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terça-feira, 7 de julho de 2015

A Doutrina da Salvação - Soteriologia

SOTERIOLOGIA

A palavra Soteriologia, é formada a partir de dois termos gregos, “Soterios”, que significa (salvação) e “logos”, que significa (estudo, ensino); é a área da Teologia Sistemática que trata da doutrina (estudo) da salvação humana.

Sabemos que existem diversos segmentos religiosos e cada um deles oferece um tipo diferente de salvação. Alguns buscam por méritos, outros por obras, ou ainda no aperfeiçoamento humano como forma de se obtê-la. Contudo, a Bíblia nos mostra claramente que a salvação é obra de Deus em favor do homem, e não do homem em favor de Deus.

"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;..." Efésios 2:8,9

SOTERIOLOGIA
A DOUTRINA DA SALVAÇÃO
O termo Soteriologia vem do vocábulo grego soteria e significa salvação, libertação de um perigo iminente, livramento do poder da maldição do pecado, restituição do homem à plena comunhão com Deus.

A salvação do ser humano é obtida pela graça, ou seja, é um dom gratuito e imerecido que o pecador recebe, Ef 2: 8-9. 

Quando João 19: 30 diz: “está consumado”, que é a expressão grega tételestai, ele quer dizer que tudo está pago. Isto representa a salvação para o cristão. Tudo foi comprado no calvário. Abrange cada fase de nossas necessidades e dura de eternidade a eternidade. Inclui a libertação do pecado no presente e a apresentação contra as invasões do pecado no futuro, Jd 1: 24-25; Tt 2: 11-13. Então, vejamos em detalhes suas fases: salvação: arrependimento, fé, conversão, regeneração, justificação, adoção e santificação.

Arrependimento
Arrependimento é o ato pelo qual a pessoa reconhece o seu pecado e o abandona, confessando-o a Deus. O arrependimento é diferente do remorso. Por exemplo: João e Pedro colam na prova escolar. João confessa, pede perdão e aceita a punição. Isto é arrependimento. Pedro é surpreendido pelo professor, tem remorso e no coração diz que na próxima prova, se tiver oportunidade, vai colar novamente.
Nessa ilustração, Pedro sentiu apenas remorso. O remorso é a tristeza do mundo que produz morte. O arrependimento verdadeiro é a tristeza que, segundo Deus, conduz à salvação, 2Co 7: 10. No Novo Testamento, Pedro e Zaqueu são exemplos de arrependimento, Mt 26: 75; Lc 19: 8, e Judas, um exemplo de remorso do seu pecado, Mt 27: 3-5.

Quando se fala em fé, há alguns textos que muitos já sabem de cor: “fé é a certeza das coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se vêem”, Hb 11: 1; “A fé vem pelo ouvir, e o ouvir da palavra de Deus”, Rm 10: 17; “Se com a tua  boca confessares ao Senhor Jesus, e em  teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação”, Rm 10: 9-10.
No idioma grego, língua em que foi escrito originalmente o Novo Testamento, há duas expressões para a palavra fé: pistis – uma crença ou convicção intelectual; uma completa confiança em Deus, ou mais particularmente, em Cristo, com vista à redenção do pecado; pisteuein – confiança plena em Deus. Há dois tipos de fé: a fé salvadora e a fé como um dom.

Conversão
O termo grego para conversão é metanoia, ou seja, mudança de mente e transformação. Deve-se distinguir a conversão cristã de outras qualidades de conversão. O vocabulário conversão, literalmente, significa voltar ou mudar de direção. Portanto, neste sentido literal, podemos ser convertidos dum ponto de vista para outro. Pode-se mudar de partido político, e assim dá uma conversão política. Mudar de denominação, e assim se dá uma conversão religiosa.
A conversão cristã é o ato pelo qual a pessoa se volta do pecado para Jesus Cristo, tanto para obter perdão dos pecados, como para se libertar deles. Isso inclui livramento da pena do pecado. A conversão está intimamente ligada ao arrependimento, porque o arrependimento enfatiza o aspecto negativo do abandono ou saída do pecado, enquanto a conversão enfatiza o aspecto positivo da volta para Cristo. O arrependimento produz tristeza pelo pecado, já a conversão produz alegria por causa do recebimento do perdão e livramento da pena do pecado. O arrependimento nos leva à cruz. Já a conversão nos leva ao túmulo vazio e ao Cristo ressurreto.

Regeneração ou novo nascimento
O sentido etimológico da palavra regeneração vem do vocábulo grego paliggenesia e significa novo nascimento ou nascer de novo. Refere-se a uma nova criação. Regeneração é uma mudança sobrenatural e instantânea operada pelo Espírito Santo na natureza da pessoa que recebe Jesus Cristo como Salvador.
O apóstolo João descreve a regeneração como novo nascimento, Jo 3: 3-8. Jesus fala que é como passar da morte para a vida, Jo 5: 24. Já o apóstolo Paulo chama de nova criatura, 2Co 5: 17; Gl 6: 15. Regeneração não é uma reforma no ser humano. Essa reforma pertence ao plano humano, a regeneração, ao divino. A reforma é algo ligado ao exterior; já a regeneração é a mudança interior, que vem de dentro. A reforma afeta a conduta, já a regeneração modifica o caráter, Tt 3: 5.

Justificação
A palavra justificação vem do verbo grego dikaioo e significa declarar que uma pessoa é justa, tornar justo. Já o substantivo dikaiósis significa justificação, que é o ato da graça divina pelo qual Deus declara justa a pessoa que põe sua fé em Jesus Cristo como seu salvador. Podemos ilustrar isso com um criminoso que pode até ser perdoado pelo governo e deixa a prisão, porém leva a culpa consigo em sua consciência, mesmo já em liberdade.
Nesse caso, ele foi perdoado, mas não justificado, visto que era culpado do crime pelo qual o levou a prisão. Mas, no caso da pessoa justificada, ela é isentada, não porque não mereça punição, e não pelo fato de já não mais carregar a lembrança de sua culpa, mas porque as exigências da lei divina foram satisfeitas. Outra pessoa tomou o lugar dele e padeceu a execução destinada a ele. A lei não tem mais o que alegar contra ele.
Na justificação, Jesus literalmente assumiu as nossas dívidas e pagou por nós: “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso senhor Jesus Cristo”, Rm 5: 1; “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito”, Rm 8: 1; “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz”, Cl 2: 14.

Adoção de Filho
Adoção é o ato da graça de Deus que toma como filhos aqueles que aceitaram a Jesus Cristo, concedendo-lhes os direitos e privilégios de Jesus. A regeneração é uma mudança de nossa natureza. A justificação é uma mudança de nossa situação diante de Deus. A adoção é uma mudança de nossa ordem e posição de mera criatura, para Filho: “Ele nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor”, Cl 1: 13.
João 1: 12-13 afirma: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. Todo ser humano pode fazer parte da família divina através de Jesus Cristo. É fundamental aceitá-lo como único e suficiente Salvador e Senhor de sua vida. Aqueles que já tomaram essa decisão filhos de Deus.

Concluindo, o cristão é salvo através de Jesus. Uma parte desse processo é o ser humano que tem de executar e a outra a divina. Por isso, é fundamental na vida cristã que tenhamos a certeza de que o nosso lugar na nova Jerusalém está garantido através de graça divina. 

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Fonte: artigo Soteriologia - Jornal Aleluia de julho de 2007.
via iprb.org.br.
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