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sábado, 24 de janeiro de 2015

Não farás imagem de esculturas

O 2º MANDAMENTO - "Não farás imagens de esculturas"

Portanto, meus amados, fugi da idolatria  1Co 10.14


Hoje, no Brasil, talvez fosse preciso um novo "Lutero" denunciar as indulgências nos diversos púlpitos.
Ainda não chegaram a prometer a salvação, mas prometem "carro", "casa", "emprego", "saúde", "dinheiro" e tantas outras falsas promessas em troca de dinheiro. É como se Deus fosse um Papai Noel do século 21. Na ânsia de "tomar posse da bênção", as pessoas passam a cultuar uma série de objetos que nada têm haver com o Evangelho. É o "galho de arruda", o "sal grosso", a "rosa ungida", as "sementes", o "carnê", enfim, a razão da fé deixa de ser Jesus para ser as tais imagens.

Quando Deus mandou a nação israelita não reproduzir nenhuma imagem de culto em escultura, o Libertador de Israel não queria que o povo atribui-se às falsas divindades a sua poderosa ação. Num mundo amplamente politeísta, inclinar-se de novo para outra divindade era um risco, pois o Deus de Moisés não se apresentou ao legislador através de uma imagem concreta.
O Deus de Israel não se deixa reproduzir em meras elaborações humanas: "O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens. Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas" (At 17.24,25). Foi como Jesus respondeu para a mulher samaritana quando da pergunta sobre a região geográfica de onde se devia prestar culto a Deus: "Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade." (Jo 4.22-24).
O Evangelho abriu as portas do Céu. Estas estavam fechadas por causa do pecado da humanidade e da sua desobediência a vontade de Deus. Mas Este estava em Cristo, reconciliando o mundo consigo mesmo. O Calvário aponta para o livre acesso a fim de chegarmos ao Trono da Graça de Deus. Em Jesus não há crendice, mas presença real de Deus que opera em nós através do Espírito Santo Criador.
Portanto, somos convidados a não reproduzirmos falsas imagens que ousam representar Deus. Não há mente humana que possa reproduzi-lo. Que o nosso cuidado não seja apenas com os ídolos de escultura, mas igualmente em relação aqueles vivos, que cantam, pregam e formam público em nome de Deus. Vigiai! 
Revista Ensinador Cristão Editora CPAD.


INTRODUÇÃO
No preâmbulo do primeiro mandamento Deus se identifica. O segundo mandamento é muito próximo do primeiro, ambos são de ordem espiritual e afirmam a existência de um Deus vivo, o único que deve ser adorado. Aqui Javé proíbe a adoração aos ídolos e o culto a qualquer imagem de escultura ou de pintura como objeto de adoração. É nesta forma de idolatria que o presente capítulo pretende focar.

Os patriarcas do Gênesis e os israelitas do deserto sabiam muito pouco sobre os atributos de Deus. A revelação divina aconteceu de forma gradual ao longo dos séculos, até a manifestação do Filho de Deus (Hb 1.1). Os dois primeiros mandamentos do Decálogo são os que maior impacto causaram em Israel. Deus é espírito e invisível (Jo 4.24; Cl 1.15; 1 Tm 1.17) e hoje qualquer cristão sabe disso. Essa verdade é declarada na Confissão de Westminster. No entanto, foi o próprio Deus que se revelou a si mesmo sobre o seu ser e a sua natureza e nesses mandamentos temos o esboço dessa doutrina.

No primeiro mandamento, Javé se identifica ao seu povo como o Deus soberano que remiu a Israel da escravidão do Egito. Aqui e no segundo mandamento, Deus revela a sua espiritualidade e ordena que somente ele deve ser adorado. Javé proíbe o uso de imagem e de qualquer representação, semelhança ou figura do próprio Deus na adoração.
Essa proibição se estende também a toda e qualquer divindade falsa dos pagãos. [1]


O segundo mandamento proíbe a idolatria, adoração de ídolo, imagem de um deus ou de qualquer objeto de culto.


I. PROIBIÇÃO À IDOLATRIA
1. IDOLO E IMAGEM.
O grande desafio de Israel era vencer a idolatria e manter a fidelidade a Javé, cumprindo o concerto do Sinai. O povo estava saindo de um contexto sociocultural completamente politeísta. Seus ancestrais lhes haviam falado sobre o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, mas agora eles mesmos precisavam saber o que significava o compromisso de servir e adorar exclusivamente o Deus que os libertara da escravidão do Egito. A adoração a Javé devia ser algo completamente diferente dos rituais idólatras. O segundo mandamento declara:
Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos (êx 20.4-6; Dt 5.8-10).
Os dois termos hebraicos péssel (imagem de escultura) e temunãh (semelhança) dizem respeito à falsa adoração. Da palavra pessel, "imagem", deriva o verbo pãssal "esculpir, entalhar, lavrar" pedra ou madeira para construir (1Rs 5.18 [32]), escrever (Êx 34.1, 4; Dt 10.1, 3) e esculpir imagem de divindades (Hc 2.18).

A Septuaginta traduziu o termo por eidolon "ídolo". O termo temunãh, "forma, aparência, figura, representação, semelhança", só aparece dez vezes no Antigo Testamento (Êx20.4; Dt4.12,15,16,23,25; 5.8; Nm 12.8; Jó 4.16; Sl 17.15). Cinco vezes aparece em conexão ou paralelamente a pessel e diz respeito à proibição do uso de imagens (Êx 20.4; Dt 4.16, 23, 25; 5.8). Duas vezes é usada para esclarecer que os israelitas ouviram a voz de Javé que falava do meio do fogo no monte Sinai, mas eles só ouviram as palavras por ocasião da revelação do Sinai (Dt 4.12, 15). Três vezes é empregada de maneira independente: Moisés era o único que via a temunat YHWH, a "semelhança de Javé" (Nm 12.8). Deus falava com ele como alguém fala a um amigo, face a face (Êx 33.11); Elifaz usa o termo para descrever uma revelação noturna (Jó 4.16) e, num paralelismo poético, a palavra é empregada de forma metafórica numa visão de Davi (Sl 17.15).

O segundo mandamento diz que não se deve fazer imagem ou figura de tudo o "que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra” (Êx 20.4; Dt 5.8). Isso envolve todas as espécies de animais, aves, répteis, peixes, aves, corpos celestes, e inclui a imagem do próprio Deus (Dt 4.12-19). A menção das estátuas de macho e fêmea, "alguma escultura, semelhança de imagem, figura de macho ou de fêmea" (Dt 4.16), diz respeito às divindades masculinas e femininas. Os cananeus chamavam à madeira de pai e à pedra de mãe (Jr 2.27). A madeira era o símbolo da fertilidade feminina; a deusa Aserá era a mãe dos deuses; e a pedra simbolizava a fertilidade masculina na religião dos cananeus (Dt 4.28; Jr 3.9).


As espécies de animais mencionadas aqui (Dt 4.17-19) representavam os deuses na antiguidade (Ez 8.10). Dagom era o deus dos filisteus (Jz 16.23; 1 Sm 5.7), e sua imagem consistia em metade forma de homem e metade forma de peixe. era o deus-sol, dos egípcios, e Sin o deus-sol dos babilônios. O touro, por exemplo, era um símbolo do Egito: "Por que o deus Ápis fugiu? O seu touro não resistiu" (Jr 46.13, NVI); "Por que foi derribado o teu Touro?" (ARA). Ápis era o boi sagrado do Egito, representação de Ptah, deus da fertilidade de Mênfis. O culto do bezerro no deserto mostra que essa forma de adoração dos egípcios ainda estava no coração do povo (Êx 32.4-6; Sl 106.19, 20). As estátuas de Baal eram colocadas sobre touros. Esse animal era ideal para esses deuses, pois simbolizava força e fertilidade. O touro representava também outros deuses, como Baal. E, durante muito tempo, o povo judeu também se deixou influenciar pelo culto do bezerro (1Rs 12.28-30; Os 8.5). Esses são alguns dos exemplos de divinização pagã de animais e corpos celestes.

O segundo mandamento divide opiniões ainda hoje, e as interpretações são diversificadas. Os templos católicos romanos estão cheios de imagens de escultura, com fins cúlticos; por outro lado, a comunidade Amish não permite o uso de fotografia nem se deixa fotografar, pois seus membros a interpretam como produção de imagem, o que violaria o segundo mandamento. Contudo, o mandamento aqui não se refere à arte como tal. Essa proibição é específica; refere-se imagem de madeira, pedra ou metal ou forma de algum deus ou deuses das nações: "Não te encurvarás a elas nem as servirás" (Êx 20.5; Dt 5.9).
Essa maneira de entender o segundo mandamento é confirmada ao longo do Antigo Testamento (2 Rs 21.7; Is 40.19, 20; Jr 10.14). Aqui, é uma referência à adoração (Êx 34.13, 17; Dt 27.15). O primeiro verbo tem o sentido de adorar tishthaheweh, ou tishthahãweh, "prostrar-se, encurvar, adorar". A Septuaginta traduz por proskyneo "adorar”, e o termo aparece 60 vezes no Novo Testamento. O segundo verbo é ‘ãvad, "trabalhar, servir". A Septuaginta traduziu por latreia, "prestar serviço sagrado, servir, adorar", e é o termo que aparece em Mateus 4.10.
O contexto é religioso e remete à proibição de fazer imagens de escultura ou quaisquer figuras e se prostrar diante delas para as adorar. Este mandamento causou profundo impacto em Israel, de modo que a escultura é uma arte que não se desenvolveu entre os israelitas, mesmo para fins meramente culturais. Os grandes museus, como Louvre em Paris, o museu Britânico em Londres, o Neues em Berlim o Metropolitan em Nova Iorque; o museu do Cairo, entre outros, estão repletos de artes de escultura artística e religiosa, bustos de artistas, pensadores e estadistas do Egito, Mesopotâmia, Pérsia, Grécia, Fenícia e Roma, além de estátuas e estatuetas de deuses. No entanto, não existe praticamente nada nos acervos judaicos dessa natureza nesses museus.

As galerias de arte estão completamente fora deste contexto. Trata-se de coleções de manifestações artísticas, e não é a respeito disso que fala o segundo mandamento. Os expositores da Bíblia são praticamente unânimes quanto a esta questão. Há no Antigo Testamento diversos indícios que confirmam esta interpretação. Deus mesmo inspirou artistas entre os israelitas no deserto (Êx 35.30-35) e mandou Moisés levantar uma serpente de metal no deserto (Nm 21.8). O rei Salomão não encontrava artistas em Israel para a decoração do templo e do seu palácio, de modo que contratou escultores e pintores dentre os fenícios (2Cr 2.13, 14). Ele mandou esculpir querubins na parede e touros e leões para decorar o templo (1Rs 6.29; 7.29) e o palácio real (1Rs 10.19, 20). E, quando a serpente de metal que Moisés levantou no deserto veio a ser objeto de culto com o passar do tempo, o rei Ezequias mandou destruí-la (2Rs 18.4).  [1]


“Como o primeiro mandamento afirma a unidade de Deus e é um protesto contra o politeísmo, assim o segundo afirma sua espiritualidade e é um protesto contra a idolatria e o materialismo.”  Embora certas formas de idolatria não sejam materiais — por exemplo, a avareza (Cl 3.5) ou a sensualidade (Fp 3.19) —, o segundo mandamento condena primariamente a fabricação de imagens (Êx 20.4) na função de objetos de adoração. Este tipo de idolatria sempre existiu entre os povos pagãos mais simplórios do mundo. A história de Israel comprova que esta tentação é traiçoeira. [2]

2. IDOLATRIA.
A revelação do Sinai aconteceu três meses após a saída dos israelitas do Egito. Aquela geração havia nascido e vivido na terra do Nilo até aquele momento. O Egito era um dos maiores centros de idolatria do mundo. Suas imagens de escultura e seus obeliscos impressionam o espírito humano até hoje. Esse país foi o berço da civilização de Israel, e os hebreus conviveram com a cultura dos egípcios durante muito tempo, razão pela qual deviam estar bem familiarizados com suas práticas religiosas.

deus Rá
O profeta Jeremias menciona os obeliscos e as casas dos deuses do Egito em Heliópolis muitos séculos após a promulgação da lei: "E quebrará as estátuas de Bete-Semes, que está na terra do Egito; e as casas dos deuses do Egito queimará" (Jr 43.13). O principal templo de Heliópolis era o de Rá, deus representado por um homem com cabeça de falcão, cuja supremacia no Egito durou mais de mil anos. Segundo os egípcios, Rá era o pai de uma família de nove deuses. Implícita estava a zoolatria - adoração aos animais pois os egípcios viam neles mais que símbolos ou emblemas; eles os consideravam receptáculos das formas do poder divino.
Bete-Semes aqui é Heliópolis, uma antiga cidade egípcia de Om, seu nome hebraico, e Heliópolis, seu nome grego (Gn 41.45, 50, LXX). Situa-se atualmente 16 km a noroeste do Cairo, onde se localiza o aeroporto internacional. O nome hebraico bêth shemesh significa "casa do sol", e a Septuaginta emprega hêliou póleõs, "cidade do sol" [50.13]. A Nova Tradução na Linguagem de Hoje traduz como "Heliópolis". Jeremias emprega o termo hebraico matstsêbãh para designar "estátua", que significa "alguma coisa colocada verticalmente, coluna, pilar, estátua". O profeta se refere aos obeliscos, que são próprios do Egito (KOEHLER & BAUMGAR- TNER, vol. 1,2001, p. 621). Trata-se de um bloco de pedra postado para fins memoriais (2 Sm 18.18) ou religiosos (2 Rs 3.2; 10.26; 18.4; 23.14; Os 10.1; Mq 5.13 [12]). Os obeliscos egípcios eram ídolos e também memoriais. Essa prática era proibida em Israel (Dt 16.22).

Hoje, apenas oito desses obeliscos continuam de pé no Egito: três no templo de Carnaque (originalmente, eram dez); um no templo de Luxor (mas havia dois, o outro está na praça da Concórdia); um no Aeroporto Internacional do Cairo, trazido de Ramessés, sua localidade original; um posto em um jardim ao lado da Torre do Cairo, trazido também de Ramessés; um na praça Matariya, no centro do Cairo, trazido das ruínas do templo do sol de Heliópolis; e o último, da 12 a dinastia, está em Fayum, local em que, segundo se diz, Jacó viveu com toda a família, durante a administração de José do Egito. Existem ainda mais de dez obeliscos egípcios espalhados por locais variados na Europa, Vaticano, Istambul, Londres, Paris e em Nova Iorque, nos Estados Unidos, resgatados desde os romanos a partir do ano 31 a.C. [1]

3. SEMELHANÇA OU FIGURA.
Os egípcios adoravam toda espécie de objetos, como aves, répteis e figuras celestes imaginárias. E não hesitavam em representar tais supostas divindades por meio de imagens. Esse tipo de atividade foi proibida aos filhos de Israel. A tripla designação, “em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra”, para os antigos, apontavam para a criação inteira. ((Êx 20.4b; Dt 5.8), à luz de Deuteronômio 4 12-15)

A Idolatria de Todos Nós. Para todos nós há certas coisas às quais damos grande alenção, ao ponto de transformá-las em ídolos. Existem ídolos da mente, e não apenas de madeira, de pedra ou de metal. ídolos comuns incluem possessões, dinheiro, sexo, fama, posição social e poder. [3]

Diferentemente do Antigo Testamento, a maioria dos ídolos do século XXI não é feita por mãos humanas, mas se alimenta dos pensamentos e dos desejos das mentes e dos corações de carne. Os ídolos atuais são invisíveis, pois na maioria das vezes não têm corpo e sangue, nem ferro ou madeira. Os ídolos do século XXI alimentam-se das ambições das pessoas, do desejo desenfreado e egoístico de ter mais e mais. Não há como servir ao Senhor, nosso Deus, e, ao mesmo tempo, a “Mamon”.


II. AMEAÇAS E PROMESSAS
1. O DEUS ZELOSO.
"Porque eu, o SENHOR, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos" (Êx 20.5b-6; Dt 5.9b-10). O adjetivo hebraico qanna "zeloso", aparece apenas cinco vezes no Antigo Testamento (Êx 20.5; 34.14; Dt 4.24; 5.9; 6.15), associado ao nome divino el, "Deus". As formulações nas cinco passagens diferem em detalhes. Nos dois textos do Decálogo e em Êxodo 34.14, as palavras ’êl qannã ’ são atributos de Javé. A menção dos deuses não acontece em Deuteronômio 4.24; 6.15.

O zelo de Javé consiste no fato de ser ele o único para Israel e não compartilhar o amor e a adoração com nenhuma divindade das nações. Esse direito de exclusividade era algo inusitado na época e único na história das religiões, pois os cultos pagãos antigos eram tolerantes em relação a outros deuses. O termo "zeloso" contém noções de paixão e intolerância; exprime a disposição de Javé abençoar Israel e fazê-lo prosperar, não aceitando um coração dividido. Essa linguagem é representada no relacionamento entre marido e esposa no casamento, na fidelidade (Ct 8.6) e na infidelidade (Os 1.2). [1]

2. AS AMEAÇAS.
As ameaças sobre as gerações daqueles que aborrecem Javé são para os descendentes que continuam envolvidos no pecado dos pais, as sucessivas gerações que aprenderam os pecados dos seus ancestrais e vivem ainda neles. Este princípio aparece outras vezes no Antigo Testamento além das duas passagens do Decálogo (Êx 34.7; Nm 14.18; Jr 32.18). Deus não permite que filhos inocentes sejam responsabilizados pela maldade dos pais (Dt 24.16; 2 Rs 14.6; Ez 18.2, 3, 20). O verbo "visitar", pãqad, em hebraico, indica uma visita, no sentido de cuidar e também de castigar. O profeta Jeremias emprega esse verbo em ambos os sentidos (Jr 23.2).

A expressão "terceira e quarta geração" indica qualquer número ou plenitude e não se refere necessariamente à numeração matemática, pois se trata de máxima comum na literatura semítica (Am 1.3, 6, 11, 13; 2.1, 4, 6; Pv 30.15., 18, 21, 29). O objetivo aqui é contrastar o castigo para a "terceira e quarta geração" com o propósito de Deus de abençoar a milhares de gerações. Outras máximas aparecem no Antigo Testamento com números diferentes: "dois e três” (Jó 33.29); "seis e sete" (Jó 5.19; Pv 6.16); "sete e oito" (Ec 11.2; Mq 6.5), para expressar que a medida da iniquidade está cheia e não há como suspender a ira divina ou a plenitude de algo positivo.

Os expositores da doutrina conhecida como maldição hereditária costumam usar de maneira isolada uma parte deste mandamento, "visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem", para fundamentar a sua teoria. Afirmam que, se alguém tem problemas com adultério, pornografia, divórcio, alcoolismo ou tendências suicidas é porque alguém de sua família, no passado, não importa se avós, bisavós ou tataravós, teve esse problema. Nesse caso, a pessoa afetada pela maldição hereditária deve, em primeiro lugar, descobrir em que geração seus ancestrais deram lugar ao diabo. Uma vez descoberta tal geração, pede-se perdão por ela, e, dessa forma, a maldição de família é desfeita. Uma espécie de perdão por procuração, muito parecido com o batismo pelos mortos, praticado pelos mórmons.
Tal pensamento não se sustenta biblicamente; é um erro crasso. A maldição está sobre quem continuar no pecado dos pais, sobre "aqueles que me aborrecem", pontua com clareza o mandamento. Não é o que acontece com o cristão que ama a Deus. Se fomos alvejados pela graça de Deus ainda no tempo da nossa ignorância, quanto mais agora que somos reconciliados com ele? (Rm 5.8-10). Quando alguém se converte a Cristo, torna-se nova criatura: "as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (2 Co 5.17).

Para finalizar, convém ressaltar que, no discurso de Moisés em Deuteronômio, na revelação do Sinai nenhuma imagem, figura, forma ou representação foi vista pelos israelitas; eles ouviram a voz da Javé vindo do meio do fogo, mas nenhuma representação de figura foi manifestada, unicamente a Palavra (Dt 4.16,23,25). Os ídolos de madeira e de pedra dos cananeus são divindades falsas cuja adoração é terminantemente proibida (Êx 34.13; Dt 12.3; 16.21-22); Javé, entretanto, é real, mesmo que invisível (Cl 1.15; 1 Tm 1.17). "Deus é espírito" (Jo 4.24). Cultuá-lo com a mediação de imagens é colocá-lo no mesmo nível das falsas divindades, uma afronta ao verdadeiro Deus. [1]

3. AS PROMESSAS.
Êx 20.6 Faço misericórdia. Misericórdia para com os obedientes. Ezequiel 18.20 mostra o princípio da justiça. Os justos recebem misericórdia e bênção da parte de Deus. Mas a misericórdia estende-se a mil gerações, o que mostra que a misericórdia é um princípio muito mais poderoso do que o da aplicação da justiça. Seja como for, não há qualquer contradição, visto que a ira de Deus é uma medida de disciplina que promove a causa do amor. Julgamento Temporal. No Pentateuco não há qualquer ensino sobre um juízo divino pós-túmulo, um inferno para os ímpios e um céu para os piedosos. A noção da existência da alma não entrou claramente no pensamento dos hebreus senão já nos Salmos e nos Profetas. Assim sendo, a lei de Moisés nunca ameaça os homens com o julgamento da alma, e nem jamais promete a bem-aventurança celestial para os obedientes. A teologia dos hebreus mostrava-se deficiente quanto a esse particular, deficiência essa que foi corrigida pela doutrina cristã.

Para os antigos hebreus, observar os mandamentos era uma medida doadora de vida. Ver Dt. 5.33. Mas não é prometida qualquer vida além-túmulo. Contudo, mais tarde, o judaísmo acrescentou essa ideia. O cristianismo mostrou a falência total da lei como medida salvatícia. (ver Gl. 3.21). É precisamente aí que temos a grande e fundamental diferença entre o judaísmo e o cristianismo. Qual era o intuito da lei, afinal? [3]

Êxodo 20.6 — A misericórdia do Senhor (hb. hesed, amor leal) — 
Pelos padrões semitas de linguagem, a ênfase da frase está na segunda parte. É verdade que Deus punirá os que não se conformam à Sua vontade, mas o aspecto negativo é apenas a moldura para o aspecto positivo. Mais uma vez, o teste do amor é “ guardar os meus mandamentos” , demonstrando ainda mais claramente a Israel que amor/ódio é mais atitude e atividade do que simples emoção. A palavra milhares é usada vagamente, como “ miríades” em português, para indicar a extensão ilimitada da misericórdia demonstrada por Deus. [4]


O par de palavras amam e obedecem é também encontrado 
nos ensinamentos de Jesus
"Se me amais, guardai os meus mandamentos." João 14:15


III. O CULTO VERDADEIRO
1. ADORAÇÃO.
"Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso,..." Êxodo 20:4-5

Eles não devem se curvar às imagens ocasionalmente, isto é, mostrar qualquer sinal de respeito ou honra por elas, muito menos servi-las constantemente, com sacrifícios ou incenso ou qualquer outro ato de adoração religiosa. Quando prestarem sua devoção ao Deus verdadeiro, não devem ter, diante de si, nenhuma imagem, para orientar, estimular ou auxiliar na sua devoção. Embora a adoração tenha como desígnio final a Deus, ela não o agradará se vier até Ele por meio de uma imagem. Os melhores e mais antigos legisladores, entre os pagãos, proibiam a colocação de imagens nos seus templos. Este costume foi proibido em Roma por Numa, um príncipe pagão. Mas foi ordenado, em Roma, pelo papa, um bispo cristão, mas, neste aspecto, anti-cristão.

O uso de imagens na igreja de Roma, hoje em dia, é tão claramente contrário ao que está escrito neste mandamento, e tão impossível de ser reconciliado com este texto, que em todos os seus catecismos e livros devocionais, que são colocados nas mãos do povo, eles omitem este mandamento, unindo a sua razão ao primeiro. E assim, ao terceiro mandamento, eles chamam segundo, ao quarto, o terceiro, e assim por diante. E, para completar o número dez, eles dividem o décimo em dois. Assim eles cometeram dois grandes erros, nos quais persistem, e dos quais detestam ser corrigidos. Eles tiram algo da Palavra de Deus, e acrescentam algo à sua adoração. [5]

"Aqui eu Aprendi!" - Para uma melhor visão, segue o que comentamos:

Dez mandamentos - Católicos
1º Mandamento — Amar a Deus sobre todas as coisas.
2º Mandamento — Não tomar seu santo nome em vão.
3º Mandamento — Guardar domingos e festas de guarda.
4º Mandamento — Honrar pai e mãe.
5º Mandamento — Não matar.
6º Mandamento — Não pecar contra a castidade.
7º Mandamento — Não roubar.
8º Mandamento — Não levantar falso testemunho.
9º Mandamento — Não desejar a mulher do próximo.
10º Mandamento — Não cobiçar as coisas alheias.

Dez mandamentos - Protestantes
1º Mandamento — Não terás outros deuses diante de mim.
2º Mandamento — Não farás imagens de escultura.
3º Mandamento — Não tomarás o nome de Deus em vão.
4º Mandamento — Lembra-te do sábado, para o santificar.
5º Mandamento — Honra o teu pai e a tua mãe.
6º Mandamento — Não matarás.
7º Mandamento — Não adulterarás.
8º Mandamento — Não furtarás.
9º Mandamento — Não dirás falso testemunho.
10º Mandamento — Não cobiçarás.

2. DEUS É ESPÍRITO.
É certo que este mandamento proíbe a confecção de qualquer imagem de Deus (pois a quem O faríamos semelhante?, Isaías 40.18,15), ou a imagem de qualquer criatura para uso religioso. Isto é mudar a verdade de Deus em mentira (Rm 1.25), pois uma imagem é um professor de mentiras. A imagem insinua, para nós, que Deus tem um corpo, ao passo que Ele é um espírito infinito, Habacuque 2.18. Ele também nos proíbe de criar imagens de Deus, segundo nossas próprias fantasias, como se Ele fosse um homem como nós. A nossa adoração religiosa deve ser governada pelo poder da fé, não pelo poder da imaginação. Eles não devem confeccionar tais imagens ou pinturas como as que os pagãos adoravam, para que não sejam também tentados a adorá-las. Aqueles que desejam ser guardados do pecado devem evitar as oportunidades para ele. [5]

3. DEUS É IMANENTE E TRANSCENDENTE.
A imanência é a forma de relacionamento de Deus com o mundo criado e principalmente com os seres humanos e sua história. O salmo 149 é um exemplo clássico.

A transcendência significa que Deus é um ser que não pertence à criação, não faz parte dela, transcende a toda matéria e a tudo o que foi criado (Jo 17 5,24; Cl 1.17; 1Tm 6.16). O exclusivismo da sua adoração é natural porque Deus e incomparável; ninguém há como Ele no universo (Rm 11.33-36). [1]


IV. AS IMAGENS E O CATOLICISMO ROMANO
1. O QUE DIZEM OS TEÓLOGOS CATÓLICOS ROMANOS?
No tabernáculo havia a representação de querubins. Mas a figura jamais foi adorada ou venerada pelos filhos de Israel. Se o tivesse sido, sem dúvida teria sido destruída. Ver Êxodo 25.18,19. Yahweh, por sua vez, jamais foi representado entre os israelitas por meio de qualquer imagem de escultura. Tal representação teria sido um sacrilégio de primeira grandeza. E nem outros deuses foram jamais representados por meio de imagens pelos israelitas, a não ser pelos idólatras entre eles. Mas tais imagens detratavam do caráter único de Yahweh.
Alguns eruditos supõem que itens como os querubins (Êx 25.18,19), a arca (Nm 10.35,36), os terafins (Jz 18.14); a estola sacerdotal (Jz 8.26,27) e a serpente de metal (Nm 21.8,9) na verdade constituíam ídolos e imagens em Israel, pois Israel estava mais próxima dos pagãos que a maioria dos estudiosos gostam de admitir. Mas outros negam que os israelitas adorassem a esses objetos. Serviam apenas a propósitos ilustrativos no culto, não se tomando nunca objetos de adoração. O argumento do primeiro grupo de eruditos tem por objetivo dar apoio à idéia de que o segundo mandamento era de origem posterior, e que acabou acrescentado à lista dos mandamentos. Por outro lado, se os objetos acima mencionados não eram objetos de adoração, então tal argumento rui por terra. [3]

A edição brasileira do Catecismo da Igreja Católica, publicado em 1993, no período do pontificado do papa João Paulo II, afirma que o culto de imagens não contradiz o mandamento que proíbe os ídolos. Os teólogos católicos romanos ensinam que a confecção da arca da aliança com os querubins e a serpente de metal no deserto (Êx 25.10-22; 1Rs 6.23-28; 7.23-26; Nm 21.8) permitem o culto às imagens.

2. UMA INTERPRETAÇÃO FORÇADA.
ÊXODO 25.18 — O uso de querubins sobre a arca justifica a visão católica de que as imagens podem ser veneradas?
A MÁ INTERPRETAÇÃO: De acordo com esse versículo, Moisés recebeu de Deus a seguinte ordem: “Farás dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório”. E óbvio que se trata de uma imagem sagrada. Os estudiosos católicos argumentam que esse verso justifica a veneração deles por imagens sagradas.
CORRIGINDO A MÁ INTERPRETAÇÃO: Esse verso não justifica a veneração por imagens sagradas. Por um detalhe, o contexto deixa claro que a imagem dos querubins não deve ser venerada ou adorada de maneira alguma. Na verdade, a posição dos querubins no lugar mais santo, onde apenas o sumo sacerdote poderia entrar, uma vez por ano no Dia da Expiação (Lv 16), tornou-os inacessíveis e, portanto, impossíveis de serem adorados ou venerados pelo povo.
Note também que esses querubins não foram dados a Israel como imagens de Deus; eles são representações de anjos. Não foram dados com o propósito de adoração ou veneração; foram dados por motivos de decoração — como arte religiosa. Os católicos romanos estão lendo algo nesse versículo que na verdade não está lá. [6]

O argumento da igreja católica é falacioso porque os antigos hebreus não cultuavam os querubins nem a arca, menos ainda a serpente de metal. O povo não dirigia orações a esses objetos. A arca e os querubins do propiciatório sequer eram vistos pelo povo, pois ficavam no lugar santíssimo (Êx 26.33; Lv 16.2; Hb 9.3-5). Quando o povo começou a cultuar a serpente que foi construída no deserto, o rei Ezequias mandou destruí-la (2Rs 18.4). As peças religiosas a que os teólogos católicos romanos se referem serviam como figuras da redenção em Cristo (Hb 9.5-9; Jo 3.14,15).

Em suas reformas religiosas, removeu os altos (IIReis 18:4), quebrou as colunas sagradas e deitou abaixo o poste-ídolo. Despedaçou até a serpente de bronze que Moisés havia feito no tempo do êxodo (Nm 21:8-9). A serpente de bronze era uma lembrança da salvação de Deus, mas, como as serpentes também simbolizavam forças místicas em várias culturas, acabou se tomando um objeto de adoração. Ezequias destruiu sem dó nem piedade essa imagem que o povo chamava de Neustã, um termo que significa “mero pedaço de bronze”. A remoção de tantos lugares de culto pode ter ajudado o povo de Judá a depositar sua fé exclusivamente no Deus de Israel.

Os atos de Ezequias nos lembram que, apesar de ser bom ter um templo apresentável com objetos que nos lembram a bondade de Deus, devemos evitar tudo o que possa distrair e impedir as pessoas de manter os olhos fixos somente em Deus. Hoje em dia, as distrações podem assumir a forma tanto de objetos quanto de indivíduos, como o fundador da igreja, o líder carismático de uma congregação ou qualquer outra pessoa de influência. A fim de haver adoração verdadeira, só Deus deve permanecer no centro. [7]

3.O USO DE FIGURAS COMO SÍMBOLO DE ADORAÇÃO.
Os ídolos que a Bíblia condena não se restringem a animais, corpos celestes ou forças da natureza, pois inclui também figuras humanas (Salmo 115 4-8)


Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens.
Têm boca, mas não falam; olhos têm, mas não vêem.
Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não cheiram.
Têm mãos, mas não apalpam; pés têm, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta.
A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos os que neles confiam.
Salmos 115:4-8

A Nulidade da Idolatria (115.4-8)
Essas palavras penetrantes que se referem à idolatria de forma satírica são repetidas em Salmos 135.15-18. Os ídolos deles são prata e ouro (4). Barnes observa: “A zombaria pretendida com essas palavras é apresentada nos termos que vêm a seguir: obra das mãos de homens. Um ídolo de pedra pode ser meteórico e não formado por mãos humanas; pode ser considerado como caído do céu (At 19.35); um ídolo de madeira pode ser um poste não muito bem esculpido, que pessimamente pode ser distinguido do objeto natural, mas quando eram usados prata e ouro, a mão do artífice se tornava visível na figura do deus representado (Jr 10,8,9)”.

Quando moldados na forma de um homem ou animal, os ídolos têm boca, olhos, ouvidos, nariz, mãos, pés, garganta — e, no entanto, são mudos, cegos, surdos, incapazes de cheirar e de apalpar, imóveis, sem pronunciar nenhum tipo de som (5-7). Alguns comentaristas acreditam que houve uma interpolação da primeira ou da última caracterização, visto que ambas descrevem o aspecto da fala. Mas essa repetição é mais bem-vista como parte da ênfase do poeta: do começo ao fim, esses são ídolos mudos que não têm palavra alguma para anunciar aos homens. O contraste com o Deus vivo e que fala é absoluto.
Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem (8). A coisa impressionante é que aqueles que os fazem e aqueles que adoram esse tipo de deuses se tornam como os próprios ídolos. Os pagãos fazem seus deuses à sua própria imagem, e então se tornam como eles! Esse é o efeito sobre nós em relação a quem adoramos. Nossos ídolos hoje podem ser dinheiro, poder, prazer ou qualquer outra coisa para a qual inclinamos o nosso coração. Mas se adoramos qualquer outra coisa que não seja Deus, tornamo-nos interesseiros e duros ou levianos e superficiais.[8]

A adoração ao Deus verdadeiro por meio de figura, 
símbolo ou imagem é idolatria. 

4. MARIOLATRIA.
Temos aí uma das principais linhas divisórias entre católicos e protestantes (e evangélicos). Para começar, o próprio termo, «mariolatria», não é aceito pelos católicos romanos, que afirmam não adorarem a Maria.

  • O termo mariolatria significa «adoração a Maria», devendo ser distinguido do vocábulo mariologia, isto é, a teologia acerca de Maria. O termo grego latreia, «serviço sagrado, culto, adoração», encontra-se no âmago da primeira dessas palavras, indicando uma honraria que o homem deve exclusivamente a Deus. [9]
  • Os estudiosos protestantes e evangélicos quedam-se boquiabertos diante da ginástica da teologia católica romana, a fim de defender a mariolatria. Em certo sentido, protestantes e evangélicos reconhecem níveis diferentes de respeito pelos poderes celestiais. Mas, se reconhecem que aqueles que viveram vidas dignas e santas, tomando-se exemplos para os cristãos das gerações posteriores, são dignos de nosso reconhecimento e emulação, nunca pensam em venerá-los ou adorá-los. Quando um crente fala em adorar limita esse ato exclusivamente ao Senhor Deus-Pai,'Filho e Espírito Santo. Distinguir entre respeitar e adorar é fácil para o cristão bíblico, mas dividir a adoração em três níveis: a Deus, a Maria e aos santos e anjos, é esperar demais da capacidade humana. outrossim, os protestantes e evangélicos também objetam à elaborada teologia que circunda Maria com excrescências extrabíblicas. Ora, é essa exaltada, mas distorcida teologia, que arma o palco para a hiperdulia, a veneração a Maria. Os católicos romanos, de sua parte, pensam que aquela trlplice distinção pode ser feita na prática, e não apenas em teoria. Para eles, a hiperdulia é uma espécie de honraria extrema. No entanto, desde a Igreja antiga (embora não desde a Igreja primitiva, refletida no Novo Testamento), encontramos a veneração a Maria. Assim, nos dois escritos apócrifos, Protenvangelium Jacobi (século 11 D.C.) e Transitus Mariae (século IV D.C), essa veneração aparece de forma evidente. Esses antigos documentos obviamente ultrapassam a tudo quanto os livros canônicos do Novo Testamento afirmam e ensinam a respeito de Maria. Isso porém, não constitui problema para os católicos romanos, porquanto eles acreditam em uma revelação progressiva, onde a teologia foi recebendo novos elementos, pois crêem que os papas e os concílios podem fazer adições àquilo que é ensinado na Bíblia. Para eles, o Novo Testamento representa apenas um estágio inicial da teologia cristã, que os séculos se encarregaram de ir modificando, ao ponto das contradições com os ensinos bíblicos pouco ou nada significarem. Isso posto, ninguém sabe onde chegará a teologia católica romana, se o Cristo ainda demorar-se muito quanto à sua parousia ou segunda vinda.
  • O Novo Testamento não oferece qualquer base ou razzo para os homens prestarem hiperdulia a Maria.
  • O primeiro corolário da doutrina de Maria como «Mãe de Deus» foi o dogma da Imaculada Conceição de 1854, que decretou que Maria é uma pessoa distinta da raça adâmica, porquanto teria sido concebida sem a mácula do pecado original, do qual toda a raça humana participa. Em seguida, veio o dogma da Assunção da Bendita Virgem Maria segundo o qual se afirma que Maria ascendeu ao céu à semelhança do que Jesus fizera. E assim ela conseguiu escapar à morte física. Essa foi a doutrina oficializada pela Igreja Católica Romana em 1950. A ideia de Maria como mediadora entre Deus e os homens já vem de mais longa data, embora também nunca figure nas Sagradas Escrituras. Estas são taxativas a respeito: "Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, «homem» (I Tim. 2:5). Esse único Mediador é chamado, nas Escrituras, de «nosso Senhor». Mas a cristandade inventou uma «nossa Senhora». [9]

Reconhecemos o papel honroso da mãe de nosso Senhor Jesus Cristo, mas ela mesma jamais aceitaria ser cultuada (Lc 1.46,47; 11.27, 28; 1Tm 2.5).

Não há base Bíblica para praticar o que 
a teologia romana ensina à igreja.


Devemos ter discernimento para distinguir ídolos de objetos meramente decorativos. Tudo aquilo que a pessoa ama mais do que a Deus torna-se idolatria (Ef 5.5; Cl 3.5). A Bíblia não proíbe as artes, nem a escultura em si mesma e nem a pintura. Deus mesmo inspirou artistas entre os israelitas no deserto (Êx 35 30-35). O rei Salomão mandou esculpir querubins na parede e touros e leões para decorar o templo (1Rs 6 29; 7.29) e o palácio real (1Rs 10 19,20, mas nunca com objetivo de que tais objetos fossem adorados.




Subsídio Teológico
A devoção às imagens e esculturas, no Brasil, é um fenômeno religioso poderoso. Milhares de pessoas, ano a ano, pagam as suas promessas, subindo às mais altas escadarias das catedrais para celebrar o santo. Mas é importante que expliquemos aos alunos que, por trás da idolatria, há interesses econômicos poderosos. O teólogo Lawrence Richards, comentando o capítulo 19 do livro de Atos, explica com clareza a razão econômica da idolatria praticada em Éfeso: “[...] Em Éfeso, Paulo arruina o negócio daqueles que fabricam e vendem imagens da deusa Ártemis. Demétrio, presidente de um dos sindicatos locais, inicia uma revolta entre os negociantes preocupados. ‘Precisamos parar este movimento’, clama Demétrio, ‘ou todos ficaremos sem emprego’.
A preocupação expressa pelas vítimas desse missionário cristão [ou seja, Paulo] é verdadeira. Diariamente, os cidadãos americanos gastam mais de 80 milhões de dólares com o ocultismo. Eles visitam cartomantes, com encantos e amuletos, contratam mágicos para curar doenças ou amaldiçoar inimigos. Ora, toda indústria turística americana está baseada nas pessoas visitando cidades como Éfeso, onde há famosos templos e santuários.
Simplesmente falando, o império não pode dar-se ao luxo de tolerar pessoas como Paulo, que pregam contra a feitiçaria e a idolatria. Toda a nossa economia desmoronará se estes fanáticos forem tolerados.
Alguns podem argumentar que a mensagem de Paulo é verdadeira, e que o poder de seu ‘Espírito Santo’ e de ‘Jesus’ é maior do que o poder dos espíritos dos quais eles dependem. Isso pode ser verdade. Mas, definitivamente, não ousamos nos converter, tornando-nos cristãos. Há muita gente que ganha a vida com o ocultismo. É uma indústria que o império simplesmente precisa apoiar”
(RICHARD. Lawrence. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. RJ: CPAD, p.275).


PARA REFLETIR
A respeito da Idolatria:
É correto afirmar que a idolatria se caracteriza apenas por imagens de esculturas?
Não. A idolatria se caracteriza por tudo aquilo que toma o lugar de Deus no coração da pessoa.

Com a máxima semítica “terceira e quarta geração”, o autor bíblico quer se referir ao número exato de vezes que Deus castigará a geração?
Não. O objetivo é contrastar o castigo para “terceira e quarta geração” com o propósito de Deus de abençoar a milhares de gerações.

Por que não podemos ter uma atitude de adoração ou devoção a Maria?
Em primeiro lugar, Maria, apesar de ser a mãe de Jesus, era uma mulher igual às outras, mas achada graciosa pelo Senhor. E ela jamais aceitaria ser cultuada, pois a glória deve ser dada somente a Deus.

Ter objetos decorativos em casa é idolatria?
Não. Não há nada na Bíblia que condene ter objetos decorativos em casa.

A Bíblia proíbe as artes?
Não. Temos de ter discernimento para não proibirmos o que a Bíblia não proíbe. Temos de distinguir os ídolos dos objetos meramente decorativos e das artes e esculturas artísticas. Deus mesmo inspirou artistas entre os israelitas no deserto (Êx 35.30-35).


Fontes:
[1]Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. CPAD
[2]Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Êxodo. Editora CPAD. pag. 189.
[3]CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos
[4]R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova.
[5]HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pags. 292,293.
[6]Norman L. Geisler; Ron Rohdes. Resposta as Seitas. Edtora CPAD. pag. 57-58.
[7]Tokunboh Adeyemo. COMENTARIO BÍBLICO AFRICANO. Editora Mundo Cristão. pag. 460-461
[8]W. T. Purkiser, M. A,. Comentário Bíblico Beacon Salmos. Editora CPAD. Vol. 3. pag. 288.
[9]CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 4. Editora Hagnos

BÍBLIA APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD.
Dicionário Bíblico Wycliffe / Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD.
Revista Ensinador Cristão - editora CPAD / Estudantes da Bíblia / Estuda a Licao ebd / Eu vou para a Escola Dominical / Bíblia de Aplicação Pessoal / Bíblia Defesa da Fé / Bíblia de Estudo Pentecostal / Dicionário Ilustrado da Bíblia


Sugestão de leitura: 

3 comentários:

  1. Verdadeiramente aqui eu aprendi. Excelente post!

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  2. Realmente Pr Ismael muitos estão adorando deuses de madeira de gesso e outros mais. E esquecem d adorar o unico Deus pai, Deus filho, e Deus Espirito Santo.
    Coloquei o link do seu blog lá no meu blog vou deixar o link do meu blog aqui.

    Deus abençoe e continue lhe usando cada dia mais
    Deno Lemes http://esbocobibliapentecostal.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Grande amigo em Cristo Deno Lemes. Obrigado por tão rica participação.
      Agradeço o apoio ao nosso trabalho. Seu link também está incluído na minha lista de Blogs links.

      Abraço fraterno
      Pastor Ismael

      Excluir

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