“Mas aquele Consolador, Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” Jo 14.26
“A Existência do Espírito Santo
1. Quem é o Espírito Santo. O Espírito Santo é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Ele aparece pela primeira vez nas Escrituras em Gênesis 1.2, e daí em diante sua presença é proeminente em ambos os Testamentos. O vocábulo que dá sentido ao seu nome é o grego pneuma, vindo da raiz hebraica ruach. Ambos os termos, quando aplicados para dar significação divina é sem igual, denotam o infinito Espírito de Deus.
2. Sua Preexistência. A natureza e os atributos do Espírito Santo caracterizam-no como o ‘Espírito Eterno’, não tendo princípio e nem fim de existência (Hb 9.14). Uma vez que o Espírito Santo tem a mesma natureza de Deus, o tempo não se aplica a Ele - já que existe por si mesmo. Ele é um Ser vivo, dotado de personalidade, não sendo uma mera influência ou emanação de Deus. Pelo contrário, o Espírito Santo e uma Pessoa divina, que faz parte da Trindade.
3. Sua Natureza. A terceira Pessoa da Trindade é Espírito por natureza! Ou seja, tal qual Ele e, tanto o seu Ser como o seu caráter, assim são também o Pai e o Filho: iguais em aspecto, poder e glória. O fato de o Espírito Santo ser Deus fica provado não somente por identificação com o Pai e o Filho, nas fórmulas do batismo e da bênção apostólica, mas também pelos atributos divinos que possui. Em outros aspectos, o Espírito Santo é co-participante dos atos de Deus, especialmente pela sua maneira tríplice de agir, como por exemplo:
1) na bênção das tribos (Nm 6.24-26);
2) na bênção apostólica (2Co 13.13);
3) no perdão (Dn 9.19);
4) no louvor (Is 6.3);
5) no batismo (Mt 28.19);
6) nos dons (1Co 12.4-6);
7) na unidade da fé (Ef 4.4-6).”[1]
O Espírito Santo não é uma força impessoal. É a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade; sua divindade não pode ser, sob hipótese alguma, contestada.
AO PROFESSOR DA E.B.D
Professor, a palavra “teologia” não se encontra na Bíblia. O termo era empregado pelos gregos para nomear um poeta, quando este descrevia os deuses mitológicos da Hélade. Muito tempo depois, na Idade Média, o vocábulo foi usado pelos mestres cristãos como referência ao estudo da doutrina de Deus e aos ensinos sagrados da Igreja. O teólogo era considerado um erudito, estudioso das Sagradas Escrituras e dos principais dogmas do cristianismo. A principal ocupação do teólogo cristão, portanto, é estudar a Bíblia Sagrada a fim de compreender suas doutrinas fundamentais. Ademais, o teólogo também é responsável pela comunicação da fé cristã de forma clara e objetiva aos homens da modernidade. Como professor da Escola Dominical, você é responsável pelo ensino das doutrinas bíblicas da mesma forma que foram os teólogos do passado.
Na Teologia, a doutrina do Espírito Santo é conhecida como “Pneumagiologia”. Este termo procede de três palavras gregas: pneuma (espírito), hagios (santo) e logia (estudo). Porém, o termo preferido dos estudiosos da Bíblia é aquele que procede do texto de João 16.7: Paracletologia, ou a doutrina do Consolador. A palavra, paráklētos, encontrada apenas no evangelho e na epístola de João (Jo 14.16,26; 15.26; 16.7; 1 Jo 2.1), procede de duas palavras gregas: pará (para o lado de), e kaléō (chamar). Literalmente significa “alguém que é chamado para estar ao lado de outro para ajudá-lo”. O termo é traduzido, em 1 João 2.1, por “Advogado”. Portanto, duas atividades divinas são atribuídas ao Espírito Santo: Consolador e Advogado. Não é sem razão que a Bíblia afirma que o Espírito ajuda-nos em nossas fraquezas e que intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26). O próprio Jesus afirmou que o Espírito é allon, isto é, “outro da mesma natureza e espécie”, e não heteron, “outro de espécie e natureza diferente”; tal qual afirmou Paulo a respeito da natureza diferente do evangelho ensinado pelos judaizantes na Galácia (Gl 1.6).
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Você sabe o que é um símbolo?
O símbolo é uma figura, objeto, número ou emblema, cuja imagem representa, de modo sensível, uma verdade moral ou religiosa. Através do símbolo, uma certa verdade é substituída por um sinal. Um conceito abstrato recebe correspondência material e concreta pela relação existente entre o conceito e o símbolo por ele representado. Em função de as palavras não comunicarem adequadamente a natureza das operações do Espírito Santo, muitos símbolos são usados pela Bíblia a fim de revelar a magnitude das ministrações do Espírito. Mas, tome cuidado para não ir além do que o símbolo representa.
Sugestão para consulta sobre como interpretar os símbolos: Hermenêutica Fácil e Descomplicada (CPAD, 2005: p.218-236).
introdução
João Wesley explica porque o ministério do Espírito Santo é tão importante na vida do crente: “Sem o Espírito de Deus não podemos fazer nada, a não ser acrescentar pecado sobre pecado”. O evangelista inglês buscou deixar bem claro, com essa afirmação, que o Espírito Santo não é uma influência como dizem os hereges; é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade; acha-se ativo na vida da Igreja, consolando-nos e dirigindo-nos em todas as coisas.
Nesta lição, veremos o que a Bíblia ensina acerca de sua personalidade, atuação e obra. Também veremos os pecados cometidos contra Ele e o seu ministério nos dias de hoje. Tenho certeza de que, na conclusão, todos haveremos de conscientizar-nos: nossa preocupação concernente ao Espírito Santo não deve ser apossar-nos dEle; e, sim, permitir que Ele se aposse de nossa alma, de nosso coração e de nosso corpo; somos o seu templo e santuário.
I. A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO
A Bíblia mostra o Espírito Santo atuando como um ser divino do Gênesis ao Apocalipse.
1. A Pessoa do Espírito Santo.
Não fosse o Espírito Santo uma pessoa, teria a Bíblia no-lo apresentado como tal? O que é, porém, uma pessoa? É um ser cônscio de sua existência, dotado de autodeterminação e que possui capacidade para agir. Não obstante essa definição ser mais apropriada ao ser humano, utilizemo-la a fim de compreendermos a personalidade do Espírito Santo.
2. O Espírito Santo age como uma pessoa.
O Espírito Santo age e interage como uma pessoa completa e perfeita: fala (At 13.2); direciona (At 15.28); revela (At 20.23); ensina (1 Co 2.13); testifica (Hb 10.15). Tivéssemos espaço, poderíamos citar outros versículos e passagens da Palavra de Deus, provando que o Espírito Santo é, de fato, uma pessoa. E contra a Palavra de Deus de nada valem os argumentos e sofismas humanos.
II. A DIVINDADE DO ESPÍRITO
Além de ser uma pessoa completa e perfeita, é o Espírito Santo também divino; assim no-lo apresenta a Bíblia. Não é sem razão que o identificamos, teologicamente, como a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Conforme veremos, a seguir, Ele possui os mesmos atributos existentes no Pai e no Filho, segundo as Escrituras. Além disso, atuou em todos os atos divinos, pois divino Ele é
1. O Espírito Santo é tratado como Deus na Bíblia.
As Sagradas Escrituras não se limitam a expor a personalidade do Espírito Santo; tratam-no igualmente como Deus. Observemos esta passagem de Atos: “Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo?... Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At 5.3,4).
Pode haver alguma dúvida sobre a divindade do Espírito Santo? Detenhamo-nos, pois, nos atributos divinos que lhe são conferidos.
2. Atributos naturais e imanentes.
Os atributos naturais fazem de Deus o que realmente Ele é: o Ser Supremo por excelência. Sendo o Espírito Santo também Deus, possui Ele, além dos atributos naturais, os imanentes, através dos quais põe-se Ele em contato com a criação. Por conseguinte, o Espírito Santo é eterno (Hb 9.14); tem vida e transmite vida (Gl 6.8). Ele é onisciente (Sl 139.7); onipotente (Lc 1.35). O que tais atributos revelam? O Espírito Santo é Deus: somente Deus é quem possui semelhantes qualidades.
III. A OBRA DO ESPÍRITO NA VIDA DO CRENTE
Ao tratar da obra do Espírito Santo na vida do ser humano, J. Blanchard é ao mesmo tempo abrangente e sintético: “O ministério do Espírito Santo é levar o impenitente ao Salvador e torná-lo parecido com Ele”. De fato, a sua principal obra é levar-nos ao ideal divino: “Porque eu sou o SENHOR, vosso Deus; portanto, vós vos santificareis e sereis santos, porque eu sou santo” (Lv 11.44). Por isso, Ele é denominado Espírito Santo: santifica-nos, tornando-nos semelhantes a Deus. Sua obra tem início, em nós, ao convencer-nos do pecado.
1. A convicção de pecados.
Ignorando o homem natural as demandas bíblicas quanto a uma vida piedosa e reta diante de Deus, o Espírito Santo convence-o do pecado, da justiça e do juízo, constrangendo-o a receber a Cristo Jesus como Salvador e Redentor (Jo 16.8). No entanto, conforme ensina a Bíblia, é possível resistir ao chamamento do Espírito Santo (Mc 16.16; At 7.51).
2. A santificação.
Conforme já ressaltamos, a santificação do crente é a principal obra do Espírito Santo que, neste processo, nos constrange a sermos como a luz da aurora (Pv 4.18). Conhecido também como o Espírito de Santificação (Rm 1.4), tem Ele como propósito santificar-nos e dar-nos poder sobre o pecado.
3. A plenitude de poder.
Como pentecostais, cremos na atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais.
O batismo no Espírito Santo é o revestimento que nos concede poder não apenas sobre o pecado, mas também para testemunhar de Cristo (At 1.8). O sinal que evidencia o batismo no Espírito Santo é o falar novas línguas (At 2.4; At 10.46; At 19.6).
A função dos dons espirituais, que o crente recebe no ato do batismo, ou depois deste, é dotar a Igreja de poderes sobrenaturais, para que ela seja edificada e cumpra a sua missão de forma eficaz (At 19.6; 1 Co 12.7; 14.12).
IV. PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO
Além da blasfêmia contra o Espírito Santo, considerado o mais grave dos pecados, há outras ofensas, igualmente graves e seriíssimas, que podem condenar-nos à perdição eterna. Vejamos, em primeiro lugar, por que a blasfêmia contra o Espírito Santo é imperdoável.
1. A blasfêmia contra o Espírito Santo.
Os fariseus diziam grosseiramente, que Jesus expulsava os demônios com o poder de Belzebu. A advertência que lhes dirigiu o Senhor foi mais do que enérgica; foi sentencial: “Portanto, eu vos digo: todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens” (Mt 12.31).
Afinal, em que consiste esse pecado?
Em palavras ofensivas e desrespeitosas ao Espírito Santo.
Mas por que é um pecado imperdoável?
Vejamos a explicação do sumo sacerdote, Eli, ao repreender os seus filhos profanos: “Pecando homem contra homem, os juízes o julgarão; pecando, porém, o homem contra o SENHOR, quem rogará por ele?” (1 Sm 2.25).
2. Resistência contra o Espírito Santo.
Este foi o pecado que caracterizou os filhos de Israel quer no Antigo, quer no Novo Testamento (At 7.51).
O que significa resistir ao Espírito Santo?
Significa opor-se, consciente e premeditadamente, contra a ação regeneradora e santificadora do Espírito. Os que assim procedem correm o risco de serem condenados ao lago de fogo, a menos que se arrependam.
3. Entristecer o Espírito Santo.
Entristecer o Espírito Santo é opor-se a Ele; é ignorar-lhe a vontade e adotar o mundanismo como norma de vida. Aos irmãos de Éfeso, exorta Paulo: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o Dia da redenção” (Ef 4.30).
O selo a que se refere o apóstolo não é o batismo no Espírito Santo; é a garantia de vida eterna que temos nos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Caso contrário, apenas os batizados no Espírito Santo entrariam no céu. Em Efésios 1.13, ressalta Paulo, que o selo é-nos concedido no ato de crer e não no ato do batismo no Espírito Santo.
CONCLUSÃO
Nesta lição, não tivemos condições de fazer um estudo mais exaustivo sobre a pessoa e a obra do Espírito Santo. Poderíamos falar, por exemplo, sobre os seus nomes, acerca de sua atuação no Antigo e no Novo Testamento e a respeito de sua presença na Igreja. E os dons ministeriais?
O Espírito Santo continua a operar na Igreja de Cristo tanto coletiva como individualmente. Ele atua na regeneração do ser humano, na santificação do crente, revestindo-o de poder, objetivando levá-lo a um trabalho eficiente no Reino de Deus. Assim, estaremos preparando-nos para o arrebatamento da Igreja que, segundo os sinais, em breve acontecerá.
VOCABULÁRIO
Cônscio: Que sabe bem o que faz ou o que deve fazer; ciente, consciente.
Hélade: Helênico; relativo ou pertencente à Grécia antiga.
Herege: Que professa doutrina contrária a Bíblia.
Impenitente: Que persiste no erro ou no crime; relapso, contumaz.
Sintético: Resumido; síntese; esboço.
Sofisma: Argumento contraditório, e que supõe má fé por parte de quem o apresenta; erro; engano.
PARA REFLETIR
1. Quem é o Espírito Santo?
R. A Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.
2. Quais os atributos pessoais do Espírito Santo na Bíblia?
R. Fala (At 13.2); direciona (At 15.28); revela (At 20.23); ensina (1 Co 2.13).
3. Quais os principais atributos naturais do Espírito Santo?
R. Eterno (Hb 9.14); onisciente (Sl 139.7); onipotente (Lc 1.35).
4. Quais os principais pecados contra o Espírito Santo?
R. Blasfêmia (Mt 12.31), resistência (At 7.51), entristecer (Ef4.30).
5. Como podemos definir o batismo no Espírito Santo?
R. É o revestimento que nos concede poder não apenas sobre o pecado, mas também para testemunhar de Cristo (At 1.8).
“A Existência do Espírito Santo
1. Quem é o Espírito Santo. O Espírito Santo é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Ele aparece pela primeira vez nas Escrituras em Gênesis 1.2, e daí em diante sua presença é proeminente em ambos os Testamentos. O vocábulo que dá sentido ao seu nome é o grego pneuma, vindo da raiz hebraica ruach. Ambos os termos, quando aplicados para dar significação divina é sem igual, denotam o infinito Espírito de Deus.
2. Sua Preexistência. A natureza e os atributos do Espírito Santo caracterizam-no como o ‘Espírito Eterno’, não tendo princípio e nem fim de existência (Hb 9.14). Uma vez que o Espírito Santo tem a mesma natureza de Deus, o tempo não se aplica a Ele - já que existe por si mesmo. Ele é um Ser vivo, dotado de personalidade, não sendo uma mera influência ou emanação de Deus. Pelo contrário, o Espírito Santo e uma Pessoa divina, que faz parte da Trindade.
3. Sua Natureza. A terceira Pessoa da Trindade é Espírito por natureza! Ou seja, tal qual Ele e, tanto o seu Ser como o seu caráter, assim são também o Pai e o Filho: iguais em aspecto, poder e glória. O fato de o Espírito Santo ser Deus fica provado não somente por identificação com o Pai e o Filho, nas fórmulas do batismo e da bênção apostólica, mas também pelos atributos divinos que possui. Em outros aspectos, o Espírito Santo é co-participante dos atos de Deus, especialmente pela sua maneira tríplice de agir, como por exemplo:
1) na bênção das tribos (Nm 6.24-26);
2) na bênção apostólica (2Co 13.13);
3) no perdão (Dn 9.19);
4) no louvor (Is 6.3);
5) no batismo (Mt 28.19);
6) nos dons (1Co 12.4-6);
7) na unidade da fé (Ef 4.4-6).”[1]
O Espírito Santo não é uma força impessoal. É a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade; sua divindade não pode ser, sob hipótese alguma, contestada.
AO PROFESSOR DA E.B.D
Professor, a palavra “teologia” não se encontra na Bíblia. O termo era empregado pelos gregos para nomear um poeta, quando este descrevia os deuses mitológicos da Hélade. Muito tempo depois, na Idade Média, o vocábulo foi usado pelos mestres cristãos como referência ao estudo da doutrina de Deus e aos ensinos sagrados da Igreja. O teólogo era considerado um erudito, estudioso das Sagradas Escrituras e dos principais dogmas do cristianismo. A principal ocupação do teólogo cristão, portanto, é estudar a Bíblia Sagrada a fim de compreender suas doutrinas fundamentais. Ademais, o teólogo também é responsável pela comunicação da fé cristã de forma clara e objetiva aos homens da modernidade. Como professor da Escola Dominical, você é responsável pelo ensino das doutrinas bíblicas da mesma forma que foram os teólogos do passado.
Na Teologia, a doutrina do Espírito Santo é conhecida como “Pneumagiologia”. Este termo procede de três palavras gregas: pneuma (espírito), hagios (santo) e logia (estudo). Porém, o termo preferido dos estudiosos da Bíblia é aquele que procede do texto de João 16.7: Paracletologia, ou a doutrina do Consolador. A palavra, paráklētos, encontrada apenas no evangelho e na epístola de João (Jo 14.16,26; 15.26; 16.7; 1 Jo 2.1), procede de duas palavras gregas: pará (para o lado de), e kaléō (chamar). Literalmente significa “alguém que é chamado para estar ao lado de outro para ajudá-lo”. O termo é traduzido, em 1 João 2.1, por “Advogado”. Portanto, duas atividades divinas são atribuídas ao Espírito Santo: Consolador e Advogado. Não é sem razão que a Bíblia afirma que o Espírito ajuda-nos em nossas fraquezas e que intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26). O próprio Jesus afirmou que o Espírito é allon, isto é, “outro da mesma natureza e espécie”, e não heteron, “outro de espécie e natureza diferente”; tal qual afirmou Paulo a respeito da natureza diferente do evangelho ensinado pelos judaizantes na Galácia (Gl 1.6).
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Você sabe o que é um símbolo?
O símbolo é uma figura, objeto, número ou emblema, cuja imagem representa, de modo sensível, uma verdade moral ou religiosa. Através do símbolo, uma certa verdade é substituída por um sinal. Um conceito abstrato recebe correspondência material e concreta pela relação existente entre o conceito e o símbolo por ele representado. Em função de as palavras não comunicarem adequadamente a natureza das operações do Espírito Santo, muitos símbolos são usados pela Bíblia a fim de revelar a magnitude das ministrações do Espírito. Mas, tome cuidado para não ir além do que o símbolo representa.
Sugestão para consulta sobre como interpretar os símbolos: Hermenêutica Fácil e Descomplicada (CPAD, 2005: p.218-236).
introdução
João Wesley explica porque o ministério do Espírito Santo é tão importante na vida do crente: “Sem o Espírito de Deus não podemos fazer nada, a não ser acrescentar pecado sobre pecado”. O evangelista inglês buscou deixar bem claro, com essa afirmação, que o Espírito Santo não é uma influência como dizem os hereges; é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade; acha-se ativo na vida da Igreja, consolando-nos e dirigindo-nos em todas as coisas.
Nesta lição, veremos o que a Bíblia ensina acerca de sua personalidade, atuação e obra. Também veremos os pecados cometidos contra Ele e o seu ministério nos dias de hoje. Tenho certeza de que, na conclusão, todos haveremos de conscientizar-nos: nossa preocupação concernente ao Espírito Santo não deve ser apossar-nos dEle; e, sim, permitir que Ele se aposse de nossa alma, de nosso coração e de nosso corpo; somos o seu templo e santuário.
I. A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO
A Bíblia mostra o Espírito Santo atuando como um ser divino do Gênesis ao Apocalipse.
1. A Pessoa do Espírito Santo.
Não fosse o Espírito Santo uma pessoa, teria a Bíblia no-lo apresentado como tal? O que é, porém, uma pessoa? É um ser cônscio de sua existência, dotado de autodeterminação e que possui capacidade para agir. Não obstante essa definição ser mais apropriada ao ser humano, utilizemo-la a fim de compreendermos a personalidade do Espírito Santo.
2. O Espírito Santo age como uma pessoa.
O Espírito Santo age e interage como uma pessoa completa e perfeita: fala (At 13.2); direciona (At 15.28); revela (At 20.23); ensina (1 Co 2.13); testifica (Hb 10.15). Tivéssemos espaço, poderíamos citar outros versículos e passagens da Palavra de Deus, provando que o Espírito Santo é, de fato, uma pessoa. E contra a Palavra de Deus de nada valem os argumentos e sofismas humanos.
II. A DIVINDADE DO ESPÍRITO
Além de ser uma pessoa completa e perfeita, é o Espírito Santo também divino; assim no-lo apresenta a Bíblia. Não é sem razão que o identificamos, teologicamente, como a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Conforme veremos, a seguir, Ele possui os mesmos atributos existentes no Pai e no Filho, segundo as Escrituras. Além disso, atuou em todos os atos divinos, pois divino Ele é
1. O Espírito Santo é tratado como Deus na Bíblia.
As Sagradas Escrituras não se limitam a expor a personalidade do Espírito Santo; tratam-no igualmente como Deus. Observemos esta passagem de Atos: “Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo?... Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At 5.3,4).
Pode haver alguma dúvida sobre a divindade do Espírito Santo? Detenhamo-nos, pois, nos atributos divinos que lhe são conferidos.
2. Atributos naturais e imanentes.
Os atributos naturais fazem de Deus o que realmente Ele é: o Ser Supremo por excelência. Sendo o Espírito Santo também Deus, possui Ele, além dos atributos naturais, os imanentes, através dos quais põe-se Ele em contato com a criação. Por conseguinte, o Espírito Santo é eterno (Hb 9.14); tem vida e transmite vida (Gl 6.8). Ele é onisciente (Sl 139.7); onipotente (Lc 1.35). O que tais atributos revelam? O Espírito Santo é Deus: somente Deus é quem possui semelhantes qualidades.
III. A OBRA DO ESPÍRITO NA VIDA DO CRENTE
Ao tratar da obra do Espírito Santo na vida do ser humano, J. Blanchard é ao mesmo tempo abrangente e sintético: “O ministério do Espírito Santo é levar o impenitente ao Salvador e torná-lo parecido com Ele”. De fato, a sua principal obra é levar-nos ao ideal divino: “Porque eu sou o SENHOR, vosso Deus; portanto, vós vos santificareis e sereis santos, porque eu sou santo” (Lv 11.44). Por isso, Ele é denominado Espírito Santo: santifica-nos, tornando-nos semelhantes a Deus. Sua obra tem início, em nós, ao convencer-nos do pecado.
1. A convicção de pecados.
Ignorando o homem natural as demandas bíblicas quanto a uma vida piedosa e reta diante de Deus, o Espírito Santo convence-o do pecado, da justiça e do juízo, constrangendo-o a receber a Cristo Jesus como Salvador e Redentor (Jo 16.8). No entanto, conforme ensina a Bíblia, é possível resistir ao chamamento do Espírito Santo (Mc 16.16; At 7.51).
2. A santificação.
Conforme já ressaltamos, a santificação do crente é a principal obra do Espírito Santo que, neste processo, nos constrange a sermos como a luz da aurora (Pv 4.18). Conhecido também como o Espírito de Santificação (Rm 1.4), tem Ele como propósito santificar-nos e dar-nos poder sobre o pecado.
3. A plenitude de poder.
Como pentecostais, cremos na atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais.
O batismo no Espírito Santo é o revestimento que nos concede poder não apenas sobre o pecado, mas também para testemunhar de Cristo (At 1.8). O sinal que evidencia o batismo no Espírito Santo é o falar novas línguas (At 2.4; At 10.46; At 19.6).
A função dos dons espirituais, que o crente recebe no ato do batismo, ou depois deste, é dotar a Igreja de poderes sobrenaturais, para que ela seja edificada e cumpra a sua missão de forma eficaz (At 19.6; 1 Co 12.7; 14.12).
IV. PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO
Além da blasfêmia contra o Espírito Santo, considerado o mais grave dos pecados, há outras ofensas, igualmente graves e seriíssimas, que podem condenar-nos à perdição eterna. Vejamos, em primeiro lugar, por que a blasfêmia contra o Espírito Santo é imperdoável.
1. A blasfêmia contra o Espírito Santo.
Os fariseus diziam grosseiramente, que Jesus expulsava os demônios com o poder de Belzebu. A advertência que lhes dirigiu o Senhor foi mais do que enérgica; foi sentencial: “Portanto, eu vos digo: todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens” (Mt 12.31).
Afinal, em que consiste esse pecado?
Em palavras ofensivas e desrespeitosas ao Espírito Santo.
Mas por que é um pecado imperdoável?
Vejamos a explicação do sumo sacerdote, Eli, ao repreender os seus filhos profanos: “Pecando homem contra homem, os juízes o julgarão; pecando, porém, o homem contra o SENHOR, quem rogará por ele?” (1 Sm 2.25).
2. Resistência contra o Espírito Santo.
Este foi o pecado que caracterizou os filhos de Israel quer no Antigo, quer no Novo Testamento (At 7.51).
O que significa resistir ao Espírito Santo?
Significa opor-se, consciente e premeditadamente, contra a ação regeneradora e santificadora do Espírito. Os que assim procedem correm o risco de serem condenados ao lago de fogo, a menos que se arrependam.
3. Entristecer o Espírito Santo.
Entristecer o Espírito Santo é opor-se a Ele; é ignorar-lhe a vontade e adotar o mundanismo como norma de vida. Aos irmãos de Éfeso, exorta Paulo: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o Dia da redenção” (Ef 4.30).
O selo a que se refere o apóstolo não é o batismo no Espírito Santo; é a garantia de vida eterna que temos nos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Caso contrário, apenas os batizados no Espírito Santo entrariam no céu. Em Efésios 1.13, ressalta Paulo, que o selo é-nos concedido no ato de crer e não no ato do batismo no Espírito Santo.
CONCLUSÃO
Nesta lição, não tivemos condições de fazer um estudo mais exaustivo sobre a pessoa e a obra do Espírito Santo. Poderíamos falar, por exemplo, sobre os seus nomes, acerca de sua atuação no Antigo e no Novo Testamento e a respeito de sua presença na Igreja. E os dons ministeriais?
O Espírito Santo continua a operar na Igreja de Cristo tanto coletiva como individualmente. Ele atua na regeneração do ser humano, na santificação do crente, revestindo-o de poder, objetivando levá-lo a um trabalho eficiente no Reino de Deus. Assim, estaremos preparando-nos para o arrebatamento da Igreja que, segundo os sinais, em breve acontecerá.
VOCABULÁRIO
Cônscio: Que sabe bem o que faz ou o que deve fazer; ciente, consciente.
Hélade: Helênico; relativo ou pertencente à Grécia antiga.
Herege: Que professa doutrina contrária a Bíblia.
Impenitente: Que persiste no erro ou no crime; relapso, contumaz.
Sintético: Resumido; síntese; esboço.
Sofisma: Argumento contraditório, e que supõe má fé por parte de quem o apresenta; erro; engano.
PARA REFLETIR
1. Quem é o Espírito Santo?
R. A Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.
2. Quais os atributos pessoais do Espírito Santo na Bíblia?
R. Fala (At 13.2); direciona (At 15.28); revela (At 20.23); ensina (1 Co 2.13).
3. Quais os principais atributos naturais do Espírito Santo?
R. Eterno (Hb 9.14); onisciente (Sl 139.7); onipotente (Lc 1.35).
4. Quais os principais pecados contra o Espírito Santo?
R. Blasfêmia (Mt 12.31), resistência (At 7.51), entristecer (Ef4.30).
5. Como podemos definir o batismo no Espírito Santo?
R. É o revestimento que nos concede poder não apenas sobre o pecado, mas também para testemunhar de Cristo (At 1.8).
Fontes:
Lições Bíblicas - As verdades centrais da Fé cristã - Claudionor Corrêa de Andrade-CPAD_4º_trim_2006
[1]SILVA, S. P. A existência e a pessoa do Espírito Santo. RJ: CPAD, 1996, p.11-16.
Dicionário Wycliffe - CPAD.
Lições Bíblicas - As verdades centrais da Fé cristã - Claudionor Corrêa de Andrade-CPAD_4º_trim_2006
[1]SILVA, S. P. A existência e a pessoa do Espírito Santo. RJ: CPAD, 1996, p.11-16.
Dicionário Wycliffe - CPAD.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
BENTHO, E. C. Hermenêutica, fácil e descomplicada. 3.ed., RJ: CPAD, 2005.
SILVA, S. P. A existência e a pessoa do Espírito Santo. RJ: CPAD, 1996.
BENTHO, E. C. Hermenêutica, fácil e descomplicada. 3.ed., RJ: CPAD, 2005.
SILVA, S. P. A existência e a pessoa do Espírito Santo. RJ: CPAD, 1996.
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