As origens e a brutalidade do grupo terrorista Estado Islâmico
por Léo Gerchmann
Facção fundamentalista que emergiu na Síria e estendeu braços até o Iraque
por Léo Gerchmann
Facção fundamentalista que emergiu na Síria e estendeu braços até o Iraque
Um grupo fundamentalista islâmico, porém, eleva o alerta soado pelo Ocidente: o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL). Desde que passou a governar um “califado”, desprezando fronteiras em nacos do Iraque e da Síria, o grupo se autodenomina como o Estado Islâmico (EI).
A cena simbólica que estarreceu o mundo foi a da execução do jornalista americano James Foley. O vídeo correu o mundo. Vestindo um macacão laranja, Foley é decapitado lentamente. A figura do algoz chocou em especial o governo da Grã-Bretanha, também pelo áudio. Ele falava inglês com sotaque britânico.
Autoridades ocidentais manifestam a preocupação com algo nunca antes visto, pela brutalidade com que o EI trata “infiéis” (quem não segue o islamismo sunita e se recusa à conversão é executado), pelas pretensões de estabelecer o califado ignorando as fronteiras estabelecidas cem anos atrás – após a I Guerra Mundial – e pelos tentáculos de recrutamento em países como Grã-Bretanha, Espanha, Itália e EUA.
A ousadia se dá, ainda, na forma como o grupo se financia e administra as regiões das quais toma conta. Até o papa Francisco estaria na mira do EI, conforme publicou jornal italiano Il Tempo, por ser o representante máximo do cristianismo.
– Os EUA tradicionalmente têm preocupação com o petróleo na região e, em especial, com o terrorismo. Além da violência, o EI ignora fronteiras nacionais posteriores à I Guerra Mundial e quer estabelecer um califado, que é a volta à Idade Média, com um governo terrorista. Isso assusta e faz o governo americano voltar suas atenções para o Oriente Médio – diz Christian Lohbauer, cientista político e especialista em História do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional, da Universidade de São Paulo (USP).
Bandeira negra, misericórdia zero
O “modus operandi” é outro aspecto que causa impressão. Quando conquista uma região, o EI pendura sua bandeira preta no prédio mais alto e, imediatamente, parte para a busca de adesões, enfatizando a prestação de serviços sociais em regiões carentes, devastadas pela guerra.
Os combatentes distribuem pen drives com cânticos jihadistas e vídeos nos quais mostram operações militares do grupo, além de folhetos orientando a excomungar outras vertentes do islamismo que não a sunita e repudiando a cultura ocidental e o conceito de democracia.
Aos poucos, com esses instrumentos, impõem o exercício da Sharia – a legislação islâmica. Grupos como os da etnia yazidi foram obrigados a fugir aos magotes. No caso deles, não há sequer a possibilidade de conversão para ter a vida poupada. O EI os vê como adoradores do demônio. Quando caem nas mãos dos insurgentes, sofrem sevícias e execuções sumárias.
O Estado Islâmico teria entre 12 mil e 20 mil militantes. Integra a corrente sunita, vertente majoritária do islamismo (mais de 80%). A Organização das Nações Unidas (ONU) não esconde a preocupação, e os EUA tendem até a se aliar a adversários para combater um “mal maior”. Seria o caso do ditador sírio Brashar al-Assad, um alauíta (vertente do xiismo), adversário ferrenho do EI.
Em comunicado, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, diz: “O EI e os grupos armados associados cometem a cada dia graves e horríveis violações dos direitos humanos. Atacam sistematicamente homens, mulheres e crianças em razão de sua origem étnica ou religiosa e realizam uma limpeza étnica e religiosa sem piedade nas regiões que controlam”. Depois, na mesma nota, faz um “apelo à comunidade internacional” para “que os autores desses crimes odiosos não fiquem impunes”.
No livro O Retorno dos Jihadis: o Estado Islâmico e o novo Levante Sunita (The Jihadis Return: ISIS and the New Sunni Uprising, inédito em português), Patrick Cockburn, correspondente do jornal britânico The Independent no Oriente Médio, critica os EUA por apoiar o Iraque, mas manter a atuação contrária ao ditador sírio: “A política dos EUA, da Europa Ocidental e do Golfo Pérsico é derrubar o presidente Bashar al-Assad, que vem a ser a política do EI e de outros jihadis na Síria. Se Assad cair, o EI será o beneficiário. (...) Há uma falsa ideia em Washington de que existe uma oposição moderada síria sendo ajudada pelos EUA, pelo Catar, pela Turquia e pelos sauditas (...). Logo o califado pode se estender da fronteira iraniana até o Mediterrâneo, e a única força que pode possivelmente impedir que isso aconteça é o exército sírio”. Cockburn vai além na crítica aos EUA, dizendo que a “guerra ao terror” falhou porque “não mirou no jihadismo como um todo e na Arábia Saudita e no Paquistão (aliados americanos na região).
Matéria completa:
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/08/as-origens-e-a-brutalidade-do-grupo-terrorista-estado-islamico-4587195.html
Próxima postagem: O avanço do grupo extremista Estado Islâmico
A Progressão dos jihadistas
As imagens que rodaram o mundo mostrando cenas como as de execuções em massa com presos perfilados de cuecas ou a de jornalistas tendo o pescoço serrado por um terrorista estão mexendo com a comunidade internacional / mundial.
A Arábia Saudita sunita / o Irã xiita e as tensas relações, os desafios que a região enfrenta: o extremismo.
Acorda Brasil! A realidade é cruel... milhares de cristãos morrendo...
Fonte: BrasilEscola.com
mundoeducação.com/historiageral/estadoislamico
Jornal Zero Hora-Porto Alegre - *Zero Hora com Agências
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/08/as-origens-e-a-brutalidade-do-grupo-terrorista-estado-islamico-4587195.html
http://www.iltempo.it/esteri/2014/08/25/il-papa-nel-mirino-dei-fondamentalisti-islamici-1.1300134
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