“Ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!” Mt 28.20
“Ordenanças não são sacramentos
O batismo e a Santa Ceia são ordenanças, não
sacramentos. Existe uma interpretação que atribui ao batismo e à Santa Ceia um
valor quase mágico, sendo, por isso, chamados de sacramentos. Essa palavra
significa: ‘Cada um dos sinais sensíveis produtores da graça, instituídos por
Jesus Cristo como auxiliares indispensáveis para a pessoa conseguir a salvação
eterna’ (Dicionário Eletrônico Michaelis. São Paulo, 1996).
Como podemos
verificar, a palavra ‘sacramento’ é definida como sendo algo que transmita a
graça de Deus àqueles a quem for ministrado. Convém observar que essa palavra
não é encontrada em nenhum ponto da Bíblia, mas é uma expressão criada pelos
próprios teólogos. Nem o batismo nem a Santa Ceia são sacramentos, mas sim
ordenanças de Deus. O ensino da Bíblia é bem claro no sentido de que nenhum
destes dois atos transmite a graça de Deus a alguém, pois são ministrados
exclusivamente aos que já foram salvos pela graça de Deus, em Jesus Cristo.
Além disso, convém
observar que Deus jamais entregou aos homens meios visíveis que pudessem ser
utilizados por alguém para transmitir a graça divina a outro homem. A graça de
Deus vem somente por Cristo, pela fé no seu sangue (cf. Rm 3.24; 5.15; 2Tm
1.9)” (BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 1999, pp.241,242).
“Batismo” e “Santa Ceia”, tais ordenanças não são para serem vistas como obrigações, e sim como privilégios concedidos àqueles que tomaram a feliz decisão de estarem em comunhão com Deus e tornarem-se participantes do Corpo de Cristo que é a Igreja.
As ordenanças de Cristo à sua Igreja são práticas que devem perdurar até que Ele volte.
Leitura Bíblica: Mateus 26.20,26-30
INTRODUÇÃO
Jesus deixou diversas ordens para os seus
discípulos individualmente, como ensinar todas as pessoas, evangelizar, orar,
perdoar inimigos e amar a Deus acima de todas as coisas. No que tange à Igreja,
como reunião de discípulos, o Mestre deixou duas específicas: a celebração do
Batismo e da Santa Ceia. Ambas as cerimônias possuem objetivos específicos, e
sobre eles estudaremos nesta lição.
I. O QUE SÃO ORDENANÇAS?
1. Definindo o termo ordenanças.
A
expressão ordenanças traz a ideia de um grupo de mandamentos específicos, que
devem ser repetidos reiteradas vezes. No caso das ordenanças de Jesus, o
Batismo e a Santa Ceia, devem ser repetidos sempre, para que o povo de Deus, a
Igreja, se lembrasse não apenas do sacrifício de Cristo, mas igualmente do seu
efeito para conosco.
Ordenanças, no caso do batismo e da Santa
Ceia, são rituais que exemplificam para a Igreja os últimos momentos de Jesus
com seus discípulos e a ressurreição de nosso Senhor.
2. Uma ordem de Jesus Cristo.
Jesus
deixou claro que seus discípulos deveriam ensinar, batizar e celebrar a Ceia do
Senhor: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e
do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Em relação à Santa Ceia, “E digo-vos
que, desde agora, não beberei deste fruto da vide até àquele Dia em que o beba
de novo convosco no Reino de meu Pai” (Mt 26.29).
3. O cumprimento das ordenanças confere
alguma graça ao crente?
A igreja romana entende que o cumprimento das
ordenanças fazem com que o fiel seja contemplado por Deus com uma graça
especial, mas a Bíblia não confirma esse ensinamento. Seu cumprimento mostra
que somos obedientes e que cremos naquilo que Jesus nos disse; portanto, somos
pessoas agraciadas por Deus tendo em vista nossa fé e obediência. As
ordenanças, pois, não são um poder mágico que confere alguma bênção especial.
As
Ordenanças servem como um memorial para os crentes de todas as gerações, e por
isso, sempre devem ser lembradas e celebradas na comunhão dos santos.
1. O que é o batismo?
Batismo significa
literalmente imersão. Essa palavra vem do grego, traduzida como
“mergulhar, banhar, imergir”. No Novo Testamento, vemos que João, o batista,
batizava pessoas no rio Jordão, e batizou o Senhor Jesus (Mt 3.13-17), que a
seguir ordenou que seus discípulos batizassem aqueles que cressem no Evangelho
(Mt 28.19). Pedro batizou gentios que ouviram a Palavra na casa de Cornélio (At
10), e Paulo foi batizado, possivelmente por Ananias (At 9). O batismo ordenado
por Jesus é por imersão.
2. Jesus foi batizado.
Jesus passou pela
experiência do batismo. A Bíblia nos fala em Marcos 1.10 sobre o batismo de
Jesus: “logo que saiu da água”, uma referência clara de que Jesus foi batizado
por imersão. E o batismo de Jesus foi uma forma de Ele se identificar com os
pecadores. Ele não precisava ser batizado, mas o foi, para nos mostrar a
importância do ato para a vida cristã e para a compreensão adequada do
Evangelho. (Jesus foi batizado nas águas com a idade de trinta anos - grifo nosso)
3. O batismo infantil.
Há igrejas que
batizam utilizando o processo de imersão. Outras utilizam-se do processo de
aspersão. De forma geral, as igrejas evangélicas não batizam crianças. A
Palavra de Deus nos fala que Jesus foi apresentado no Templo, e não batizado, o
que só ocorreu quando Jesus tinha a idade de trinta anos. Outro fator que deve
ser levado em conta é que o batismo é apresentado nas Escrituras como um ato
daquele que crê na mensagem do Evangelho (At 2.41; 8.12), e isso exige
maturidade não apenas para entender a mensagem do Evangelho, mas também para
aceitar Jesus e prestar o testemunho público prévio ao batismo. Por esses
fatores, não é adequado nem bíblico batizar crianças.
Leia mais sobre: Batismo - um exemplo a ser seguido
O
batismo exige que tenhamos consciência de sua importância, e entendimento para
publicamente manifestar nosso testemunho em Cristo Jesus.
III. A SANTA CEIA
1. A origem da Santa Ceia.
A Santa Ceia
teve sua origem na noite em que Jesus fez sua última refeição com os seus
discípulos, antes de ser crucificado. Em um momento de comunhão, o Senhor com
eles, lavou-lhes os pés e transmitiu-lhes as recomendações finais. A Ceia foi o
último momento de comunhão do Senhor com seus apóstolos até a crucificação (Mt
26.29).
2. Os propósitos da Santa Ceia.
A
celebração da Santa Ceia traz para nós diversos significados. Em primeiro
lugar, ela representa a continuidade da nossa comunhão com o Salvador. À última
Ceia estavam presentes Jesus e seus discípulos, o grupo mais próximo do
Salvador. Em segundo lugar, ela representa a lembrança do sacrifício de Jesus
Cristo por nossos pecados. A Ceia instituída pelo Senhor foi celebrada na
Páscoa, quando um cordeiro era sacrificado, e Jesus, o Cordeiro de Deus, que
tira o pecado do mundo, foi sacrificado por nós.
É a celebração de uma nova aliança. Comer e
beber juntos traz a ideia de uma aliança feita entre duas partes. Essa Ceia é a
imagem de uma nova aliança entre Jesus e os seus seguidores.
É a manifestação da minha fé em Cristo.
Quando celebro a Santa Ceia demonstro de forma pública a minha fé em Jesus e a
comunhão com Ele, aguardando a sua Segunda Vinda.
É um momento de gratidão. Jesus abençoou o
pão e deu graças pelo vinho (Mc 14.22-24). Na Santa Ceia, demonstro minha
gratidão pelo que Cristo fez, e agradeço por ter sido alcançado por sua graça.
3. Os elementos da Santa Ceia.
Aqui cabe
uma observação. A igreja romana entende que os elementos da Santa ceia, o pão e
o vinho, se transformam na carne e no sangue de Jesus. O pão e o vinho não
mudam sua forma para se tornarem carne e sangue de verdade, como pensam os
católicos. A Bíblia jamais dá a entender essa ideia e a ciência não a respalda
a teoria. Jesus não tinha a intenção de nos fazer crer que, por ocasião da
Ceia, o pão se tornaria carne e que o vinho se tornaria em sangue. Ele apenas
nos orientou a seguir essa ordenança em memória dEle.
A Santa Ceia em Corinto foi alvo de críticas
e orientação do apóstolo Paulo. Naquela igreja, marcada por divisões, egoísmo e
abuso dos dons espirituais, os membros se reuniam, mas não com o propósito de
celebrar a comunhão e relembrar o sacrifício de Cristo, e sim para comerem o
que haviam trazido para aquela reunião. Na ocasião de demonstrar comunhão e
respeito uns pelos outros, demonstravam seu egoísmo a ponto de uns se
embebedarem, e outros passarem fome (1Co 11.21). Por isso, foram duramente
repreendidos por Paulo. Mais do que comer juntos, deveriam respeitarem-se uns
aos outros e não perder o foco da lembrança do retorno do Senhor.
Leia mais sobre:
Pense! A Santa Ceia é um momento de comunhão
importante para os membros do Corpo de Cristo, pois nesse momento, juntos,
relembramos o sacrifício de Cristo até que Ele retorne.
Ponto Importante! A vinda de Cristo para buscar a sua Igreja
deve ser um dos nossos motivos de celebrar a Santa Ceia, e também a certeza de
que nosso tempo aqui está acabando, pois a volta do Senhor está próxima.
CONCLUSÃO
As duas ordenanças de Cristo à sua Igreja são
válidas e necessárias para os nossos dias, e a Igreja de Cristo tem o dever não
apenas de relembrá-las, mas de cumpri-las periodicamente, dando exemplo às
gerações que se sucedem.
HORA DA REVISÃO
1. Defina o termo ordenanças.
A expressão ordenanças traz a ideia de um
grupo de mandamentos específicos, que devem ser repetidos reiteradas vezes.
2. Quais são as ordenanças da igreja
estabelecidas por Jesus?
O Batismo e a Santa Ceia.
3. O cumprimento das ordenanças confere
graça ao crente?
Não. Somos pessoas agraciadas por Deus tendo
em vista a nossa fé e obediência.
4. O que é o batismo?
Batismo significa literalmente imersão. Jesus
ordenou que os seus discípulos batizassem os que cressem no Evangelho.
5. O batismo infantil é bíblico?
O batismo é apresentado nas Escrituras como
um ato daquele que crê na mensagem do Evangelho (At 2.41; 8.12), e isso exige
maturidade não apenas para entender a mensagem do Evangelho, mas também para
aceitar Jesus e prestar o testemunho público prévio ao batismo. Portanto, o
batismo infantil não é bíblico.
Fonte:
Lições Bíblicas - 1º trim.2017 - A Igreja de Jesus Cristo - Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno - Comentarista: Alexandre Coelho - CPAD
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