“Alguns, porém, da seita dos fariseus que tinham crido
se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que
guardassem a lei de Moisés. Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos
para considerar este assunto“
(Atos 15:5,6).
Logo no início da igreja primitiva surgiram aqueles que não foram cautelosos e
cuidadosos, deixando-se levar pelo “fermento dos fariseus”, apesar das
advertências do Senhor no Seu ministério terreno (Mt 15:10-20; 16:1-12; Mc
8:15-21), passando a querer exigir a
observância da lei como um requisito para a salvação (cf At 15:1,5). Com o início da pregação aos gentios, em
Antioquia, os segmentos judaizantes de Jerusalém,
agindo por conta própria e sem a autorização do seu pastor, Tiago, o irmão do Senhor (cf At 15:24), passaram a ir
até o encontro das igrejas gentílicas que se formavam, defendendo a necessidade
da prática da lei para que houvesse a salvação. O tumulto foi tão grande (At
15:2) que foi preciso reunir os apóstolos e os anciãos da Igreja em Jerusalém
e, sob a orientação do Espírito Santo, decidir a respeito. Deu-se, portanto, o
Concílio de Jerusalém (aproximadamente no ano de 48), cujas decisões foram
vitais à expansão do Cristianismo até aos confins da Terra.
O QUE É CONCÍLIO
Concílio é uma reunião de autoridades eclesiásticas com o
objetivo de discutir e deliberar sobre questões pastorais, de doutrina, fé,
costumes (moral) e disciplina eclesiástica.
Ao longo da história do
povo de Israel ocorreram várias reuniões deliberativas entre os líderes para
tratar das urgências nacionais e das crises que surgiram ao longo da história
de Israel, no Antigo Testamento (exemplos: 2Cr 34:29; Ed 10:14; Ez 8:1).
Segundo o pr.Claudionor de
Andrade, “o primeiro concílio da velha aliança deu-se quando Moisés congregou
os anciãos de Israel para declarar-lhes o plano de Deus para libertar os
hebreus do Egito” (Ex 4:29).
No Novo Testamento, na Igreja primitiva, as questões de suma importância
e que influenciariam o futuro da Igreja, foram tratadas e decididas em reuniões
promovidas pelos líderes, orientados pelo Espírito Santo.
“Atos dos Apóstolos” faz menção de três reuniões importantíssimas:
a primeira,
para eleger Matias em lugar de Judas Iscariotes e aguardar a chegada do
Espírito Santo (Atos 1:12-26);
a segunda,
para tratar acerca da assistência social, ocasião em que foi eleito sete homens
para tratar exclusivamente desse mister - Atos 6:1-15;
a terceira,
que viria a ser conhecida como o Concílio de Jerusalém (At 15:6-30). Nesta, os
apóstolos reuniram-se para tratar sobre os temas que estavam dividindo os
primeiros cristãos: de um lado os judaizantes (judeus convertidos) e do outro
os gentios (os convertidos não-judeus, que eram maioria).
1. Concílio de Jerusalém. Esse é o nome comumente dado à reunião
efetuada por delegados enviados pela igreja de Antioquia (liderados por Paulo e
Barnabé) com os apóstolos e anciãos da igreja de Jerusalém, a fim de dirimir
dúvidas e questões doutrinárias originadas pelo grande influxo de convertidos
gentios na igreja (At 15:2-29). Muitos comentaristas identificam essa reunião
com aquela que é descrita em Gl 2:1-10; nosso ponto de vista, porém, é que em
Gl 2:1-10 Paulo se refere a uma reunião particular que ele mesmo e Barnabé
tiveram com Tiago o Justo, Pedro e João (provavelmente por ocasião da visita
que fez para levar alívio aos crentes de Jerusalém, que passavam por período de
fome, visita essa mencionada em At 11:30), e na qual reunião os líderes da
igreja de Jerusalém reconheceram a chamada e a posição de Paulo e Barnabé para
o apostolado entre os gentios.
A conclusão desse Concílio é a base para o repúdio a estes ensinamentos
que, ainda hoje, persuadem e colocam em risco milhares de almas que aceitaram a
Cristo como seu Salvador.
2. O ponto em discussão do Concilio de Jerusalém. A Igreja de
Antioquia da Síria era unida e conservava-se em plena comunhão. Mas segundo
John Stott, essa tranqüilidade da comunhão cristã nessa igreja foi quebrada com
a chegada de um grupo que Paulo mais tarde chama de “perturbadores” - “Alguns
indivíduos desceram da Judéia para Antioquia” (15:1). Eles eram “fariseus” (15:5)
e “zelosos da lei” (21:20). E isso era o que “ensinavam aos irmãos: Se não vos
circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos” (15:1). A
circuncisão dos gentios não era a única exigência deles. Eles iam além. Os
convertidos gentios também eram instigados a observar a “lei de Moisés”(15:5).
Por não considerarem suficiente uma conversão sem circuncisão, eles organizaram
um pequeno grupo de pressão, a quem muitas vezes chamamos de “judaizantes” ou
“partido da circuncisão”. Eles não se opunham à missão entre os gentios, mas
estavam convictos de que ela devia acontecer sob a guarda da igreja judaica e
que os crentes gentios precisavam se submeter não só ao batismo em nome de
Jesus, mas também à circuncisão e à observância da lei, como os prosélitos ( pessoa que abdicava de suas crenças para adotar a religião judaica) do
judaísmo. Esse ensino provocou “da parte de Paulo e Barnabé, contenda e não
pequena discussão com eles” (15:2a).
De acordo com o resumo revelador de Lucas, os judaizantes insistiam que os
convertidos incircuncisos “não podiam ser salvos”. É claro que a circuncisão
era o sinal da aliança instituído por Deus, e sem dúvida esses “perturbadores”
enfatizavam isso, mas eles iam muito longe, fazendo da circuncisão uma condição
para a salvação. Eles diziam aos convertidos gentios que a fé em Jesus não era
suficiente, não bastava para a salvação: eles deviam acrescentar a circuncisão
à fé, e à circuncisão a observância da lei. Em outras palavras, eles precisavam
permitir que Moisés completasse o que Jesus havia começado, e permitir que a
lei completasse o evangelho. O problema era imenso. O caminho da salvação
estava em jogo. O evangelho estava sendo questionado. Os fundamentos básicos da
fé cristã estavam sendo minados.
Até então tais condições não haviam sido impostas aos convertidos dentre os
gentios. Evidentemente nenhuma palavra sobre a circuncisão foi dita a Cornélio
e seus familiares, e quando Tito, um crente gentio, visitou Jerusalém em
companhia de Paulo e Barnabé, em ocasião anterior, a questão de sua circuncisão
nem ao menos foi abordada (Gl 2:3). Agora, entretanto, alguns elementos
extremamente zelosos pela lei, na igreja de Jerusalém, decidiram fazer pressão
sobre os crentes de Antioquia e das igrejas das circunvizinhanças,
apresentando-lhes a necessidade de se submeterem à canga da lei. Tal pressão se
mostrou tão persuasiva nas igrejas recém-fundadas da Galácia que Paulo teve de
enviar a tais igrejas um urgente e violento protesto, atualmente conhecido como
Epístola aos Gálatas. Na própria igreja de Antioquia tais judaizantes (como são
chamados aqueles elementos) causaram tal controvérsia que os lideres da igreja
finalmente resolveram que a questão inteira fosse ventilada e estabelecida
pelas autoridades espirituais superiores - os apóstolos. Foi então efetuada
aquela reunião que atualmente conhecemos como Concílio de Jerusalém.
...continue lendo em parte 2 do estudo
Fonte: Bíblia de Estudo Pentecostal, Bíblia Defesa da Fé;
Jovens e Adultos - Lições do 3º Trimestre trimestre de 2000
Atos - O padrão para a Igreja da Última Hora - Pr. Ezequias Soares - 3º Trimestre de 1996-Lição 13
Lições Bíblicas 1º Trimestre 2011-CPAD, Atos dos Apóstolos – Até aos confins da terra;
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento)
John Stott – A mensagem de ATOS (Até os confins da Terra)
Jovens e Adultos - Lições do 3º Trimestre trimestre de 2000
Atos - O padrão para a Igreja da Última Hora - Pr. Ezequias Soares - 3º Trimestre de 1996-Lição 13
Lições Bíblicas 1º Trimestre 2011-CPAD, Atos dos Apóstolos – Até aos confins da terra;
William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Novo Testamento)
John Stott – A mensagem de ATOS (Até os confins da Terra)
Revista Ensinador Cristão – nº 45.
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