“Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único
SENHOR” Dt 6.4
Inimigo
irreconciliável da religião, Voltaire surpreende-nos com esta afirmação: “Se
Deus não existisse, seria necessário inventá-lo”. O pensador francês buscou
enfatizar, com o seu estilo nada reverente, que Deus é absolutamente
necessário; sem Ele nada seria possível. Infelizmente, não são poucos os que,
do alto de sua tolice, professam não acreditar na realidade do Todo-Poderoso.
A
existência de Deus é algo não somente provado como inerente à alma humana.
Nosso objetivo não é analisar a Deus; é registrar o que a Bíblia declara acerca
de sua natureza e atributos. Aliás, quem jamais poderia analisar um ser
infinito, eterno e que existe por si mesmo? Por isso, todas as afirmações que
fizermos concernentes a Deus (neste Estudo, neste Blog) terão como base não a
vã filosofia; e, sim, a Bíblia Sagrada.
Salmos 33.1-12.
1 - Regozijai-vos no SENHOR, vós,
justos, pois aos retos convém o louvor.
2 - Louvai ao SENHOR com harpa, cantai
a ele com saltério de dez cordas.
3 - Cantai-lhe um cântico novo; tocai
bem e com júbilo.
4 - Porque a palavra do SENHOR é reta,
e todas as suas obras são fiéis.
5 - Ele ama a justiça e o juízo; a
terra está cheia da bondade do SENHOR.
6 - Pela palavra do SENHOR foram
feitos os céus; e todo o exército deles, pelo espírito da sua boca.
7 - Ele ajunta as águas do mar como
num montão; põe os abismos em tesouros.
8 - Tema toda a terra ao SENHOR;
temam-no todos os moradores do mundo.
9 - Porque falou, e tudo se fez;
mandou, e logo tudo apareceu.
10 - O SENHOR desfaz o conselho das
nações; quebranta os intentos dos povos.
11 - O conselho do SENHOR permanece
para sempre; os intentos do seu coração, de geração em geração.
12 - Bem-aventurada é a nação cujo Deus
é o SENHOR, e o povo que ele escolheu para a sua herança.
As
Escrituras Sagradas afirmam que a natureza essencial de Deus não pode ser
plenamente conhecida pela criatura (Êx 33.20; Jó 11.7; Is 40.28; Jo 1.18; 1Tm
6.16; 1Jo 3.2). No entanto, Deus se
auto-revelou por meio da criação — Revelação Geral (Sl 8; 19; 148; Rm
1.19-21; 2.25,16); através do Verbo Encarnado (Jo 1.1, 14, 17, 18; 14.8,9; Hb
1.1-3) e pelas Escrituras — Revelação Especial (2Tm 3.16; Sl 119.33-40).
A
natureza e o caráter de Deus foram manifestados através dos seus nomes e
atributos.
Os nomes de Deus revelam a sua natureza singular, enquanto os seus atributos, o seu caráter santíssimo (Gn 22.14; Êx 15.26; Sl 139).
Os nomes de Deus revelam a sua natureza singular, enquanto os seus atributos, o seu caráter santíssimo (Gn 22.14; Êx 15.26; Sl 139).
Na cultura hebraica, o nome revelava o caráter de quem o
possuía, isto é, sua natureza íntima (1Sm 25.25; Gn 25.26; 32.28; 35.10). Da mesma forma, os nomes de Deus encontrados nas Escrituras,
confirmam seus atributos e sua natureza gloriosa.
*Vejamos alguns dos nomes mais conhecidos de Deus na Bíblia:
EL, ELOAH: Deus "poderoso, forte, proeminente" (Gênesis 7:1,
Isaías 9:6) - etimologicamente, El parece significar "poder", como em
"Tenho o poder para prejudicá-los" (Gênesis 31:29). El é associado
com outras qualidades, tais como integridade (Números 23:19), zelo
(Deuteronômio 5:9) e compaixão (Neemias 9:31), mas a raiz original de ‘poder’
continua.
ELOHIM: Deus "Criador, Poderoso e Forte" (Gênesis 17:7;
Jeremias 31:33) - a forma plural de Eloah, a qual acomoda a doutrina da
Trindade. Da primeira frase da Bíblia, a natureza superlativa do poder de Deus
é evidente quando Deus (Elohim) fala para que o mundo exista (Gênesis 1:1).
EL SHADDAI: "Deus Todo-Poderoso", "O Poderoso de
Jacó" (Gênesis 49:24; Salmo 132:2,5) - fala do poder supremo de Deus sobre
todos.
ADONAI: "Senhor" (Gênesis 15:2; Juízes 6:15) - usado no
lugar do Tetragrama YHWH, o qual os judeus achavam ser sagrado demais para ser pronunciado
por homens pecadores. No Antigo Testamento, YHWH é mais utilizado em
tratamentos de Deus com o Seu povo, enquanto que Adonai é mais utilizado quando
Ele lida com os gentios.
YHWH / YAHWEH / JEOVÁ: "SENHOR"
(Deuteronômio 6:4, Daniel 9:14) - a rigor, o único nome próprio para Deus.
Traduzido nas bíblias em português como "SENHOR" (com letras
maiúsculas) para distingui-lo de Adonai, "Senhor". A revelação do
nome é primeiramente dada a Moisés "Eu sou quem eu sou" (Êxodo 3:14).
Este nome especifica um imediatismo, uma presença. Yahweh está presente,
acessível, perto dos que o invocam por livramento (Salmo 107:13), perdão (Salmo
25:11) e orientação (Salmo 31:3).
JEOVÁ-JIRÉ: "O Senhor proverá" (Gênesis 22:14) - o nome
utilizado por Abraão quando Deus proveu o carneiro para ser sacrificado no
lugar de Isaque.
JEOVÁ-RAFA: "O Senhor que sara" (Êxodo 15:26) - "Eu sou o
Senhor que te sara", tanto em corpo e alma. No corpo, através da
preservação e da cura de doenças, e na alma, pelo perdão de iniquidades.
JEOVÁ-NISSI: "O Senhor é minha bandeira" (Êxodo 17:15), onde por
bandeira entende-se um lugar de reunião antes de uma batalha. Esse nome
comemora a vitória sobre os amalequitas no deserto em Êxodo 17.
JEOVÁ-MAKADESH: "O Senhor que santifica, torna santo" (Levítico
20:8, Ezequiel 37:28) - Deus deixa claro que apenas Ele, e não a lei, pode
purificar o Seu povo e fazê-los santos.
JEOVÁ-SHALOM: "O Senhor nossa paz" (Juízes 6:24) - o nome dado
por Gideão ao altar que ele construiu após o Anjo do Senhor ter-lhe assegurado
de que não morreria como achava que morreria depois de vê-lO.
JEOVÁ-ELOIM: "Senhor Deus" (Gênesis 2:4, Salmo 59:5) - uma
combinação do singular nome YHWH e o nome genérico "Senhor",
significando que Ele é o Senhor dos senhores.
JEOVÁ-TSIDIKENU: "O Senhor nossa justiça" (Jeremias 33:16) - Tal
como acontece com Jeová-Makadesh, só Deus proporciona a justiça para o homem,
em última instância, na pessoa de Seu Filho, Jesus Cristo, o qual tornou-se
pecado por nós "para que nele fôssemos feitos justiça de Deus" (2Coríntios 5:21).
JEOVÁ-ROHI: "O Senhor nosso Pastor" (Salmo 23:1) - Depois de
Davi ponderar sobre seu relacionamento como um pastor de ovelhas, ele percebeu
que era exatamente a mesma relação de Deus com ele, e assim declara:
"Yahweh-Rohi é o meu Pastor. Nada me faltará" (Salmo 23:1).
JEOVÁ-SHAMMAH: "O Senhor está ali" (Ezequiel 48:35) - o nome
atribuído a Jerusalém e ao templo lá, indicando que o outrora partida glória do
Senhor (Ezequiel 8-11) havia retornado (Ezequiel 44:1-4).
JEOVÁ-SABAOTH: "O Senhor dos Exércitos" (Isaías 1:24, Salmos 46:7)
- Exércitos significa "hordas", tanto dos anjos quanto dos homens.
Ele é o Senhor dos exércitos dos céus e dos habitantes da terra, dos judeus e
gentios, dos ricos e pobres, mestres e escravos. O nome expressa a majestade,
poder e autoridade de Deus e mostra que Ele é capaz de realizar o que determina
a fazer.
EL ELIOM: "Altíssimo" (Deuteronômio 26:19) - derivado da raiz
hebraica para "subir" ou "ascender", então a implicação
refere-se a algo que é muito alto. El Elyon denota a exaltação e fala de um
direito absoluto ao senhorio.
EL ROI: "Deus que vê" (Gênesis 16:13) - o nome atribuído a
Deus por Agar, sozinha e desesperada no deserto depois de ter sido expulsa por
Sara (Gênesis 16:1-14). Quando Agar encontrou o Anjo do Senhor, ela percebeu
que tinha visto o próprio Deus numa teofania. Ela também percebeu que El Roi a
viu em sua angústia e testemunhou ser um Deus que vive e vê tudo.
EL-OLAM: "Deus eterno" (Salmo 90:1-3) - A natureza de Deus
não tem princípio, fim e nem quaisquer limitações de tempo. Deus contém dentro
de Si mesmo a causa do próprio tempo. "De eternidade a eternidade, tu és
Deus."
EL-GIBOR: "Deus Poderoso" (Isaías 9:6) - o nome que descreve
o Messias, Jesus Cristo, nesta porção profética de Isaías. Como um guerreiro
forte e poderoso, o Messias, o Deus Forte, vai realizar a destruição dos inimigos
de Deus e governar com cetro de ferro (Apocalipse 19:15).* [1]
QUEM É DEUS
No
Salmo 33, que nos serve de leitura bíblica neste estudo, o escritor sagrado discorre de um
modo maravilhoso sobre os atributos e as obras de Deus. Utilizando-se de uma
poesia elevadíssima, sintetiza um conhecimento essencial sobre o Todo-Poderoso;
um conhecimento, aliás, que nos obrigaria a despender milhares de páginas. No
entanto, o autor sagrado declara, em poucas sentenças, o que Deus é, o que Ele
fez e o que continua a fazer.
1.
Definição linguística. A palavra Deus é a tradução do vocábulo hebraico ’ĕlōhim; no grego, temos a
palavra theos.
’Ĕlōhim é um substantivo plural que, tendo em
vista determinados contextos, encerra este princípio: a existência da
Santíssima Trindade.
2.
Definição teológica. “Ser Supremo, absoluto e infinito por
excelência; criador dos céus e da terra (Gn 1.1); eterno e imutável (Is 26.4);
onipotente, onisciente e onipresente (Jó 42.2; Sl 139). Deus é espírito (Jo
4.24). Ser incriado, é a razão primeira de tudo quanto existe”. Dicionário Teológico CPAD
“Porquanto
o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque
as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder,
como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão
criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus,
não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se
desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.” Romanos
1:19-21
Os
santos escritores, inspirados pelo Espírito Santo, puseram-se a registrar a
revelação divina, nenhuma preocupação tiveram eles em provar a existência de
Deus. Pois o Todo-Poderoso fazia parte de seu cotidiano; era inconcebível viver
sem Ele ou à parte dEle. Leia com atenção o Salmo 26.
Aos que se dizem ateus, quer teóricos quer práticos, o salmista louva em sua canção: “Disseram os néscios no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem” (Sl 14.1).
A REVELAÇÃO ESPECIAL DE
DEUS
C.
S. Lewis ao tratar da revelação especial de Deus, afirmou: “Deus nunca se faz
de filósofo diante de uma lavadeira”. O que o escritor inglês busca enfatizar
nessa frase tão profundamente simples? Deus deseja revelar-se ao ser humano,
pois ama-o com um amor eterno. Amando-nos como nos ama, utiliza-se Ele de uma
linguagem que todos podemos entender (Hb 1.1-3). Não me refiro apenas à
natureza, à consciência ou à complexidade de nosso corpo que, de forma bem
patente, revelam-nos a sua existência; refiro-me também às Sagradas Escrituras.
Por isso, tanto o filósofo quanto à lavadeira, que se arrependem de seus
pecados e lêem a Bíblia, sentem que Deus lhes fala clara, profunda e
redentivamente.
Vejamos, pois, o que é a revelação divina.
1. Definição
linguística. A palavra revelação provém do latim revelatione e significa: revelar, tirar o véu, descobrir (2Co 3.16).
2. Definição teológica. Ação divina que comunica aos homens os desígnios de Deus
e as verdades que estes envolvem (1Co 2.10). A Bíblia é assim considerada por
conter a revelação definitiva e acabada de Deus acerca de seus planos em
relação à humanidade. É através dela que passamos a conhecer redentivamente a
Deus (2Tm 3.15-17).
NATUREZA
ESSENCIAL DE DEUS
A
natureza essencial de Deus é um assunto demasiadamente complexo (Salmo 139.6).
Deparando-se com tal dificuldade, confessa Tomás de Aquino: “O máximo que
conhecemos de Deus é nada em relação ao que Ele é”.
Vejamos, porém, o que é possível saber acerca de sua natureza essencial. Entre os seus atributos naturais ou transcendentais, podemos mencionar: asseidade, espiritualidade, imensidade, imutabilidade e eternidade.
Vejamos, porém, o que é possível saber acerca de sua natureza essencial. Entre os seus atributos naturais ou transcendentais, podemos mencionar: asseidade, espiritualidade, imensidade, imutabilidade e eternidade.
1. Asseidade. Atributo natural, absoluto e
incomunicável de Deus, segundo o qual Ele existe por si mesmo. Ele não depende
de nenhum outro ser para existir ou para continuar existindo; Ele tem vida em
si mesmo (Jo 5.26).
2. Espiritualidade. Deus é espírito, afirmou o Senhor
Jesus à mulher samaritana (Jo 4.24). Nesta definição essencial de Deus,
aprendemos algo muito importante: Deus é um espírito puro e simples. Ele é o
que é. Sendo espírito, transcende o mundo material; com este, porém, mantém um
relacionamento redentivo (Jo 5.37).
3. Imensidade. Atributo exclusivo de Deus, que o faz
transcender a todos os limites quer do mundo físico, quer do espiritual, ou do
celestial (Is 57.15).
4. Imutabilidade. Qualidade exclusiva do Supremo Ser,
que o torna imune às mudanças quer de natureza qualitativa, quer de natureza
moral; sua bondade é infinita (Tg 1.17). Há uma íntima relação entre a sua
bondade e imutabilidade. Quando Jesus afirmou que Deus é bom, quis deixar bem
claro que Ele não pode ser melhor do que é (Mc 10.18).
5. Eternidade. Como o Ser Eterno por excelência, Deus
sempre existiu e sempre haverá de existir; não teve início nem terá fim (Sl
90.2).
ATRIBUTOS
IMANENTES E MORAIS DE DEUS
Qualidades através das quais Deus entra em contato com o
mundo criado: os atributos imanentes e os atributos morais do Supremo Ser.
1. Atributos imanentes de Deus. Onipotência, onipresença
e onisciência (Jó 42.2; Sl 139;
44.21). Isto significa que Deus pode todas as coisas, encontra-se em todos os
lugares ao mesmo tempo e de tudo tem ciência. Que Deus pode todas as coisas,
não há dúvidas; mas nada fará que contrarie a sua natureza justa e santa.
2. Atributos morais de Deus. Os atributos morais de Deus podem e
devem ser possuídos por todos os seus servos: Santidade, justiça, misericórdia,
sabedoria e amor.
Deus
é santo e exige que todos os seus servos também o sejam (Lv 19.2).
Deus é justo e deseja que, de igual modo, o sejamos (1Jo 3.7).
Deus é misericordioso e reivindica que assim ajamos (Cl 3.12).
Deus é sábio e conosco reparte a sua sabedoria (Tg 1.5).
E se ELE amou-nos com um amor eterno, devemos também nos amar uns aos outros (1Jo 4.8).
Deus é justo e deseja que, de igual modo, o sejamos (1Jo 3.7).
Deus é misericordioso e reivindica que assim ajamos (Cl 3.12).
Deus é sábio e conosco reparte a sua sabedoria (Tg 1.5).
E se ELE amou-nos com um amor eterno, devemos também nos amar uns aos outros (1Jo 4.8).
Criador dos céus, da terra e do ser humano, o Senhor Deus é o
Ser Supremo por excelência.
No
curto espaço de que dispomos, é-nos impossível explorar exaustivamente um
assunto tão imensurável a nós mortais: a realidade do Supremo Ser. Acredito,
porém, que todos já nos conscientizamos da grandeza e da infinitude de Deus.
Sendo Ele, porém, o que é, não nos despreza: revelou-nos o seu grande amor,
enviando o seu Filho Jesus Cristo para morrer em nosso lugar. E, assim,
passamos a conhecê-lo redentivamente. Não é possível conhecer completamente a
Deus; entretanto, é possível conhecê-lo verdadeiramente (Jó 42.5).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
*É
de conhecimento geral, que o nome com o qual o Deus Todo Poderoso se apresentou
ao povo judeu na passagem que consta no livro de Êxodo, no capítulo 3 versículo
14, traduzido em português pelos termos “EU SOU”, não constitui uma perfeita
tradução do Tetragrama Divino (quatro consoantes em Hebraico). Na maioria das
Bíblias em português se optou por deliberadamente substituir o impronunciável
nome de Deus por um termo genérico: SENHOR (todo em letras maiúsculas), o que
não satisfaz alguns cristãos mais radicais. Para análise dessa questão,
transponho abaixo um esclarecimento que consta na apresentação da Tradução da
Bíblia, João Ferreira de Almeida século 21 (Edições Vida Nova).
No
texto hebraico do A.T, o nome pelo qual Deus é conhecido pelo povo de Israel,
especialmente em textos que fazem referência à aliança, é escrito com quatro
consoantes ( o “tetragrama”, as 4 letras, escrito por eruditos cristãos com
YAWEH, ou JAVÉ). Com a intenção de obedecer à risca o mandamento de não tomar o nome de Deus em vão (cf. Êx 20:7), os hebreus dos tempos antigos não o
pronunciavam na leitura do texto bíblico. Todas as vezes que o nome de Deus
surgia na leitura, eles o substituíam pela pronúncia de outra palavra hebraica.
Essa palavra era ADONAY, cujo sentido é “mestre”, “senhor”, “amo”. Mais tarde,
quando foi criado o sistema de representação gráfica para as vogais da língua
hebraica, os sinais vocálicos de ADONAY foram colocados sob as consoantes do
nome de Deus, com o intuito de que a pronúncia ficasse de acordo com aquela
palavra. Ou seja, todas as vezes que encontravam o tetragrama ( o nome de Deus
em hebraico ) pronunciavam aquela palavra como ADONAY- prática que continua
corrente no judaísmo moderno.
A fim de expressar esse fenômeno na tradução em português, a Bíblia de Almeida Século 21 optou pela manutenção do já consagrado “SENHOR” ( com todas as letras em maiúsculas ), como acontece na Almeida Revista e Atualizada e na NVI, por exemplo. Consequentemente, todo A.T foi revisado a fim de apresentar correta e sistematicamente essa leitura. O texto anterior representava isso de uma forma deficiente, com “Senhor” (só com a primeira letra em maiúsculo) o que, às vezes, criava confusão com a forma de tratamento humano que também poderia estar presente no contexto (como no Salmo 110:1). Deste modo, Jeremias 1:4 que antes apresentava “Ora veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:” traz agora “A palavra do SENHOR veio a mim:”. Esse ajuste é muito importante, pois existem 6.829 ocorrências do nome de Deus (tetragrama) no A.T.
A fim de expressar esse fenômeno na tradução em português, a Bíblia de Almeida Século 21 optou pela manutenção do já consagrado “SENHOR” ( com todas as letras em maiúsculas ), como acontece na Almeida Revista e Atualizada e na NVI, por exemplo. Consequentemente, todo A.T foi revisado a fim de apresentar correta e sistematicamente essa leitura. O texto anterior representava isso de uma forma deficiente, com “Senhor” (só com a primeira letra em maiúsculo) o que, às vezes, criava confusão com a forma de tratamento humano que também poderia estar presente no contexto (como no Salmo 110:1). Deste modo, Jeremias 1:4 que antes apresentava “Ora veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:” traz agora “A palavra do SENHOR veio a mim:”. Esse ajuste é muito importante, pois existem 6.829 ocorrências do nome de Deus (tetragrama) no A.T.
Logo,
por mais que seja algo já consolidado pelo uso, tanto judaico, como cristão,
não passa de uma opção editorial forçada pela tradição teológica. Os mesmos
editores da Bíblia acima citada, dão como possibilidades de transposição para o
português, as palavras: Yaweh, ou Javé, que poderiam simplesmente constar nas
Bíblias sem prejuízo algum para a fé. É importante dizer, que em muitas
passagens na tradução da Bíblia de Almeida Revista e Corrigida (SBB),
arbitrariamente grafaram 288 vezes, o nome conhecido comumente por JEOVÁ (que
não é uma boa transliteração, segundo as normas de transposição para o
português). Já em outras passagens onde estavam o mesmo tetragrama mantiveram
“Senhor” demonstrando grande incoerência no critério de tradução.
Salmos 68:4 – Cantai a Deus, cantai louvores ao
seu nome; louvai aquele que vai sobre os céus, pois o seu nome é JEOVÁ; exultai
diante dele. (ARC)
Como essa questão é bastante polêmica,
e nem os judeus, principais depositários do legado dos originais hebraicos
ousam falar o nome Divino, pelo desuso, não se pode afirmar com 100% de certeza
como seria a pronúncia do tetragrama, tanto mais sem as vogais que só foram
inseridas muitos séculos depois. Mas, para corrigir outro erro exegético,
causado pela tentativa de pronuncia do hebraico para o português sem se ater as
regras linguísticas, anexo aqui, um comentário que esclarece a possível melhor
transliteração e sonoridade do tetragrama. *[2]
CURIOSIDADE
- O
Antigo Testamento era todo escrito em Hebraico e Aramaico.
- O Hebraico, língua muito utilizada na época, pertence ao grupo semítico das línguas do Mediterrâneo do Vale Eufrates. O alfabeto consiste em 22 consoantes conhecida como a língua de Canaã (Isaías 19:18).
- Primeira tradução da Bíblia: Septuaginta, traduzida do Hebraico para o Grego.
- Em Hebraico, Deus era escrito assim: YHWH, impronunciável.
Após a introdução das vogais em seu alfabeto, passou a ser escrito assim: YAWEH, dessa forma já era possível pronunciar como Javé ou Jeová.
- O Aramaico foi o idioma semítico falado em 2.000 a.C nas regiões de Arã e Síria.
- O Grego foi formado pela fusão de dois dialetos, o Dárico e o Ático. Tribos que povoaram a Grécia em VIII e VI antes de Cristo.
- O Grego do Novo Testamento é chamado de Koiné, comum, que foi estabelecido por Alexandre em 236 a.C, e seu alfabeto possui 24 letras.
- O Hebraico, língua muito utilizada na época, pertence ao grupo semítico das línguas do Mediterrâneo do Vale Eufrates. O alfabeto consiste em 22 consoantes conhecida como a língua de Canaã (Isaías 19:18).
- Primeira tradução da Bíblia: Septuaginta, traduzida do Hebraico para o Grego.
- Em Hebraico, Deus era escrito assim: YHWH, impronunciável.
Após a introdução das vogais em seu alfabeto, passou a ser escrito assim: YAWEH, dessa forma já era possível pronunciar como Javé ou Jeová.
- O Aramaico foi o idioma semítico falado em 2.000 a.C nas regiões de Arã e Síria.
- O Grego foi formado pela fusão de dois dialetos, o Dárico e o Ático. Tribos que povoaram a Grécia em VIII e VI antes de Cristo.
- O Grego do Novo Testamento é chamado de Koiné, comum, que foi estabelecido por Alexandre em 236 a.C, e seu alfabeto possui 24 letras.
Fontes:
Claudionor Corrêa de Andrade - As
verdades centrais da Fé Cristã - Deus, O
Ser Supremo por excelência. CPAD.
HORTON, S. M. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1996.
HORTON, S. M. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1996.
JOYNER, R. O
Deus único e verdadeiro. In HORTON, S. M. Teologia
Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD
Bíblia de Estudo pentecostal
Bíblia Defesa da Fé
Dicionário Wycliffe
Bíblia de Estudo pentecostal
Bíblia Defesa da Fé
Dicionário Wycliffe
Outras fontes pesquisadas:
*[1]GotQuestions – nomes de Deus
*[2]ministério Profético Filhos do Reino
Elohim - Deus vivo
*[1]GotQuestions – nomes de Deus
*[2]ministério Profético Filhos do Reino
Elohim - Deus vivo
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