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sábado, 13 de agosto de 2016

O Evangelho no mundo Acadêmico e Político

A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” 1Co 2.4,5

Entrar na universidade é uma tarefa complexa e requer muita força de vontade e esforço. Na perspectiva cristã, ela se torna mais complexa ainda, pois sob o ponto de vista do pensamento, as universidades são hostis aos alunos oriundos da tradição cristã. Essa hostilidade é sentida principalmente nos cursos das áreas de humanas. Somando ao fato de que a maioria dos nossos jovens não está preparada evangelicamente para defender sua fé; muitas vezes o desespero toma conta do jovem cristão. Ora, além da pressão do processo de vestibular, mais o ataque gratuito por parte de professores universitários, os jovens cristãos sentem-se isolados e não fazem uso do seu direito constitucional de manifestar a sua fé de maneira inteligente e coerente. Essa regra vale tanto para os jovens quanto para os adultos cristãos que ingressam mais tarde numa universidade.

Uma proposta?
Para falarmos sobre evangelização em universidade, ou do mundo político, primeiramente, deve haver um estágio intenso de treinamento das mentes de nossos irmãos, como num treinamento de um candidato às missões transculturais, pois ele tem de se preparar muito para exercê-las, dominando a cultura e a língua, em primeiro lugar; e as particularidades dos países em que se deseja evangelizar. No caso do evangelismo universitário não é diferente.

O primeiro estágio passa pelo contato da historicidade da fé cristã. Nossos irmãos precisam ter o contato com a história a fim de conhecer a herança histórica e filosófica da própria fé, bem como ter contatos com obras dos primeiros pais da Igreja, o pensamento de Agostinho, Tomas de Aquino, Martinho Lutero, João Calvino, João Armínio, John Wesley, etc. Em outro momento, servir aos nossos irmãos de bons filósofos e apologistas cristãos mais contemporâneos de grande envergadura intelectual: Chesterton, C. S. Lews, Alister Mcgrath, Willian Lane Craig, Alvin Platinga e outros. Para introduzir nossos irmãos ao diálogo das principais cosmovisões de pensamento no mundo, a CPAD tem uma série de obras disponíveis para esse objetivo: “Sua Igreja está preparada?”; “Panorama do Pensamento Cristão”; “E Agora como Viveremos”; “Verdade Absoluta”.

Não há outra instituição especializada e capacitada, senão a Escola Dominical, para desenvolver com seriedade e qualidade esse urgente trabalho. Preparar nossos irmãos para este trabalho é fundamental para a evangelização universitária e a consequente sobrevivência nas comunidades acadêmicas atuais. (Revista Ensinador Cristão nº67 pg.39)

A Igreja do Senhor precisa fazer a diferença no mundo acadêmico e político.

Introdução
A academia pós-moderna é um edifício majestoso e belo, mas construído a partir da incerteza. Desorientada em meio a tantas monografias e teses, ninguém, ali, logra afirmar coisa alguma. Ela abre a boca às perguntas, mas cerra os ouvidos às respostas. Seus membros abominam fechar as questões mais comesinhas e tolas. Altivos e arrogantes, alegam que ninguém pode ter certeza de nada. Tal alegação, porém, é autodestrutiva. Se ninguém pode ter certeza de nada, como podem ter certeza de que a incerteza é tudo?

Quando nos refugiamos no evangelho de Cristo, pomo-nos a trilhar o caminho da fé. Vendo já o invisível, ela gera convicções e demonstra, cabalmente, que existem, sim, verdades absolutas. Eis porque há um grande abismo entre a incerteza acadêmica e a certeza evangélica. Tão largo e profundo é esse abismo que só pode ser transposto pela cruz do Cordeiro de Deus.

A intenção deste capítulo não é desconstruir a academia. Mas, alicerçado na Bíblia Sagrada, mostrar a possibilidade de se reconstruir vidas que se acham arruinadas pela velha mentira de Satanás. Comecemos, pois, mostrando a origem e a utilidade da academia.

I. A ORIGEM DO MUNDO ACADÊMICO
A academia, em si, não é deletéria nem letal à verdadeira fé. Desde o início da História, vem ela prestando relevantes serviços à humanidade. Ela gera conhecimentos, produz metodologias e referenda descobertas e invenções. No entanto, o Diabo, o pai das mentiras mais sutis e das inverdades mais delicadas, tudo faz por imiscuir-se em seu ambiente, visando torcer-lhe os resultados e conclusões.

1. Uma definição certa.
A palavra “academia” provém do vocábulo grego akadémeia, que, por seu turno, lembra a escola de filosofia que Platão fundou em Atenas, em 387 a.C., junto a um jardim dedicado a Academo, uma das muitas divindades da Grécia. Ali, o pensador grego reunia os pupilos para ensiná-los a pensar de forma metódica, sistemática e produtiva.

2. Preservação do conhecimento humano.
A partir de então, academias surgiram em várias partes do mundo. No século 15, Pompônio Leto fundou a Academia Romana, que, além da filosofia, dedicava-se ao estudo das ciências, das artes, da arqueologia e da gramática. Assim, elas vieram a assumir um papel referencial na definição do conhecimento humano. Sua palavra era suficiente para esclarecer dúvidas, fundamentar certezas e iluminar os que iam e vinham em busca do verdadeiro saber.
Hoje, as academias são mais específicas. Esta se dedica à História; aquela, às Artes; aqueloutra, à Filosofia; e, ainda esta, às Letras. Cada uma se consagra-se à preservação de uma área particular do conhecimento humano.

3. A postura agnóstica da academia.
Criado pelo romancista americano Dan Brown, o professor Robert Langdon é um retrato fiel do acadêmico pós-moderno. A certa altura do filme Anjos e Demônios, o professor de Harvard é questionado, por um funcionário do Vaticano, quanto à existência de Deus. O intrigante Langdon, uma espécie de alter ego de Brown, responde de maneira orgulhosa e furtiva que, enquanto acadêmico, não havia sido preparado a responder àquela pergunta.
A resposta de Langdon é um reflexo da academia, que, indiferente a Deus, faz-se hostil ao evangelho. Jesus Cristo, contudo, tem de ser apregoado nesse ambiente inamistoso e influenciado por Satanás. Nossa tarefa, repito, não é destruir a academia, mas usá-la como instrumento à expansão do Reino de Deus.

II. JERUSALÉM VERSUS ATENAS
Tertuliano (160-220), considerado o pai da teologia cristã ocidental, fez uma declaração que realça a superioridade da fé evangélica em relação à filosofia grega. Exaltando a força do evangelho, afirmou: “O que tem Jerusalém a ver com Atenas?”. Vejamos, pois, em que consistem o conhecimento de Atenas e a sabedoria de Jerusalém.


1. Atenas, a capital da filosofia.
Atenas foi a mais importante cidade da Grécia Clássica. Sua idade áurea situa-se entre 500 e 300 a.C., período em que floresceram as artes, as ciências e, principalmente, a filosofia. Se Esparta era a metrópole da guerra e da conquista territorial, Atenas destacava-se por outro motivo. Ela era a cidade de Sócrates, de Platão e do estagirita Aristóteles. Seu alvo não era a hegemonia territorial, mas o alargamento das fronteiras intelectuais.

Atenas era a cidade do homem natural. Em seus termos, a religião, embora ainda forte e influente, já não conseguia satisfazer as necessidades de um povo que idolatrava a razão e endeusava a cultura. Nesse sentido, o homem ateniense era um perfeito reflexo da deusa a quem elegera como padroeira. Protegendo as artes e as ciências, Atenas era também a senhora do conhecimento.

O povo ateniense, porém, jamais logrou a paz em suas conquistas intelectuais. Por essa razão, acabaria por eleger o Deus Desconhecido, a quem consagraria um vistoso altar, como a sua derradeira esperança. Se fôssemos acrescentar mais alguma coisa sobre Atenas, diríamos que a cidade toda era uma grande e orgulhosa academia. Não obstante, quando da visita de Paulo ao Areópago, viu-se impotente para compreender a beleza e a veracidade da ressurreição de Cristo.

2. Jerusalém, a cidade da paz e da verdadeira sabedoria.
Apesar dos conflitos que enfrentou ao longo de sua história, Jerusalém é conhecida como a Cidade da Paz. Mas poderia ser considerada, também, o berço do verdadeiro conhecimento, pois as Sagradas Escrituras têm-na como a sua referência máxima. Foi na mais amada das metrópoles, que Deus se manifestou plenamente a Israel, intimando-o a educar o mundo no conhecimento divino, conforme destaca o profeta Miqueias:
Mas, nos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do Senhor será estabelecido no cume dos montes e se elevará sobre os outeiros, e concorrerão a ele os povos. E irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor e à Casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e nós andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e a palavra do Senhor, de Jerusalém. (Mq 4.1,2)


Quanto mais o tempo passa, mais vai Jerusalém adquirindo importância espiritual, cultural e política perante o mundo. Nenhuma outra cidade é tão relevante quanto a capital de Israel. No auge da História, segundo a profecia, as nações correrão à morada da paz, pois assim se traduz o seu nome, em busca do verdadeiro conhecimento. Ao contrário de Atenas, cuja sabedoria não passava, às vezes, de especulação estéril e vazia, Jerusalém educará os povos, conduzindo-os à verdadeira paz. Pontificando o governo do Messias de Israel e Salvador do mundo, escreve ainda Miqueias:
E julgará entre muitos povos e castigará poderosas nações até mui longe; e converterão as suas espadas em enxadas e as suas lanças em foices; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra. Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os espante, porque a boca do Senhor dos Exércitos o disse. (Mq 4.3,4).

O conhecimento emanado de Jerusalém resulta em redenções de vidas. É por isso que a Bíblia Sagrada é o livro mais lido, mais pesquisado e mais debatido. Nenhuma outra literatura, mesmo as que se presumem sagradas, exerce uma influência tão poderosa na vida do mundo.

Foi de Jerusalém que saiu o evangelho de Cristo, que, não se limitando a lançar as bases do mundo atual, vem redimindo milhões de pessoas ao redor do planeta. Portanto, não há o que se comparar. Atenas, embora haja ensinado o mundo a pensar, não logrou redimir nem a si mesma. Quanto a Jerusalém, proporcionou a mensagem que ensina o homem não somente a pensar corretamente, mas também a agir com piedade, ética e amor. O evangelho de Cristo é inigualável. Por essa razão, indaga Tertuliano: “O que Jerusalém tem a ver com Atenas?”.

III. JOSÉ, O PRIMEIRO ACADÊMICO DE DEUS
Deus não abomina as academias, nem odeia os intelectuais; entre seus profetas e servidores, há notáveis acadêmicos. Neste tópico, destacaremos José, filho de Jacó, que, arrebatado de um ambiente campesino, viria a governar o Império do Egito e, de forma tão providencial, salvar do extermínio a nação israelita.

1. O aprendizado teológico de José.
Em companhia de seu pai, Jacó, aprendeu José a relacionar-se com o Deus Único e Verdadeiro. Naquele descampado imenso, veio a entender que o Altíssimo não se esconde em sua transcendência, mas revela-se amorosamente em sua imanência. Eis por que o Criador é conhecido, entre as nações, como o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó.

Sem aquele curso teológico informal, o jovem hebreu jamais poderia governar um império tão vasto e tão complexo como o egípcio. Isso significa que a academia, na vida de nossos filhos e netos, tem de ser precedida pela capela familiar. Doutra forma, serão subvertidos pela cultura mundana. Já devidamente preparado espiritualmente por Jacó, foi José conduzido por Deus ao Egito.

2. O aprendizado na casa de Potifar.
As escolas pelas quais José passou eram tão informais quanto o estilo de vida dos hebreus. Não obstante, proporcionaram-lhe uma sólida formação humana, literária, econômica, política e, acima de tudo, espiritual. Interpretando teologicamente suas tribulações e agruras, ele sabia que fora subtraído à casa paterna por um motivo soberano. Por isso, aproveitou cada prova e provação, a fim de graduar-se no serviço divino.

Na casa de Potifar, aprende um novo idioma, o demótico. E, consagrando-se aos afazeres daquela grande propriedade, inteira-se rapidamente do sistema econômico e financeiro do Egito. Ao buscar a excelência em tudo o que fazia, torna-se um grande administrador (Gn 39.5).
Mas, ali, aprenderia também o valor de uma vida incorruptível e santa. Tentado por sua senhora, manteve-se fiel ao Senhor. Ele sabia que, se viesse a ceder aos encantos daquela mulher, a sua carreira terminaria como a dos outros escravos que o antecederam. Infelizmente, a academia pós-moderna nenhum valor dá à ética e à moral. Eis porque o nosso país encontra-se numa situação tão calamitosa.

Potifar bem que poderia ter executado a José. No entanto, contentou-se em mandá-lo à prisão real, pois sabia que um jovem como aquele não se deixaria corromper nem pelo sexo, nem pelo dinheiro, ou pela vanglória do poder.

3. O doutorado na prisão.
A um jovem a quem Deus destinara a governança do Egito, não havia academia mais adequada do que a prisão real. Ali, teria oportunidade de aprender outro idioma: o hierático, falado pelos sacerdotes e pela classe política. Assim, não demorou a expressar-se fluentemente na nova língua. A essas alturas, sua educação literária já estava completa.

No cárcere, aprenderia também o funcionamento do Estado egípcio. Cada encarcerado era-lhe um professor. Ali, atrás daquelas grades, concentrava-se a nata política e cultural da corte faraônica. Com este preso, aprendia economia. Com aquele, diplomacia e política. Com aqueloutro, história e ciência. E, com o padeiro e o copeiro mores, aprende a lidar com um rei divinizado e cheio de caprichos e arbítrios.

Foi assim que Deus capacitou o jovem hebreu a governar a nação mais poderosa da terra naquele tempo. Que ele tinha um sonho, todos o sabiam. Mas entre o sonho e a sua realização, há que se ter muita disciplina, estudo, trabalho e oração. Se os nossos jovens se espelharem em José, filho de Jacó, teremos grandes e poderosos arautos de Cristo nas mais elevadas e nevrálgicas esferas da sociedade.

IV. DANIEL, O ACADÊMICO POR EXCELÊNCIA
Na biografia de Daniel, temos a destacar dois fatos muito importantes. Se, por um lado, Deus entregou Jerusalém nas mãos de Nabucodonosor, por outro, entregou Nabucodonosor nas mãos de um dos mais ilustres filhos de Jerusalém. Educado na academia babilônica, Daniel transformou-a por meio do conhecimento divino. Dessa forma, conduziu o rei da Babilônia ao Deus Único e Verdadeiro.

1. Na academia da Babilônia.
Por volta do ano 606 a.C., Nabucodonosor sitia Jerusalém, e leva cativa à Babilônia a elite da sociedade judaica. Entre os prisioneiros, achavam-se os jovens Daniel, Hananias, Misael e Azarias (Dn 1.6). Eles já eram notáveis por sua educação, cultura e distinção pessoal. E, pelo que se depreende do texto sagrado, já tinham cursado a academia de Jerusalém, onde haviam sido instruídos na Palavra de Deus.

Constrangidos a frequentar a academia babilônica, tinham ao seu dispor uma série de regalias e confortos. Com sabedoria e graça, porém, recusaram as iguarias reais, preferindo alimentar-se de legumes e água, pois haviam proposto, em seu coração, permanecer fiéis ao Deus de Israel (Dn 1.8). Em virtude de sua fidelidade, o Senhor abençoou-os de tal forma que acabaram por sobressair em todas as áreas de sua vida. Eles tinham como divisa a excelência divina.

2. A excelência do testemunho.
Os funcionários da corte não demoraram a perceber que Daniel e seus companheiros não eram como os demais jovens que frequentavam a Universidade de Babilônia. Mesmo optando por uma dieta frugal e modesta, foram avaliados como mais saudáveis do que os outros (Dn 1.15,16). Mesmo sem emitir uma única palavra sobre o Deus de Israel, levaram seus tutores a compreender que, de fato, o Deus dos hebreus achava-se sobre todos os povos.

Que os universitários cristãos iniciem o seu testemunho público por meio de uma vida santa e irrepreensível. Estarão, dessa forma, a evangelizar seus colegas e mestres, evidenciando atitudes cristãs em todas as instâncias do campus. A eloquência de um testemunho não se encontra na força ou na beleza das palavras; acha-se na formosura de um viver que, mesmo emudecido, fala e convence pela santíssima fé ressaltada em obras boas e meritórias.

Universitário evangélico, não se entregue às filosofias mundanas, ao ativismo inconsequente e anticristão, ao sexo pecaminoso e às drogas. Diante do politicamente correto, não tema optar pela vontade de Deus.

3. A excelência da vida acadêmica.
O testemunho excelente de Daniel e seus três companheiros não ficou restrito à conduta pessoal; ressaltou-se ainda nas atividades acadêmicas. No final do curso, foram todos aprovados com louvor máximo, conforme registra o autor sagrado:
Ora, a esses quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda visão e sonhos. E, ao fim dos dias em que o rei tinha dito que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe diante de Nabucodonosor. E o rei falou com eles; e entre todos eles não foram achados outros tais como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso, permaneceram diante do rei. E em toda matéria de sabedoria e de inteligência, sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos ou astrólogos que havia em todo o seu reino. (Dn 1.17-20).

Na avaliação dos jovens, tomou parte o próprio rei que, internacionalista e detentor de um vasto saber, ficou admirado do conhecimento e da sabedoria dos jovens hebreus. A partir daquele momento, Nabucodonosor começa a perceber que o êxito daqueles rapazes ia além dos limites humanos; era algo que só os céus podiam explicar.

Na universidade, que o jovem cristão evangelize também com suas notas e conquistas acadêmicas. Nas monografias e teses, seja verdadeiro e não abjure a sua fé. Fuja do politicamente correto. Não faça o jogo dos professores que, aprisionados pelas esquerdas extremas e ateias, põem-se contra Deus e a sua palavra. Por isso, redija com excelência cada trabalho.
Pesquise com esmero. Evite o plágio. Seja autêntico em cada palavra, frase e parágrafo. Sua oração deve permear todas as suas atividades acadêmicas.

4. A excelência profissional.
Já engajados na Academia da Babilônia, Daniel e seus três companheiros dão início à sua vida profissional, misturados aos outros sábios do império. Todavia, uma crise estava para ser deflagrada, que os levaria a se destacar como servidores, não de um rei, mas do Rei dos reis e Senhor dos senhores. O testemunho cristão não teme as crises. Antes, tem-nas como oportunidade para pontificar o conhecimento divino em todas as instâncias da vida particular e pública.

No segundo ano de seu reinado, Nabucodonosor teve um sonho acerca dos últimos dias da História. Ele adormeceu preocupado com o seu império, e despertou com uma visão acerca do Reino de Deus. Quem se angustiava por entender os movimentos cíclicos na história de Babilônia, agora, entra em crise por ver a linearidade da História Sagrada resultar no domínio do Deus de Israel sobre todas as coisas.

Como nenhum de seus sábios fosse capaz de evocar-lhe o sonho, ou de interpretá-lo, o rei ordenou o extermínio de toda a Academia da Babilônia. Daniel, então, convoca seus companheiros, para que roguem o socorro divino. O profeta, recebendo a revelação do Deus de Israel, mostra a Nabucodonosor o que há de acontecer, no mundo, nos derradeiros dias da História. No preâmbulo de sua exposição, o jovem hebreu apresenta ao rei uma proposição teológica que, apesar de simples, deitava por terra todo o panteão daquela cidade idólatra e entregue aos demônios: “Mas há um Deus nos céus, o qual revela os segredos; ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser no fim dos dias” (Dn 2.28).

A partir daquele momento, Daniel passa a mentorear espiritualmente o rei, levando-o a reconhecer que somente o Senhor é Deus. Eis o que o próprio Nabucodonosor confessa acerca de seu encontro com o Deus de Israel: “Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, e exalço, e glorifico ao Rei dos céus; porque todas as suas obras são verdades; e os seus caminhos, juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba” (Dn 4.37).

Muito pode fazer um acadêmico nas mãos de Deus. Por meio de seu trabalho sincero, levará o testemunho de Jesus Cristo aos escalões mais altos da sociedade e do governo. Afinal, somos instados pelo Senhor a proclamar o evangelho a todas as criaturas, inclusive aos ricos e poderosos.


V. O TESTEMUNHO DE DANIEL ENTRE OS POLÍTICOS
Daniel já era um ancião, quando Belsazar convocou-o a ler o escrito divino na parede de seu palácio. Desprezando as honrarias e presentes que o rei lhe oferecia, o profeta, fugindo ao politicamente correto, interpretou-lhe a sentença, indicando-lhe o fim de seu império. Neste momento, o Senhor requer de nossos homens públicos que ajam com a mesma isenção e coragem.

1. Daniel, o político.
Deus não precisa de políticos meramente profissionais. O que Ele requer são testemunhas fiéis, que atuem nas diversas esferas de poder, a fim de que o evangelho não fique apenas no sopé da pirâmide, mas que venha alcançar o topo mais inatingível. Por esse motivo, deve o político cristão, vocacionado para esse mister, agir como porta-voz de Cristo ante os poderosos deste mundo.

A política, em si, não é um mal; de seus ofícios, todos carecemos. Sem ela, a vida em sociedade seria impossível, uma vez que a sua finalidade é a promoção do bem comum. Além do mais, não são poucos os servos de Deus, quer no Antigo, quer em o Novo Testamento, que atuaram politicamente. Um dos exemplos mais notáveis é o próprio Daniel.

2. Os atributos de um político cristão.
Tendo como espelho a vida pública de Daniel, apontaremos alguns atributos, sem os quais o político cristão não poderá servir como testemunha de Jesus. Se Deus, de fato, o chamou à vida pública, você não terá dificuldade alguma para agir com isenção, incorruptibilidade e coragem.
Chamado à presença de Belsazar, agiu Daniel com isenção e prudência. Embora honrasse o rei, não lhe faltou com a verdade. Sua palavra não tinha dois pesos, nem duas medidas. Com a mesma franqueza que exortava os pequenos, repreendia os grandes. Se com os fracos mostrava-se forte, com os fortes erguia-se ousadamente. Em momento algum, faltou com o devido respeito.
Diante dos presentes e honrarias que lhe oferecia o rei, Daniel mostrou-se íntegro e incorruptível: “As tuas dádivas fiquem contigo, e dá os teus presentes a outro; todavia, lerei ao rei a escritura e lhe farei saber a interpretação” (Dn 5.17). Afinal, por que receberia ele dádivas ou honrarias? Não se deixando corromper, dá um testemunho público da justiça do Deus de Israel.

Que os nossos políticos espelhem-se em Daniel, e não se deixem seduzir quer pelo ouro, quer pelas honrarias mundanas. Lembre-se: mais cedo ou mais tarde, Deus trará todas as coisas à luz.

Por fim, Daniel agiu corajosamente. Diante de um rei pasmo, lê e interpreta a escritura divina estampada na parede. Naquela mesma noite, o Império de Babilônia cai ante os medos e persas. Quanto ao profeta, ainda serviria a dois outros monarcas até que, ditosamente, fosse recolhido ao descanso eterno.

Conclusão
Instruamos nossos filhos e netos a servirem a Cristo no campus universitário. O desafio não é pequeno, mas os resultados hão de ser grandes e compensadores ao Reino de Deus. Que eles demonstrem aos sábios deste mundo que somente a mensagem da cruz é capaz de redimir tanto o individuo quanto a sociedade.

No que tange aos nossos políticos, que eles se mantenham fiéis à ética cristã e jamais negociem a sua integridade nem a santíssima fé. No momento em que escrevo estas linhas, o Brasil é transtornado pelo maior escândalo de sua história. Homens que deveriam ser o exemplo à sociedade já não servem como referencial às novas gerações. Mas graças a Deus pelos homens públicos que, colocando o evangelho acima de todas as coisas, encorajam-se a prestar excelente confissão de sua crença em Jesus Cristo.

Fonte:
Lições Bíblicas - O Desafio da Evangelização - 3º.trim_2016 CPAD - Comentarista Claudionor de Andrade
Livro de Apoio - O Desafio da Evangelização - Obedecendo ao Ide do Senhor Jesus de levar as Boas-Novas a toda a criatura - Comentarista Claudionor de Andrade
Revista Ensinador Cristão-nº67
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal
Bíblia de Estudo Pentecostal
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