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sábado, 17 de junho de 2017

José, o pai terreno de Jesus

E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher” Mt 1.24

Imagine após uma jovem judia ser prometida em casamento a um jovem judeu, surgisse a informação de que ela estava grávida. Ainda não ocorrera o casamento entre o jovem e a noiva, muito menos havia ocorrido a noite de núpcias entre o casal, mas a jovem se encontrava grávida. Qual seria a reação de qualquer jovem judeu? Nesse contexto é que aparece o pai de Jesus, José. Um homem de caráter ilibado, conciliador, amoroso e preocupado com o bem-estar da outra pessoa. Podemos resumir a sua vida em humildade, submissão e amor.

Sabemos pouco sobre a vida de José, o pai de nosso Senhor. As Escrituras não se referem muito a pessoa do marido de Maria, por isso, muitos estudiosos especulam sobre ele ter morrido precocemente. Talvez a informação histórica mais relevante sobre José é a respeito de sua profissão: carpinteiro. Profissão que o nosso Senhor aprenderia e exerceria mais tarde. Embora as Escrituras Sagradas tenham poucos dados mencionados a respeito de José, o seu caráter é demonstrado de maneira muito clara logo nos primeiros episódios que narram a infância do Senhor Jesus.

Ao saber da gravidez de Maria, conhecendo que entre eles não havia relação sexual, e por isso biologicamente o filho de Maria não poderia ser de José, o que lhe dava a ideia de que Maria havia sido infiel, as Escrituras Sagradas narram que “José, seu marido, como era justo e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente” (Mt 1.19). O pai do Salvador não tinha a intenção de expor Maria publicamente, pois ele bem sabia a consequência que toda mulher sofreria quando flagrada em infidelidade conjugal.

Entretanto, o texto bíblico narra que imediatamente após José planejar a abandonar secretamente a Maria, o anjo do Senhor lhe apareceu em sonho dizendo: “José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo. E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1.20,21). Além de acreditar na inocência de Maria por intermédio de um sonho, José obedeceu humildemente a voz do Senhor por meio do anjo e assumiu a paternidade de Jesus e o casamento com Maria.

A obediência talvez seja a maior lição que podemos depreender da vida de José, o pai do nosso Salvador: anular por completo a própria dúvida, amar incondicionalmente e dizer sim para Deus. José escolheu a crer por intermédio de um sonho.  Revista Ensinador Cristão nº70

José, pai de Jesus, nos deixou um exemplo marcante de um caráter humilde, submisso e amoroso.

Leitura Bíblica: Mateus 1.18-25

Neste capítulo, estudaremos um pouco do que a Bíblia revela sobre a vida de José de Nazaré, esposo de Maria, mãe de Jesus. Seu lado humano mostra-nos um homem humilde, trabalhador, que exercia o ofício de carpinteiro. José era homem dotado de caráter justo, temperante e amoroso. No lado espiritual, ele tinha experiências com Deus. Ao saber que a noiva ficara grávida, mesmo sabendo dela que era algo sobrenatural, José não a quis infamar e resolveu deixá-la secretamente. Ele correu grande risco. Se a sociedade soubesse que ele era noivo de Maria e a tinha abandonado, provavelmente tal fato seria motivo para suporem que ele teria cometido adultério ou fornicação e fugira para não ser apanhado em flagrante e ser apedrejado com a noiva.

Deus, porém, ao escolher a mulher em cujo ventre Jesus iria nascer, também escolheu aquele que haveria de dar apoio e proteção a ela e a seu filho primogênito. Dessa forma, Jesus passou a ser partícipe do plano salvífico de Deus: “mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (G1 4.4,5). A encarnação de Jesus é prova de que Deus valoriza a família. Para Ele, uma família tem que ser formada a partir de um homem, que se une pelo matrimônio a uma mulher, que tenham filho ou filhos, para juntos servirem a Deus. Jesus nasceu no seio de uma família, que, além dEle, viu nascer mais quatro filhos e, pelo menos, duas filhas (Mt 13.55).

Deus concedeu a José uma missão por demais elevada. Ele tornou-se o pai adotivo de Jesus, para cuidar de sua vida espiritual, moral e física ao lado de Maria. Pouco se tem na Bíblia sobre a infância de Jesus, mas os rápidos registros indicam que sua formação e educação foram bastante sólidas e com base na Palavra de Deus: “E o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele” (Lc 2.40). Maria e José eram muito zelosos quanto à educação de Jesus. O texto mostra que seu crescimento era equilibrado e integral. Ele crescia espiritualmente, intelectualmente e cheio da graça de Deus.

Desde o nascimento de Jesus, José foi um pai presente em todas as etapas de sua vida, especialmente na infância e na adolescência. Não se sabe se José morreu antes ou depois de Jesus iniciar o seu ministério público, mas o pouco que se sabe sobre seu papel de pai terreno faz-nos crer que ele dedicou-se com muito amor à criação do menino, com base nos princípios da Lei de Deus. José é um exemplo para os dias presentes, em que muitos pais cristãos estão completamente descuidados da educação cristã de seus filhos. Muitas crianças e adolescentes estão sendo educadas pela “babá eletrônica”, a televisão secular e pela “mestra virtual”, que é a Internet. Muitos pais já não seguem mais o conselho de Deus: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Pv 22.6).

Ao lado de Maria, a mãe de Jesus, José cumpriu a sua missão, pois participou da educação do menino-Deus até Ele ter consciência de que era o Filho de Deus, enviado ao mundo para salvar o homem perdido. Quando Jesus teve consciência de sua natureza divina e que Ele era a “semente da mulher” prevista por Deus depois da Queda, tornou-se independente para iniciar, desenvolver e cumprir seu ministério terreno até à consumação do plano salvífico de Deus na cruz do calvário. José não estava junto à cruz, mas Maria testemunhou o supremo sacrifício do “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).

I - JOSÉ, O PAI DE JESUS

1. Quem Era ele?
José, marido de Maria, era um homem de caráter exemplar. Pouco se sabe sobre sua vida, e mesmo assim, o que se sabe é aquilo que está relacionado aos fatos acerca do nascimento de Jesus, como um personagem coadjuvante, porém de grande valor, na bela história de encarnação do Verbo (Jo 1.1). Era um nome também muito comum em seu tempo. Ele também é chamado de José de Nazaré, na Galiléia, pois a Bíblia registra os nomes de outros “Josés”.1 Assim como a esposa, José era uma pessoa simples, humilde, talvez mais conhecido que ela por causa de sua profissão. Ele exercia o ofício de carpinteiro. Há quem creia que ele era o único carpinteiro do lugar. Não era um homem rico, mas tinha sua profissão que, depois, haveria de ensinar a Jesus (Mc 6.3).

Ele entrou na genealogia de Jesus contribuindo para o cumprimento das profecias, que indicavam que o Messias faria parte da descendência de Davi (2 Sm 7.12,16). Quanto à sua idade, a Bíblia não faz menção. Tradições cristãs dizem que José era bem mais velho que Maria. Gardner diz que “Não há como saber a idade de José, comparando-se com a de Maria, ou as circunstâncias específicas em que se conheceram e ficaram noivos. A ausência de seu nome em Mt 13.35 e Jo 2.1, passagens onde se esperaria que estivesse presente se estivesse vivo, implica que ele era bem mais velho do que ela e já havia falecido quando Jesus iniciou o seu ministério público (ou, logo depois, em Lc 3.23)”.2

2. Pai Terreno de Jesus
José não era o pai biológico de Jesus, mas o seu pai adotivo, visto que Jesus foi gerado pela ação sobrenatural do Espírito Santo, no ventre de Maria (Lc 1.35). É também chamado de “pai-guardião” de Jesus. Esse fato é de grande importância, pois ele era “da casa e família de Davi” (Lc 2.4). Perante a lei, José era o pai de Jesus, incluindo-o na ascendência de sua família e também na ascendência de Maria, conforme o registro de Lucas (3.23-38). Dessa forma, ele garantiu a confirmação de Jesus na descendência real de Davi e da tribo de Judá. Mateus registra a árvore genealógica de Jesus a partir da descendência de Davi, por meio de Natã, seu filho (Lc 3.31), visto que o último rei da casa de Davi, em Judá, Jeoiaquim, sofreu terrível maldição de que nenhum descendente dele se assentaria no trono de Davi (ver Jr 22.28-30).

3. José, um Sonhador Obediente
José de Nazaré era homem de profunda comunhão com Deus e teve experiências notáveis na área espiritual que marcaram toda a sua vida de um piedoso servo de Deus. Como noivo de Maria, ao saber da gravidez dela, pensou em deixá-la secretamente para não infamá-la. Mas Deus, que tem o controle dos fatos e das pessoas envolvidas em seus divinos propósitos, entrou em ação e deu a José um sonho tranquilizador para que não saísse do seu lugar: “E, projetando ele isso, eis que, em sonho, lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo. E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1.20,21). Deus não deixou que ele concretizasse seu desejo de fugir às escondidas para não sofrer as consequências da gravidez inesperada de sua noiva.
Deus tem muitas maneiras de revelar-se aos que o temem e andam conforme a sua direção: “E disse: Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, em visão a ele me farei conhecer ou em sonhos falarei com ele” (Nm 12.6).

José do Egito, filho de Jacó, era um jovem sonhador que recebia sonhos da parte de Deus (Gn 37.7-10). Ele tornou-se famoso após interpretar sonhos de dois colegas de prisão (Gn 40.1-23) e, depois, os sonhos preocupantes do rei do Egito (Gn 41.1-37). Daniel era entendido em sonhos (Dn 1.17); os magos foram avisados por sonho para não retornar a Herodes, que desejava matar Jesus (Mt 2.12). Dentre as maneiras de revelar sua vontade, Deus usa “visão” e “sonhos”. A José, noivo de Maria, ele revelou que sua noiva não havia fornicado, mas que iria ser mãe pela intervenção sobrenatural do Espírito Santo (Mt 1.20,21). Tempos depois, após a visita dos magos do Oriente a Jesus, Deus falou com José em sonhos, orientando que ele se levantasse e fugisse com Maria e o bebê para o Egito, pois Herodes queria matá-lo (Mt 2.13,14).

II - O CARÁTER EXEMPLAR DE JOSÉ

1. Era um Homem Justo
O caráter de um homem torna-se mais visível nos momentos difíceis, em meio às adversidades. Mateus diz que, ao saber que Maria estava grávida, mesmo tendo sido informado de que se tratava de uma operação realizada pelo Espírito Santo, José preferiu fugir para não causar embaraço e constrangimento à sua jovem noiva. O texto diz: “Então, José, seu marido, como era justo e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente” (Mt 1.19). Sem dúvida, José viveu o momento mais perturbador de sua vida. Ele ainda não estava casado com Maria. A gravidez dela transtornou seus pensamentos. O casamento em Israel tinha três etapas: primeiro, os jovens assumiam o compromisso de amarem um ao outro visando o matrimônio; a segunda fase era a do noivado, quando já eram considerados casados de direito, mas não de fato. Essa fase era tão séria que, se houvesse o rompimento do noivado, tinha que haver o processo de divórcio. O terceiro passo era o do casamento propriamente dito.3 Foi na fase de noivado que José, por meio de Maria, tomou conhecimento de sua experiência com o mensageiro celestial.

Nessas circunstâncias dramáticas, José mostrou a grandeza de seu caráter justo. Fugindo da constrangedora situação e desaparecendo para bem longe, José poderia recomeçar a vida anonimamente. Em termos humanos, ele tinha razão. Não era fácil para um homem do seu tempo ser acusado de adultério. Ele poderia provar que não fora o causador da gravidez, e Maria seria apedrejada sem misericórdia. Mas seu caráter impediu-o de agir de forma precipitada. Ele preferia sair de cena a prejudicar a reputação da noiva. Como Deus tinha incluído José em seus planos, entrou em ação e tranquilizou seu coração de forma especial, falando-lhe através de um sonho que mudou todo o pensamento e decisão de José.

2. Um Homem Obediente
A obediência era um dos traços mais marcantes do caráter de José. Ao ter a revelação acerca da natureza da gravidez santa de Maria e receber a ordem de Deus para desistir de sua fuga para não fazer Maria sofrer, José submeteu-se à vontade divina: “E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher” (Mt 1.24). Notemos que José não viu o anjo. Tão somente recebeu a revelação por meio de um sonho. Ele poderia ter despertado e dado tempo para verificar se não teria tido apenas um sonho resultante de muitas ocupações (Ec 5.3), mas ele teve o discernimento espiritual de que se tratava de um sonho de origem divina. E obedeceu prontamente e tão logo despertou de seu merecido sono. Com amor e compreensão, abraçou Maria e contou a ela acerca da experiência que Deus lhe proporcionara sobre a gravidez da noiva.

Certamente, podemos conjecturar: Maria segurou sua mão, deu-lhe um abraço afetuoso e disse-lhe que era isso o que ela esperara dele e ficou muito grata por seu gesto de amor e obediência a Deus. Ao receber Maria como sua esposa, José contribuiu para que Jesus nascesse no seio de uma família, a sagrada família. Ele cumpriu o papel de pai de forma bastante zelosa. Maria cumpriu o papel da mãe extremada, amorosa e santa, ainda que fosse, como se entende, uma adolescente.

Depois da manjedoura, Jesus foi levado para a casa de seus pais em Belém. Ali, receberam a visita dos magos do Oriente. “E, entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra” (Mt 2.11).

Depois da visita dos magos — que irritaram Herodes por não terem retornado para dizer onde se encontrava o menino jesus — o monarca romano decidiu matar todas as crianças de Belém de dois anos para baixo, visando pôr a mão em Jesus para matá-lo. E mais uma vez, Deus revelou-se a José através de um sonho, ordenando que o mesmo fugisse para o Egito com a família sagrada: “E, tendo-se eles retirado, eis que o anjo do Senhor apareceu a José em sonhos, dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te diga, porque Herodes há de procurar o menino para o matar. E, levantando-se ele, tomou o menino e sua mãe, de noite, e foi para o Egito” (w. 13,14). José permaneceu no Egito com Maria e o menino Jesus até que Deus determinasse seu retorno a Israel em segurança — o que, de fato, aconteceu depois da morte de Herodes (w. 15,21). Ele não ficou em Belém ou Jerusalém; antes, sabendo que Arquelau, o filho de Herodes, assumira o poder em Jerusalém, foi para a Galileia, “por divina revelação”, passando a residir em Nazaré (w. 21-23).

3. Um Homem Temperante
Mesmo tendo mais idade que Maria, José não era um ancião abatido pelos anos de vida. Nem mesmo era um homem de meia-idade, pelo que se depreende do que a Bíblia revela sobre ele. Ele deveria ser um homem dotado de energia física suficiente para, depois do nascimento virginal de Jesus, ter coabitado com Maria e tido seis filhos biológicos, sendo quatro filhos e, pelo menos, duas filhas com ela (cf. Mc 6.3). No período em que era noivo (desposado) com Maria, ele não teve relações sexuais com ela. Primeiro, porque era um grave pecado, em que os envolvidos, quando apanhados na prática ilícita, eram apedrejados (Dt 22.24). Em segundo lugar, porque era homem de bem e obediente a Deus, homem “justo” (Mt 1.19). “ e não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe o nome de JESUS” (v. 25).

Na Bíblia, há vários casos de homens de Deus que não resistiram à tentação do sexo e caíram de modo escandaloso, seja no pecado de adultério ou de fornicação, como Davi, que acabou manchando o bom nome do povo de Deus. Se há um ponto em comum entre José do Egito e José de Nazaré, esse ponto é o fato de ambos serem sonhadores; outro ponto em que eles fizeram diferença foi na pureza moral. Ambos foram fortes o suficiente para serem fiéis a Deus nessa área em que muitos não resistem nem à primeira investida do maligno.

III - A NOBRE MISSÃO DE JOSÉ

1. Assegurar a Ascendência Real de Jesus
Como visto no item 1.2, José, perante a lei, era o pai de Jesus, incluindo-o na ascendência de sua família e também na ascendência de Maria, conforme o registro de Lucas (3.23-38). Dessa forma, ele garantiu a confirmação de Jesus na descendência real de Davi, pela tribo de Judá: “E Davi era filho de um homem, efrateu, de Belém de Judá, cujo nome era Jessé [...]” (1 Sm 17.12). Jesus é descrito no livro de Apocalipse como “o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi”, o único capaz de abrir o livro selado com sete selos (Ap 5.5). Mateus registra a árvore genealógica de Jesus a partir da descendência de Davi, por meio de Natã, seu terceiro filho (Lc 3.31; 2 Sm 5.14), visto que o penúltimo rei da casa de Davi, em Judá, Joaquim (ou Jeconias), sofreu terrível maldição: nenhum descendente dele se assentaria no trono de Davi por causa da pecaminosidade em seu reinado (ver Jr 22.28-30)”. Esses fatos negativos provocaram um rompimento da linhagem davídica, mas Jesus foi adotado por José, que era da tribo de Judá. Quando uma criança era adotada como primogênito passava a pertencer à tribo do pai adotivo.

2. Proteger Jesus em seus primeiros Anos
A sociedade judaica era eminentemente patriarcal. Ela requeria que uma família tivesse o pai como líder espiritual e humano da família, ao lado de sua esposa. Jamais se imaginaria uma mulher dizer que tivera um filho, sem que a presença do pai fosse notória. Mesmo em se tratando da concepção virginal de Jesus, pelo Espírito Santo, Maria não teria condições de criá-lo humanamente sem o apoio da figura paterna. A contribuição de José à formação espiritual, moral e social de Jesus ao lado de Maria foi inestimável. Ele prestou um serviço de alta relevância perante Deus, como pai adotivo e guardião de Jesus em sua infância e adolescência. Alguns fatos sobre a vida de Jesus comprovam o amor e o zelo de José pelo menino que não era seu filho, e sim filho de Maria pela intervenção divina.

1) No nascimento de Jesus. Ao chegar a Belém para o alistamento determinado pelo governo, José e Maria, com o menino em seu ventre, não tiveram lugar para se hospedar e tiveram que aceitar recolher-se, no meio da noite, numa estrebaria. Ali, as dores do parto foram intensas e, em meio ao silêncio noturno, Maria deu à luz a Jesus, na companhia de José:
“E subiu da Galiléia também José, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi chamada Belém (porque era da casa e família de Davi), a fim de alistar-se com Maria, sua mulher, que estava grávida. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem” (Lc 2.4-7).
Maria, na sua condição social, não tinha uma serva a seu serviço. Naquela situação, sem dúvida, José participou dos procedimentos no parto de Jesus, ajudando Maria em todos os detalhes, amparando o bebê na saída do útero materno, no corte do cordão umbilical, em sua limpeza pós-parto, no envolvimento em panos e na colocação da criança na manjedoura.

2) Nas cerimônias exigidas pela Lei. Na circuncisão de Jesus ao oitavo dia de nascido e também na apresentação no templo, José estava ao lado de Maria: “E, quando os oito dias foram cumpridos para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido. E, cumprindo-se os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor” (Lc 2.21,22).

3) Na fuga para o Egito. Diante da ameaça de Herodes de matar o menino Jesus, Deus determinou que José tomasse Maria e o menino e todos fugissem para o Egito, até que o rei homicida tivesse morrido. Quase 500 quilômetros de viagem, em meio a estradas desertas, com risco de assaltos e intempéries, José conduziu a esposa e seu filho para um lugar seguro e só voltou de lá por revelação de Deus, quando Herodes havia morrido. E os três foram morar em Nazaré (Mt 2.13-23).

3. Zelar pela Formação Espiritual de Jesus
Como criança normal, saudável, inteligente e de família judaica, Jesus foi criado conforme os ditames da Lei de Moisés. Certamente, seus pais cumpriam o que fora determinado quanto à educação dos filhos, com o ensino sistemático e diário das palavras de Deus (cf. Dt 11.18-21). Fazia parte de sua educação conhecer e participar das festas anuais de Israel, das quais a Páscoa era a mais impactante por seu significado histórico e espiritual. José e Maria levavam o menino a Jerusalém para essa festividade nacional: “Ora, todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, à Festa da Páscoa. E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa” (Lc 2.41,42).

Embora os relatos sobre a vida desse personagem bíblico sejam escassas, o que se conhece dele é suficiente para se demonstrar que se trata de um servo de Deus, que cumpriu uma missão importantíssima no projeto de Deus para a redenção da humanidade. Seu papel coadjuvante não deve ser menosprezado nem diminuído. Maria foi a escolhida para acolher a encarnação de Jesus, o Verbo que “se fez carne, e habitou entre nós” (Jo 1.14). José, porém, foi escolhido por Deus para ser parte integrante da sagrada família, cuidando de Maria, como esposo humilde e amoroso, e de Jesus, como pai terreno, zelando pela integridade física, emocional e espiritual de Jesus, notadamente nos anos da infância e da adolescência. Um exemplo eloquente de um verdadeiro pai, que se faz presente na vida do filho, e não apenas um genitor, que, gera e descuida-se da vida do filho.

A igreja católica criou uma imagem de José repleta de piedade e devoção e que ultrapassa a verdade esposada na Bíblia acerca desse servo de Deus. Durante os primeiros 500 anos do cristianismo, José nunca foi venerado ou exaltado, muito menos cultuado. “Mas, somente no século XV d.C. é que começaram a aparecer na Europa as primeiras missas e ofícios em honra a São José. Em 1479, Pio IV introduziu a festa a São José, em Roma. Pio IX, em 1870, declarou que José era o patrono da Igreja Universal”.4 Assim como foi feito com Maria, exaltada à condição de mãe de Deus, “Rainha do Céu”, mediadora entre Jesus e os homens, José também recebeu honras e veneração que ele próprio jamais aceitaria por causa de seu caráter santo e humilde. Devemos ficar com o que a Palavra de Deus diz sobre os personagens da história sagrada.

CONCLUSÃO

José, o pai terreno de Jesus, foi escolhido por Deus para uma missão muito elevada no plano da redenção. Ele foi o homem que, na presciência de Deus, amparou Maria em sua missão de conceber Jesus como Filho do Homem, como Deus encarnado. Não só a ela, mas também ao próprio Jesus, em seu nascimento biológico, em sua infância, nas ameaças que sofreu, ao cuidar de sua educação esmerada ao lado de Maria. Como profissional da carpintaria, José ensinou o ofício a Jesus, a ponto de ele ser conhecido como “o carpinteiro, filho de Maria [...]” (Mc 6.3). Ele foi um homem santo, assim como todos os que se dedicaram ao chamado de Deus em suas vidas. Mas, assim como Maria, ele nunca reivindicou para si honras e louvores, que só pertencem a Deus.

1 Além de José de Nazaré, esposo de Maria, a Bíblia registra o nome também famoso de José, o décimo primeiro filho de Jacó com sua esposa predileta, Raquel; José, pai de Jigeal, um dos espias enviados por Moisés (Nm 13.7); Um dos filhos de Asafe, levita e cantor (1 Cr 25.2); José, dentre os que se divorciaram de mulheres estranhas no tempo de Esdras (Ed 10.42), filho de Bani; José, um dos líderes da casa de Sebanias (Ne 12.14); José, filho de Joanã, da genealogia de Jesus (Lc 3.30); um irmão de Jesus, chamado José (Mc 6.3/ Mt 13.55); José de Arimateia (Mt 27.57); “José, chamado Barsabás”, candidato a substituir Judas (At 1.23); José (Barnabé - At 4.36) e José, pai de Semei e filho de Josá, na genealogia de Jesus (Lc 3.26).

2 GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada, p. 382.

3 MOUNCE, Robgert H. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo - Mateus, p.17.

4 CHAMPLIN, R. N.. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Vol. 3., p. 594.


SUBSÍDIO DIDÁTICO

“As famílias judias realizavam várias cerimônias, logo após o nascimento de um bebê:

(1) circuncisão. Todos os bebês do sexo masculino eram circuncidados e recebiam seu nome no oitavo dia após o nascimento (Lv 12.3; Lc 1.59-60). A circuncisão simbolizava a separação entre judeus e gentios, e seu relacionamento exclusivo com Deus.

(2) Redenção do primogênito. O primogênito era apresentado a Deus, um mês após o nascimento (Êx 13.2,11-16; Nm 18.15-16). A cerimônia incluía comprar de volta, ou seja, ‘redimir’, a criança, de Deus, por meio de uma oferta. Desta maneira, os pais reconheciam que o bebê pertencia a Deus, que é o único que tem poder de dar vida.

(3) Purificação da mãe. Durante 40 dias, após o nascimento de um filho, e 80 dias após o nascimento de uma filha, a mãe permanecia cerimonialmente impura, e não podia entrar no Templo. No fim do seu período de separação, os pais deveriam trazer um cordeiro para uma oferta de holocausto, e uma rola ou um pombo para uma oferta de pecado. O sacerdote sacrificaria esses animais e declararia que a mulher estava limpa. Se um cordeiro fosse caro demais para a família, os pais podiam trazer, em seu lugar, uma segunda rola ou pombo. Foi isso que Maria e José fizeram.

Jesus era o Filho de Deus, mas sua família realizou essas cerimônias de acordo com a lei de Deus. Jesus não nasceu acima da lei; ao contrário, Ele a cumpriu à perfeição” (Bíblica Cronológica Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2015, p.1282).


Fonte: Livro de apoio - O Caráter do Cristão - Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro - Elinaldo Renovato de Lima
Lições Bíblicas CPAD - 2º trim.2017 adultos - O Caráter do Cristão - Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro - Elinaldo Renovato de Lima
Dicionário Bíblico Wycliffe
Bíblia de Estudo Pentecostal - CPAD


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