renunciar aos próprios anseios e uma atitude de viver a vida que não é mais sua, mas de Deus.

A mensagem do Reino de Deus é absolutamente oposta ao modo de o mundo comunicar seus valores às pessoas. O Reino de Deus não faz violência para convencer alguém de alguma ideia, enquanto que o sistema de vida mundano é violento, arrogante e predatório em convencer o outro acerca dos seus valores. Embora saibamos que os valores do mundo são destruidores para um projeto de vida digna, não fazemos terrorismo ou algo do tipo. Simplesmente somos chamados a sermos pescadores de homens, de almas, de sentimentos, de pessoas. Levar vida, onde há morte; paz, onde reina a guerra; alegria, onde reina a tristeza; bondade, onde reina a perversidade; esperança, onde reina a ausência dela.

Em Jesus, somos chamados a sermos arautos do Evangelho para pessoas sem Deus, sem dignidade, sem alegria de viver. Nele, todo dia somos estimulados a testemunhar com a vida a verdade daquilo em que acreditamos e cremos. Sim, Jesus, a nossa razão de ser. É o sentido último da nossa vida. Podemos dizer "sim" ao seu convite? — Vem e segue-me!
Revista ensinador. Editora CPAD. Ano 16 - N° 62.

O chamado para a salvação é de graça, mas o discipulado tem custos.

COMENTÁRIO
Jesus se tornou muito popular e por onde passava atraía multidões. Muitos apenas seguiam o Mestre, mas não eram seus discípulos. Ser discípulo envolve um preço e muitos não estavam dispostos a pagá-lo. Atualmente também, muitos querem ser abençoados por Jesus, todavia, poucos querem se tornar discípulos. Ser discípulo é abrir mão da própria vontade, de desejos pessoais e isso envolve grande sacrifício. O discípulo não pode permitir que nada venha interferir no seu compromisso com o Mestre. Cabe ao discípulo tomar a sua cruz e seguir o seu Mestre.

INTRODUÇÃO
A Natureza do Chamado
Uma outra coisa posta em destaque diz respeito à natureza do chamado de Jesus. Esse chamado é de graça e não tem nenhum custo a mais. Todavia, o grau de compromisso dessa decisão é muito alto. Jesus não engana ninguém nem camufla as implicações envolvidas no seu chamado. E um chamado que deve ser aceito de forma consciente por aquele que o abraça (Mc 1.15).

Nesse aspecto o chamado é começar tudo de novo (Jo 3.3-8). O compromisso com o Reino e o chamado deve estar acima de qualquer vinculo familiar (Lc 9.60). Quem o acolheu não pode mais voltar atrás (Lc 9.62). E uma pérola preciosa e quem a achou deve se desprender de tudo para tê-la. Enfim quem o aceita deve se desprender de tudo para se dedicar a Ele (Mt 13.4446).

O Perfil dos Chamados
E interessante também o perfil dos chamados por Jesus. Figueira e Junqueira põe em evidência esses perfis. Eram humanos, limitados e imperfeitos.
Os exemplos:
Pedro — era generoso e entusiasta (Mc 14.29,31), mas, na hora do perigo e da decisão, o seu coração encolhia e ele voltava atrás (Mt 14.30; Mc 14.66-72).

Tiago e João - estavam dispostos a sofrer por Jesus (Mc 10.39), mas queriam ter mais poder que os outros (Mc 10.35-41), e eram temperamentais (Lc 9.54). Jesus deu-lhes o apelido de “filhos do trovão” (Mc 3.17).

Filipe — tinha muito jeito para colocar os outros em contato com Jesus (Jo 1.45,46), mas não era prático em resolver os problemas (Jo 6.5-7; 12.20-22). Jesus certa vez o censurou (Jo 14.8,9).

Natanael — era bairrista (Jo 1.46), mas diante da evidência reconhece que Jesus é o Messias (Jo 1.49).

André - era mais prático. Foi ele que encontrou o menino com cinco pães e dois peixes (Jo 6.8,9).

Tomé - era generoso, disposto a morrer com Jesus (Jo 11.16). Mas também era cabeçudo e teimoso, capaz de sustentar a sua opinião, uma semana inteira, contra o testemunho de todos os outros (Jo 20.24,25).

Mateus — era publicano e como tal era excluído da religião judaica.

Simão - era Cananeu ou Zelote (Mc 3.18). Fazia parte de um partido dos zelotes que se opunha ao governo romano.

Judas - guardava o dinheiro do grupo (Jo 12.6; 13.29).

Joana — era esposa de Cusa, procurador de Herodes, que governava a Galileia. Junto com Susana e outras mulheres, ela seguia a Jesus e o servia com seus bens (Lc 8.2-3).

Maria Madalena — era nascida na cidade de Magdala. Jesus libertou-a de sete demônios (Lc 8.2).

Marta e Maria - eram irmãs, que junto com Lázaro, o irmão delas, viviam em Betânia, perto de Jerusalém (Jo 11.1).

Nicodemos - Era membro do Sinédrio, o Supremo Tribunal da época.

Jesus, o Discipulado e o Espírito Santo
Por último, desejo pôr em destaque o papel do Espírito Santo no discipulado. O terceiro evangelho, como faz em outras partes, aqui também põe os carismas do Espírito a serviço do discipulado. “Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar, até ao dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera; aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e falando do que respeita ao Reino de Deus. E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At 1.1-5).

Lucas destaca que Jesus deu mandamentos aos apóstolos através do Espírito Santo (At 1.2). O Espírito Santo foi um instrumento eficaz no amoldamento dos discípulos de Jesus. Sem a participação efetiva do Espírito do Senhor nenhum programa de discipulado ou recrutamento cristão será eficaz. [1]


I - O MESTRE
1. SEU ENSINO.
"E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca;..." Lucas 4:22
Quando Jesus parou de falar, a grande multidão, que fascinada o ouvia, estava em estado de espanto. Em nosso idioma é muito difícil, talvez impossível, reproduzir o exato sabor do pitoresco verbo usado no original para descrever o estado do coração e da mente do povo. As várias versões em português traduzem o termo por “maravilhadas” (Atualizada), “admirou-se” (Corrigida), “extasiadas” (Bíblia de Jerusalém). The Amplified New Testament traz: “estavam atônitos e dominados de perplexa admiração." Essas traduções são todas elas muito úteis. O significado literal do original é “ficaram como que fora de si”. Tem-se sugerido “tirados de seus sentidos”. Compare-se também com o alemão “ser trazido para fora de si” (Lenski, op. cit., p.305) e o holandês “derrotados para fora do campo ”. O tempo do verbo mostra que esse estado de assombro não foi só uma experiência momentânea, mas que durou algum tempo. Poder-se-ia muito bem perguntar: Quais foram algumas das razões desse sentimento de admiração e assombro? Mt 13.54,55 poderia fornecer parte da resposta. Não obstante, com base no próprio sermão e em Mt 7.28 (“não como os seus escribas”), os seguintes temas merecem consideração:
a. Ele falava a verdade (Jo 14.6; 18.37). O arrazoado corrupto e evasivo caracterizava os sermões de muitos dos escribas (Mt 5.21 ss.).

b. Ele apresentava assuntos de grande relevância, questões de vida, morte e eternidade (ver todo o sermão). Eles com freqüência desperdiçavam seu tempo com trivialidades (Mt 23.23; Lc 11.42).

c. Havia sistema na pregação de Jesus. Segundo o Talmude deles comprova, eles com freqüência divagavam sem parar.

d. Ele excitava a curiosidade ao fazer uso generoso de ilustrações (5.13-16; 6.26-30; 7.24-27; etc.) e exemplos concretos (5.21—6.24; etc.), como o sermão o revela do princípio ao fim. Os discursos deles eram com freqüência áridos como o pó.

e. Ele falava como aquele que amava os homens, como aquele que se preocupava com o bem-estar eterno de seus ouvintes e apontava para o Pai e seu amor (5.44-48). A falta de amor por parte deles é evidente com base em passagens tais como 23.4,13-15; Mc 12.40; etc.

f. Finalmente, e este aspecto é o mais importante, pois ele é especificamente declarado aqui (v.28). Ele falava “com autoridade” (Mt 5.18,26; Mt 7.29), porque sua mensagem vinha diretamente do coração e mente do Pai (Jo 8.26), daí também vir do mais profundo de seu próprio ser e das Escrituras (5.17; 7.12; cf. 4.4,7,10). Eles estavam constantemente aproveitando fontes falíveis, citando um escriba ou outro. Eles tentavam tirar água de cisternas rotas. Ele extraía de si mesmo, pois era (e é) “a fonte de águas vivas” (Jr 2.13). [2]

Jesus, o homem perfeito, foi o Mestre por excelência. A maior parte do seu ministério foi dedicada a ensinar e a preparar os seus discípulos (Lc 4.15,31; 5.3,17; 6.6; 11.1,2; 13.10; 19.47). Portanto, o ministério de Jesus foi centralizado no ensino.
O Ensino de Jesus era de origem divina: "Jesus lhes respondeu, e disse: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou." João 7.16

2. SEU EXEMPLO.
“Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” João 13.15
O supremo exemplo:
1. Três coisas um pai deve a seus filhos, três coisas um mestre deve a seus alunos: Exemplo... exemplo... exemplo.
2. Jesus deu o supremo exemplo, ver  Filipenses 2 3-11.
3. Paulo servia de um subexemplo notável - "Sede meus imitadores, como também eu de Cristo." 1 Coríntios 11:1 [3]

"Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas,..." João 14:12

Jesus ensinou seus discípulos através do exemplo: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.15). Isso o distanciou dos escribas e fariseus que ensinavam, mas não praticavam o que ensinavam (Mt 23.3). Os discípulos se sentiram motivados a orar quando viram seu Mestre orando (Lc 11.1-4). As palavras de Jesus eram acompanhadas de atitudes práticas. De nada adianta a beleza das palavras se elas não vêm acompanhadas pelas ações (Tg 1.22). O povo se convence mais rápido pelo que vê do que pelo que ouve. Por isso, o Mestre exortou os seus discípulos a serem exemplos (Mt 5.16).

Não basta saber; é mister seguir.


II - O CHAMADO
1. O MÉTODO.
O Recrutamento
A forma como Jesus chama as pessoas é bastante simples e variada. Muitas vezes Jesus toma iniciativa no chamado. Ele vê as pessoas e as chama (Mc 1.16-20). Mas em outros casos este chamado se dá através da rede de entrelaçamento familiar quando um membro da família conduz algum parente ou amigo até Jesus (Jo 1.40-42; 45-46). João, o batista, também tem participação nesse chamado quando orienta seus discípulos a seguir o Mestre (Jo 1.35-39). Em outros casos as pessoas decidem espontaneamente seguir Jesus (Lc 9.57,58; 61,62). [1]

2. O CUSTO.
O Custo do Discipulado
No texto: A Educação no Antigo Israel e no Tempo de Jesus encontramos uma excelente exposição sobre o processo do chamado de Jesus. O texto põe em evidência alguns desses princípios. É dada atenção para o fato de que o chamado de Jesus não é algo que vem pronto e acabado, mas se constrói através de repetidas idas e vindas, de avanços e recuos. Tem início na beira do mar da Galileia (Mc 1.16), e termina com a ascensão (Mt 28.18-20). Depois da ressurreição começa de novo à beira do mesmo lago (Jo 21.2-17). É um recomeçar sempre! [1]

Os teólogos têm observado que o método usado por Jesus para recrutar seus discípulos é variado.



III - O TREINAMENTO
1. MUDANÇA DE DESTINO.
As Dimensões do Chamado
Ainda segundo o pensamento desses autores o discipulado de Jesus possui três dimensões:
• Tomar o Mestre como Exemplo
Jesus se torna o referencial na vida do discípulo (Jo 13.13-15).

• Ter participação na cruz
Seguir Jesus estava muito longe de algo meramente teórico. Seguir Jesus era sofrer com Ele, era participar de suas provações (Lc 22.28) e perseguições (Jo 15.20; Mt 10.24,25). Era se sujeitar a viver sob o peso da cruz e até mesmo morrer com Jesus (Mc 8.34,35; Jo 11.16).

• Viver a vida de Jesus
Essa nova dimensão vem logo após a ressurreição de Jesus e a vinda do Espírito Santo. Seus discípulos estão convictos de que Jesus vive neles através do Espírito Santo: “Vivo, mas já não sou eu, é Cristo que vive em mim” (G1 2.20). Como seus seguidores, cheios do Espírito, e com a presença de Jesus no meio deles, agora continuam a obra que Jesus começou entre eles. Entregam-se totalmente à palavra de Deus e à oração. [1]

"Ora, ia com ele uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe:
Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo." Lucas 14:25-27

1) Negar-se a si mesmo é despedir-se. Dar adeus à vontade própria, às inclinações e aos desejos pessoais, essa é a “negação de si mesmo” que nos cabe realizar.
Negar-se a si mesmo significa viver como se não nos importássemos mais conosco e nossa vontade.

2) Tomar sobre si a cruz refere-se ao fardo que devemos nos dispor a carregar. A cruz é a mais infame pena de morte que jamais existiu. Jesus compromete os seus com a morte. Ao mostrar-lhes o desfecho que esperava por ele em Jerusalém, asseverou-lhes: “Minha cruz mostra a vocês para onde eu conduzo. Vocês estão seguindo atrás de mim como expulsos, malditos, condenados à morte, iguais àqueles que carregam sua cruz para o local de execuções. Para essas pessoas, o mundo passou e a vida está encerrada; o que ainda têm diante de si é somente infâmia, dor e morte.”
A crucificação do “eu” acontece paulatinamente, de acordo com a medida determinada por Deus para cada um e para cada etapa da vida. É o que dizem as palavras “dia a dia” e “sua cruz”. A razão de Lucas para inserir a expressão “dia a dia” só pode ter sido que ele entendia esta exigência como uma ação constantemente repetida no discipulado de Jesus. A disposição de um seguidor do Senhor de contribuir pessoalmente para o desfecho penoso da vida dificilmente pode ser melhor explicitada do que por meio da figura do condenado que carrega a cruz; afinal, não há qualquer dúvida de que está indo ao encontro do doloroso sofrimento da morte.

3) Siga-me é o caminho que nos cabe percorrer, é andar a cada instante o caminho traçado por Cristo e em cada passo seguir as pegadas dele. Não se trata de mortificação pessoal, ou meio de santificação, ou atividade para o reino de Deus conforme o nosso próprio arbítrio! Desta forma, a vontade própria supostamente sacrificada na verdade apenas tornaria a manifestar-se.
Portanto, a frase “siga-me” não é uma repetição do primeiro: “Vem após mim!” Pelo contrário, ressalta a ideia mais profunda do ser discípulo. Expressa que o discípulo de forma alguma passa à frente do Mestre e tampouco deve esquivar-se furtivamente atrás dele, mas que o segue decididamente no cumprimento obediente da vontade de Deus, sedimentado em sua palavra e em seus mandamentos.

Talvez diversas pessoas agora digam: gostaria muito de assumir a cruz de acordo com a palavra do Senhor e entregar minha vida velha à morte. Já tentei diversas vezes negar a mim mesmo – mas subitamente descubro que minha velha natureza pecaminosa ainda não se afastou, mas continua exercendo uma poderosa influência sobre mim. Estas experiências realmente estão entre os fatos mais tristes de nossa vida interior. Felizes, porém, os que não se deixam abalar por isso, mas sempre recomeçam! Devem precaver-se do equívoco de pensarem que primeiro precisam abrir o caminho. Jesus foi à frente, e ao discípulo cumpre seguir. Cumpre erguer o olhar para ele, para a sua obediência, sua fidelidade quando o desânimo e o cansaço começam (Riggenbach). [4]

No treinamento dado aos discípulos, a cruz ocupa um lugar central nos ensinamentos do Mestre (Lc 9.23; 14.27). A cruz de Cristo aparece como um divisor de águas na vida dos discípulos. A cruz muda o destino daquele que se torna seguidor de Jesus.
Jesus nos garante paz e vida eterna, mas somente para aqueles que morrerem para este mundo.

2. MUDANÇA DE VALORES.
Lc 22,23. As palavras anteriores foram dirigidas à multidão, mas estas aos discípulos de Jesus. O que Jesus passa agora a dizer advém das Suas palavras anteriores, conforme demonstra Por isso eu vos advirto.
É aos Seus que Jesus diz: Não andeis ansiosos pela vossa vida. O crente pode tomar providências razoáveis de antemão para as suas necessidades, mas não deve preocupar-se com a comida e com as roupas. A vida é maior do que tais coisas (cf. 12:15).

Lc 29,30. Jesus ordena (e não aconselha) Seus seguidores a não se preocuparem. A preocupação é uma grande inibidora da ação: viver preocupado é perder tudo quanto é de importante na vida. Os discípulos não devem indagar (com preocupação) acerca da comida e da bebida. Isto, naturalmente, não exclui o esforço legítimo, mas certamente proíbe a concentração nestes itens. Phillips consegue o sentido com: “Não deveis colocar vosso coração naquilo que comeis ou bebeis” (cf. o rico tolo, 12:16-20). De modo semelhante, os discípulos não devem entregar-se a inquietações. A preocupação com a comida e as roupas pode ser apropriada para os gentios de todo o mundo (uma designação rabínica comum dos gentios; ver SB), mas não é apropriada para o povo de Deus. Vosso Pai sabe que necessitais delas; e Aquele que conhece a necessidade a suprirá. [5]

Quem conhece a Jesus de verdade não fica preocupado com o amanhã, com as coisas deste mundo, pois sabe que Ele, o Bom Pastor, supre cada uma das nossas necessidades.


IV - A MISSÃO
1. PREGAR E ENSINAR.
No Novo Testamento há um total de quatro palavras usadas para indicar a «pregação», indicando as idéias de «dizer as boas novas», «pregar», «ensinar», «proclamar», «mestre», «pregador», etc.:

1. Euangelizesthai, «anunciar as boas novas». Esse verbo é usado por cinqüenta e cinco vezes.
A forma nominal, euaggélion, «boa nova», é usada por quase cento e cinqüenta vezes.

2. Kataggéllein, «proclamar», «pregar», «proclamar as boas novas». Essa forma verbal é usada por dezoito vezes no Novo Testamento.
A forma nominal, kataggeleús, «pregador», «proclamador», ocorre por apenas uma vez, em Atos 17:18.

3. Kerússein, «anunciar», «proclamar». Esse verbo é usado por sessenta e uma vezes. A kérugma é a «coisa pregada» a «mensagem do evangelho». Essa palavra é usada por oito vezes no Novo Testamento.
Essa palavra indica a pregação apostólica, que é a mensagem central e o fundamento do Novo Testamento.

4. Didaché, «ensino». Essa palavra aparece por trinta vezes no Novo Testamento, referindo-se à doutrina de Jesus e de seus apóstolos.
O adjetivo didáskalos, «mestre», um título dado a Jesus, e então aos mestres em geral, é usado por cinqüenta e oito vezes.
Didásko, o verbo, «ensinar», é utilizado por noventa e sete vezes.

1.1. Importância da Pregação e do Ensino
A grande abundância de referências ao ensino e à pregação demonstra o papel primordial dessas funções, no Novo Testamento. O texto de I Cor. 1:18,21 mostra-nos que, no conceito dos gregos incrédulos, a pregação era uma «tolice». Eles preferiam a sabedoria filosófica. Porém, através da pregação do evangelho é que a salvação é outorgada aos homens. O trecho de Rm. 10:14,15 mostra que o pregador é uma figura necessária dentro do modus operandi de Deus, para anunciar a mensagem de Deus aos homens. O próprio Senhor Jesus deixou-nos o exemplo, tendo sido ele o supremo pregador, não somente à face da terra, mas também no hades (ver I Pedro 3:19 e 4:6). [6]

Jesus anunciou o Reino pregando a Palavra de Deus e curando os enfermos. Se Ele tivesse se limitado a pregar, as pessoas poderiam imaginar o seu Reino com um caráter apenas espiritual. Por outro lado. se tivesse curado sem pregar, talvez elas não percebessem a importância espiritual da missão de Jesus.

A maioria dos ouvintes esperava um Messias que traria riqueza e poder à nação judaica; o povo preferia os benefícios materiais ao discernimento espiritual. A verdade sobre Jesus é que Ele é o Deus encarnado, tem duas naturezas: uma divina e outra humana; possui espírito, alma e corpo; a salvação que Ele oferece é tanto para a alma quanto para o corpo. Qualquer ensino que enfatize a salvação da alma à custa do corpo ou o contrário distorce as Boas Novas de Jesus Cristo. [7]

2. LIBERTAR E CURAR.
Mt 8.17 "Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças."
Mateus destaca o cumprimento da profecia por Jesus, citando Isaías 53.4 (Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.). Jesus tinha (tem) autoridade sobre todos os poderes malignos e todas as enfermidades terrenas. Ele também tem o poder e a autoridade para vencer o pecado. A doença nem sempre é a punição para o pecado, mas pode ser mais bem interpretada como uma possibilidade real e constante da vida num mundo caído. A cura física num mundo caído é sempre temporária. No futuro, quando Deus remover todo o pecado, não haverá mais doenças nem morte. Os milagres de cura de Jesus eram uma amostra do que todos os crentes irão um dia sentir no Reino de Deus.[8]

O Evangelho de Cristo provê tanto a cura para a alma como também para o corpo. O Evangelho de Mateus revela com clareza que o Senhor Jesus proveu tanto a cura como a libertação para todos aqueles que se achegavam a Ele com fé e contrição (Mt 8.16,17). Frank Stagg, teólogo americano, observa que embora a obra redentora de Cristo tenha o seu centro na cruz, Ele já era redentor da doença e do pecado durante o seu ministério terreno. Os discípulos, portanto, precisavam levar à frente essa verdade a todos os locais.

A missão dos discípulos era pregar o Evangelho do Reino de Deus a todos.
...é a Nossa Missão!
Muitos querem ser discípulos mas não querem renunciar nada!. 
O que o Mestre está requerendo de você?


Aprendemos nesta lição sobre a importância que o ensino tem na formação do caráter cristão. Jesus ensinou os seus discípulos, mas não os ensinou de qualquer forma nem tampouco lhes deu qualquer coisa como conteúdo. Ele lhes ensinou a Palavra de Deus. Mas até mesmo o ensino da Palavra de Deus, para ter eficácia, precisa ser acompanhada pelo exemplo, valer-se de recursos didáticos eficientes, firmar-se em valores e possuir um objeto claro e definitivo.
Tudo isso encontramos com abundância nos ensinos de Jesus. Ao seguir seus ensinos, temos a garantia de que o hiato existente entre o professor e o aluno, entre o educador e o educando, desaparecerão. Dessa forma teremos um ensino eficiente.


SUBSÍDIOS TEOLÓGICOS 

I
Discípulo era um termo comum no século I para uma pessoa que era um seguidor compromissado de um líder religioso, filosófico ou político. No mundo judaico, o termo era particularmente usado para os estudantes de um rabi, o mestre religioso. Nos Evangelhos, João Batista e os fariseus tinham grupos de discípulos (Mc 2.18; Mt 22.15,16). Esses discípulos, com frequência, eram os alunos mais promissores que passaram pelo sistema de educação judaica — os que já tinham memorizado as Escrituras hebraicas e demonstraram o potencial para aprender os ensinamentos específicos dos rabis sobre a lei e os profetas a fim de que pudesse ensinar isso a outros. Portanto, era uma grande honra e responsabilidade ser chamado por um rabi para ser seu discípulo. Os discípulos aprenderam os ensinamentos de seu rabi vivendo com ele e seguindo-o aonde quer que vá. Uma frase daquele tempo descrevia os discípulos como aqueles que ‘ficavam cobertos pela poeira do rabi’, porque, literalmente, seguiam de muito perto seus mestres” (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD. p.69).

II
A salvação é um presente, mas o discipulado é caro. Aqueles que seguem Jesus devem estar propensos a pagar o alto preço. Ele quer que as pessoas se deem conta de que considerar o custo antes de tomar uma decisão é assunto sério. Requer arrependimento e compromisso total a Jesus ” (Comentário Bíblico Pentecostal. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD, p.418).

III
A escolha dos doze discípulos por Jesus é relevante, considerando-se que havia inicialmente doze tribos em Israel, provenientes dos doze filhos de Jacó (veja Gn 49). Depois do exílio, apenas a tribo de Judá permanecera visivelmente intacta. Quando escolheu os doze discípulos, Jesus estava anunciando a restauração do povo de Deus, agora reconfigurado em torno do próprio Jesus. [...] Pedro era o mais proeminente de todos os discípulos. Mateus ou Levi, era cobrador de impostos, um publicano, que, por essa razão, era considerado um proscrito social por causa de seu emprego com as desprezadas autoridades romanas” (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013, p.70).

IV
“No início do seu ministério, Jesus escolheu doze seguidores de um grupo enorme para formar um grupo mais próximo de discípulos (Mc 3.13-19). Conforme Ele os fez recordar posteriormente, o fato de se tornarem parte integrante desse grupo mais íntimo devia-se ao fato de Ele os ter escolhido, e não de eles terem feito uma escolha (Jo 15.16). Tinham dois propósitos principais: estar ‘com’ Jesus, como seguidores, e também para que eles os ‘enviasse a pregar’, como os representantes de Jesus (Mc 3.14). Em grego, o termo para enviar a pregar é apostolos, e, assim, os Doze também passaram a ser conhecidos como ‘os apóstolos’. Tinham de estar com Jesus durante todo o seu ministério para ouvir a mensagem e aprender sua forma de viver; depois, eles foram enviados por Jesus para as cidades e vilarejos de Israel, para disseminar a mensagem de Jesus sobre o Reino e para demonstrar isso por intermédio dos mesmos sinais milagrosos que Jesus usara (Mc 3.14,15). Depois da ressurreição, esses discípulos (com exceção de Judas, que traiu Jesus) tinham de levar a mensagem sobre Ele ao mundo (Mt 28.19)” (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD, pp.69-70).


PARA REFLETIR
Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
No que se diferençava o ensino de Jesus daquele praticado pelos escribas?
O que diferençava era o fato de que Jesus ensinava com autoridade, e não apenas reproduzindo o que os outros disseram.

Como podemos definir o método de ensino de Jesus?
Jesus tinha como método o exemplo. Suas palavras eram associadas a ações práticas. Jesus vivia o que ensinava.

Como Jesus treinava seus discípulos?
No treinamento dado aos discípulos, a cruz ocupava um lugar central. Quem não estivesse disposto a morrer, não poderia ser seu seguidor autêntico.

Em que consistia a missão dos discípulos de Jesus?
Os discípulos tinham como missão pregar o Reino de Deus e curar os enfermos. Jesus treinou seus discípulos com uma missão específica — serem proclamadores da mensagem do Reino de Deus. Proclamar o Evangelho do Reino ainda continua sendo a principal missão do Corpo de Cristo.

Você é um discípulo de Cristo?
Resposta pessoal, porém, enfatize que para ser discípulo é preciso renunciar a si mesmo.


Dicionário
BarristaDefensor dos interesses do seu bairro ou de sua terra, de maneira obsessiva e em detrimento dos demais.

Fontes:
[1]José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. Ed.CPAD
[2]HENDRIKSENWilliam. Comentário do Novo Testamento. Mateus I. Ed.Cultura Cristã
[3]CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo Ed.Candeias
[4]Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança
[5]Leon L. Morris. Lucas. Introdução e Comentário. Ed.Vida Nova. pag.201-203
[6]CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol.5. Ed.Hagnos
[7]BÍBLIA APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag.1366-1367
[8]Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Ed.CPAD. Vol.1
Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1ª Edição.RJ-CPAD
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD
Comentário Bíblico Pentecostal. vol_1. 1ª Edição RJ.CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal. Editora CPAD
Bíblia Defesa da Fé
Revista Ensinador Cristão - CPAD



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