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sábado, 25 de outubro de 2014

A Providência Divina na Fidelidade humana

No capítulo 3 do livro de Daniel, Misael, Hananias e Azarias, se depararam com um culto idólatra promovido pelo rei que, por meio de um decreto, obrigou a todos que se curvassem diante de um ídolo. Contudo, eles demonstraram sua fidelidade mantendo-se de pé mesmo sob sentença de morte

Neste capítulo percebe-se a obsessão do rei Nabucodonosor pelo poder quando ele se engrandece e se endeusa perante os súditos do seu império. Supõe-se que a história desse capítulo ocorreu quase ao final do seu reinado (Jr 32.1; 52.29).

Temos aqui uma história que ilustra a convicção judaica de que o martírio é preferível à apostasia. A imagem colossal de Nabucodonosor teria de ser adorada por todos. Essa imagem de ouro (cap. 2) provavelmente representava o panteão do império, e talvez deificasse o próprio rei como seu deus-mensageiro. O sonho do segundo capítulo, em que Nabucodonosor figura como a cabeça de ouro da imensa e grotesca imagem, pode ter-lhe sugerido que seria apropriado construir uma imagem dele próprio, para efeitos de autoglorifícação. Essa história ignora a humilhação do rei diante de Yahweh-Elohim (vs. 46). Não seria demais que um pagão esquecesse esse incidente. Além disso, era comum que os antigos potentados levantassem tais imagens.

Daniel não aparece nessa história. Seus três amigos foram os perseguidos. Talvez devamos supor que o profeta, em sua glória (ver Daniel 2.48), estivesse fora do alcance do decreto e do desígnio do rei, mas seus amigos, em posições inferiores, foram assediados. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3383.

"Eis que o nosso DEUS, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei”  Daniel 3.17

A grande estatua.
“O rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro” (3.1). Na verdade, o Império Babilônico foi o primeiro grande império mundial a construir uma grande estátua que deveria ser adorada por todos os súditos do império (Dn 3).


Um Auto-endeusamento do Imperador
Não parece provável que Nabucodonosor tenha erigido uma imagem a um dos antigos deuses da Babilônia, visto que a terra estava cheia de deidades e templos competindo entre si. É possível, no entanto, que esse sonho tivesse marcado profundamente o rei, em relação ao seu lugar no mundo e na história. Afinal, não era ele a cabeça de ouro? Não era ele o primeiro e maior de todos os reis da terra? Não é difícil imaginar a crescente vaidade desse déspota oriental, cuja mente pagã falhou em sondar o verdadeiro significado das percepções espirituais que DEUS havia tentado compartilhar com ele. Essa estátua de dois metros e sessenta de largura e vinte e sete metros de altura, que se elevava acima do campo de Dura, sendo visível a quilômetros de distância, proclamava a todos o esplendor do homem que a havia projetado e a glória do rei que ela simbolizava. O campo de Dura certamente ficava próximo de Babilônia, mas sua localização exata é desconhecida.

Qualquer que tenha sido o motivo de Nabucodonosor, o decreto que convocava todos os líderes políticos do reino, grandes e pequenos, não deixava dúvida quanto à exigência do rei. Instantaneamente, após o sinal combinado de antemão com o som da orquestra imperial, cada homem deveria prostrar-se em adoração diante da imagem. Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol.4. pag.509.

O termo Dura era comumente usado na Mesopotâmia.
“o campo de Dura, na província de Babilônia” (3.1). O nome Dura vem do acadiano, de onde vem o aramaico. O seu significado é “lugar cercado”, e entende-se que se tratava de um lugar fechado e cercado, que ficava numa planície pertencente à Babilônia.

O côvado Babilônico, segundo o “Dicionário Davis”, media 0,56 a 0,58 centímetros, o que daria, em números redondos, aproximadamente, transformando côvados em metros, 34,00 a 35,00 m de altura por 3,40 de largura, ou seja, 60 x 6 côvados. (base 6 = indicação coisas puramente humanas)

A diferença entre as estátuas.
A obsessão pelo poder faz a pessoa perder o bom senso. O rei Nabucodonosor estava dopado pela ideia de ser o maior e perdeu a autocrítica embriagado pelo próprio poder e cego pelo fulgor de sua própria glória. Ele não se contentou em ser apenas a cabeça de ouro da estátua do seu sonho. No capítulo dois havia uma estátua no seu sonho e no capítulo três ele constrói literalmente uma estátua para si. Essa presunção vislumbra profeticamente outra estátua (imagem) que será erguida pelo último império mundial gentílico profetizado como o reino do Anticristo e será no “tempo do Fim” (Ap 13.14,15).

Outra lição que aprendemos neste capítulo é a diferença entre a estátua do capítulo 2 e a do capítulo 3. A estátua do capítulo 2 era simbólica que surgiu no sonho do rei Nabucodonosor e a estátua do capítulo 3 era literal, construída pelos homens. A estátua do capítulo 3 tinha a forma de um obelisco e tinha um desenho um tanto grotesco que revelava a intenção vaidosa de Nabucodonosor de impor-se pela idolatria do homem e sua auto deificação aos olhos dos súditos. [1]


Nabucodonosor pensava em uma só religião para todos onde pudesse controlar e dominar sem limites.
[2] Não é, portanto, surpresa alguma, depois do sonho, vermos Nabucodonosor com um novo ímpeto de planejamento social, levado a efeito com urgência, idealismo e convicção. O que mais o preocupa agora é acabar com todas as possíveis fontes de divisão e de desintegração. Sendo ele um militar, podemos até mesmo imaginar que desejava criar na vida civil o mesmo sentimento de união e comunhão que decerto experimentara nas suas campanhas militares! De qualquer maneira, cada um deve ser levado a sentir que pertence a alguma coisa que vale a pena, que é vital e basicamente atraente. O alvo de Nabucodonosor é desenvolver e unificar a cultura. Mas, antes de tudo, precisa de uma religião unificante, já que religião era definida, naquele mundo antigo, como sendo “aquilo que liga” e era amplamente reconhecida como sendo o melhor cimento para conservar unida a sociedade. [2] Ronald S. Wallace. A Mensagem de Daniel. Editora ABU. pag.57


A inauguração da estatua de ouro.
Um rei embriagado por sua própria glória (3.1-5). Nabucodonosor foi seduzido por seu ego presunçoso que se via superior a tudo e todos. Ele estava embriagado por sua própria glória temporal e passageira, por isso seu coração se engrandeceu e ele desejou ser adorado como deus. Não lhe bastou a revelação de que o único DEUS verdadeiro triunfaria na história conforme está expresso no capítulo dois. Ele preferiu exaltar a si mesmo e para tal instituiu o culto a si e a adoração, também, dos seus deuses. O objetivo era escravizar as consciências e obrigá-las a servirem aos seus deuses.

A ameaça da fornalha ardente (3.6). Era a punição mais terrível que alguém poderia sofrer: ser queimado vivo numa fornalha grandemente aquecida. Era um modo de forçar a que todos os seus súditos, principalmente, os príncipes que viviam no palácio, a obedecerem o edito real e adorarem a imagem que o rei construiu. Todos deveriam, ao som dos instrumentos musicais, se prostrar e adorar a imagem de ouro do rei (Dn 3.5). Aos súditos que eram idólatras e serviam a deuses pagãos, mais um não faria muita diferença. Mas para os servos do DEUS Altíssimo que é adorado em espírito e em verdade era uma questão de fé e ousadia. O decreto do rei era inevitável e quem o desobedecesse sofreria a punição na fornalha ardente. Segundo o profeta Jeremias, o rei Zedequias de Judá foi queimado no fogo na Babilônia (Jr 29.22). [1]


A lista dos Oficiais:
1. Sátrapas. Cf. Esd. 8.36; 3.12; 8.9 e 9.3. Foi Dario I quem dividiu o império em satrapias e suas datas foram 521-495 A. C. Eram os principais representantes do rei, pois eram os cabeças do governo provincial.

2. Prefeitos. Cf. Dan. 2.48 e 6.7. Esdras e Neemias usaram o termo para certos oficiais secundários de Jerusalém . Mas alguns estudiosos acreditam tratar-se de comandantes militares.

3. Governadores. Ver Esd. 5.14. Esses eram “senhores de distritos”, os bel pahati dos babilônios. Oficiais importantes e subalternos eram assim chamados, o que significa que essa palavra pode apontar para ambas as coisas. Eram administradores civis de várias categorias.

4. Conselheiros. Conforme os nomes persas subentendem, eram conselheiros do povo (handarza, conselheiro), Essa palavra pode significar qualquer pessoa que tinha a autoridade do governo por ela representada.

5. Tesoureiros. Cf. Esd. 7.21, onde a palavra existe com uma variante de diferente soletração. Eles eram administradores dos fundos públicos.

6. Juízes. Essa palavra vem do hebraico, data bara (sustentador da lei). Eram os especialistas na administração das leis.

7. Magistrados. Ao que parece, a palavra deriva-se de um termo persa, pat, “chefe”. Oficiais militares e palacianos eram assim chamados, mas alguns estudiosos vinculam esse ofício com o de número seis, supondo que eles fossem executores da lei.

8. Todos os oficiais. O autor sagrado usou essa expressão para evitar deixar de lado qualquer oficial que tivesse autoridade. Ninguém que tivesse um mínimo de importância foi ignorado no convite (ordem, decreto). Todas as autoridades da terra se puseram de pé diante da imagem, dando a ela sua sanção e aprovação, confirmando o decreto de que todos os habitantes do reino deveriam adorar àquela monstruosidade. Toda idolatria é abominação.

Nabucodonosor teve sua abominação forçada, e não permitiria uma única voz discordante. Os desobedientes seriam brutalmente executados, conforme o restante da história demonstra claramente.

Não houve absolutamente voto democrático. Nem havia permissão para que alguém desobedecesse às ordens reais. Desobedecer seria considerado uma traição ao estado. Foi assim que o rei pensou em um absurdo, e a liderança secundária inteira promoveu a causa com entusiasmo. Os oficiais do governo vieram de todos os lugares. Nenhum oficial seria capaz de ocultar-se e escapar dessa prática idólatra.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3384.

A ordem era "ou obedece, ou é queimado" - um paralelo a Antíoco
(ver Daniel 11.36) 

A lista dos instrumentos
“A orquestra incluiu instrumentos de sopro (a trombeta e o pífaro, cf- Daniel 3.10,15); um instrumento de palheta (a flauta); e instrumentos de corda (a harpa, a citara e o saltério)”
(J. Dwight Pentecost, in ioc)

Dn 3.5 No momento em que ouvirdes o som da trombeta. “A música daria o sinal para o ponto alto do culto de dedicação. Isso ocorreria não somente porque todos os reunidos deviam saber o momento preciso em que deveriam obedecer ao decreto real, mas também porque, na antiguidade, era costume que instrumentos musicais acompanhassem as cerimônias públicas” (Arthur Jeffery, in Ioc.).

1 "... buzina...” Essa palavra tem um sentido lato nas Escrituras Sagradas, sendo, porém, no grego clássico, traduzida também por trombeta. Como trombeta, há menção frequente desse instrumento, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Tratava-se de um instrumento feito de um chifre longo com uma extremidade virada: era dessa forma a trombeta nacional dos israelitas. Era usada em ocasiões militares e religiosas. Paulo fala que o arrebatamento da Igreja, será precedido pela trombeta de Deus (1 Ts 4.16).

2 "... pífaro...” Essa é a tradução dada por nossa versão do termo aramaico “mashrôqitâ”. Ocorre apenas no presente versículo e naqueles que se seguem. Deriva-se da raiz “shãraq”, uma palavra onomatopéica que significa “assobiar” ou “chiar”. O som deste instrumento é acompanhado por um som sibilante. E razoável, embora improvável, que o instrumento acima mencionado pertencia a uma classe de flauta.

3 "... harpa...” Originalmente, esse instrumento tinha um formato triangular, com sete cordas. Mais tarde, o número de cordas foi aumentado para onze (11) e Josefo menciona em seus escritos harpas contendo dez cordas, as quais eram tangidas com um “plectum” ou pequena peça de marfim. A harpa é instrumento já mencionado em Gn 4.21. Também nos salmos há alusão a esse instrumento em várias conexões (SI 33.2; 98.5; 147.7).

4 "... sambuca...” Sobre esse instrumento há várias opiniões: 1) “Um instrumento de sopro, usado na Idade Média, consistindo de um longo tubo de bronze, com uma chave móvel para mudar o som das notas da música, à semelhança de um trombone. 2) O instrumento mencionado em Dn 3.5, pertence a uma classe muito diversa: é instrumento de cordas, que em aramaico se denomina “sabbe-kã”. 3) A “sabbekã” é usualmente identificada com o grego “sambykê” sendo esse o vocábulo usado para traduzi-lo no texto em foco, e na Septuaginta. Tem sido descrita como uma pequena harpa triangular. Seja como for, era um instrumento de cordas, e não de sopro, que, segundo Estrabão, era de origem bárbara.

5 "... saltério...” Esta palavra se deriva do vocábulo grego “psaltêrion”, que denota um instrumento tocado com os dedos, e não com um plectro. O verbo grego “psaltõ” significa tocar vigorosamente. Para nós, essa palavra “saltério” se traduzia também por “viola”. O saltério era bem conhecido do povo de Israel. (Ver 1 Sm 10.5; SI 33.2 e ss.) O saltério, como já ficou demonstrado acima, era um instrumento de dez cordas, sempre citado em conexão com o louvor.

6 "... gaita de foles...” Essa é a tradução de nossa versão da palavra aramaica “sumpônyã”, que é geralmente considerada como uma palavra emprestada do grego. Em toda a extensão da Bíblia ocorre apenas no presente capítulo. Todavia, parece que tal tradução é bem adequada, pois trata-se, realmente, de alguma espécie de instrumento de sopro. “A tradução italiana moderna é ‘sanpogna’, uma espécie de gaita de foles em uso corrente naquele país”.

Os três jovens hebreus estavam naquele local por força da ordem do rei.
Os três jovens hebreus, Ananias, Misael e Azarias quando foram para a Babilônia não tinham mais que 18 a 20 anos de idade. Nesta experiência do capítulo três, eles estavam na faixa dos 40 anos de idade, mas não sucumbiram nem fizeram concessões que comprometessem a sua fé em Deus. Eles não esmoreceram moral ou espiritualmente ante a ameaça de Nabucodonosor e a discriminação dos outros príncipes do Palácio. Diante da ameaça da fornalha ardente eles estavam seguros do cuidado de Deus.

A fé dos "jovens" estava no verdadeiro Deus vivo e na Palavra que ele havia dado a seu povo. Conhecendo a história do povo judeu, tinham certeza de que o Senhor estava no controle e de que não havia nada a temer. O profeta Isaías havia escrito: “Mas agora, assim diz o Senhor, que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu. Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti” (Is 43:1,2)

Três acusações graves contra os judeus (3.12).
A primeira acusação: não fizeram caso de Ti”(v. 12). Esta expressão é o mesmo que dizer: eles não te respeitaram como rei. Os seus acusadores passaram a ideia de que os jovens, quando não se ajoelharam nem adoraram a estátua do rei, voluntária e maliciosamente, decidiram desafiar publicamente a autoridade do rei.

A segunda acusação: a teus deuses não servem” (v. 12). Estavam afirmando ao rei que os jovens hebreus não prestavam culto aos deuses da Babilônia, uma vez que havia um politeísmo babilônico exacerbado com muitos deuses e deusas. Os jovens hebreus mantiveram a fé recebida de seus pais em Jerusalém. Eles não serviriam a outros deuses, senão a Jeová, o Deus de Israel.

A terceira acusação: não servem, nem a estátua de ouro que levantaste, adoram” (v. 12). Os caldeus entendiam que a atitude dos jovens hebreus era de total rebelião e contra as demais religiões representadas pelas nações exiladas na Babilônia.

A Fidelidade diante das ameaças (a fornalha de fogo ardente)
A punição foi inevitável. A ordem do rei não podia voltar atrás. Os inimigos dos três jovens hebreus não deram tréguas aos judeus. Depois de acusados e denunciados tiveram que enfrentar e submeter-se à punição do rei. Os seus algozes foram os mesmos que haviam sido poupados anteriormente da pena de morte no episódio do sonho do rei no capítulo 2 e não tiveram a menor consideração com seus pares dentro do Palácio. O rei, tão logo foi informado da desobediência dos jovens hebreus, ficou enfurecido e os chamou diante de si. Foram interrogados e, mais uma vez ameaçados com a punição da fornalha ardente, mas os servos do Deus Altíssimo mantiveram sua fidelidade à fé judaica. Eles não se intimidaram diante das ameaças porque sabiam que Deus poderia intervir naquela situação, e estavam prontos a serem queimados vivos sem trair a sua fé.

Fé no Deus do Impossível, no Deus que muda toda e qualquer situação.
Não terás outros deuses diante de mim. Não farás imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem (Ex 20.3-5).

Eis que o nosso Deus, a quem servimos; é que nos pode livrar” (3.17). Esta declaração dos três judeus tinha a convicção da intervenção de Deus naquela situação. O rei ficou enfurecido e intimidado, além dos jovens terem sido desafiados na sua fé com a ousadia do Rei em dizer-lhes: “Quem é o Deus que vos poderá livrar das minhas mãos? (Dn 3.15), eles não tiveram dúvidas de que valia a pena permanecerem fiéis a Deus. Então, sem temor e com grande fé responderam ao Rei: Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste (Dn 3.17,18). Esta resposta dos jovens hebreus se confrontada com o cristianismo de muitos crentes hoje nos deixa preocupados. Quão facilmente cedemos; negamos nossa fé; fugimos do caminho da provação, mas Deus conta com crentes fiéis que sejam capazes de responder às ameaças satânicas de que não as tememos.

Os judeus foram lançados na fornalha. 
Diz o texto que tudo que dizia respeito a eles em termos materiais, suas roupas e chapéus foram atados juntamente com eles e lançados na fornalha ardente. Os homens que os lançaram caíram mortos pela chama do fogo e todos inimigos do lado de fora imaginavam que os judeus seriam reduzidos a cinza dentro da fornalha.

O aspecto do quarto homem é semelhante ao filho dos deuses" (3.23-25).
Foram lançados três judeus, mas um quarto homem os esperava dentro da fornalha. O poder do quarto homem visto pelo rei dentro da fornalha os tornou incólumes e nenhum fio de cabelo se queimou. Esse quarto homem não era outro senão o próprio Deus entre eles que os tornou aptos a superarem a força do fogo destruidor. E uma perfeita identificação com a Pessoa de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Não era um anjo enviado de Deus. Ele era, teofanicamente, o próprio Deus. É interessante que Ele não apagou o fogo, nem tirou os três hebreus da fornalha. Ele os capacitou a estarem e passarem pelo meio do fogo sem serem destruídos. Tudo isso porque aqueles hebreus confiaram na providência divina que tem o poder de intervir, a tempo e fora de tempo, para nos livrar da destruição. Às vezes, a vontade permissiva de Deus nos ensina que Deus pode permitir que soframos tribulações, angústias e dissabores como o fogo da fornalha, mas Ele nos livra no tempo próprio. Sua presença imanente é capaz de impedir que as chamas das tribulações nos destruam.

O poder providencial de Deus os tornou incólumes no meio da fornalha.
(3.26-28) O impacto ante à visão que o rei teve ao olhar para dentro da fornalha deixou o rei perplexo e todos os que estavam com ele. Os jovens hebreus estavam vivos e tranquilos andando no meio da fornalha. Deus honrou aqueles judeus. O rei e seus príncipes tiveram que reconhecer o poder do Deus de Israel. A providência divina não só os protegeu da força do fogo, mas os manteve vivos para testemunharem da grandeza desse Deus. O rei reconhecia que o Deus dos judeus era poderoso, mas não o aceitava como seu Deus. Para o rei, era mais um entre outros deuses, mas na mente e no coração dos jovens hebreus, Ele era o Único Deus sobre todos os demais. O apóstolo Paulo nos dá uma lição preciosa de fé e disposição para servir a Deus, quando diz: Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos, quer morramos, somos do Senhor (Rm 14.8)

Uma doxologia do rei ao Deus de Israel (3.29,30). 
Ainda que Nabucodonosor não tenha desistido dos seus deuses, reconheceu a religião judaica em seu império, especialmente, para os exilados judeus. Ele fez um decreto reconhecendo a grandeza do Deus dos judeus e admitiu que nenhum outro deus poderia fazer o que Ele fez ao livrar os judeus dentro da fornalha ardente.

Restaurados e promovidos dentro do império. 
Os três jovens foram restaurados às suas posições palacianas e investidos de autoridade da parte do rei. Segundo o Comentário de Charles Pfeiffer, da Editora Batista Regular: “A vitória da fé tinha cinco objetivos: (1) Foram soltos de suas amarras (v. 25); (2) Foram protegidos do mal (v. 27); (3) Foram confortados na provação (vv. 24,25,28); (4) Seu Deus foi glorificado (v. 29); (5) Como servos de Deus foram recompensados (v. 30).


A grande lição que aprendemos com esses três jovens é que “eles confiaram suas vidas a Deus e não se preocuparam com as consequências do fogo da fornalha”.




AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
“Conspiração contra os hebreus (3.8-18)
Não deveria nos surpreender que os três hebreus, recentemente promovidos a cargos de liderança política, despertassem uma certa inveja entre os outros funcionários públicos. A ausência de Daniel da convocação pode ser explicada pelo fato de estar cumprindo alguma tarefa especial para o rei. Alguns homens caldeus, não a casta sacerdotal, mas cidadãos babilônicos, tomaram as devidas precauções para que os três hebreus não escapassem. Quando o rei ficou sabendo da atitude dos três hebreus, ficou furioso e convocou os três imediatamente. Sem dar-lhes chance de se defenderem, deu-lhes mais uma oportunidade de prestar adoração após o som especial da música. A recusa em fazê-lo significaria a imediata execução do decreto irreversível - eles seriam lançados dentro do fogo ardente; quem é o DEUS que vos poderá livrar das minhas mãos?, vociferou o rei.

O equilíbrio e a calma dos três servos do DEUS Altíssimo estavam em claro contraste com a fúria incontida do rei. A ousadia da fé deles era equiparada à sua serenidade” (Comentário Bíblico Beacon. 1. ed. Vol.4.Rio de Janeiro:CPAD, 2006, p.510)

Fontes:
[1] Lições Bíblicas - 4º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos - Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD
[2] Ronald S. Wallace. A Mensagem de Daniel. Editora ABU. pag.57
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos
Comentário Bíblico Beacon. 1. ed. Vol. 4. e Vol. 6  Rio de Janeiro: CPAD, 2006
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