“E disse Pedro: Não
tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o
Nazareno, levanta-te e anda” At 3.6
Prezado (a) professor(a), já chegamos na metade de 2018 e estamos iniciando mais um trimestre com a graça de Deus. Nesta ocasião o tema a ser estudado é bastante sugestivo, pois trata dos Milagres de Jesus. Em uma época em que os milagres parecem ter se extinguido em alguns lugares enquanto em outros têm sido banalizados, tal assunto torna-se imprescindível, pois as pessoas continuam carentes da intervenção divina.
Texto Bíblico: Atos 3.1-10
INTRODUÇÃO
Neste trimestre estudaremos um tema oportuno — Os Milagres de Jesus. Excetuando as primeiras duas lições que têm como objetivo introduzir o assunto, e a última que conclui a revista, todas as demais lições tratarão de um dos muitos milagres realizados por nosso Senhor Jesus Cristo. O ministério terreno do Mestre foi marcado por muitos sinais miraculosos. Uma vez que o Senhor não mudou, certamente este trimestre será pontuado pela manifestação divina e muitas curas e milagres acontecerão. No ensejo deste estudo lembremos que o Senhor é o mesmo e, por isso, Ele virá em nosso socorro e nos agraciará com toda a sorte de bênçãos celestiais. Aproveitemos esse período para receber o milagre que tanto precisamos e, posteriormente, testemunhemos para a glória do nome do Senhor.
I. O MILAGRE
1. O que é milagre?
Autores há que defendam a ideia de que o milagre seja a suspensão momentânea das leis naturais e outros que advogam justamente o contrário, ou seja, o milagre é a “normalidade” e a expressão exata do que deveria acontecer em um mundo governado pelas leis divinas e sem a mancha do pecado. Tal discussão contém verdade e conflito tanto de um lado quanto de outro. O fato mais importante é que o milagre, tal como se entende biblicamente, trata-se de uma intervenção sobrenatural de Deus na ordem dos acontecimentos e diz respeito a algo extraordinário (Jo 4.46-54: 6.1-14; At 4.22).
2. A função do milagre.
O propósito do milagre, invariavelmente, é prestar socorro e glorificar o nome do Senhor (Lc 13.10-17). Ele não é resultado da vontade humana e nem produto da capacidade de quem quer que seja, mas vem única e exclusivamente da parte de Deus (Tg 1.17). Portanto, qualquer tentativa de usurpar a glória do Altíssimo constitui-se em “roubo”, pois a sua glória Ele não dará a outrem (Is 42.8).
3. A “imprevisibilidade” como característica do milagre.
Apesar de o milagre chegar em momentos de dificuldade e de grande aflição, não é prudente “agendá-lo”, decretá-lo ou mesmo determiná-lo, pois é Deus “o que opera [...] tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13). Em casos excepcionais, em que parece ter havido um “agendamento” para o milagre, certamente Deus pode ter comunicado ao coração dos seus servos para que tal acontecesse (1Rs 17.1; 18.41-46 cf. Tg 5.17,18). Contudo, fora esses casos específicos, devemos confiar no Senhor de todo o nosso coração, mas sem querer manipular o Eterno.
II. PERIGOS QUE RONDAM O MILAGRE
1. Apego excessivo ao miraculoso.
Acostumar-se ao miraculoso encerra um grande perigo que é desprezar o sagrado, tornando-se ingrato (Nm 11.6). Todavia, “viciar-se” em tudo o que parece extraordinário, desprezando a ordinariedade, pode ser igualmente perigoso. O servo de Deus precisa aprender a contar com a dependência divina sem descuidar de sua parte no processo da manutenção da vida, ou seja, deve buscar o equilíbrio (Pv 30.7-9). Alcançar tal equilíbrio não parece difícil, entretanto, o que se verifica é uma tendência à polarização: quando tudo vai bem tornamo-nos relapsos quanto à oração e nem nos lembramos que o dom da vida depende de Deus e é um milagre, por outro lado, se estamos em tribulação, clamamos desespera da mente pela intervenção divina.
2. Idolatria popular em relação a quem foi o canal divino.
Já se disse, com propriedade, que ninguém torna uma multidão refém de si sem antes tornar-se dela refém. José foi bastante claro ao dizer que não estava nele a capacidade de revelar alguma coisa a Faraó, mas que Deus daria resposta de paz ao governante (Gn 41.16). Portar-se de tal forma pode parecer fácil, entretanto, a própria história bíblica registra casos em que pessoas se esqueceram de tributar ao Senhor a glória que lhe é devida e acabaram sofrendo as consequências de tal comportamento (2Rs 5.20-27; Dn 4.28-33). É preciso muito cuidado por parte de quem Deus opera através de sua vida, pois a tentação de sentir-se idolatrado é grande. Da parte do povo igualmente é preciso cuidado, pois este pode levar àquele que foi o canal divino a exaltar-se, porém, Deus cobrará de cada um, individualmente, a responsabilidade de reconhecer-lhe a glória.
3. O perigo do descompromisso.
Entre os grandes ensinamentos do Sermão do Monte, o Mestre chama a atenção ao proferir que “Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?”; ao que Ele lhes responderá: “Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.22,23). Que terrível final para quem tanto fez em nome de Deus! O perigo do descompromisso ronda todos aqueles que se entregam ao trabalho do Mestre, mas esquecem de fazer a vontade do Pai (Mt 7.21). A vontade do Pai é que o obedeçamos, em humildade e temor, submetendo-nos a sua Palavra (Jo 14.21).
III. O CONTRASTE DA RELIGIOSIDADE COM A PALAVRA DO EVANGELHO
1. O coxo ficava à Porta Formosa do Templo.
A religiosidade é pródiga em premiar aparências e desconsiderar o principal (Mt 23.23-28). A descrição de Lucas parece conter uma dose de ironia, pois diz que à hora da oração, “era trazido um varão que desde que o ventre do sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam” (At 3.2). Um mendigo deficiente colocado todos os dias na porta, cujo nome era Formosa, do suntuoso Templo dos judeus. Que contraste! Enquanto se praticava a religiosidade com todos seus protocolos litúrgicos, um homem jazia, diariamente, à porta reluzente do Templo padecendo necessidade e ninguém se incomodava com a situação. A insensibilidade tomara conta dos oficiais da religião, bem como do povo, de forma tão intensa que ninguém mais percebia o quanto era equivocada tal coexistência.
2. A cura do homem e o exemplo de Pedro e João.
Certamente dirigidos pelo Espírito de Deus, os apóstolos Pedro e João foram ao Templo e se depararam com o homem que jazia á porta Formosa (At 3.1,3). Pensando em receber esmolas, mal sabia o coxo que ao dirigir-se àqueles dois homens sua vida mudaria. Em vez de uma ajuda paliativa, que ainda gerava status religioso para o “benevolente” (Mt 6.1-4), o homem recebeu a cura divina e, instantaneamente, levantou-se tomado pela mão direita “e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus” (At 3.8). O povo, que conhecia o homem que diariamente estava no Templo, ficou admirado e aglomerou-se junto a Pedro e João, mas estes, como verdadeiros servos do Deus Altíssimo, comportaram-se humildemente, tributando ao Senhor toda honra e toda glória pelo grande milagre que acabara de ocorrer (At 3.11,12). É esta a postura recomendada para quem afirma temer a Deus e não quer usurpar a glória do Senhor para si.
3. O milagre e a palavra do Evangelho.
O milagre, apesar de socorrer a alguém em um momento de grande necessidade, serve igualmente como oportunidade para a pregação do Evangelho. Na verdade, o Evangelho completo traz em si a possibilidade do socorro através do milagre (Mc 16.15-20). Quando o povo, atônito, acorreu aos apóstolos, Pedro rapidamente tratou de pregar o Evangelho, demonstrando biblicamente, que através da fé em Jesus, a quem os judeus preteriram em favor de um homicida, foi possível realizar o milagre que a multidão acabara de presenciar (At 3.13,14,16). Não é de se estranhar que Pedro e João tenham sido presos e levados ao Sinédrio no outro dia (At 4.1-22), pois o povo desviou a atenção dos sacerdotes voltando-se para os apóstolos. Nesta segunda oportunidade em que Pedro pregou o Evangelho, o número de conversões chegou a quase cinco mil.
A palavra do Evangelho contrasta com a religiosidade porque ela prioriza a salvação e não o ritual.
CONCLUSÃO
Os milagres são intervenções poderosas de Deus para socorrer-nos em momentos de aflição. Eles, sob hipótese alguma, devem ser usados como forma de autopromoção, exibicionismo ou coisa parecida. A glória do milagre pertence somente ao Senhor Jesus Cristo. Ele operou muitos milagres e tributava toda a glória ao Pai (Jo 11.41,42), Que possamos ser canais de Deus para que milagres aconteçam em nossas vidas e através delas, porém, sem nos esquecer que a glória pertence ao Senhor.
SUBSÍDIO
“A publicidade desencorajadora
Um dos grandes perigos da ênfase excessiva na cura é que ela pode eclipsar o evangelho no evangelismo. Esse perigo também pode ter influenciado a ordem de Jesus para que as pessoas curadas mantivessem segredo. Como Stephen Short coloca: ‘Jesus não queria que as pessoas viessem a Ele apenas para receber benefícios físicos’. Muitos não cristãos vão as reuniões cristãs principalmente a fim de satisfazer alguma necessidade física ou material. Uma vez que eles vêm, partilhamos o evangelho com eles. Mas descobri que é muito difícil eles fazerem, em seu pensamento, a transição das necessidades sentidas para o evangelho. Ouvem nossa explicação do evangelho e talvez até mesmo a aceitem, mas, em seu íntimo, quando pensam no cristianismo e nos cristãos, imaginam o seguinte: Esse é um lugar no qual minhas necessidades físicas e materiais são satisfeitas. Por isso, eles têm dificuldade em realmente ouvir o evangelho, embora ele seja transmitido claramente a eles. Por isso, o evangelho tem sempre de ser predominante em nosso programa. A compaixão é um aspecto do evangelho. Portanto, a compaixão sempre é um aspecto do nosso ministério no mundo, Mas se os atos de compaixão são feitos principalmente para ‘ganhar pessoas para o nosso lado’ e crescermos como igreja, podemos terminar com um monte de problemas” (FERNANDO, Ajith. Ministério Dirigido por Jesus. 1ª Edição. RJ: CPAD. 2013, pp.212,213).
Fonte: Lições Bíblicas Jovens - 3º Trimestre de 2018 - Título: Milagres de Jesus — A fé realizando o impossível - César Moisés Carvalho
Leia também:
Prezado (a) professor(a), já chegamos na metade de 2018 e estamos iniciando mais um trimestre com a graça de Deus. Nesta ocasião o tema a ser estudado é bastante sugestivo, pois trata dos Milagres de Jesus. Em uma época em que os milagres parecem ter se extinguido em alguns lugares enquanto em outros têm sido banalizados, tal assunto torna-se imprescindível, pois as pessoas continuam carentes da intervenção divina.
Texto Bíblico: Atos 3.1-10
O milagre acontece de acordo com a vontade e a permissão de Deus.
INTRODUÇÃO
Neste trimestre estudaremos um tema oportuno — Os Milagres de Jesus. Excetuando as primeiras duas lições que têm como objetivo introduzir o assunto, e a última que conclui a revista, todas as demais lições tratarão de um dos muitos milagres realizados por nosso Senhor Jesus Cristo. O ministério terreno do Mestre foi marcado por muitos sinais miraculosos. Uma vez que o Senhor não mudou, certamente este trimestre será pontuado pela manifestação divina e muitas curas e milagres acontecerão. No ensejo deste estudo lembremos que o Senhor é o mesmo e, por isso, Ele virá em nosso socorro e nos agraciará com toda a sorte de bênçãos celestiais. Aproveitemos esse período para receber o milagre que tanto precisamos e, posteriormente, testemunhemos para a glória do nome do Senhor.
I. O MILAGRE
1. O que é milagre?
Autores há que defendam a ideia de que o milagre seja a suspensão momentânea das leis naturais e outros que advogam justamente o contrário, ou seja, o milagre é a “normalidade” e a expressão exata do que deveria acontecer em um mundo governado pelas leis divinas e sem a mancha do pecado. Tal discussão contém verdade e conflito tanto de um lado quanto de outro. O fato mais importante é que o milagre, tal como se entende biblicamente, trata-se de uma intervenção sobrenatural de Deus na ordem dos acontecimentos e diz respeito a algo extraordinário (Jo 4.46-54: 6.1-14; At 4.22).
2. A função do milagre.
O propósito do milagre, invariavelmente, é prestar socorro e glorificar o nome do Senhor (Lc 13.10-17). Ele não é resultado da vontade humana e nem produto da capacidade de quem quer que seja, mas vem única e exclusivamente da parte de Deus (Tg 1.17). Portanto, qualquer tentativa de usurpar a glória do Altíssimo constitui-se em “roubo”, pois a sua glória Ele não dará a outrem (Is 42.8).
3. A “imprevisibilidade” como característica do milagre.
Apesar de o milagre chegar em momentos de dificuldade e de grande aflição, não é prudente “agendá-lo”, decretá-lo ou mesmo determiná-lo, pois é Deus “o que opera [...] tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13). Em casos excepcionais, em que parece ter havido um “agendamento” para o milagre, certamente Deus pode ter comunicado ao coração dos seus servos para que tal acontecesse (1Rs 17.1; 18.41-46 cf. Tg 5.17,18). Contudo, fora esses casos específicos, devemos confiar no Senhor de todo o nosso coração, mas sem querer manipular o Eterno.
II. PERIGOS QUE RONDAM O MILAGRE
1. Apego excessivo ao miraculoso.
Acostumar-se ao miraculoso encerra um grande perigo que é desprezar o sagrado, tornando-se ingrato (Nm 11.6). Todavia, “viciar-se” em tudo o que parece extraordinário, desprezando a ordinariedade, pode ser igualmente perigoso. O servo de Deus precisa aprender a contar com a dependência divina sem descuidar de sua parte no processo da manutenção da vida, ou seja, deve buscar o equilíbrio (Pv 30.7-9). Alcançar tal equilíbrio não parece difícil, entretanto, o que se verifica é uma tendência à polarização: quando tudo vai bem tornamo-nos relapsos quanto à oração e nem nos lembramos que o dom da vida depende de Deus e é um milagre, por outro lado, se estamos em tribulação, clamamos desespera da mente pela intervenção divina.
2. Idolatria popular em relação a quem foi o canal divino.
Já se disse, com propriedade, que ninguém torna uma multidão refém de si sem antes tornar-se dela refém. José foi bastante claro ao dizer que não estava nele a capacidade de revelar alguma coisa a Faraó, mas que Deus daria resposta de paz ao governante (Gn 41.16). Portar-se de tal forma pode parecer fácil, entretanto, a própria história bíblica registra casos em que pessoas se esqueceram de tributar ao Senhor a glória que lhe é devida e acabaram sofrendo as consequências de tal comportamento (2Rs 5.20-27; Dn 4.28-33). É preciso muito cuidado por parte de quem Deus opera através de sua vida, pois a tentação de sentir-se idolatrado é grande. Da parte do povo igualmente é preciso cuidado, pois este pode levar àquele que foi o canal divino a exaltar-se, porém, Deus cobrará de cada um, individualmente, a responsabilidade de reconhecer-lhe a glória.
3. O perigo do descompromisso.
Entre os grandes ensinamentos do Sermão do Monte, o Mestre chama a atenção ao proferir que “Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?”; ao que Ele lhes responderá: “Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.22,23). Que terrível final para quem tanto fez em nome de Deus! O perigo do descompromisso ronda todos aqueles que se entregam ao trabalho do Mestre, mas esquecem de fazer a vontade do Pai (Mt 7.21). A vontade do Pai é que o obedeçamos, em humildade e temor, submetendo-nos a sua Palavra (Jo 14.21).
III. O CONTRASTE DA RELIGIOSIDADE COM A PALAVRA DO EVANGELHO
1. O coxo ficava à Porta Formosa do Templo.
A religiosidade é pródiga em premiar aparências e desconsiderar o principal (Mt 23.23-28). A descrição de Lucas parece conter uma dose de ironia, pois diz que à hora da oração, “era trazido um varão que desde que o ventre do sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam” (At 3.2). Um mendigo deficiente colocado todos os dias na porta, cujo nome era Formosa, do suntuoso Templo dos judeus. Que contraste! Enquanto se praticava a religiosidade com todos seus protocolos litúrgicos, um homem jazia, diariamente, à porta reluzente do Templo padecendo necessidade e ninguém se incomodava com a situação. A insensibilidade tomara conta dos oficiais da religião, bem como do povo, de forma tão intensa que ninguém mais percebia o quanto era equivocada tal coexistência.
2. A cura do homem e o exemplo de Pedro e João.
Certamente dirigidos pelo Espírito de Deus, os apóstolos Pedro e João foram ao Templo e se depararam com o homem que jazia á porta Formosa (At 3.1,3). Pensando em receber esmolas, mal sabia o coxo que ao dirigir-se àqueles dois homens sua vida mudaria. Em vez de uma ajuda paliativa, que ainda gerava status religioso para o “benevolente” (Mt 6.1-4), o homem recebeu a cura divina e, instantaneamente, levantou-se tomado pela mão direita “e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus” (At 3.8). O povo, que conhecia o homem que diariamente estava no Templo, ficou admirado e aglomerou-se junto a Pedro e João, mas estes, como verdadeiros servos do Deus Altíssimo, comportaram-se humildemente, tributando ao Senhor toda honra e toda glória pelo grande milagre que acabara de ocorrer (At 3.11,12). É esta a postura recomendada para quem afirma temer a Deus e não quer usurpar a glória do Senhor para si.
3. O milagre e a palavra do Evangelho.
O milagre, apesar de socorrer a alguém em um momento de grande necessidade, serve igualmente como oportunidade para a pregação do Evangelho. Na verdade, o Evangelho completo traz em si a possibilidade do socorro através do milagre (Mc 16.15-20). Quando o povo, atônito, acorreu aos apóstolos, Pedro rapidamente tratou de pregar o Evangelho, demonstrando biblicamente, que através da fé em Jesus, a quem os judeus preteriram em favor de um homicida, foi possível realizar o milagre que a multidão acabara de presenciar (At 3.13,14,16). Não é de se estranhar que Pedro e João tenham sido presos e levados ao Sinédrio no outro dia (At 4.1-22), pois o povo desviou a atenção dos sacerdotes voltando-se para os apóstolos. Nesta segunda oportunidade em que Pedro pregou o Evangelho, o número de conversões chegou a quase cinco mil.
A palavra do Evangelho contrasta com a religiosidade porque ela prioriza a salvação e não o ritual.
CONCLUSÃO
Os milagres são intervenções poderosas de Deus para socorrer-nos em momentos de aflição. Eles, sob hipótese alguma, devem ser usados como forma de autopromoção, exibicionismo ou coisa parecida. A glória do milagre pertence somente ao Senhor Jesus Cristo. Ele operou muitos milagres e tributava toda a glória ao Pai (Jo 11.41,42), Que possamos ser canais de Deus para que milagres aconteçam em nossas vidas e através delas, porém, sem nos esquecer que a glória pertence ao Senhor.
SUBSÍDIO
“A publicidade desencorajadora
Um dos grandes perigos da ênfase excessiva na cura é que ela pode eclipsar o evangelho no evangelismo. Esse perigo também pode ter influenciado a ordem de Jesus para que as pessoas curadas mantivessem segredo. Como Stephen Short coloca: ‘Jesus não queria que as pessoas viessem a Ele apenas para receber benefícios físicos’. Muitos não cristãos vão as reuniões cristãs principalmente a fim de satisfazer alguma necessidade física ou material. Uma vez que eles vêm, partilhamos o evangelho com eles. Mas descobri que é muito difícil eles fazerem, em seu pensamento, a transição das necessidades sentidas para o evangelho. Ouvem nossa explicação do evangelho e talvez até mesmo a aceitem, mas, em seu íntimo, quando pensam no cristianismo e nos cristãos, imaginam o seguinte: Esse é um lugar no qual minhas necessidades físicas e materiais são satisfeitas. Por isso, eles têm dificuldade em realmente ouvir o evangelho, embora ele seja transmitido claramente a eles. Por isso, o evangelho tem sempre de ser predominante em nosso programa. A compaixão é um aspecto do evangelho. Portanto, a compaixão sempre é um aspecto do nosso ministério no mundo, Mas se os atos de compaixão são feitos principalmente para ‘ganhar pessoas para o nosso lado’ e crescermos como igreja, podemos terminar com um monte de problemas” (FERNANDO, Ajith. Ministério Dirigido por Jesus. 1ª Edição. RJ: CPAD. 2013, pp.212,213).
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